Belo Vale: Guarda de Moçambique se apresenta na histórica Fazenda Boa Esperança

Festividades de Nossa Senhora do Rosário começam neste domingo (17/9) com louvor à Santa Efigênia

Mantendo uma tradição centenária, a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale tem um grande orgulho de fazer parte do movimento de valorização da cultura afro-brasileira e por poder expressar a fé através de danças e música.

Neste ano, as festividades da guarda mudam um pouco o roteiro. Elas começam domingo (17/9) na Fazenda Boa Esperança com devoção à Santa Efigênia e se estendem nos dias 5 e 7 para a cidade, comemorando, respectivamente, o culto a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

“Essa é uma tradição desde 1950. É o primeiro ano que nos apresentamos na fazenda (durante a festa) e estamos felizes com o convite”, afirma Ademir Fernandes Gonçalves Dias, 2º secretário e zelador da Associação Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale.

A festa de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale acontece tradicionalmente no segundo domingo de outubro, com o dia da santa comemorado no dia 7 e o ápice do evento religioso no dia 9. O louvor à Santa Efigênia abre festividades na comunidade de Belo Vale.

Paramentados com o uniforme branco e azul, e levando os instrumentos típicos como caixa, patangomes, cunhas e bastão, eles mostram seus cânticos de devoção, danças e toques característicos. O cortejo contará com tocadores, capitão, reis e rainhas, segundo Dias.

A apresentação promete encher de energia e musicalidade a Fazenda Boa Esperança, hoje sob gestão da APPA Arte e Cultura, em termo de parceria firmado com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

História

O Reinado de Nossa Senhora do Rosário, ou congado, constitui-se numa importante expressão da religiosidade e da cultura afro-brasileira presentes em Minas Gerais. Consiste num ciclo anual de homenagens à Nossa Senhora do Rosário que envolve a realização de novenas, o levantamento de mastros, procissões, cortejos, coroações de reis e rainhas, cumprimento de promessas, cantos, danças, banquetes coletivos e a entrega de coroas.

O congado possui origem luso-afro-brasileira, uma vez que o catolicismo português ofereceu a devoção a Nossa Senhora do Rosário, a Igreja Católica reforçou essa crença, e os negros deram forma ao culto e à festa por meio de elementos africanos. A devoção à  santa se deu ainda na África, com o processo de conversão da elite congolesa ao cristianismo. Em Minas Gerais, o culto à santa foi difundido desde o início da colonização.

Nas irmandades, os negros realizavam rituais africanos como a coroação de reis e rainhas, além de tocar seus instrumentos de percussão, cantar e dançar. Os rituais africanos de eleição de reis e rainhas foram comuns no Brasil durante o período colonial. Hoje, reis e rainhas congos estão presentes nos rituais dos reinados de Nossa Senhora do Rosário, representando as nações negras africanas, sendo eles os que presidem ritos e celebrações.

  • Crédito Tambores: Romeu Matias/Divulgação
  • Crédito Moçambique: Acervo da Associação Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale/Divulgação

Mineiridade: Conheça 8 manifestações culturais de Minas Gerais

Saiba mais sobre práticas culturais, danças e festividades tradicionais típicas de Minas Gerais.

Minas Gerais é repleto de cultura, seja em qual canto você for. Por isso hoje separamos 8 manifestações culturais que estão presente em Minas Gerais e que colorem, alegram e enriquecem a nossa história.

1. Congado

O Congado é marcado pela presença de coresinstrumentosalegriadançacultura . A festividade se espalha por todo país, ganhando singularidades em cada local que passa. Em Minas Gerais é a devoção à Nossa Senhora do Rosário que prevalece.

A mistura dos elementos da cultura africana com a religião católica, é o centro da formação do Congado, ou Congada. A festividade envolve o levantamento de mastrocoroação, e instrumentos musicais que juntos ao canto dão ritmo ao ritual.

Minas reúne a maior concentração de congadeiros do país, segundo a Federação dos Congados do Estado, mantendo viva a tradição passada de geração em geração. Existem diversos grupos, ou ternos, e dentre eles, MoçambiqueMarujadaVilão e Catopés são os principais.

O Congado é uma manifestação religiosa que resiste com o tempo, reafirmando a importância da cultura africana na nossa formação.

2. Folia de Reis

A Folia de Reis, ou Reisada, é uma festa da tradição cristã. Na história bíblica os três reis magos, Gaspar, Melchior e Baltazar, viajam seguindo a estrela de Belém até encontrar Jesus para presenteá-lo.

