Wagner Tiso conta sua trajetória e sua marcante amizade com Milton Nascimento desde a infância

“Quero falar de uma coisa / Adivinha onde ela anda / Deve estar dentro do peito / Ou caminha pelo ar”. A música Coração de Estudante, composta por Milton Nascimento e Wagner Tiso, ganhou as rádios do País ao ser gravada por Milton em 1983. E conquistou um fã especial: Tancredo Neves, o político conterrâneo dos compositores mineiros, que dizia ser uma de suas canções preferidas.

A obra, no entanto, foi composta originalmente por Tiso para outro líder político. Era um dos temas instrumentais do documentário Jango, do diretor Silvio Tendler, em homenagem a João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar em 1964.

Após o filme ganhar as telas de cinema, Milton decidiu pôr a letra, fato incomum em sua carreira. Baseou-se em Edson Luís, um dos primeiros estudantes mortos pela ditadura militar, em 1968. Os versos foram surgindo um a um, naturalmente. Para batizar, lembrou-se de uma flor muito comum em Minas, a coração-de-estudante. A novidade foi lançada durante as Diretas-Já, movimento que tinha Tancredo entre os líderes. “Era o momento da campanha das Diretas e ela começou a se tornar um hino da juventude”, recordou Tiso.

Esta foi uma das passagens da vida do músico, maestro, arranjador e compositor, Wagner Tiso que participou na noite de ontem (19), no Museu de Congonhas (MG), da segunda edição do projeto “Sou do Mundo, sou Minas Gerais” dentro da programação das Quartas Culturais.

Percorrendo entre o clássico e o popular, durante um pouco de mais de uma hora, ele contou um pouco de sua trajetória e sua formação. De família de músicos, ele passou sua infância com Milton Nascimento, carinhosamente chamado de “Bituca”, convivendo com ele a poucos metros de sua casa em Três Pontas (MG), onde nasceram. A amizade foi parar nos palcos onde construíram uma parceria de sucesso e uma amizade sincera. Wagner, hoje com 77 anos, contou detalhes da infância vivida no interior de Minas muitas décadas antes do icônico Clube da Esquina, movimento musical que reuniu talentos mineiros e ganhou o mundo. Villa Lobo, Tom Jobim, Miles Daves,  John Coltrane são algumas referências que marcaram a formação musical de Wagner Tiso. Do jazz, ele flertou com a PMB e o rock.

O bate papo

Logo no início do bate papo, com mediação de Pablo Osório, Wagner falou da influência do cinema na sua música. A primeira música no piano foi de Tom Jobim, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, arrancando efusivos aplausos da seleta plateia.

O longo do bate papo, Wagner recordou um pouco da história da banda “Som Imaginário” que surgiu no ano de 1969 com o intuito de acompanhar o músico Milton Nascimento em sua turnê na qual promovia seu álbum Milton (1970).

Mas Som Imaginário se transformou em uma banda lendária formada por grande nomes da cena musical como Zé Rodrix, Tavito, Robertinho Silva, Luiz Alves e Frederah. “Armina, do Som Imaginário, foi uma das canções tocadas no palco do Museu de Congonhas, na maestria do piano. Wagner relatou um pouco quando foi diretor do Museu Villa lobo.

Clube da Esquina

Ao falar do Clube da Esquina, no qual foi um dos fundadores, contou sobre as peripécias da trupe e tocou um clássico de Milton Nascimento, “Vera Cruz”. Clube da Esquina também é o nome de um dos discos lançados por esse grupo, em 1972. Há ainda o disco Clube da Esquina 2 (1978) e as músicas “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina Nº2”. Em ambos, Wagner foi o arranjador.

Já ao final, Wagner falou dos novos projetos e do momento musical quando comemorar 60 anos de carreira. A pedido de uma mulher, o músico tocou “Por causa de você”, da cantora Maysa com trabalhou como arranjador.

Em 1993 arranjou o álbum Filmes de Guerra, Canções de Amor da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii. Ele elogiou a banda e foi sua incursão no rock mais moderno.

Encerramento

Para encerrar a apresentação, sempre muito elegante e solícito, Wagner tocou uma música que fez para sua genitora, figura marcante na sua formação musical, “Choro de mãe.”

O projeto “Sou do Mundo, sou Minas Gerais”, tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale através do Projeto Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), contando com o apoio da Prefeitura Municipal de Congonhas e sé realizado pela Fumcult e pelo Museu de Congonhas. A próxima edição acontece nem maio com a banda regional “Mago Zen”. Agende aí!

Gerdau leva bandas das cidades onde produz aço para tocar em palco inédito no Rio de Janeiro

A Gerdau anunciou, na última sexta-feira (5), mais uma novidade: o concurso musical Gerdau, me leva pro Rio!. A iniciativa nasce com o objetivo de fomentar a produção cultural local, com o apoio a novas bandas do cenário independentes das regiões em que a companhia produz aço, nos estados de Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

A iniciativa terá a cantora Ivete Sangalo como embaixadora. O grande dia será entre 2 e 11 setembro, com apresentação das duas bandas finalistas, em um palco emblemático na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Vale destacar, ainda, que o concurso tem a parceria com Rodolfo Simor, produtor e músico indicado ao Grammy Latino, e que lidera a produtora musical Estúdio Bravo, considerada um centro de excelência em produção musical no Brasil.

“A Gerdau tem ampliado seus investimentos na promoção de cultura e na inclusão cultural, com olhar especial para as regiões em que temos operações. Esse concurso é mais uma forma de retribuirmos o carinho, o acolhimento e a parceria das cidades onde operamos. A Gerdau já tem apoiado eventos de grandes proporções, como o Rock in Rio, onde teremos o nosso aço no Palco Mundo e vários patrocínios em Minas Gerais, como a recente turnê do cantor João Bosco e Orquestra de Ouro Preto. Mas o nosso concurso é uma oportunidade para aqueles que produzem música ainda de forma anônima, em regiões onde produzimos o nosso aço, mas que um dia podem estar em um dos festivais e palcos mais importantes do mundo”, destaca Pedro Torres, Líder Global de Comunicação e Marca da Gerdau.

