Saiba quando é preciso levar as crianças ao pronto-socorro

Gerente médico do Hospital João XXIII mostra porque não levar os pequenos a uma unidade de urgência em determinados casos

Insegurança, preocupação e desconhecimento. Esses são alguns motivos pelos quais pais e responsáveis levam crianças a um atendimento de urgência, muitas vezes sem necessidade. Febre, tosse, diarreia, machucados leves e enjoos, que na maioria são problemas comuns, acabam expondo crianças e acompanhantes a doenças mais graves por estarem em um ambiente onde pacientes com diferentes condições médicas estão presentes e, por isso, propício à infecção por micro-organismos.

O fato de o pronto-socorro ficar aberto 24 horas por dia e a sensação de uma solução rápida, com exames feitos na hora, são outros motivos pelos quais crianças são levadas para a emergência. Mas, o pequeno poderá aguardar o atendimento por um bom tempo, já que nas portas de urgência os casos graves são priorizados.

“Tratando a criança em casa, antes de correr para o pronto-socorro, os pais evitam uma contaminação cruzada, além de colaborarem para que o local de atendimento não fique lotado de casos sem urgência. Os pais devem assumir a responsabilidade pela saúde dos seus filhos”, ressalta o gerente médico do Hospital João XXIII e cirurgião geral, Rodrigo Muzzi.

Traumas emocionais também podem ser desencadeados diante dessa situação, já que a criança é submetida a um ambiente de alto estresse, principalmente quando acontece com frequência.

“Não é raro que essa experiência seja o estopim para o medo de hospitais. Muitas crianças já têm um medo natural, já que é um lugar limitado, a espera muitas vezes é longa, com gente estranha ao redor. Eventualmente tem que tomar uma medicação venosa, ou fazer um exame de sangue. Se ficar indo muito, isso pode realmente gerar um desgosto em relação ao ambiente hospitalar”, avalia.

É importante lembrar que, para casos urgentes, mas de menor gravidade, as crianças podem ser direcionadas a uma unidade de pronto atendimento.

Hospitais devem ser uma opção somente em casos graves. Caso haja necessidade, a criança será transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) a uma unidade hospitalar.

Apoio do pediatra

De acordo com Muzzi, o recomendado é que se houver um profissional que acompanha a criança regularmente, os familiares sempre o questionem sobre o momento certo de levá-la ao pronto-socorro e, em caso de dúvida, acioná-lo.

“O pediatra é o médico que melhor conhece a criança e, em grande parte dos casos, saberá como agir para ajudar a reverter o quadro”, diz. O profissional lembra que o médico do pronto-socorro deve ser acionado somente para uma solução imediata.

Mas afinal, quando levá-los?

Febre: caso seja alta e não baixe em três dias – ou se a temperatura até cair, porém a criança continuar apática – é hora de levá-la ao pronto-socorro. Em geral, a febre é tratável em casa com um antitérmico, que normalmente leva até 50 minutos para agir.

“Se a febre persistir, e o remédio não estiver resolvendo, é o caso de levar – principalmente se houver um sintoma associado, como uma tosse forte expectorante, falta de ar, peito cheio e diarreia”, explica Muzzi.

Desidratação: o maior problema da diarreia é quando a criança fica desidratada. Caso isso ocorra, é necessário ir ao serviço de emergência.

Os sintomas mais tradicionais da desidratação são lábios e língua seca, diminuição e escurecimento da urina e olhos fundos. Observe também se o problema não vem acompanhado de vômitos, outro fator para a desidratação.

Quedas e ferimentos: vai depender da extensão da lesão e da quantidade de sangue perdido. É importante observar, após um tombo, se a criança apresenta sonolência, vômitos, dor de cabeça, abatimento ou qualquer anormalidade.

“Se a queda for de uma altura muito pequena, a criança não mudar o comportamento dela e se o ferimento não estiver aberto, com necessidade de sutura, não há necessidade de ir ao hospital. Caso seja observada alguma fratura, também deve-se dirigir ao atendimento de urgência”, opina Muzzi.

Problemas na respiração: nesses casos, é importante verificar se a criança fica ofegante ou parece “cansada” com tarefas do cotidiano. A fadiga excessiva levanta a suspeita para doenças respiratórias e infecções mais sérias, que justificam a ida ao pronto-socorro.

Intoxicação: sempre leve a criança diretamente à porta de urgência. Não induza vômitos e tente pegar o rótulo do produto para fornecer ao médico detalhes que poderão ajudar no tratamento.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Médico é preso suspeito de abusar de paciente em hospital de MG; outras quatro vítimas procuraram a polícia

As investigações tiveram início em maio deste ano a partir da denúncia de uma paciente atendida por ele em um hospital público

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra um médico, de 37 anos, investigado por crime sexual ocorrido na cidade de Nova Serrana, na região Centro-Oeste, em Minas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (31).