A Folia de Reis conta com 12 dias de celebração, indo desde 24 de dezembro, véspera do nascimento de Jesus, até 6 de janeiro, o dia de Reis. A festividade tem origens na Europa, mas já se instalou com raízes fortes no Brasil.

Na tradição o grupo de folia desfila pela cidade sempre com uma bandeira a frente para identificação do grupo. Cada grupo conta com a presença de um mestre, os três Reis Magos, os palhaços, os alfeires e os foliões.

Foto: Personagens da Folia de Reis.

A Folia de Reis é muito forte e presente em Minas Gerais e no ano de 2017 foi declarado como Patrimônio Imaterial do Estado.

3. Quadrilha

A Quadrilha ocorre geralmente entre os meses de junho e julho, e já é popularizada por todo o Brasil, e acontece até em outros países. A Quadrilha foi trazida pelos portugueses e continua presente na cultura brasileira até os dias atuais.

É uma festa muito popular que acabou caindo no gosto dos brasileiros, afinal quem não ama as comidas típicas dessa época do ano, as roupas, a imensidão de cores vibrantes das bandeirinhas, e claro as danças maravilhosas!

A quadrilha é um estilo de dança entre casais, tradicional nas festas juninas.

Foto: Arraial de Belo Horizonte.

Combinando com o estilo caipira, a quadrilha é um sucesso em Minas Gerais, indo desde pequenas festas locais até grandes arraias.

4. Cavalhada

A Cavalhada tem suas origens nos torneiros de cavaleiros da Idade Média, e durante os 3 dias de festa ocorre uma grande encenação.

Os cavaleiros ficam divididos entre os com vestimenta azul, que representa os portugueses, e os de vermelho, representando os mouros. Ao longo dos dias é teatralizado as batalhas, finalizando com a vitória dos portugueses, convertendo os mouros ao cristianismo.

Na festa é possível ver a destreza dos cavaleiros em uma apresentação cativante, e a população não consegue tirar os olhos. É como acompanhar uma batalha real, com os personagens do Rei, da Rainha, da Princesa dos Mouros, do Espião dos Mouros, e tantos outros.

Foto: Cavaleiro azul da cavalhada.

Esse folguedo é muito presente no Sul de Minas, onde a cada ano a encenação é revivida e faz muito sucesso entre o público.

5.Festa do Divino

A Festa do Divino é mais um festejo que vem da religião cristã, e está relacionada ao dia de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa, quando Jesus teria se mostrado para Maria na forma de Espírito Santo.

Não possuindo uma data fixa, a festa geralmente ocorre entre os meses de maio e junho, e são 20 dias de celebração, com muitas rezas, missas e danças.

Símbolo do Espírito Santo, a pomba branca é estampada da Bandeira da Promessa e fica sempre no topo dos mastros.

6. Caxambu

Caxambu, ou jongo, é uma dança que foi trazida pelos escravos e um ritmo muito marcado pela presença do batuque.

Nos tempos da escravatura, o momento do jongo era um dos poucos momentos de encontro entre os negros, e ocorria nos dias dos santos católicos. Na dança todos formam uma roda, e no centro há o solista que comanda os cantos.

Em Minas a dança é conhecida como Caxambu pois esse é o principal instrumento de percussão utilizado. Mas o tambor pequeno, a cuíca, o chocalho, o tambu e outros também são utilizados para produzir a harmonia da dança.

7. Dança de São Gonçalo

A Dança de São Gonçalo é de origem portuguesa e homenageia o santo milagreiro, casamenteiro e protetor dos violeiros.

Foto: Dança de São Gonçalo, em São Romão.

Essa é uma dança feminina, tendo como protagonista mulheres mais velhas e solteiras que desejam se casar. Todas vestidas de branco carregam um arco de madeira branco e dançam em sincronia.

8. Mineiro-pau

Com o nome de Mineiro Pau em nosso estado, essa dança se baseia na encenação de um duelo, em que homens empunham um bastão de madeira para “duelar”.

A origem do Mineiro Pau vem das lavouras de café, onde era praticado pelos escravos. Hoje a manifestação dessa dança se encontra mais em municípios do interior, como Barão de Monte Alto.

Foto: “Duelo” no mineiro-pau.

É uma junção de dueto, dança e música puxada por instrumentos como sanfonatriângulo e pandeiro, sendo muito lindo de se ver.

FONTE MINAS GERAIS

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