“Lama invisível” de barragem destruiu projetos de vida em cidade de MG

Moradores temem tragédia como a que aconteceu em Brumadinho

Interior de Minas Gerais. Canções de música clássica tocadas sem plateia. O eco das sirenes e a orientação de que se deve deixar as casas para trás, trancando portas e fechando janelas. O helicóptero em sobrevoo. A instrução de que é preciso ter calma nesse tipo de situação. A denominação “Zona de Autossalvamento”.

Parece um conto de realismo fantástico, mas se trata de uma simulação feita pela mineradora ArcelorMittal, sob a coordenação da Defesa Civil, no município de Itatiaiuçu, onde fica a Mina de Serra Azul. O objetivo do treinamento é orientar a população sobre como agir no caso de uma evacuação de emergência causada pelo eventual rompimento da barragem.

Em Itatiaiuçu, barragem Serra Azul. A estrutura pertence à mineradora ArcelorMittal.
Barragem da Mina Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG), está em processo de descaracterização – Reprodução Google Maps/Direitos reservados

Por conta dos riscos envolvendo a barragem, que está em processo de descaracterização (retirada de todo o rejeito de seu interior), moradores das comunidades de Pinheiros, Samambaia, Curtume, Quintas do Itatiaia, Lagoa das Flores, Retiro Colonial, Capoeira de Dentro e Vieiras tiveram a rotina alterada. Das cerca de 13 mil pessoas que vivem no município, 2 mil podem ser consideradas atingidas pela barragem, que foi construída em 1987.

Uma das pessoas afetadas pelo empreendimento é Luzia Soares de Souza, mulher negra que integra, ao lado de outros 14 membros, a comissão que defende os direitos dos habitantes da região. Ela ainda tenta conseguir selar um acordo que repare as perdas que teve por causa da Mina de Serra Azul.

Em março de 2022, a Agência Nacional de Mineração (ANM) mudou a classificação da barragem, de 2 para 3, em uma escala que varia de 1 a 3. O nível 3 indica que a ruptura da estrutura é iminente ou já está ocorrendo, embora a ArcelorMittal negue a aplicação que a Mina de Serra Azul esteja nessas condições.

A situação das famílias se complicou cerca de três anos antes, em 8 de fevereiro de 2019, quando a ArcelorMittal começou a retirar moradores da comunidade de Pinheiros que se encontravam na chamada Zona de Autossalvamento (ZAS) da Mina de Serra Azul. A providência foi necessária em decorrência do acionamento do Plano de Ação de Emergência (PAEBM) da barragem da Mina Serra Azul, que teve seu nível de emergência elevado para 2. Naquela fase, 56 famílias mudaram de endereço e foram morar em casas alugadas pela empresa.

O que a ArcelorMittal se comprometeu a fazer para tentar barrar a lama de rejeito de minérios foi construir uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ). A obra foi iniciada em 2022 e deve ser terminada somente em 2025. Até lá, moradores da região vivem com o temor de que aconteça um desastre como o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, ocorrido na cidade de Brumadinho, também em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro de 2019.

Quinze dias após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, 90 famílias de Pinheiros, Lagoa das Flores e Vieiras tiveram de ser retiradas de suas casas.

Barragem da Mina Serra Azul afetou relações familiares e de amizade, conta Luzia Soares de Souza –  Luzia Soares de Souza/Divulgação

Em entrevista à Agência Brasil, Luzia Soares de Souza contou por que escolheu a localidade para criar a filha.  Para ela, atendia ao critério de tranquilidade que buscava.

A barragem, no entanto, corroeu amizades e laços familiares. No caso de Luzia, o elo com seus irmãos foi cortado, pois eles, com receio de a barragem romper-se a qualquer hora, deixaram de visitá-la. O mesmo ocorreu com amigos que tinham pais idosos e que correriam risco se estivessem presentes no momento de uma eventual tragédia, pois, diante das dificuldades de locomoção, talvez não sobreviveriam. Várias pessoas com as quais Luzia convivia se mudaram para a capital mineira ou municípios como Betim e Contagem.

“A minha filha, que estava morando comigo, foi embora, com medo. E eu, no primeiro ato, fiquei meio perdida, porque a ficha demorou para cair. Quando caiu, eu iniciei o tratamento para depressão, comecei a me dar conta de que eu não comia direito, não dormia mais direto. Fiquei uns quatro meses fora de lá e voltei. Fechava os olhos e via a cena de Brumadinho acontecendo, porque lá não tinha propensão nenhuma de a barragem romper e rompeu”, diz ela.

O integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Pablo Dias explica que o perfil dos moradores da região é heterogêneo. Havia pessoas que tinham sítios e passavam neles temporadas, mas há também um número significativo de idosos que decidiram passar ali um período de maior serenidade nessa delicada fase da vida, com a aposentadoria.

Segundo Dias, uma das manobras usadas pela mineradora é considerar os imóveis como parcialmente atingidos, quando a empresa acha brecha para sustentar que somente o acesso a ele foi prejudicado.

“Há aqueles danos que não são individuais. Por exemplo, o agravamento da saúde das famílias sobrecarrega o SUS [Sistema Único de Saúde], os atendimentos psiquiátricos e psicológicos da região. Atingidos que já estão em sofrimento não conseguem ter o atendimento necessário por conta disso”, afirma o integrante do MAB.

“Outra questão é essa perda de perspectiva de vida. Desde que acionou o plano de emergência, a vida das pessoas está em suspenso. As pessoas não sabem se investem dinheiro para construir a casa ali ou não, pois não sabem como vai ser a retomada da vida. Não sabem o que vai acontecer com a comunidade. O pessoal costuma falar: ‘essa lama invisível destruiu nossos projetos de vida'”, completa Pablo Dias.

Imóveis perdidos

Como aponta Luzia, uma das características que marcam as relações entre os membros da comunidade local é a informalidade nos tratos firmados, já que muitas negociações sempre foram marcadas pela confiança. Isso acabou representando um empecilho ao reconhecimento da condição de atingidos para muitas pessoas, pois, na hora de comprovarem vínculos como os existentes entre inquilinos e proprietários de imóveis, a coisa se torna difícil.

“É uma comunidade em que as pessoas alugam para outras e falam: ‘não, é tanto, no final do mês, você me paga, não se preocupe com o recibo’. Tem algumas áreas que não têm luz, algumas que têm luz, mas não têm água. O documento é do dono do imóvel e as contas estão no nome dele. É essa coisa de interior, em que um confia no outro. A ArcelorMittal quer que você tenha um contrato de aluguel, uma conta de água, de luz. E já ouviu falar de casa cedida, que um dá para o outro, deixando para cuidar, tomando conta, na confiança de não ter usucapião, nada? Tem muito isso também”, ressalta a líder.

O imóvel em que Luzia vive foi cedido a ela e já foi anunciado para venda. Como aconteceu com outras casas, nenhum interessado em fazer negócio surgiu. Luzia calcula que alguns imóveis tenham perdido 70% de seu valor de mercado.

O MAB chama a atenção para outras táticas da ArcelorMittal para não reconhecer a condição de atingidos dos habitantes do município. Uma delas é reconhecer somente uma das pessoas que formam um casal, mesmo quando há documentos comprobatórios, como uma certidão de casamento.

Argila tóxica?

Na opinião de Luzia, o desprezo da companhia pelos atingidos alcançou outro patamar quando a empresa ofertou um curso de cerâmica no qual disponibilizou argila feita de rejeitos da barragem. “O pessoal estava modelando argila para fazer as peças. Aí, uma pessoa que estava participando teve alergia e o curso parou. Fomos perguntar por que teve alergia. Ela [alguém relacionado à organização do curso] não sabia o que dizer, mas disse que estava fazendo com rejeito da mineração. A gente pediu para o Ministério Público fiscalizar o que estava acontecendo, porque pode ser que não seja o rejeito, mas tem 90% de [chances de] ser”, diz a moradora, explicando que o laudo ainda não foi finalizado e que o curso não foi retomado.

“A gente achou isso uma falta de respeito aos atingidos, porque a lama que pode derramar nas nossas casas e acabar com a nossa vida é a mesma com que a gente deve trabalhar [manusear, no curso]”, desabafa.

Para ela, a sensação que a ArcelorMittal tenta consolidar é a que está fazendo um favor aos habitantes da comunidade. “É como se os moradores tivessem atingido a mineradora, não o contrário”, resume.

Medidas

Em 19 de junho de 2023, a ArcelorMittal e a Comissão de Pessoas Atingidas de Itatiaiuçu assinaram um termo de acordo preliminar (TAP) para tentar garantir a reparação dos direitos difusos e coletivos das famílias atingidas pela elevação, em 2019, do nível de emergência da barragem Serra Azul. O TAP foi assinado também pelo Ministério Público de Minas Gerais, o Ministério Público Federal (MPF) e a prefeitura de Itatiaiuçu.