Conforme a corporação, as investigações tiveram início em maio deste ano a partir da denúncia de uma paciente atendida por ele em um hospital público em Nova Serrana.

“Assim, iniciamos os levantamentos e identificamos outras quatro vítimas das cidades de Cláudio, São Sebastião do Oeste e Divinópolis. De posse dessas informações, representamos pelos mandados judiciais cumpridos nesta manhã, no bairro Niterói, em Divinópolis”, explicou.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a prefeitura de Nova Serrana e aguarda um posicionamento.

FONTE ITATIAIA

Médico é preso suspeito de abusar de paciente em hospital de MG; outras quatro vítimas procuraram a polícia

As investigações tiveram início em maio deste ano a partir da denúncia de uma paciente atendida por ele em um hospital público

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra um médico, de 37 anos, investigado por crime sexual ocorrido na cidade de Nova Serrana, na região Centro-Oeste, em Minas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (31).

Conforme a corporação, as investigações tiveram início em maio deste ano a partir da denúncia de uma paciente atendida por ele em um hospital público em Nova Serrana.

“Assim, iniciamos os levantamentos e identificamos outras quatro vítimas das cidades de Cláudio, São Sebastião do Oeste e Divinópolis. De posse dessas informações, representamos pelos mandados judiciais cumpridos nesta manhã, no bairro Niterói, em Divinópolis”, explicou.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a prefeitura de Nova Serrana e aguarda um posicionamento.

FONTE ITATIAIA

Médico explica por que apenas 5 horas de sono por noite podem levar a ‘uma morte prematura’

Todos conhecemos aquela sensação, a letargia de uma noite inquieta, a vontade de apertar o botão de soneca. Mas será que realmente compreendemos a importância do nosso sono?

A sabedoria ancestral de nossos pais sobre conseguir ‘oito horas’ de sono pode não ser apenas uma história para dormir. Dr. Dan Friederich, um renomado oftalmologista de St. Louis, Missouri, EUA, toca o sino de alarme sobre os perigos de subestimar o sono. Ouça isso: dormir apenas quatro a cinco horas por noite pode significar uma ‘morte precoce’. Assustador, não é?

O número mágico, de acordo com estudos abrangentes e o vídeo viral do TikTok do Dr. Friederich, está entre seis e oito horas. Sete é o ponto ideal, mas, como uma receita cuidadosamente elaborada, muito pouco ou muito pode desequilibrar tudo. Mais de nove horas também não é bom. Mas dormir menos de cinco? Isso é o pior que você poderia fazer. A mortalidade aumentada, doenças cardiovasculares e uma miríade de outras enfermidades se escondem nas sombras do sono insuficiente.

Ainda não está convencido? Uma pesquisa de 2022 revela algo ainda mais alarmante. Para aqueles com mais de 50 anos, menos de cinco horas de sono pode aumentar as chances de morte prematura em impressionantes 25%! Isso mesmo, um quarto! A pesquisa conduzida pela University College London estudou 7.864 indivíduos e descobriu uma conexão entre a curta duração do sono e o aumento da multimorbidade, a ocorrência de duas ou mais condições crônicas de saúde.

Agora, o problema da multimorbidade não é trivial. Países de alta renda estão enfrentando essa crise de saúde em expansão, marcada por uma pressão crescente nos serviços de saúde e nas taxas de incapacidade. À medida que envelhecemos, nossos hábitos de sono evoluem, e essa mudança pode ser o culpado subjacente de várias doenças crônicas.

Então, qual é a lição de tudo isso? Dormir de sete a oito horas não é apenas uma boa ideia; é essencial para uma saúde robusta. Felizmente, a receita do médico está repleta de dicas práticas.

Para uma noite de sono revigorante, concentre-se na higiene do sono. Crie um santuário para o descanso com um quarto tranquilo, escuro e aconchegante. Guarde esses dispositivos eletrônicos e evite se entregar a uma grande refeição antes de se aconchegar. Participar de atividade física durante o dia e se expor à luz natural também podem ajudar a preparar o terreno para um descanso de qualidade.

No final, parece que nossos pais sabiam de alguma coisa. Eles geralmente sabem, não é? Então, da próxima vez que for tentado a virar a noite ou economizar no descanso, lembre-se da sabedoria tecida por esses estudos e percepções. Trate o seu sono com a reverência que ele merece, e seu corpo e mente certamente lhe agradecerão. Bons sonhos!

