Vereador Sandro José questiona Vale sobre retirada de alunos, cobra laudo e explicações; ele defendeu que imóvel seja tombado e mantido sob a guarda da comunidade

Repercutiu ontem (10) na Câmara de Lafaiete a suspensão das atividades na Escola Meridional, em Lafaiete, em função de laudos das Vale que apontam risco de um possível desmoronamento de uma pilha de estéril na mina da manganês. O educandário, com mais de 105 anos, está pouco abaixo do aterro de rejeitos.
Incisivo e provocativo, o Vereador Sandro José (PSDB) levantou alguns questionamentos que remetem a trajetória da empresa em relação à escola. “Minha desconfiança com esta história vem de tempos atrás quando a Vale já desejava de volta a área da escola, mas não esperava uma reação da comunidade e desistiu de sua intenção”, contou.

Vereador Sandro / CORREIO DE MINAS

Sandro desconfiou ao que chamou de “excesso de boa vontade” da Vale. “A gente percebe que em Lafaiete a mineradora age de maneira que gera uma desconfiança, já que ela até então não se portava com este excesso de zelo, boa vontade e mesmo de prevenção. Isso deixa a gente com uma pulga atrás da orelha em sua intenção. Claro, ao sair, independente dos laudos, os alunos não mais retornarão a escola”, assinalou.
O vereador também levanta a forma como foi divulgada a suspensão das aulas em pleno de final de semana, quando não haveria mobilização ou discussão. “A divulgação deveria ser feita com acordo com a comunidade, de forma aberta, com os laudos técnicos e não dentro de 4 paredes. A comunidade apenas foi comunicada sem qualquer discussão participativa e até mesmo distante do Ministério Público. Ao anunciar os riscos já trouxeram toda a solução com alocação, transporte e construção de uma nova escola. Isso me intriga a muitos moradores que convivem com a prática da empresa que até então não pautava com este comportamento”, afirmou.
Sandro também questionou que a Vale além da retirada há tempos atrás dos alunos, a venda da mina de manganês. “Foi noticiada, nos jornais especializados em economia do Brasil, no ano passado, a venda pela Vale de unidades de manganês, inclusive Morro da Mina. Então isso é um quebra-cabeça que estamos montando para elucidar os fatos e discutirmos em outro patamar esta situação. Não podemos assistir passivos a esta situação. Há sim algo por trás desta retirada e tudo se confirma que a empresa será a principal beneficiada. Aguardemos os fatos e estamos mobilizados juntamente com os moradores. Se a empresa está tão interessada que ela transforme a antiga escola em um prédio para a comunidade através de uma tombamento para a sua preservação. Este prédio faz parte da história dos moradores do Morro da Mina”, concluiu.

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Prefeitura exige novos laudos de estabilidade de barragens da CSN, VALE, Ferrous e Gerdau; Movimento dos moradores do Residencial faz cobranças ao prefeito Zelinho e a CSN

Movimento dos moradores do Residencial cobram propostas do prefeito Zelinho e da CSN/Reprodução

A coordenação do Movimento dos Moradores do Residencial, em Congonhas, dois dias após assembleia que lotou a comunidade, entregou ao Prefeito Zelinho (PSDB) um documento em que cobra uma ação concreta em favor do bairro.

A reunião aconteceu na prefeitura e contou com a presença do Presidente da Câmara, o vereador Igor Souza (PTB).

Dias antes do encontro com o gestor municipal, o movimento foi até a sede da CSN para entregar uma pauta de reivindicações entre as quais a suspensão das atividades da barragem.  Agora os moradores aguardam uma posição da mineradora.

Cerco

O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Neilor Aarão, divulgou nota em que a Prefeitura de Congonhas, determinou como medida preventiva, que as empresas CSN, Ferrous, Gerdau e Vale, façam a revisitação de todos os protocolos de segurança nas barragens localizadas em Congonhas, devendo dar ciência das condições e conformidades não somente aos órgão municipais  e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, à ANM (Agência Nacional de Mineração) e ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, em até 30 dias, sendo interpretada a ausência de resposta como recusa, implicando em multa diária de R$2.000 UPMC.

 

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