Pedreira desrespeita população, ameaça meio ambiente e coloca em risco nascentes

Pedreira Irmãos Machado LTDA. pressiona e desrespeita população e o meio ambiente com pedido de servidão mineral em Amarantina, distrito de Ouro Preto, gerando riscos para moradores e nascentes de rios. 

A Pedreira Irmãos Machado LTDA. tem desconsiderado a população de Amarantina, distrito de Ouro Preto, ao dar entrada em um pedido de servidão mineral. A situação gera grande risco ambiental e para a população, pois põe em risco muitas casas e também nascentes de rios importantes na região, como por exemplo, o Rio Maracujá, rio que desemboca no Rio das Velhas que é o maior afluente do rio São Francisco. Segundo uma moradora: “a ameaça é que o distrito simplesmente acabe e que expulsem todas as pessoas do entorno por coerção e pressão”

Pedreira causa danos e prejuízo na produção de alimentos mas moradores resistem

A pedreira que em seu site se coloca como “Preocupando com o meio ambiente, com ações de sustentabilidade. E dando apoio a comunidade onde está inserida, sendo a principal empregadora local.” (dados retirados do site, inclusive com o erro de digitação). Porém, na pratica, não tem se mostrado colaborativa quando se fala da qualidade de vida das pessoas que moram ao redor.

Os moradores do distrito reclamam do barulho, da fumaça e poeira causada por cerca de 600 carretas que passam por dentro do perímetro urbano diariamente. Já existe uma rota alternativa que poderia facilmente ser usada pela empresa, se fosse adaptada pela própria, mas de forma violenta, continua fazendo o possível para incomodar os moradores.

“Aqui a gente só tem paz dia de domingo até 19h, ai já começa o barulho, a fumaça e a casa começa a tremer” diz uma moradora local.

A produção de alimentos também tem sido muito ameaçada. Por vezes a safra é destruída por pedras, vindas das explosões mal planejadas, ou pelas fortes chuvas que inevitavelmente geram deslizamentos. Esses deslizamentos são causados pelo assoreamento dos morros ao redor que são ocupados pela pedreira e acabam por soterrar a produção próspera de alguns moradores. A água, que foi privatizada há pouco tempo, agora é paga, enquanto as nascentes vão sumindo, pela quantidade de brita que também é arrastada pela chuva, entupindo diversas nascentes.

Moradores têm plantações afetadas pelas ações da pedreira na região. Foto: Val Leger

“As famílias que compõem a comunidade, desde o fim do ano de 2020, tiveram notícia da existência de processo de requisição de servidão minerária pela empresa Pedreira Irmãos Machado junto à Agência Nacional de Mineração (ANM). Os comunitários afirmam que só vieram a ter conhecimento do interesse da empresa sobre as propriedades nas quais vivem após alguns moradores receberem uma correspondência, de um escritório de advocacia que convidava o destinatário a comparecer no local indicado, um antigo imóvel comercial às margens da rodovia BR 356, para ‘tratar de assunto de seu interesse’, sem qualquer explicação acerca do motivo do convite nem qualquer indicativo das intenções da empresa. Outros moradores afirmaram que foram surpreendidos por ofício, em segredo de justiça, expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que determinava que os mesmos se manifestassem com relação a esse mesmo pedido de servidão, no prazo de 15 dias após a retomada dos trabalhos forenses em janeiro de 2021. O referido ofício foi entregue entre os dias 22 e 23 de dezembro de 2020.” Trecho extraído de laudo do Ministério Público sobre o caso.

Morte de um funcionário e descaso com a segurança do trabalho

No dia 16 de dezembro de 2022, José dos Santos Costa, de 75 anos, funcionário da empresa, morreu enquanto trabalhava. Segundo análise feita pelo Ministério Público, havia e ainda há o risco de acidentes devido a negligência da empresa. O documento aponta que a última inspeção do trabalho foi feita em março de 2017, quando houve a constatação dos riscos que a tecnologia usada poderia causar acidentes. Desde o armazenamento até o descarte do material explosivo, chamado de Pyroblast, não há o cuidado que deveria por se tratar de um material perigoso. O risco não foi antecipado. Além disso, o SESMT (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho) não foi envolvido nas decisões dessa atividade que é considerada de alto risco e não rotineira.

O documento também aponta que a empresa não ministrou treinamentos periódicos para o manuseio do material, não analisou nem documentou acidentes e doenças causadas pelo trabalho e deixou de incluir no Programa de Gerenciamento de Riscos a etapa de antecipação dos fatores de risco entre outras negligências com seus funcionários.

Desde 2019, moradores da região organizaram a “Frente Popular em Defesa de Amarantina” com o objetivo de encontrar alguma forma de defender seus direitos. Todo esse período é marcado por indiferença por parte da pedreira e tentativa de omissão dos planos. O processo de pedido de cessão era até pouco tempo segredo de justiça, o que impedia muito dos moradores, mesmo organizados, de entenderem o que estava acontecendo. Graças à luta local, que sempre buscou apoio do ministério público e dos meios institucionais, os moradores resistem mas também temem até quando conseguirão adiar os planos da pedreira.