O acordo previa recursos de R$ 440 milhões da ArcelorMittal para a reparação dos danos transindividuais causados pelo risco de rompimento da barragem. Além do montante, o TAP estabeleceu que as vítimas continuariam tendo direito a uma assessoria técnica independente, além do serviço de auditoria financeira externa. A assessoria deve beneficiar as 655 famílias já cadastradas e outras 540 que foram incluídas no acordo.

De acordo com o MAB, o termo de acordo complementar (TAC) que irá ampliar os direitos dos atingidos e que está sendo construído entre o Ministério Público e a empresa já reúne 65 propostas. Todas foram construídas em conjunto com as vítimas.

Riscos a trabalhadores

O Ministério Público do Trabalho (MPT) chegou a intervir nas atividades da ArcelorMittal, por entender que a circulação de funcionários da companhia na área da Mina de Serra Azul demandava mais cuidados. Em novembro de 2023, foi firmado um acordo judicial entre o órgão e a mineradora, para obrigá-la a incorporar medidas de segurança de empregados próprios e/ou terceirizados que, eventualmente, prestarem serviços no local e na sua respectiva Zona de Autossalvamento (ZAS), incluindo as atividades de construção da Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ).

“A ArcelorMittal deverá pagar, ainda, a importância líquida de R$ 10 milhões, a serem revertidos, na forma da Resolução 179/2020 do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho (CSMPT), à promoção de saúde e segurança no ambiente de trabalho e prevenção de acidentes, apoio a órgãos/instituições ou programas/projetos públicos ou privados, que tenham objetivos filantrópicos, culturais, educacionais, científicos, de assistência social ou de desenvolvimento e melhoria das condições de trabalho”, determinou, paralelamente, a procuradora Adriana Augusta Souza.

Outro lado

Na estrutura do Grupo ArcelorMittal, a ArcelorMittal Brasil atua no ramo de produção de aço e é um dos principais nomes da mineração de todo o mundo. Em 2022, sua receita líquida consolidada foi de R$ 71,6 bilhões.

A ArcelorMittal mantém no ar uma página para divulgar informes sobre a Mina de Serra Azul. Na seção, destaca aspectos como o funcionamento de “indicadores que monitoram a barragem 24 horas por dia, sete dias da semana” e que “nenhuma imobiliária ou corretor imobiliário estão autorizados a fazer contato com moradores para tratar de assuntos relativos à compra e venda de imóveis”.

Em resposta à Agência Brasil, a companhia afirmou, em nota, que “está comprometida com a justa reparação social, individual e coletiva aos danos causados pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da Mina de Serra Azul” e que tem cumprido todas as obrigações estabelecidas no Termo de Acordo Complementar 1 (TAC1).

A empresa confirmou que o reconhecimento da condição de atingido depende da “apresentação de provas” e que a principal delas é o comprovante de residência. “Nas negociações individuais, das 58 famílias que foram realocadas provisoriamente em imóveis alugados pela empresa, 41 já mudaram para suas residências definitivas”, pontuou.

Perguntada sobre a argila do curso de cerâmica, a companhia respondeu que o material não representava risco à saúde. “O rejeito foi objeto de estudos prévios que confirmaram a inexistência de riscos, sendo utilizado como elemento diferenciador do produto final. Não há contato direto com a pele dos alunos, já que são fornecidos EPIs [equipamentos de proteção individual], sendo uma escolha dos alunos trabalhar com massa com ou sem rejeito em sua composição”, argumentou.

“A empresa está construindo a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), que será uma grande estrutura capaz de reter todo o rejeito no caso de um eventual rompimento da barragem. A conclusão da ECJ, prevista para setembro de 2025, permitirá o início dos trabalhos de descaracterização da barragem, que será a retirada de todo o material em seu interior e o desmonte da estrutura. A construção da ECJ não causou quaisquer danos às casas dos moradores, tampouco ruído acima dos limites legais, fatos demonstrados por laudos técnicos submetidos às autoridades”, acrescentou na nota.

Governo federal

Em nota, a Agência Nacional de Mineração (ANM), que divulga um relatório anual sobre a segurança das barragens, informou à reportagem da Agência Brasil que a barragem, “que vinha sendo reportada com solução de engenharia já finalizada, possui versão preliminar do projeto executivo elaborado com o conhecimento pré-existente da estrutura, conforme verificado em fiscalização in loco recente pela agência”. De acordo com o órgão, as fases de projeto da descaracterização e a execução das obras terão continuidade quando os funcionários puderem trabalhar com segurança.

