Cinco anos após tragédia de Brumadinho, rio Paraopeba segue com água poluída por lama da Vale

OUTRO LADO: Empresa diz que qualidade é semelhante à verificada antes do rompimento de barragem, sobretudo quando não há chuva

Ediléia Aparecida de Oliveira, 45, tinha o rio Paraopeba como fonte do sustento de sua família. Pescadora, filha de pescadores e, agora, com cinco filhos pescadores, viu a tradição da família ficar em risco com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), há cinco anos, em 25 de janeiro de 2019.

A pescadora mora em Abaeté, na região central de Minas Gerais, um dos 26 municípios sob influência do Paraopeba considerados oficialmente como impactados pelo colapso da represa da mineradora.

Rio Paraopeba, em trecho perto do quilombo Pontinha, em Minas Gerais, em foto de 2021 – Eduardo Anizelli – 20.jan.2021/Folhapress

Ediléia continua subindo em seu bote para seguir no ofício, mas enche os olhos ao contar o que presencia no meio do rio. “O peixe, mesmo vivo, está fedendo”, diz.

A família de Ediléia —o marido também é pescador— retirava R$ 3.000 mensais com a pesca antes do rompimento da barragem. “Hoje não chega a R$ 600”, relata.

A pescadora Ediléia Aparecida de Oliveira, 45, moradora de Abaeté (MG), que conta passar por dificuldades financeiras por conta da poluição no rio Paraopeba após rompimento da barragem da Vale em Brumadinho – Leonardo Augusto/Folhapres

Uma portaria do governo do estado publicada em 28 de fevereiro de 2019, em vigor até hoje, recomenda que a água do rio Paraopeba não seja utilizada seja qual for o fim —uso humano, animal, pesca, irrigação ou banho.

A Vale, por sua vez, afirma que mais de 6,7 milhões de resultados indicam que a qualidade das águas do Paraopeba hoje é semelhante à verificada antes do rompimento, “sobretudo em períodos secos”.

A empresa diz ainda, em nota, que o plano fechado para recuperação da bacia do Paraopeba prevê aporte “em valor estimado em R$ 5 bilhões”, custeado pela mineradora, e com acompanhamento de órgãos competentes e auditorias ambientais.

Segundo a pescadora, com os problemas que os peixes aparentam ter, os compradores do produto na região para revenda, os chamados “peixeiros”, desapareceram. “Se querem, é por um preço muito baixo”, afirma.

Levantamento feito pelo Instituto Guaicuy, uma das assessorias técnicas responsáveis pelo acompanhamento dos impactos do rompimento da barragem de Brumadinho no meio ambiente, identificou metais pesados como arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio em peixes em pontos ainda mais a jusante, em Felixlândia (MG), também na região central do estado, a 223 km de Brumadinho.

O instituto é responsável pelo acompanhamento das condições ambientais pós-tragédia na região mais distante de Brumadinho, no baixo Paraopeba, onde o curso d’água se encontra com a represa de Três Marias.

Além de Abaeté e Felixlândia, também estão nesta região municípios como Curvelo e Pompéu.

Segundo o levantamento, que tomou por base amostras de 1.605 peixes, até 56% dos exemplares, dependendo da região, apresentaram resultado positivo para metais pesados em índices superiores aos admitidos para ingestão humana.

Entre os peixes analisados estavam espécies comumente utilizadas para consumo humano como traíra e piau. O levantamento foi concluído pelo Instituto Guaicuy em 2022, mas até hoje moradores, pescadores e peixeiros não têm certeza de como proceder.

“O que a gente mais ouve da população é ‘posso pescar?’, ‘posso comer peixe’?, ‘posso nadar no rio?'”, diz o diretor do instituto Guaicuy, Marcus Vinícius Polignano, que participou de encontro com atingidos nesta quarta (24) em Belo Horizonte, no qual esteve também a pescadora Ediléia.

“Falta informação para a população”, acrescenta o diretor.

Polignano afirma que outros levantamentos poderiam ter sido feitos pelo instituto nos últimos anos, mas houve corte de recursos para as assessorias técnicas que trabalham diretamente com os atingidos.

A Semad (Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais), responsável pelo Igam (Instituto Mineiro das Águas), afirma que segue em vigor a recomendação publicada em 28 de fevereiro de 2019 de não utilização da água bruta do Paraopeba para qualquer fim, como medida preventiva.

A recomendação vale para todo o curso do rio entre Brumadinho e a hidrelétrica de Retiro Baixo, ao norte de Pompéu, próximo à barragem de Três Marias, município que está 60 km a oeste da cidade de Abaeté, da pescadora Ediléia. Os dois municípios fazem divisa.

