Proteção cai após três meses da segunda dose da Pfizer

Em todo o mundo, as campanhas de vacinação em grande escala estão ajudando a controlar a disseminação do vírus, mas infecções podem ocorrer devido a uma perda gradual de imunidade

Um artigo publicado na revista British Medical Journal (BMJ) constatou um aumento gradual no risco de infecção por covid-19 a partir de 90 dias após a segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech. O estudo foi realizado pelo Instituto de Pesquisas de Serviços de Saúde Leumit em Israel. O país foi um dos primeiros a lançar uma campanha de vacinação em grande escala, em dezembro do ano passado, mas que viu um ressurgimento de casos desde junho de 2021.

Os resultados, segundo os autores, confirmam que a vacina forneceu excelente proteção nas semanas iniciais após a aplicação, mas sugerem que a proteção diminui para algumas pessoas com o tempo.

Segundo os autores, em todo o mundo, as campanhas de vacinação em grande escala estão ajudando a controlar a disseminação do vírus, mas, mesmo em países com altas taxas de vacinação, infecções podem ocorrer, devido a uma perda gradual de imunidade. Examinar o tempo decorrido desde a vacinação e o risco do contágio pode fornecer pistas importantes sobre a necessidade de uma terceira dose e o momento ideal para isso.

Dados

Os pesquisadores examinaram os registros eletrônicos de saúde de 80.057 adultos (idade média de 44 anos) que receberam um teste de PCR pelo menos três semanas após a segunda injeção e não tinham evidência de infecção anterior por covid-19. Destes 80.057, 7.973 (9,6%) tiveram um resultado positivo. Essas pessoas foram, então, pareadas com controles negativos da mesma idade e grupo étnico que passaram pelo exame naquela semana.

A taxa de resultados positivos aumentou desde uma segunda dose. Por exemplo, em todas as faixas etárias, 1,3% dos participantes estavam infectados de 21 a 89 dias após uma segunda dose, percentual que aumentou para 2,4% após 90 a 119 dias; 4,6% entre 120 e 149 dias; 10,3% após 150-179 dias; chegando a 15,5% acima de 180 dias. Em comparação com os 90 dias iniciais após uma segunda dose, o aumento de risco de infecção em todas as faixas foi 2,37 vezes (90-119 dias); chegando a 2,82 a partir de seis meses.

Imunidade de rebanho é impossível com a delta, diz especialista

Desenvolvedor da vacina da AstraZeneca alerta que imunidade coletiva do coronavírus é um “mito”, já que imunizados continuam transmitindo a variante delta. “Quem não se vacinou em algum momento será infectado.”

O especialista Andrew Pollard, diretor do Centro de Vacinas da Universidade de Oxford, alertou diante de parlamentares britânicos que não vai ser possível se alcançar a chamada imunidade de rebanho para o coronavírus, devido à disseminação da variante delta.

Professor da universidade britânica, Pollard desenvolveu, junto com a imunologista Sarah Gilbert, a vacina contra a covid-19 da farmacêutica AstraZeneca.

Nesta terça-feira (10/08), ele afirmou a um comitê parlamentar em Londres que os programas de vacinação não devem se basear na ideia de se alcançar essa “imunidade coletiva”.

“Sabemos claramente que, com a atual variante do coronavírus, a delta, [o vírus] continuará a infectar as pessoas que foram vacinadas, e isso significa que qualquer pessoa que ainda não foi vacinada em algum momento se encontrará com o vírus”, disse o cientista.

Ele afirmou ainda que no futuro “pode ​​surgir uma variante que até seja mais transmissível entre as populações vacinadas” e que, portanto, “isso fornece ainda mais razões para não se projetar os programas de vacinação em torno da imunidade coletiva”.

Embora as vacinas existentes sejam muito eficazes na prevenção de quadros graves e morte em decorrência da covid-19, elas não impedem que uma pessoa totalmente vacinada seja infectada pelo coronavírus.

“Mito”

O conceito de imunidade de rebanho é baseado na obtenção de imunidade por uma grande maioria da população – seja por vacinação ou infecção – o que, por sua vez, fornece proteção indireta contra uma doença infecciosa para os não vacinados e aqueles que nunca foram infectados anteriormente.

Mas se as pessoas vacinadas podem, ainda assim, ser infectadas e transmitir o vírus, isso significa que não vão poder servir de escudo às pessoas não vacinadas, que acabarão sendo infectadas. Segundo Pollard, isso torna um “mito” a ideia de imunidade de rebanho para o coronavírus.

Pollard acredita que dentro de seis meses haverá no Reino Unido uma “fase de consolidação” na luta contra o vírus e que a covid-19 passará de uma “epidemia” a um mal “endêmico”.

O sistema nacional de saúde britânico NHS publicou na semana passada um relatório em que alerta que há indícios de que “os níveis do vírus nas pessoas vacinadas que estão infectadas com a delta podem ser semelhantes aos detectados em pessoas não vacinadas”, o que afeta a facilidade de transmissão do patógeno.

Entre cerca de 1.500 pacientes hospitalizados com a variante delta no Reino Unido desde 19 de julho, 55,1% não eram vacinados, enquanto 34,9% receberam a imunização completa, segundo o relatório.

FONTE DW.COM

Imunidade adquirida após covid-19 é de curta duração, afirma estudo

Pesquisa publicada nesta segunda-feira na Nature Medicine mostra pessoas infectadas pelo mesmo coronavírus 12 meses após a infecção inicial

Uma das questões-chave do coronavírus que permanece sem resposta é por quanto tempo dura a imunidade adquirida após a doença. Nesta segunda-feira (14), um estudo publicado na Nature Medicine alerta que a imunidade protetora contra a SARS-CoV-2 pode ser curta.

Para determinar isso, uma equipe de pesquisadores liderada por Lia van der Hoek, chefe do laboratório experimental de virologia da Universidade de Amsterdã (Holanda), analisou a imunidade em quatro cepas de coronavírus sazonais semelhantes ao SARS-CoV-2.

As quatro cepas (HCoV-NL63, HCoV-229E, HCoV-OC43 e HCoV-HKU1) causam infecções do trato respiratório e, de acordo com os autores do estudo, entender quais características compartilhadas esses coronavírus têm poderia ajudar a aprender mais sobre a SARS -CoV-2.

Para fazer o estudo, os autores examinaram 513 amostras de soro coletadas regularmente de dez homens adultos saudáveis ​​em Amsterdã desde 1980, ou seja, por mais de 35 anos.

Os autores mediram o aumento de anticorpos contra a proteína do nucleocapsídeo (abundante no coronavírus) para cada coronavírus sazonal e consideraram cada aumento de anticorpos como uma nova infecção.

De acordo com os resultados do estudo, cada paciente registrou entre 3 e 17 infecções por coronavírus em períodos de reinfecção entre 6 e 105 meses (8,7 anos), e que os indivíduos estudados foram infectados pelo mesmo coronavírus sazonal doze meses após o infecção inicial.

Os autores também descobriram que amostras de sangue coletadas na Holanda nos meses de junho, julho, agosto e setembro tiveram a menor taxa de infecções nos quatro coronavírus sazonais, indicando uma maior frequência de infecções de inverno no países temperados.

Os autores sugerem que o SARS-CoV-2 pode compartilhar o mesmo padrão após a pandemia.

Embora mais pesquisas com coortes maiores sejam necessárias, os autores acreditam que as reinfecções são comuns em todos os quatro coronavírus sazonais, sugerindo que pode ser uma característica comum a todos os coronavírus humanos, incluindo SARS-CoV-2.

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