Diário da Covid-19: Diminui a média de casos, mas aumenta a média de mortes

Já chega a 50 o número de países que registraram mais de um milhão de casos. Ainda não é possível prever o fim da pandemia

A média de pessoas infectadas pela covid-19 diminuiu na primeira semana de fevereiro de 2022, enquanto a média de mortes aumentou, tanto no Brasil quanto no mundo.  Em grande parte, este padrão já era esperado, pois, em geral, o aumento dos óbitos acontece com uma certa defasagem temporal após o surto de contaminação.

O pico dos casos no mundo ocorreu no dia 25 de janeiro com média móvel de 3,43 milhões de pessoas infectadas (valor 4 vezes mais alto do que o maior pico anterior de abril de 2021). No dia 04 de fevereiro, mesmo com valores ainda elevados, a média móvel caiu para 2,9 milhões de casos. No Brasil, a média móvel atingiu o máximo de 189,2 mil casos no dia 29/01 e caiu ligeiramente para 182,3 mil casos no dia 04/02. Em termos de coeficiente de incidência, o Brasil apresenta cerca de 800 casos por milhão de habitantes e o mundo, cerca de 400 casos por milhão, conforme mostra o painel superior do gráfico abaixo do site Our World in Data, com dados da Universidade Johns Hopkins.

O painel inferior do gráfico abaixo mostra que as curvas epidemiológicas de mortalidade subiram em 2022, mas em valores abaixo dos patamares de 2021. No mundo, até o dia 04 de fevereiro, o número de vidas perdidas ultrapassou a média de 10 mil óbitos diários (1,3 óbitos por milhão) e, no Brasil, ultrapassou 700 vítimas fatais (3,4 óbitos por milhão).

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 05 de fevereiro de 2022, o Brasil registrou 26.473.273 pessoas infectadas e 631.802 vidas perdidas, com média móvel de 7 dias de 199,8 mil casos e 754 mortes (o que dá 1 morte a cada 2 minutos, todos os dias de 30 de janeiro a 05 de fevereiro de 2022). No dia 05/02 foram registradas 1.308 mortes em 24 horas.

A covid-19 já atingiu mais de 220 países e territórios nos últimos 2 anos e, ao invés de diminuir, vem apresentando números inesperados em 2022. No dia 01 de março de 2020, havia somente 1 país com mais de 10 mil casos confirmados de Covid-19 (a China) e havia 6 países com valores entre 1 mil e 10 mil casos (Irã, Coreia do Sul, França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos). No dia 01/05/2020 havia apenas um país com o registro de 1 milhão de pessoas infectadas. No dia 01 de janeiro de 2021 já eram 18 países com mais de 1 milhão de casos da covid-19. Um ano depois passou para 42 países com mais de 1 milhão de casos. Mas somente no mês de janeiro o salto foi grande e o mundo chegou a 50 países com mais de 1 milhão de casos em 01/02/2022. Os destaques ficam para os EUA, que já registram quase 80 milhões de casos acumulados, e a Índia, com mais de 40 milhões de casos.

A lista dos 50 primeiros colocados do ranking, com a data em que chegaram à marca de 1 milhão, são: EUA (27/04/20), Índia (16/07), Brasil (19/06), Rússia (01/09), Espanha (15/10), Argentina (19/10), França (23/10), Colômbia (24/10), Turquia (28/10), Reino Unido (31/10), Itália (11/11), México (15/11), Alemanha (26/11), Polônia (02/12), Irã (03/12), Peru (22/12), Ucrânia (24/12), África do Sul (26/12), Indonésia (26/01/21), República Tcheca (01/02), Holanda (06/02), Chile (01/04), Canadá (05/4), Romênia (09/04), Iraque (21/04), Filipinas (26/04), Suécia (05/05), Bélgica (06/05), Bangladesh (10/07), Paquistão (23/07), Malásia (25/07), Japão (07/08), Portugal (15/08), Tailândia (20/08), Israel (24/08), Sérvia (09/10), Vietnã (11/11), Áustria (18/11), Hungria (21/11), Suíça (30/11), Jordânia (10/12), Grécia (12/12), Marrocos (09/01/2022), Austrália (10/01), Irlanda (11/01), Dinamarca (13/01), Cazaquistão (16/01), Cuba (17/01), Georgia (17/01) e Eslováquia (30/01).