A ANM ainda destacou que poderá fazer uma nova avaliação das soluções propostas pela empresa à medida que as etapas da ECJ forem cumpridas. A Agência Brasil também entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia, que não deu retorno até o fechamento desta reportagem.

 

FONTE AGÊNCIA BRASIL

Cinco anos após tragédia de Brumadinho, rio Paraopeba segue com água poluída por lama da Vale

OUTRO LADO: Empresa diz que qualidade é semelhante à verificada antes do rompimento de barragem, sobretudo quando não há chuva

Ediléia Aparecida de Oliveira, 45, tinha o rio Paraopeba como fonte do sustento de sua família. Pescadora, filha de pescadores e, agora, com cinco filhos pescadores, viu a tradição da família ficar em risco com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), há cinco anos, em 25 de janeiro de 2019.

A pescadora mora em Abaeté, na região central de Minas Gerais, um dos 26 municípios sob influência do Paraopeba considerados oficialmente como impactados pelo colapso da represa da mineradora.

Rio Paraopeba, em trecho perto do quilombo Pontinha, em Minas Gerais, em foto de 2021 – Eduardo Anizelli – 20.jan.2021/Folhapress

Ediléia continua subindo em seu bote para seguir no ofício, mas enche os olhos ao contar o que presencia no meio do rio. “O peixe, mesmo vivo, está fedendo”, diz.

A família de Ediléia —o marido também é pescador— retirava R$ 3.000 mensais com a pesca antes do rompimento da barragem. “Hoje não chega a R$ 600”, relata.

A pescadora Ediléia Aparecida de Oliveira, 45, moradora de Abaeté (MG), que conta passar por dificuldades financeiras por conta da poluição no rio Paraopeba após rompimento da barragem da Vale em Brumadinho – Leonardo Augusto/Folhapres

Uma portaria do governo do estado publicada em 28 de fevereiro de 2019, em vigor até hoje, recomenda que a água do rio Paraopeba não seja utilizada seja qual for o fim —uso humano, animal, pesca, irrigação ou banho.

A Vale, por sua vez, afirma que mais de 6,7 milhões de resultados indicam que a qualidade das águas do Paraopeba hoje é semelhante à verificada antes do rompimento, “sobretudo em períodos secos”.

A empresa diz ainda, em nota, que o plano fechado para recuperação da bacia do Paraopeba prevê aporte “em valor estimado em R$ 5 bilhões”, custeado pela mineradora, e com acompanhamento de órgãos competentes e auditorias ambientais.

Segundo a pescadora, com os problemas que os peixes aparentam ter, os compradores do produto na região para revenda, os chamados “peixeiros”, desapareceram. “Se querem, é por um preço muito baixo”, afirma.

Levantamento feito pelo Instituto Guaicuy, uma das assessorias técnicas responsáveis pelo acompanhamento dos impactos do rompimento da barragem de Brumadinho no meio ambiente, identificou metais pesados como arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio em peixes em pontos ainda mais a jusante, em Felixlândia (MG), também na região central do estado, a 223 km de Brumadinho.

O instituto é responsável pelo acompanhamento das condições ambientais pós-tragédia na região mais distante de Brumadinho, no baixo Paraopeba, onde o curso d’água se encontra com a represa de Três Marias.

Além de Abaeté e Felixlândia, também estão nesta região municípios como Curvelo e Pompéu.

Segundo o levantamento, que tomou por base amostras de 1.605 peixes, até 56% dos exemplares, dependendo da região, apresentaram resultado positivo para metais pesados em índices superiores aos admitidos para ingestão humana.

Entre os peixes analisados estavam espécies comumente utilizadas para consumo humano como traíra e piau. O levantamento foi concluído pelo Instituto Guaicuy em 2022, mas até hoje moradores, pescadores e peixeiros não têm certeza de como proceder.

“O que a gente mais ouve da população é ‘posso pescar?’, ‘posso comer peixe’?, ‘posso nadar no rio?'”, diz o diretor do instituto Guaicuy, Marcus Vinícius Polignano, que participou de encontro com atingidos nesta quarta (24) em Belo Horizonte, no qual esteve também a pescadora Ediléia.

“Falta informação para a população”, acrescenta o diretor.