 

FONTE A VERDADE

Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural está realizando cadastramento de nascentes

A Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (Semad), realiza atividades de proteção e recuperação dos recursos hídricos. Essas ações estão inseridas no projeto “Cada Gota Conta” que tem o objetivo de implantar no programa a proteção, prevenção, recuperação e melhoria da qualidade dos recursos hídricos.
Dessa forma, a Secretaria está realizando o cadastramento das nascentes para diagnóstico, cercamento e plantio. Acesse o link abaixo e preencha todas as informações solicitadas.
https://docs.google.com/…/1FAIpQLSd-DSpZ…/viewform…
A Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, Ana Gabriela Dutra, reforça que “o projeto Cada Gota Conta é de suma importância e relevância pois, além de permitir a proximidade com todos os proprietários rurais de Congonhas, vai possibilitar a recuperação e proteção do meio ambiente e garantir qualidade hídrica para a população.
Por Lílian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Fotos: Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural

Fábrica da Coca-Cola seca nascentes, dizem biólogos

“Secou tudo, olha só. Que tristeza”, lamenta Sebastião Gomes de Laia enquanto caminha pelo lamaçal coberto de capim às margens da rodovia BR-040, em Minas Gerais. “Tudo o que você está vendo aqui era água, onde o pessoal pescava traíra”, recorda o pintor de 65 anos, um dos primeiros a ocupar os terrenos do bairro Água Limpa, perto de Itabirito, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Fábrica da Coca-Cola foi inaugurada em 2015 em Itabirito, na região metropolitana de Belo Horizonte / DIVULGAÇÃO

Laia chegou ali, na encosta da Serra da Moeda, em 2008. Sete anos depois, em 2015, foi inaugurado o projeto de um novo empreendimento em Itabirito: a Fábrica da Coca-Cola FEMSA, aclamada pelo então governador, Antonio Anastasia (PSDB), como unidade geradora de renda e empregos para a região. (…)

A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA) afirma que os poços artesianos implantados pela concessionária de abastecimento de Itabirito para a unidade da Coca-Cola (apelidada de “Fábrica da Felicidade”) estão secando nascentes dos rios Paraopeba e das Velhas – responsáveis por quase toda a água de Belo Horizonte. Os poços também estariam colocando em xeque o rico ecossistema do monumento natural da Serra da Moeda.

“Há uma redução significativa na vazão das nascentes em toda a região”, explica Francisco Mourão, biólogo da AMDA. Ele diz que, desde que a fábrica começou as atividades, várias comunidades, principalmente do lado de Brumadinho e de Moeda, tiveram seus lençóis freáticos rebaixados. Há locais que inclusive são abastecidos por caminhões-pipa, e “alguns [dos caminhões] são enviados pela própria Coca-Cola”, diz Mourão. (Diário do Centro do Mundo)

Gerdau quer ampliar produção de mina para abastecer usina de Ouro Branco; audiência pública para licenciamento ocorre hoje

A Gerdau Açominas quer avançar as operações para a zona de amortecimento de duas importantes áreas de proteção ambiental que ficam entre Itabirito e Moeda, na região metropolitana. A empresa entrou com um pedido de licença junto ao governo do Estado para implantar uma cava de exploração de minério de ferro e montar uma nova pilha de estéril – para armazenar os resíduos minerários – próximo ao Monumento Natural da Serra da Moeda e à Estação Ecológica de Arêdes. Os riscos para o abastecimento de água da região serão debatidos neste sábado (13), em audiência na Câmara de Moeda.
A Gerdau quer ampliar o projeto Várzea do Lopes com a abertura de lavra de minério de ferro, extraindo 1,5 milhão de toneladas por ano. As cerca de 30 milhões de toneladas de minério bruto exploradas em 21 anos, previstos em projeto, vão ser transportadas em caminhões até uma usina em Ouro Branco, distante 60 km da mina.

Especialistas são contra e preveem morte de nascentes com criação de mina

“O empreendimento está em cima da zona de amortecimento das áreas de proteção. Antes de ter as licenças, a Gerdau já conseguiu autorização para desmatar 130 hectares de área remanescente de Mata Atlântica, onde vai ficar a pilha de estéril. O impacto negativo já começa a ser sentido. Em caso de implantação da mina, várias nascentes serão mortas”, diz o conselheiro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraopeba, Cleverson Vidgal.
As nascentes abastecem o chamado ribeirão do Silva, que desemboca no rio das Velhas, acima da captação de Honório Bicalho, da Copasa. E é justamente desse ponto onde é retirada parte da água que abastece a capital: “Em médio prazo, haverá impactos para BH e as cidades do entorno”.
O presidente da Câmara de Vereadores de Moeda, Silvânio Alves, disse que propôs a audiência pública para que a população tenha conhecimento da proposta. “As pessoas estão muito preocupadas. Os moradores têm direito de conhecer o projeto”, disse.
Não é a primeira vez que a Gerdau tem empreendimentos na região questionados. Em 2009, o Ministério Público contestou o fato de a empresa explorar a mina Várzea do Lopes por meio de Autorizações Ambientais de Funcionamento (AAFs), que não são as licenças adequadas para estrutura com maior potencial de dano. O órgão exigiu que a siderúrgica fizesse uma série de benfeitorias para amenizar os impactos já causados. Nem todas foram cumpridas.
“A empresa prometeu várias coisas, como a criação de um corredor ecológico, e não cumpriu. Agora, recorre ao Estado para explorar a região sem cumprir as condicionantes. Algo tem que ser feito”, diz a presidente da ONG Serra Viva, Rosângela Maciel. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foi procurada, mas não respondeu.

Em nota, a Gerdau disse que o projeto não afeta a área que ela prometeu proteger.  Segundo a empresa, estudos ambientais e documentos necessários para a obtenção do licenciamento já foram protocolados.

-Audiência Pública

  • Sede da Câmara Municipal de Moeda
  • Data: 13/04
  • Horário: 9h
  • Local: Sede da Câmara Municipal de Moeda

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