Analisando a situação regional, o gráfico abaixo do Our World in Data mostra as curvas epidemiológicas da covid-19 no Brasil, no mundo e nos continentes, de 01 de setembro do ano passado a 04 de fevereiro do corrente ano. Nota-se uma tendência recente de queda do número de casos em todos os continentes, podendo indicar um arrefecimento do atual surto pandêmico. Por exemplo, a Oceania registrou 2.540 casos por milhão no dia 13/01 e caiu para 647 casos por milhão no dia 04/02. A América do Norte também apresentou grande queda do coeficiente de incidência e, no dia 04/02, apresentou 653 casos por milhão, abaixo da América do Sul com 750 casos por milhão de habitantes.

Em relação ao coeficiente de mortalidade, o gráfico abaixo mostra as curvas epidemiológicas do Brasil, do mundo e dos continentes no mesmo período do gráfico anterior. Com exceção da Oceania, todos os demais continentes apresentam tendência de alta do número de mortes para a covid-19. A África registra uma certa estabilidade em patamar baixo e a Europa uma certa estabilidade em patamar alto. A América do Sul tinha 0,57 óbitos por milhão no dia 01/01 e passou para 3,8 óbitos por milhão de habitantes no dia 04/02, a maior aceleração no ano de 2022.

Gráfico mostra curva de mortes por covid-19 no mundo

Desde 2020, diversas projeções foram feitas antevendo o fim da covid-19. Porém, todas as previsões falharam e a pandemia tem se mostrado muito mais resiliente do que se imaginava. Ao longo do tempo, a tendência é que a ampliação da proporção de pessoas contaminadas e o aumento da quantidade de pessoas plenamente vacinadas possam contribuir para o controle da doença. Contudo, o surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2, a persistência de um movimento antivacina e a difusão de posturas negacionistas são elementos que dificultam o controle da pandemia e tornam as perspectivas futuras bastante incertas.

FONTE PROJETO COLABORA

Diário da Covid-19: Em julho, Brasil registra as menores médias de 2021

País supera os Estados Unidos e a Índia e fica com o maior número global acumulado de mortes este ano

O Brasil registrou, em julho, os menores números mensais de casos e de mortes do ano de 2021. Mas são valores superiores aos atingidos em todos os meses de 2020. Portanto, as curvas epidemiológicas brasileiras apresentam tendência de queda, mas estão em patamares ainda elevados e superiores aos apresentados nos picos do ano passado.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil atingiu cerca de 20 milhões de pessoas infectadas (quase 10% da população nacional) e 556 mil mortes pela covid-19, com uma taxa de letalidade de 2,8%, no dia 31 de julho. Foram 194,9 mil mortes em 2020 e quase 365 mil mortes em 2021. Ou seja, mesmo que a pandemia acabasse hoje, o Brasil já teria contabilizado cerca de 1.000 mortes a cada 24 horas para os 365 dias do ano. Lastimavelmente, em 2021, o Brasil é o país com maior número global acumulado de mortes, superando os EUA e a Índia.

O gráfico abaixo mostra a média mensal de casos da covid-19 de março de 2020 a julho de 2021. O pico da 1ª onda aconteceu em julho de 2020 com 40,7 mil pessoas infectadas. O pico da 2ª onda ocorreu em março de 2021 com 70,9 mil casos. Entre abril e junho os números ficaram acima de 60 mil indivíduos infectados. Em julho de 2021 o número de casos caiu e ficou no menor nível do corrente ano, embora seja um patamar superior às cifras registradas em cada um dos meses do ano passado.

