7 patrimônios da humanidade que ficam no Brasil e você não sabia

No geral, o Brasil conta com 23 Patrimônios da Humanidade, destes 15 são culturais, sete são naturais e há apenas um misto.

Os Patrimônios da Humanidade são classificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Recebem esse título locais de relevância significativa que apresentam a necessidade de preservação de elementos naturais, históricos e culturais.

No Brasil, esses lugares representam a rica história, biodiversidade e cultura do país, sendo reconhecidos como patrimônios culturais, naturais ou mistos. Conheça sete deles a seguir.

7 Patrimônios da Humanidade situados no Brasil

1. Ilhas Atlânticas – Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE/RN)

Os cumes submarinos do Atlântico Sul constituem o arquipélago de Fernando de Noronha e a Reserva Biológica Atol das Rocas, localizados a 150 km de distância de Noronha, na costa nordestina do Brasil.

Segundo a UNESCO, essas formações são vitais para a biodiversidade marinha, servindo como habitat e área de alimentação para atuns, tubarões, tartarugas e mamíferos marinhos.

2. Cidade Histórica de Ouro Preto (MG)

Ouro Preto é uma cidade significativa de Minas Gerais, notável desde o século XVII, quando Duarte Nunes reportou a primeira ocorrência de ouro na área.

A confirmação veio do governador do Rio de Janeiro, Arthur de Sá de Meneses, que validou a descoberta como ouro autêntico.

O Centro Histórico de Ouro Preto foi um dos primeiros locais no Brasil a ser nomeado Patrimônio Cultural da Humanidade.

Este reconhecimento deve-se ao fato de que a cidade foi o epicentro da febre do ouro e do movimento da Inconfidência Mineira.

Esta cidade mineira também abriga as mais notáveis esculturas barrocas de Aleijadinho, considerado o mais proeminente artista do Brasil colonial.

Além disso, as igrejas da cidade são extremamente bem conservadas, refletindo a história e sendo essenciais para a preservação da cultura local.

3. Áreas Protegidas do Pantanal (MT/MS)

O conjunto de quatro áreas protegidas situadas no centro-oeste do Brasil, especificamente no sudoeste do Mato Grosso, compõe 1,3% do Pantanal brasileiro, sendo parte de um dos maiores ecossistemas de água doce do planeta.

Declarada em 2000, a reserva, que se estende por mais de 187 mil hectares, abriga uma extensa variedade de espécies animais, incluindo o jaburu, o macaco-prego e o cachorro-do-mato.

As nascentes dos rios Cuiabá e Paraguai atravessam a região, contribuindo para uma rica vegetação, com os ipês-roxos sendo uma das espécies mais emblemáticas.

A área é um destino para visitantes internacionais, incluindo aqueles dos países vizinhos Bolívia e Paraguai, que fazem fronteira com a região.

4. Centro Histórico de Olinda (PE)

O Centro Histórico de Olinda é um marco do início da colonização portuguesa no Brasil. Estabelecido no século XVI como a sede da Capitania de Pernambuco, o local foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Histórico Cultural do Brasil pelo IPHAN em 1968, devido ao seu valor arquitetônico, paisagístico e urbanístico.

Fundada em 1537, Olinda foi uma das primeiras cidades do período colonial a se desenvolver em torno da indústria da cana-de-açúcar.

A cidade é famosa por seus jardins, igrejas barrocas, capelas e conventos. Atualmente, é um ponto turístico popular, atraindo visitantes que buscam experienciar sua história e arquitetura durante as férias.

5. Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO)

Os Parques da Chapada dos Veadeiros e do Parque Nacional das Emas, integrantes do complexo do Cerrado, foram reconhecidos pela UNESCO em 2001.

Eles são essenciais para a preservação da biodiversidade do Cerrado, abrigando espécies endêmicas como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o tatu-canastra.

A Chapada dos Veadeiros é famosa por suas formações rochosas e cachoeiras, enquanto o Parque Nacional das Emas é habitat de espécies ameaçadas, oferecendo aos visitantes uma experiência única na natureza.

6. Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)

O Parque Nacional da Serra da Capivara, criado em 1979 no sudeste do Piauí, abrange mais de 130 mil hectares e visa preservar ricos vestígios arqueológicos.

É reconhecido por ter a maior concentração de sítios arqueológicos do Brasil, com vales, chapadas e arte rupestre que documentam a vida dos primeiros habitantes da região.

7. Brasília (DF)

Em 1987, Brasília, com seu design urbanístico e arquitetônico único, foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade. A cidade, que nasceu em 1956 a partir do Plano Piloto de Lúcio Costa, reflete a visão modernista do arquiteto Oscar Niemeyer.