FONTE MISTÉRIOS DO MUNDO

Médico explica por que apenas 5 horas de sono por noite podem levar a ‘uma morte prematura’

Todos conhecemos aquela sensação, a letargia de uma noite inquieta, a vontade de apertar o botão de soneca. Mas será que realmente compreendemos a importância do nosso sono?

A sabedoria ancestral de nossos pais sobre conseguir ‘oito horas’ de sono pode não ser apenas uma história para dormir. Dr. Dan Friederich, um renomado oftalmologista de St. Louis, Missouri, EUA, toca o sino de alarme sobre os perigos de subestimar o sono. Ouça isso: dormir apenas quatro a cinco horas por noite pode significar uma ‘morte precoce’. Assustador, não é?

O número mágico, de acordo com estudos abrangentes e o vídeo viral do TikTok do Dr. Friederich, está entre seis e oito horas. Sete é o ponto ideal, mas, como uma receita cuidadosamente elaborada, muito pouco ou muito pode desequilibrar tudo. Mais de nove horas também não é bom. Mas dormir menos de cinco? Isso é o pior que você poderia fazer. A mortalidade aumentada, doenças cardiovasculares e uma miríade de outras enfermidades se escondem nas sombras do sono insuficiente.

Ainda não está convencido? Uma pesquisa de 2022 revela algo ainda mais alarmante. Para aqueles com mais de 50 anos, menos de cinco horas de sono pode aumentar as chances de morte prematura em impressionantes 25%! Isso mesmo, um quarto! A pesquisa conduzida pela University College London estudou 7.864 indivíduos e descobriu uma conexão entre a curta duração do sono e o aumento da multimorbidade, a ocorrência de duas ou mais condições crônicas de saúde.

Agora, o problema da multimorbidade não é trivial. Países de alta renda estão enfrentando essa crise de saúde em expansão, marcada por uma pressão crescente nos serviços de saúde e nas taxas de incapacidade. À medida que envelhecemos, nossos hábitos de sono evoluem, e essa mudança pode ser o culpado subjacente de várias doenças crônicas.

Então, qual é a lição de tudo isso? Dormir de sete a oito horas não é apenas uma boa ideia; é essencial para uma saúde robusta. Felizmente, a receita do médico está repleta de dicas práticas.

Para uma noite de sono revigorante, concentre-se na higiene do sono. Crie um santuário para o descanso com um quarto tranquilo, escuro e aconchegante. Guarde esses dispositivos eletrônicos e evite se entregar a uma grande refeição antes de se aconchegar. Participar de atividade física durante o dia e se expor à luz natural também podem ajudar a preparar o terreno para um descanso de qualidade.

No final, parece que nossos pais sabiam de alguma coisa. Eles geralmente sabem, não é? Então, da próxima vez que for tentado a virar a noite ou economizar no descanso, lembre-se da sabedoria tecida por esses estudos e percepções. Trate o seu sono com a reverência que ele merece, e seu corpo e mente certamente lhe agradecerão. Bons sonhos!

FONTE MISTÉRIOS DO MUNDO

STJ acolhe pedido da Defensoria Pública de Minas Gerais e tranca ação penal de mulher acusada de aborto pelo próprio médico em Lafaiete

Por meio da atuação da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou entendimento em julgamento feito na terça-feira (14/3) que um médico não pode acionar a polícia para investigar pacientes que procuram atendimento e relatam ter realizado um aborto fora da previsão legal. Com essa definição, a Sexta Turma do STJ encerrou uma investigação aberta contra uma mulher que tomou medicamento abortivo e estaria com 16 semanas de gestação.

O caso

A paciente teria aproximadamente 16 semanas de gravidez quando passou mal e procurou o hospital. Durante o atendimento, o médico suspeitou que o quadro fosse provocado pela ingestão de remédio abortivo e, por isso, decidiu acionar a Polícia Militar.

Após a instauração do inquérito, o médico foi arrolado como testemunha no processo e o prontuário da paciente foi encaminhado à autoridade policial pelo hospital. Com base nessas informações, o Ministério Público de Minas Gerais propôs a ação penal e, após a primeira fase do procedimento do tribunal do júri, a mulher foi pronunciada pelo crime do artigo 124 do Código Penal. 

Ao analisar o processo, que tramitou na Vara Criminal e da Infância e Juventude da comarca de Conselheiro Lafaiete, a defensora pública Mônia Aparecida de Araújo Paiva verificou que toda a persecução penal ocorreu porque o médico que atendeu a assistida acionou a polícia, diante da suspeita de abortamento.

“Durante o processo, o médico prestou depoimentos em sede policial, foi arrolado como testemunha e, contrariando o disposto no art. 207 do Código de Processo Penal e o art. 73, parágrafo único, “c”, do Código de Ética Médica, prestou depoimento, quando deveria manifestar seu impedimento”, observa a defensora.