A pasta diz ainda que realiza monitoramento emergencial mensal em 14 pontos da bacia do Paraopeba.

FONTE FOLHA DE SÃO PAULO

Das 3 maiores cidades do Alto Paraopeba, apenas Congonhas não confirmou caso de covid-19

A Secretaria Municipal de Saúde informa que até as 11h deste sábado, 9 de maio, foram registrados 543 casos prováveis de infecção pelo coronavírus. Esse número compreende pessoas que procuraram o call center ou os serviços de saúde com sintomas de febre e/ou qualquer sintoma respiratório.

Desses, estão sendo monitorados 62 casos da doença. Já foram descartados 423 casos, baseado em critério clínico ou encerramento do período de monitoramento. Outros 58 foram descartados por meio de resultado de exame negativo. Um óbito foi descartado e nenhum está em investigação. Nenhum caso foi confirmado.

Congonhas, entre as 3 maiores cidades do Alto Paraopeba, foi a única que ainda não confirmou caso de covid-19. Lafaite tem 19 e Ouro Branco 4 infectados.

Acesse o informe completo:  Informe Epidemiológico – 09-05

Call center:

Ao sentir os sintomas da doença, antes de procurar os serviços de saúde, ligue para os números de telefone 3732-1919 ou 3732-1948. Equipes da Secretaria de Saúde e profissionais da área, como médicos e enfermeiros, estão preparados para atender as ligações e orientar os pacientes.

Bombeiros procuram por jovem que submergiu no Rio Paraopeba

Tarde de domingo, equipes de Bombeiros de Congonhas foram acionados a comparecer por volta de 17:00 horas, no município de Belo Vale onde segundo informações de testemunhas, um jovem havia submergido enquanto nadava nas águas do rio Paraopeba, que corta a cidade de Belo Vale

No local, já no início da noite, os bombeiros tomaram conhecimento que trata-se da vitima Rodrigo da Silva, 16 anos procedente de Belo Vale e que estava nadando nas águas do Rio Paraopeba, na altura do Bairro Santo Antônio, próximo ao Areial Rosa do Vale

Segundo as testemunhas , o adolescente estava na companhia de alguns amigos (cerca de 8 adolescentes ) sendo que alguns estavam nadando e a vitima por não saber nadar não adentrou as águas.

Em certo momento, o mesmo voluntariamente, tirou a camisa e pulou no rio vindo a submergir e logo em seguida os seus amigos pularam na tentativa de salvar o adolescente, momentos depois viram que ele emergiu e ouviram ele pedindo socorro a uma distância de 60 metros de onde teria pulado, porém a forte correnteza o levou; seus amigos nadaram na tentativa de alcancá-lo porém não lograram êxito, pois o mesmo submergiu novamente e os amigos o perderam de vista.

Os bombeiros verificaram que a água estava bastante turva e a correnteza forte, devido a uma chuva na cabeceira do rio nos últimos dias, sendo que os trabalhos serão retomados na parte da manhã desta segunda feira.

De novo: inundações chegam a Fazenda Paraopeba e colocam em dúvida obra de contenção de enchentes

Inundações chegaram a Fazenda mas não causou prejuízos materiais/CORREIO DE MINAS

Os temporais que atingiram cidades da região inundaram imóveis, ruas e grandes áreas rurais. Esta semana, de novo, a histórica Fazenda do Paraopeba, em Lafaiete, às margens da MG 383, também foi alvo das cheias do Rio Paraopeba. Desta vez, as águas alagaram a frente do exemplar do século XVIII, chegando até a entrada do imóvel. Não houve prejuízos materiais, mas a inudações tomaram conta do área ao entorno da fazenda que ficou ilhada no meio da enchente.

Em menos de 45 dias, esta foi a segunda vez que as enchentes chegaram na fazenda, reaberta em 22 de julho de 2017, após restauração financiada pela mineradora Ferrous, cujo valor chegou a mais de R$2,5 milhões, através de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Outra cheia

No final de janeiro, as chuvas invadiram e alagaram por completo a histórica Fazenda. As águas chegaram bem próximo das janelas do primeiro pavimento da fazenda.  À época, era possível somente chegar a rodovia a pé por uma trilha que fica em uma fazenda localizada na parte mais alta que não foi atingida pela enchente.