O gráfico abaixo mostra a média mensal de vidas perdidas para a covid-19 de março de 2020 a julho de 2021. O pico da 1ª onda aconteceu em julho de 2020 com 1.061 óbitos. O pico da 2ª onda ocorreu em abril de 2021 com 2.742 óbitos. Em julho de 2021 o número de óbitos diminuiu para 1.236 óbitos, o menor nível do atual ano, embora também seja um patamar superior aos números ocorridos em todos os meses do ano passado. As mortes por covid-19 em julho de 2021 superam as de julho de 2020, pior mês do ano passado. Ou seja, o inverno de 2021 tem sido pior do que o inverno do ano anterior.

O Brasil fechou o mês de julho com exatos 19.917.855 casos e 556.370 óbitos da covid-19, com taxa de letalidade de 2,8%, segundo dados do Ministério da Saúde. A média de 7 dias dos casos ficou em 35,3 mil casos, o menor valor desde o início de 2021. A média de falecimentos ficou em 989 óbitos (abaixo de 1 milhar), menor valor desde meados de janeiro do atual ano.

O processo de vacinação tem ajudado bastante na redução do número de casos e de óbitos no Brasil. O país já aplicou a 1ª dose da vacina a mais de 100 milhões de brasileiros, correspondendo a 48% da população e já tem mais de 41 milhões de pessoas com duas doses ou dose única, equivalente a quase 20% da população.

Porém, existe o perigo trazido pela variante Delta que é muito mais contagiosa do que as outras variantes, podendo contornar as proteções oferecidas pelas vacinas contra a Covid-19, além de provocar mais doenças graves do que todas as outras versões conhecidas do coronavírus, conforme estudo publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Por conseguinte, o Brasil não pode baixar a guarda e deve reforçar as medidas de prevenção para manter a tendência de baixa dos casos e dos óbitos da pandemia. Nos EUA, por exemplo, o número de casos e de mortes voltou a subir com a chegada da variante Delta.

O panorama global

O planeta se aproxima de 200 milhões de pessoas infectadas (2,5% da população global) e já ultrapassou 4,2 milhões de vidas perdidas para a covid-19 no 31 de julho de 2021. A taxa de letalidade ficou em 2,1% e as médias móveis de 7 dias continuam em alto platô, com 585 mil casos diários e 9,3 mil óbitos diários, segundo o site Our World in Data, com base nos dados da Universidade Johns Hopkins.

O gráfico abaixo mostra a média diária do número de casos da covid-19 para os meses de janeiro de 2020 a julho de 2021. Nota-se que o número de casos estava abaixo de 100 mil até maio de 2020, ultrapassou 600 mil casos em dezembro de 2020 e atingiu o pico de 726 mil casos diários em abril de 2020. Os números caíram em maio e junho, mas voltaram a subir em julho para a casa de 500 mil casos diários. Atualmente, o país com maior número de casos do SARS-CoV-2 são os EUA com média de cerca de 78 mil pessoas infectadas todos os dias.

O gráfico abaixo mostra a média diária do número de óbitos da covid-19 para os meses de janeiro de 2020 a julho de 2021. Nota-se que o primeiro pico aconteceu em abril de 2020 com 6,6 mil óbitos diários. Os números ficaram abaixo deste patamar até outubro de 2020, mas voltaram a subir em novembro e atingiram o pico geral em janeiro de 2021, com 13,5 mil vítimas fatais. O volume de mortes caiu em fevereiro e março, mas subiu novamente e ficou em 12,2 mil óbitos em abril e maio de 2021. Em junho e julho os números caíram, mas o valor de 8,7 mil óbitos atuais é maior do que o pico da 1ª onda. Na última semana, o país com maior número de óbitos da pandemia é a Indonésia com mais de 1,6 mil vidas perdidas diariamente.