“Todos os elementos de convicção, inclusive o envio do prontuário pelo hospital, foram obtidos com violação ao sigilo médico, motivo pelo qual não havia materialidade a justificar o prosseguimento da ação penal”, continua Mônia Paiva.

Assim, a defensora pública interpôs habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, visando o trancamento da ação penal pela ausência de justa causa. No TJMG, a ordem não foi concedida e, por isso, a Defensoria com atuação em segunda instância, por meio da defensora pública Cláudia Marcela Nascimento Câmara Fernandes, impetrou novo habeas corpus perante o STJ.

Provas ilegais

No STJ a sustentação oral foi feita pelo defensor público Flávio Wandeck, do Núcleo de Atuação da DPMG junto aos Tribunais Superiores. Os ministros entenderam que, nesse tipo de caso, prevalece o sigilo profissional e encerraram a investigação por considerar que as provas eram ilegais.

“O médico que atendeu a paciente se encaixa na proibição legal, uma vez que se mostra confidente necessário, estando proibido de revelar segredo que tem conhecimento em razão da profissão, bem como de depor sobre o caso como testemunha”, afirmou o relator do caso, ministro Sebastião Reis.

Assim, em seu entendimento, a instauração do inquérito policial decorreu de provocação por parte do próprio médico, que, além de ter sido indevidamente arrolado como testemunha, encaminhou o prontuário médico da paciente para a comprovação das afirmações. “Encontra-se contaminada a ação penal pelos elementos de informação coletados de forma ilícita, sendo, portanto, nulos”, asseverou.

Dessa forma, o ministro concedeu o HC para trancar a ação penal. Determinou ainda que os autos sejam encaminhados ao Conselho Regional de Medicina, bem como ao Ministério Público para apuração da responsabilidade do médico.

O colegiado acompanhou o entendimento por unanimidade. Para a defensora Mônia Paiva, é muito importante que teses como esta sejam reconhecidas e divulgadas, pois mais de 70% dos casos denunciados de aborto correspondem a denúncias feitas por profissionais de saúde, segundo pesquisa feita pelo Nudem da Defensoria de São Paulo.

“Não se trata de empecilhos à apuração de crimes, pois há situações em que há obrigatoriedade de notificação, como nos casos de violência doméstica contra a mulher e crianças e adolescentes. Mas, há hipóteses em que a preservação da intimidade, da dignidade e do direito à não autoincriminação da mulher prevalecem”, ressalta Mônia Paiva. “

Uma mulher que chega a um hospital em procedimento de abortamento, ou após este, não confessa ou quer confessar um crime. Ela conta sua história de saúde a um médico. Violá-la é uma grave infração ética”, completa a defensora pública.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública de Minas Gerais

Criança engole moedas e precisa de intervenção médica

Uma moradora de Palmital dos Carvalhos, distrito de Senhora dos Remédios, passou um susto com a filha de 3 anos. Marcela contou ao Portal Barbacena Online que no domingo (06), por volta das 10h, a menina engoliu uma moeda, aparentemente de R$0,05. Encaminhada para a Santa Casa de Barbacena, foi realizado um Raio X que constatou que o objeto estava alojado no esôfago. Sem ter como remover a moeda em Barbacena, a criança foi transferida para Belo Horizonte.

Na capital mineira a equipe médica percebeu que eram duas moedas engolidas. “Foram horas de desespero, angústia e medo, mas pela honra e glória do todo poderoso deu tudo certo e nossa Joana nasceu novamente. Fica o alerta a todos. Joana, graças a Deus teve essa segunda chance, mas quantas crianças não têm! Então, papais e mamães, redobrem a atenção nos filhos porque esta não foi uma situação fácil”, alertou a mãe.

A criança passa bem e já está em casa com a família, no convívio das outras duas irmãs – de 8 e 5 anos.

FONTE BARBACENA ONLINE

PMCL abre processo seletivo para contratação de médico na policlínica e PSF; confira os salários

Inicio hoje (27) e vai até amanhã (28) às 20:00 horas as inscrições para o processo seletivo simplificado destinado à contratação/designação, por tempo determinado, de médico plantonista clínico – Ala Não COVID-19 – plantão 12 horas, médico plantonista clínico – Ala Não COVID-19 – plantão 12 horas, e Médico ESF – 40 horas semanais para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público da Administração Pública Municipal.

EDITAL Nº 009-2021-SMS-PMCL – MÉDICO PLANTONISTA POLICLÍNICA ESF
Link para inscrição do PPS Médico – https://forms.gle/YzAbiAWwsUibD4k18

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