Polignano afirma que outros levantamentos poderiam ter sido feitos pelo instituto nos últimos anos, mas houve corte de recursos para as assessorias técnicas que trabalham diretamente com os atingidos.

A Semad (Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais), responsável pelo Igam (Instituto Mineiro das Águas), afirma que segue em vigor a recomendação publicada em 28 de fevereiro de 2019 de não utilização da água bruta do Paraopeba para qualquer fim, como medida preventiva.

A recomendação vale para todo o curso do rio entre Brumadinho e a hidrelétrica de Retiro Baixo, ao norte de Pompéu, próximo à barragem de Três Marias, município que está 60 km a oeste da cidade de Abaeté, da pescadora Ediléia. Os dois municípios fazem divisa.

A pasta diz ainda que realiza monitoramento emergencial mensal em 14 pontos da bacia do Paraopeba.

FONTE FOLHA DE SÃO PAULO

Bombeiros resgatam boi atolado em brejo

No final da tarde dessa segunda-feira, dia 15, bombeiros de Barbacena realizaram o salvamento de um boi que estava atolado num brejo localizado na Rua José Alves Vieira, Bairro São Cristóvão.

O proprietário do animal visualizou que o mesmo não conseguia se locomover e tinha a lama alcançando a altura do pescoço. Tratava-se de um boi adulto, de grande porte e, por esse motivo, foi necessária uma equipe de 4 bombeiros para retirar o animal do terreno alagadiço. O boi não conseguia sequer se movimentar e estava em risco de morte.

Os militares, utilizando Equipamento de Proteção Individual (EPI), cordas e uma TIFOR, fizeram a amarração da cabeça e das patas dianteiras do animal e, com técnicas de salvamento terrestre apropriadas, realizaram a sua retirada. Após os trabalhos, o boi, aparentemente, sem ferimentos, porém com tremores de fraqueza, ficou sob a guarda e os cuidados do seu dono.

Equipe que atendeu a ocorrência: Sargento Edson Silva, Cabo Paolo, Cabo Damião e Soldado Rufino

Bombeiro, o amigo certo nas horas incertas

193 – Esse número salva vidas

Arrasada por mais uma enchente, Jeceaba (MG) inicia sua construção

Depois de 5 dias de intensas chuvas, a população respira um pouco mais aliviada já que o Rio Camapuã voltou a sua calha. Aos poucos, os moradores retomam a normalidade de suas vidas.
A agora é reconstruir a cidade e a prefeitura já iniciou uma força tarefa para limpeza das casas e ruas atingidas pelas enchentes. E é muita lama e barro pela cidade. Ainda há poucas ruas alagadas mas com sol estarão liberadas para trânsito.
Foram mais de 300 desalojados que estão em abrigos aguardando o retorno as suas casas. Ao longo dos últimos dias, a cidade foi totalmente sem acesso.

Solidariedade

Desde o início das enchentes a prefeitura se organizou para amenizar os impactos a atender os atingidos ou que ficaram ilhados em suas residências. Todo o suporte foi oferecido aos moradores inclusive alimentação e apoio da Assistência Social.

Muitas doações têm chegado para estas pessoas e, no intuito de garantir que esses recursos sejam recebidos por quem realmente precisa, a prefeitura organizou um ponto de coleta e locais de apoio para cadastrar a população atingida e um número de telefone foi amplamente divulgado para que as pessoas que precisam fossem devidamente registradas e recebessem as doações e o apoio social necessário.

Muitos funcionários e voluntários vêm trabalhando incessantemente para atender a todos as solicitações e demandas surgidas. A distribuição de doações e apoio da prefeitura serão feitos de acordo com o cadastro das pessoas atingidas feito pela Assistência Social do Município.

“Nossos sinceros agradecimentos aos servidores, voluntários, bombeiros, polícia militar, polícia civil e a todas as pessoas do Município e da região que fizeram e ainda estão realizando campanhas com o único intuito de ajudar as famílias desabrigadas”, disse o Prefeito Zezé do Cristianinho (PDT). “Agora vamos reconstruir nossa cidade”, finalizou.

Barro e lama tomam conta de ruas do Sion

Ruas do Sion foram tomadas pelo barro

Falta de planejamento e investimentos deixam moradores da rua Gê Dentista, no bairro Sion em Conselheiro Lafaiete situação difícil. As chuvas que caíram durante esta semana mostraram o que poderá acontecer em diversas vias neste período. Algumas ruas ficaram intransitáveis para veículos e pedestres.