Gráfico com média diária de mortes por covid-19 no Brasil

A covid-19 já atingiu mais de 220 países e territórios. No dia 01 de março de 2020, havia somente 1 país com mais de 10 mil casos confirmados de Covid-19 (a China) e havia 5 países com valores entre 1 mil e 10 mil casos (Irã, Coreia do Sul, França, Espanha, Alemanha e EUA). Em 01 de abril já havia 50 países com mais de 1 mil casos, sendo 36 países com montantes entre 1 mil e 10 mil casos, 11 países com números entre 10 mil e 100 mil e 3 países com mais de 100 mil casos (nenhum país com mais de 1 milhão de casos).

No primeiro dia de 2021 já havia 175 países com mais de 1 mil casos, sendo 18 países com mais de 1 milhão de casos. Os números continuaram aumentando e em 01 de agosto de 2021 foram contabilizados 198 países e territórios com mais de 1 mil casos, sendo 38 entre 1 mil e 10 mil casos, 55 países entre 10 e 100 mil casos, 74 países entre 100 mil e 1 milhão de casos e 31 países com mais de 1 milhão de casos.

A lista dos 31 primeiros colocados do ranking, com a data em que chegaram à marca de 1 milhão, são: EUA (27/04/20), Brasil (19/06), Índia (16/07), Rússia (01/09), Espanha (15/10), Argentina (19/10), França (23/10), Colômbia (24/10), Turquia (28/10), Reino Unido (31/10), Itália (11/11); México (15/11),  Alemanha (26/11), Polônia (02/12), Irã (03/12), Peru (22/12), Ucrânia (24/12), África do Sul (26/12), Indonésia (26/01/21), República Tcheca (01/02), Holanda (06/02), Chile (01/04), Canadá (05/4), Romênia (09/04), Iraque (21/04), Filipinas (26/04), Suécia (05/05), Bélgica (06/05), Bangladesh (10/07), Paquistão (23/07) e Malásia (25/07). São cada vez mais países com cada vez mais pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

A pandemia atingiu todos os países e todos os continentes do mundo, se transformando em um acontecimento global sem precedentes. Até países asiáticos que pareciam ter a pandemia sobre controle estão passando por um forte surto pandêmico como Malásia, Tailândia, Bangladesh etc. No continente americano, o país que apresenta o maior coeficiente diário de incidência é Cuba, que também parecia ter a pandemia sobre controle, mas que tem batido recordes sucessivos de casos e de mortes. Na África o novo coronavírus avança rapidamente na Tunísia, no Marrocos e na África do Sul. O Japão tem registrado recordes sucessivos de casos da covid-19 durante os Jogos Olímpicos, mas o número de mortes continua baixo e sobre controle.

O fato é que a pandemia continua assustando o mundo e ainda não se vê no horizonte a viabilidade da erradicação dos casos e dos óbitos. Mesmo onde há queda da mortalidade, a morbidade continua afetando os problemas de saúde. Estudo realizado pelo Imperial College e o King’s College, duas instituições de Londres, detectou complicações de longo prazo da covid-19, tais como problemas cognitivos que prejudicam a memória, o raciocínio e a capacidade de resolução de problemas. Outros problemas de saúde de longo prazo acompanham muitos dos 200 milhões de pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 no globo.

Parece que o mundo vai ter que aprender a lidar com a presença do vírus da covid-19. No cenário mais positivo, a comunidade internacional conseguiria avançar com os planos de imunização e as vacinas permaneceriam efetivas contra as novas variantes. Para isso seria necessária uma articulação global e um processo de vacinação em massa em todo o planeta, sem abandonar as medidas preventivas. No cenário mais pessimista, no qual novas cepas resistentes às vacinas proliferariam e atingiriam países com baixa cobertura vacinal – quer seja por falta de acesso dos países pobres ou por recusa de se vacinar por parte da população dos países ricos – a permanência da doença seria mais ampla e duradoura e o caminho de volta à normalidade seria muito mais tortuoso.

Somente com cooperação, solidariedade e determinação o mundo será capaz de controlar a pandemia e retomar o caminho de aumento da esperança de vida e de uma longevidade saudável e ativa.

FONTE PROJETO COLABORA

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