Sua construção simbolizou uma revolução no urbanismo do Brasil, destacando-se por suas estruturas inovadoras e harmonia visual.

 

FONTE CONCURSOS NO BRASIL

Inteligência Artificial destruirá a humanidade em breve, diz pesquisa

Quase metade dos diretores executivos dos Estados Unidos acredita que a Inteligência Artificial (IA) destruirá a humanidade em um período de 5 a 10 anos. A pesquisa foi feita pelo Instituto de Liderança do Diretor Executivo, mostrando que 42% dos CEOs possuem a mesma opinião assustadora quanto a um futuro bem mais próximo do que se imagina.

Os resultados foram vistos como “bastante sombrios e alarmantes” pelo professor da Universidade Yale e especialista em IA, Jeffrey Sonnenfeld. Foi ele quem liderou as pesquisas que incluiu 119 CEOs, com participação de executivos da Walmart, Coca-Cola, Xerox e Zoom.

Embora 58% tenha afirmado que não estão preocupados quanto a Inteligência Artificial, a outra parcela não tem perspectivas muito otimistas. 8% dos CEOs acham que a humanidade será destruída em 5 anos e 34% dos diretores executivos, acham que será em 10.

Fato é que as inseguranças quanto a máquinas que possam desenvolver tarefas associadas aos seres humanos tem gerado cautela em nomes como Elon Musk. Além de alertar sobre os riscos da IA, ele pediu temporariamente a supensão de pesquisas quanto a automatização de tarefas.

Países vem seguindo o mesmo cuidado, já que a União Europeia e os Estados Unidos querem estipular um Código de Conduta para desenvolvedores desse sistema. Para se ter uma ideia do avanço descontrolado dessa tecnologia até mesmo Geoffrey Hinton, conhecido como o “Padrinho da Inteligência Artificial” expressou sua preocupação diante da situação com o Google.

FONTE AQUI UAI

Descoberta de cidade perdida pode mudar a história da humanidade

Mais de 400 vilas de cerca de 1000 a.C foram encontradas pelos pesquisadores, revelando segredos inéditos

A Guatemala pode esconder segredos incríveis sobre as civilizações do passado mesoamericano. Uma pesquisa identificou uma complexa rede com 417 vilas formando uma enorme cidade perdida em ruínas no meio das florestas da América Central, como o Olhar Digital notificou no começo do ano. Agora, novas informações foram divulgadas.

As descobertas mostram que a civilização que vivia na região era bem mais avançada e complexa do que se pensava anteriormente. Mais impressionante ainda é o sistema de estradas que conecta esses locais, formando uma rede com mais de 60 quilômetros de extensão no que foi batizado pelos arqueólogos como o “primeiro sistema de rodovias do mundo”.

Não apenas estradas, mas sistemas completos de abastecimento de água e infraestrutura agrícola foram encontrados. Essas evidências mostram que há mais de 2 mil anos as civilizações maias já eram bastante avançadas e não apenas um grupo de nômades caçadores coletores, como anteriormente se acreditava. 

Agora sabemos que o período pré-clássico foi de extraordinária complexidade e sofisticação arquitetônica, com alguns dos maiores edifícios da história mundial sendo construídos durante esse períodoRichard Hansen, autor do estudo ao The Washington Post

Como a cidade perdida foi encontrada?

A descoberta é mais uma que utilizou o LiDAR (detecção e medição de distâncias por luz), que é basicamente um radar operando por luz, na forma de laser. 

Essa luz não é emitida em cone, como um radar, mas focada milimetricamente com lasers, que disparam múltiplas vezes por segundo em direções variadas para medir a distância até os objetos. O resultado é uma imagem 3D extremamente detalhada do ambiente.

Análise do sensor LiDAR (Imagem: Divulgação)

Essa tecnologia vem revolucionando a arqueologia nos últimos anos e foi responsável pela descoberta de não apenas essa cidade perdida, mas muitas outras encontradas recentemente.

Qual a importância dessa descoberta?

Ainda faltam muita coisa para ser revelada no meio da selva, mas os cientistas já adiantam que a cidade perdida contém elementos impressionantes que podem mudar muito do que sabemos sobre a história da humanidade. 

Enrique Hernández, arqueólogo da Universidade de San Carlos, na Cidade da Guatemala, e coautor do artigo, disse que a descoberta tem potencial para ser um marco tão grande para a nossa história quanto as pirâmides do Egito.