“Fico muito feliz em me juntar à Gerdau mais uma vez para fazermos o bem. É uma grande satisfação fazer parte de uma iniciativa que valoriza nossa música, nossa cultura e que abrirá portas para novos talentos de várias regiões do Brasil. Acredito que concursos que abrem novas portas são fundamentais para termos a nossa cultura valorizada”, destaca Ivete Sangalo. 

Inscrições e regulamento

Podem participar do concurso musical bandas independentes com até cinco integrantes em que pelo menos um dos músicos seja das cidades de: Barão de Cocais, Congonhas, Divinópolis, Itabirito, Ouro Branco e Ouro Preto (MG); Caucaia e Maracanaú (CE); Araçariguama, Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba (SP); Araucária (PR); Recife (PE); Charqueadas e Sapucaia do Sul (RS) e Rio de Janeiro (RJ).

As inscrições vão até o dia 18 de agosto, pelo site www.gerdaumelevaprorio.com.br. A banda participante deve enviar um vídeo ou áudio com performance de música autoral, inédita e registrada na International Standard Recording Code (ISRC), no formato .mp3 ou .mp4, e duração de até 05 minutos. Após a inscrição, o material passará pela avaliação de uma comissão julgadora, que levará em conta critérios como performance e interpretação; arranjo e composição; cumprimento das regras do concurso. As duas bandas finalistas, que tocarão no Rio de Janeiro em setembro, serão anunciadas em 23 de agosto. 

Conselheiro Lafaiete recebe Orquestra Ouro Preto com apoio na Gerdau para apresentação em Tributo a Chaplin

Concerto terá única apresentação no dia 28 de maio, às 18h30, com entrada franca

“Um filme com uma lágrima e, talvez, um sorriso”. É assim que Charles Chaplin define “O Garoto”, o primeiro longa-metragem daquele que se tornaria o rei do cinema mudo. Mais atual do que nunca, a obra completou 100 anos e ganha homenagem da Orquestra Ouro Preto, com patrocínio da Gerdau, que fará a exibição do filme e a execução ao vivo da trilha sonora no dia 28 de maio, às 18h30, na Praça da Matriz, no centro de Conselheiro Lafaiete, com entrada franca. 

Inspirado na própria infância de seu criador, o filme comove o público há gerações, justamente por abordar questões universais e ainda não superadas, como a desigualdade social, o abandono das crianças menos favorecidas e os tabus enfrentados pelas mulheres quando se tornam mães solteiras. Chaplin não apenas atuou e dirigiu “O Garoto” como também compôs parte da trilha sonora que ganhará as cores e nuances da Orquestra Ouro Preto sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo. 

“O Chaplin era um exímio músico, um artista completo, com uma sensibilidade ímpar, que, sabendo das ferramentas que podia usar na época, trabalhava a música de forma muito rica em suas criações.  Já que não tinha diálogos no cinema mudo, toda a ambientação era construída pela música e, como o filme passava pelas mãos e pela cabeça dele, Chaplin fazia com que essa imersão fosse completa, já que escrevia pensando na música e compunha pensando no filme”, contextualiza Toffolo. 

Esta não será a primeira imersão da formação mineira no universo cinematográfico, tendo já apresentado o concerto “Música para Cinema”, que foi gravado em CD e DVD no Largo do Rosário em Ouro Preto, “Música para Cinema – Cine Hollywood” e uma primeira homenagem a Charles Chaplin com o filme “O Circo”. 

Fã declarado de Carlitos e toda a sua filmografia, Toffolo ressalta essa simbiose entre música e imagem. “O que seria do cinema sem a música? Não teria a menor graça!”, reconhece ele. “Considero que a música é muito mais que um conjunto de sons. Ela carrega consigo símbolos que encontramos na linguagem, traduzindo as mais complexas relações sociais como sotaques, gestos e meios de se comunicar. E é em sua função no universo cinematográfico que essas relações ficam ainda mais claras para todos nós. Podemos exprimir os sentimentos mais íntimos até o maior rompante emocional; de um olhar perdido a batalhas em planetas distantes”, explica. 

“A Gerdau acredita no poder transformacional das pessoas por meio da cultura. Por isso, como uma das principais apoiadoras da cultura em Minas Gerais, ficamos muito felizes de poder trazer para Lafaiete essa apresentação que une o Charles Chaplin, um ícone do cinema, com a beleza musical da Orquestra Ouro Preto”, destaca Mauro Castro, Gerente Executivo da Gerdau.

Em “O Garoto”, Carlitos conta a história de um vagabundo que, num dia comum, se depara com um bebê abandonado pela mãe solteira. Ele cuida e ama o pequeno órfão até que, cinco anos depois, a mãe aparece para resgatar a criança. Uma obra comovente, que promete trazer um clima de emoção e nostalgia para o público de Divinópolis, relembrando os tempos áureos do cinema mudo.

A ousadia fica por conta da execução ao vivo, que demanda uma sincronia perfeita entre música e imagem, desafiando ainda mais os músicos da Orquestra e comprovando o compromisso com a excelência e a versatilidade. 

Serviço:

Orquestra Ouro Preto apresenta “O Garoto”, de Charles Chaplin

Data: 28 de maio, sábado

Horário: 18h30

Local: Praça da Matriz, Centro – Conselheiro Lafaiete

Ingressos: Entrada Franca

Informações:   www.orquestraouropreto.com.br

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