Os moradores cobram manutenção imediata. “Um descaso com nós moradores da rua que pagamos os nossos impostos em dia e não vemos retorno algum em nosso benefício” disse uma dona de casa indignada com o lamaçal da rua. “As nossas crianças não tem nem como sair de casa para irem à escola” lamentou um moradora.

Sem qualquer infraestrutura e compromete a vida dos moradores. Fica registrada a queixa dos moradores para apreciação da Secretaria de Obras do Municipal.

Lafaietense é identificado como mais uma vítima do mar de lama da Vale

O Instituto Médico Legal (IML) identificou mais uma vítima da catástrofe de Brumadinho, na Grande BH, nesta sexta-feira (29). Trata-se de Pedro Bernardino de Sena, natural de Conselheiro Lafaiete, Com isso, o número de corpos com nome e sobrenome subiu para 217.

Ainda não há número oficial de desaparecidos.No dia do rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, Pedro prestava serviços para a Reframax, empresa terceirizada pela Vale. Ele exercia a função de supervisor na companhia, que prestava serviços de construção civil e montagem eletromecânica na barragem.

Pedro trabalhava na adequação do Sistema de Proteção de Combate a Incêndio (SPCI) da represa ao lado de 58 colegas. Desses, 28, além da vítima identificada hoje, morreram em Brumadinho. Outros 22 foram encontrados com vida, segundo a Reframax.

O llafaietense, Pedro de Sena, foi mais uma vítima da Vale

De acordo com a terceirizada, “uma empresa especializada em assistência psicológica está acompanhando e prestando todo suporte necessário aos colaboradores sobreviventes e às famílias das vítimas”.O corpo de Pedro aguarda pela retirada da família. Ele deve ser enterrado em Lafaiete ainda neste sábado.

Mortos na região

A tragédia da Vale deixou ao menos 10 vítimas na região. O maquinista Anderson Sthica, Gustavo Souza Júnior, Felipe José de Oliveira Almeida, Pedro de Sena e Edson Rodrigues dos Santos, todos oriundos ou com ligação com Lafaiete.

De Congonhas foram contabilizados 3 mortos: Jonatas Limas Nascimento,  Josiane Santos e Rodney Oliveira. De Barbacena, Wanderson  Oliveira Valeriano. O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, estava na lista dos funcionários da Vale encontrados.

Desaparecidos

Um desaparecido ainda permanece sem identificação: Luiz Carlos da Silva Reis, de Congonhas.

Leia mais:

Mar de Lama da Vale: região contabiliza 9 mortos e 2 ainda estão desaparecidos

 

Lama, buraco e lixo: Lafaiete se afoga na própria falta de planejamento e chuvas são retrato do abandono

chuvas-2016-lafaiete-13
No Bairro Carijós rua ficou alagada e quase inundou sede da Amalpa/CORREIO DE MINAS

A cidade de Conselheiro Lafaiete acordou hoje em contabilizando não prejuízos das chuvas que inundaram diversos pontos ontem a noite, mas contando as mazelas da falta de planejamento urbano de um crescimento desorganizado com ocupações irregulares.

chuvas-2016-lafaiete-1
Lixo espalhado pela ruas mostra que população também é culpada pelas enchentes/CORREIO DE MINAS

Ontem à noite, dia 14, novamente a cidade foi o retrato de inundações e alagamentos em diversos pontos, principalmente na região por onde o rio Bananeiras corta a cidade. Os bairros Carijós e São Sebastião foram atingidos com ruas e casas alagadas.

chuvas-2016-lafaiete-20
Comerciante limpa estabelecimento inundado pelas águas/CORREIO DE MINAS

A Avenida Telésforo Cândido de Resende, nas proximidades da praça Getúlio Vargas e início da rua Dias de Souza as chuvas encheram as ruas.

chuvas-2016-lafaiete-4
Gagé ficou inundada pela chuvas/CORREIO DE MINAS

Nossa reportagem percorreu agora pela manhã parte baixa cidade. A situação é de lama e lixo espalhado.

A situação se repete ano a ano sem uma solução. È chover que Lafaiete vira um caos.

 

chuvas-2016-lafaiete-10
Buracos demonstram o abandono da cidade e moradores usam material de construção para tampá-los/CORREIO DE MINAS

Veja o vídeo

Galeria de fotos: 

[Best_Wordpress_Gallery id=”58″ gal_title=”Enchente 2016 Lafaiete”]

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.