FONTE OLHAR DIGITAL

Humanidade deve alcançar imortalidade em 2030, diz ex-engenheiro do Google

Já não é segredo que as transformações tecnológicas revolucionaram o modo como vivemos. No entanto, o cientista da computação Ray Kurzweil, que já trabalhou no Google, acredita que a tecnologia pode levar a humanidade a alcançar a imortalidade. Isso sequer deve demorar: a projeção do especialista é que essa meta seja atingida em 2030.

Kurzweil é conhecido por suas previsões acerca dos cenários da tecnologia. Em 1990 ele preveu, por exemplo, que um computador venceria os campeões mundiais de xadrez no ano 2000. O engenheiro também conseguiu premeditar o surgimento de computadores portáteis e smartphones, a mudança para mais tecnologia sem fio e a ascensão da Internet.

O futurista acredita que nosso progresso tecnológico e médico crescerá a ponto de a robótica trabalhar para reparar nossos corpos no nível celular, transformando doenças. Para ele, até o ano de 2030, seremos capazes de “aumentar a expectativa de vida humana” em “mais de um ano a cada ano”.

Essa tecnologia consiste em nanorrobôs fluindo por nossa corrente sanguínea, fazendo reparos e conectando nosso cérebro à nuvem, o que deve permitir o envio de conteúdos (como e-mail ou vídeos) diretamente de nossos cérebros, além da posibilidade de fazer backup de nossas memórias.

Humanidade deve alcançar imortalidade em 2030 graças à tecnologia (Imagem: Ermal Tahiri/Pixabay)

Com isso, a ideia de Kurzweil é que criaremos uma síntese homem-máquina que nos tornará melhores. Sob seu ponto de vista, seremos capazes de atender às necessidades físicas de todos os humanos, e vamos expandir nossas mentes.

O engenheiro também defende um conceito de “singularidade”, ou seja: o momento em que a IA excede o controle humano e transforma rapidamente a sociedade. Essa situação de “imortalidade” atingida em 2030 seria um passo crucial no caminho para uma potencial singularidade de 2045.

Fonte: Popular MechanicsAdagio

Sem conseguir vaga em hospital, idosa morre após 4 dias internada na policlínica de Lafaiete; familiares se revoltam com descaso

Será sepultada nesta tarde (26), às 14: 00 horas, sob revolta e dor de amigos e familiares, Maria das Graças, de 69 anos, moradora do Jardim do Sol, em Lafaiete.
Ela estava internada desde domingo (22) na Policlínica Municipal, à espera de uma vaga no SUS Fácil.

Segundo os familiares, Dona Maria das Graças começou com forte dor de cabeça na sua casa, quando foi levada para um atendimento na policlínica no sábado (21), ficando sob observação, sendo sem seguida liberada pelo plantonista.

Na madrugada do dia seguinte, ela voltou passar mal quando familiares retornam com a idosa a unidade de saúde.

Desde então, o quadro da Dona Maria das Graças foi se agravando e ela ficou com a voz embolada, já não conseguida andar e total falta de ar.

Após passar por uma tomografia, foi constatado um suposto início de AVC quando iniciou o drama da família em busca de um vaga em hospitais de Lafaiete e região, porém as tentativas foram frustradas.

Depois de 4 dias internada na policlínica, Maria das Graças faleceu nesta madrugada (26). A família está revoltada do tratamento do médico recebido. “Faltou respeito e mal podíamos perguntar ao médico o que ela sentia. Foi uma grosseria com todos os familiares”, dizem os familiares.

Segundo a nora da Dona Maria das Graças, a idosa não recebeu o tratamento digno. “Ela e os seus familiares passamos por situações de falta de respeito, grosseira por parte de alguns profissionais e um total descaso com a vida da minha nora. Por diversas vezes foi negada a internação dela em hospitais de Lafaiete e de outras cidades. Desde a segunda-feira o quadro dela foi piorando e nada de buscar uma solução. Ela poderia estar viva. Nós, familiares, desconhecemos a causa de sua morte já cada médico dizia algo diferente do outro. Vamos buscar Justiça”, assinalou a nora.

Dona Maria das Graças era viúva, deixa 4 filhos e 10 netos.

https://youtu.be/Z4XduOkMk_I

Consumo recorde e insustentável no planeta

Materiais consumidos pela humanidade passam de 100 bilhões de toneladas anuais, mas só 8,6% são novamente aproveitados

A ciência do clima alerta que o aquecimento do planeta no século deve ficar limitado a 1,5 ou até 2 graus centígrados sobre as temperaturas pré-revolução industrial. Será o único modo de conter desastres naturais de proporções enormes. 

Mas grande parte dos cientistas acredita que este limite não será viável. Parte da saída será a reciclagem e o reuso de bilhões de toneladas de recursos utilizadas pela economia mundial. E hoje apenas um 8,6% das cerca de 100 bilhões de toneladas de materiais – incluindo minerais, metais, combustíveis fósseis e biomassa – são novamente aproveitáveis. Os dados são da Circle Economy, uma empresa social baseada em Amsterdã.

O relatório revela que os recursos que entraram na economia global aumentaram em 8.4% em dois anos – de 92.8 bilhões de toneladas em 2015 para 100.6 bilhões em 2017, último ano para o qual há dados disponíveis. A maior parte deles – 40% – foi para habitação, Outras categorias importantes incluem alimentos, saúde, comunicações e bens de consumo como roupas e móveis. E a taxa de reaproveitamento caiu 9,1%.

O trabalho, divulgado no final de janeiro, diz que 62% das emissões de gases de efeito estufa, excluindo uso da terra, são liberadas durante a extração, processamento e fabricação de bens. Para enfrentar a mudança do clima, as políticas governamentais até o momento focaram na adoção de energias renováveis, melhorando a eficiência energética e brecando o desflorestamento, afirma o documento, 

Não é o bastante. A quantidade de uso de materiais no mundo triplicou desde 1970, e pode dobrar até 2050 se outras ações não forem incluídas nestas políticas. Para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar “circulares”, ou seja, reusando produtos.

Jornais e papéis velhos em fábrica francesa que usa pasta de celulose para produzir isolamento térmico: relatório indica que, para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar circulares (Foto: Gaizca Iroz)/AFP)
Jornais e papéis velhos em fábrica francesa que usa pasta de celulose para produzir isolamento térmico: relatório indica que, para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar circulares (Foto: Gaizca Iroz)/AFP)

A tarefa é difícilEnvolve mudanças de hábitos de empresas e consumidores, e o convencimento dos países para que adotem as regulações adequadas. Isto, porém, pode ser feito.

Na Ásia, economias de rápido crescimento e urbanização estão fazendo grandes investimentos em construção e infraestrutura, oferecendo oportunidades de promoção de uma economia circular. No caso da Europa, diz o relatório, é preciso que os países maximizem as construções existentes para estender sua vida útil e impulsionar a eficiência energética, encontrando novos usos para os materiais.

Existem três estratégias amplas para a mudança para uma economia circular. O uso de produtos tem de ser mais racional, como por exemplo a partilha de carro ou a manutenção de veículos para que durem mais. A reciclagem e a redução do descarte de materiais são também chaves, assim como a utilização de materiais naturais e de baixo carbono em construção, como o uso de bambu e madeira em vez de cimento,

Os governos devem adotar taxações e planejamento de gastos que encorajem a economia circular, aumentando impostos sobre emissões e produção excessiva de lixo na produção, e os diminuindo no caso de mão-de-obra e inovação. Finalmente, devem ser abolidos incentivos financeiros ao uso em excesso de recursos naturais, como combustíveis fósseis.

Carolina Schmidt, ministra do meio ambiente do Chile, acredita que os relatórios de circularidade têm sido muito úteis, por revelarem a preocupante tendência dos anos passados: “São um alerta para todos os governos. Temos de usar todo tipo de políticas para catalisar uma transformação”, disse ela.

A maioria dos produtos não é planejado para o reuso e não há centros de reciclagem suficientes para reprocessar materiais ao fim de suas vidas úteis. As taxas de reciclagem estão melhorando e trazendo materiais de mais alta qualidade, mas isto está longe do ideal para alimentar o crescimento econômico com segurança. 

FONTE PROJETO COLABORA

Planeta casa vez mais insustentável

Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.

Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.

“Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021”, advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. “Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso”, lembrou. 

Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho.

Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima.

“Em vez de reconhecer isto como oportunidade para recomeçar, os governos estão ansiosos para voltar a fazer negócios como de costume. As emissões globais já estão voltando aos níveis pré-pandêmicos”, alertou Stephanie Feldstein, diretora de população e sustentabilidade do Centro de Diversidade Biológica (CBD, do nome em inglês), um grupo ambiental baseado nos Estados Unidos.

Em um e-mail para a DW, ela apontou que, apesar da menor movimentação no ano passado, os gases de efeito estufa diminuíram 6,4% em 2020 – uma queda substancial, que representa cerca de duas vezes as emissões anuais do Japão, mas não o suficiente para mudar a situação.

Infografik Earth Overshootday PT

“Perdemos oportunidades quando fundos de resgate foram dados a grandes poluidores climáticos, como a aviação e a indústria da carne, sem nenhuma exigência de recuperação verde”, disse Feldstein. “E continuamos a perder oportunidades todos os dias em que as autoridades se recusam a reconhecer as crises climáticas e de extinção como emergências – assim como a pandemia.” 

Como é estipulada a data

O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.

Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. De acordo com a Agência Internacional de Energia, as emissões de CO2 relacionadas à energia — particularmente combustíveis fósseis como o carvão — deverão crescer 4,8% este ano sobre os níveis de 2020.

Impulsionar a bioeconomia  

Feldstein, no entanto, vê algumas razões para ser otimista. “Os sinais mais esperançosos estão vindo de comunidades ao redor do mundo que estão levando a crise climática a sério, repensando o consumo e o crescimento, e integrando a equidade e a proteção ambiental em suas políticas”, salientou.  

Entre elas estão comunidades que buscam explorar a bioeconomia, trocando uma economia baseada em combustíveis fósseis por uma “de base biológica ou de base renovável”, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios da sociedade, conforme delineado em um relatório de dezembro de 2019 do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI).

Rocio Diaz-Chavez, vice-diretora do SEI África, em Nairóbi, no Quênia, e autora do relatório, disse que a mudança para uma bioeconomia pode ajudar a preservar os recursos naturais para as gerações futuras, enquanto trabalha para criar indústrias sustentáveis. Ela destacou grupos regionais, como a Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe, ou BioInnovate Africa, no Quênia, organizações que estão trabalhando para promover a bioeconomia e o desenvolvimento sustentável em suas regiões.

Diaz-Chavez disse à DW que a pandemia poderia ser a oportunidade para estas regiões explorarem alternativas à economia tradicional que “contribuiriam para a criação de empregos e melhorariam a subsistência, ao produzir alternativas aos produtos de combustíveis fósseis”. 

Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar

Um exemplo: reduzir a dependência do Sul Global de pesticidas e fertilizantes derivados de combustíveis fósseis importados do exterior em favor de biofertilizantes produzidos localmente. “Isto teria uma série de contribuições para a saúde humana e para o meio ambiente”, assinalou, acrescentando que esta mudança também poderia ajudar a desenvolver cadeias alternativas de fornecimento para outros produtos sustentáveis. 

Ela enfatizou, no entanto, que o desenvolvimento da bioeconomia depende da existência da infraestrutura necessária ou da melhoria das cadeias de abastecimento para apoiar e comercializar tais produtos, especialmente na África subsaariana.

Em busca de soluções 

A “ecologização” de nossas economias não é a única maneira de nos trazer de volta ao equilíbrio com a Terra. Em seu site, sob o lema #MoveTheDate (mude a data), a Global Footprint Network destaca outras formas de aproximar essa data de 31 de dezembro. 

Reflorestar uma área do tamanho da Índia, por exemplo, adiaria a data em oito dias, de acordo com a GFN. Reformas de edifícios e indústrias com tecnologias para economizar energia, como atualizações de sistemas, controles de conservação de água, sensores que controlam a iluminação com precisão, a temperatura e a qualidade do ar, atrasariam a data em 21 dias.

Infografik Overshoot Day Planeten PT

Os alimentos são outra área importante — segundo a GFN, metade da biocapacidade da Terra é usada apenas para nos manter alimentados. Mas muito desse alimento é perdido devido a ineficiências durante o processo de produção, ou desperdício. Estima-se que 30% a 40% dos alimentos nos EUA acabem em aterros sanitários a cada ano. 

Eliminando a perda e o desperdício de alimentos, reduzindo o consumo de carne e escolhendo alimentos cultivados com práticas agrícolas mais sustentáveis e menos dependentes de combustíveis fósseis, outro mês poderia ser adicionado à conta de biocapacidade da Terra. Mudar para dietas mais baseadas em vegetais, por exemplo, poderia ajudar a reduzir as emissões relacionadas aos alimentos em até 70% até 2050, de acordo com um recente relatório preliminar divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

“Enquanto precisamos fazer a transição da agricultura industrial como um todo, não podemos resolver este problema simplesmente ajustando a forma como os alimentos são produzidos — devemos mudar o que é produzido”, disse Feldstein, acrescentando que, enquanto os combustíveis fósseis são responsáveis por mais emissões em geral, a produção de carne e laticínios também é uma das principais causas da perda de habitats pelo mundo. “Os governos podem acelerar esta mudança, ao apoiar a agricultura e dietas baseadas em vegetais, e acabando com os subsídios para carne e laticínios”.

FONTE DW.COM

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