Não passou pelo teste

Obra de vazão das águas do Paraopeba não passaram no teste para prevenção das enchentes/ARQUIVO CORREIO DE MINAS

Após a restauro, a fazenda, pertencente ao Inconfidente Alvarenga Peixoto, passou por obras complementares previstas no Termo de Ajustamento de Conduta  que visaram eliminar o risco de inundações comuns ao patrimônio histórico, como em 2012.

As obras foram implementadas pela Ferrous entre as quais o redimensionando o bueiro de travessia da estrada de acesso ao bem. Além disso, a obra previu o aumento da área da seção da antiga ponte sobre o Rio Paraopeba.

O objetivo das obras era corrigir a vazão do Rio Paraopeba, que foi reduzida com a construção da ponte como a melhoria da drenagem do pátio interno da Fazenda. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o próximo mês de fevereiro.

Ao que parece, as obras de prevenção de enchentes não resistiram a sobrecarga da chuvas. Já logo após a entrega da fazenda a gestão da prefeitura, foi levantado um alerta do temor da possibilidade das enchentes já que a obra não eliminaria por completo as enchentes.

As águas já baixaram mas o temor de novas enchentes permanecem e colocam risco a integridade do bem de grade valor histórico para a região e para Minas gerais

 

Leia mais:

 

Afluente do Paraopeba, Igam restringe uso de água no Rio Brumado por empresas

 Como consequência, ficam impostas restrições a todas as captações de água superficial na região afetada

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) publicou na quarta-feira (31/7) a Portaria n° 35 com declaração de situação crítica de escassez hídrica superficial nas porções hidrográficas localizadas à montante da estação fluviométrica Entre Rios de Minas, no Rio Brumado e sua bacia de contribuição. As restrições são aplicadas aos usuários que possuam outorga vigente para captação de água superficial e terão duração de 60 dias a contar da data da publicação da portaria.

Medida do Instituto visa mitigar a situação crítica do rio Brumando/Foto: L12 Notícias

A situação crítica foi identificada pelo Igam, por meio do monitoramento dos níveis do Rio Brumado, que apontaram vazões abaixo de 70% da vazão de referência Q7,10. A definição da ocorrência de situação crítica de escassez segue os critérios estabelecidos pela Deliberação Normativa CERH n° 49, de março de 2015, alterada pela Deliberação Normativa CERH n° 50, de 9 de outubro de 2015.

Como consequência da declaração de escassez, ficam impostas a todas as captações de água superficial da porção onde houve decretação de escassez, as seguintes restrições de uso: redução de 20% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo humano, dessedentação animal e abastecimento público; redução de 25% do volume diário outorgado para a finalidade de irrigação; redução de 30% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo industrial e agroindustrial e redução de 50% do volume outorgado para as demais finalidades.

Para consultar a lista de usuários com portaria de outorga vigente, clique aqui.

No caso de verificação do não cumprimento das restrições usos impostas, serão suspensos totalmente os direitos de uso de recursos hídricos dos infratores até o prazo final de vigência da situação crítica de escassez hídrica. Ficam também suspensas as emissões de novas outorgas de direito de uso dos recursos hídricos, bem como solicitações de retificação de aumento de vazões ou volumes captados na área decretada pela portaria. Para consultar os detalhes clique aqui.

A critério do Igam poderão ser concedidas outorgas para os usos considerados prioritários pela legislação de recursos hídricos, bem como para aqueles necessários à minimização dos impactos relativos à declaração de situação crítica de escassez hídrica e de restrição de uso.

Para acessar os dados completos sobre as porções hídricas com declaração de escassez, incluindo mapas, lista de outorgas afetadas, entre outros, clique aqui.

Foto de capa: Rio Brumando/L12 Notícias

Palco da Inconfidência Mineira, Fazenda do Paraopeba revive movimento revolucionário e atrai mais de 1,5 mil estudantes/visitantes

Foram encerradas, hoje, dia 12,  as comemorações da Semana da Inconfidência Mineira em Conselheiro Lafaiete.  Este ano, a data foi carregada de simbolismo quando foi revivida onde parte do movimento aconteceu. Construída por volta do século XVIII, ela foi propriedade do inconfidente Alvarenga Peixoto. Nos Autos  da  Devassa (inquéritos  que  incriminaram  os inconfidentes) há referência a essa fazenda com o nome de “Fazenda Covão”. Nas Cartas Chilenas, conjunto de poemas do inconfidente Tomás Antônio Gonzaga, também há referência a fazenda. Argumentos  como  distância  e  topografia  também colaboram para essa conclusão.

Durante a semana, diversas atividades preencheram a programação realizada na Fazenda Paraopeba, patrimônio histórico tombado e situado às margens do Rio Paraopeba, na localidade de Mato Dentro nas divisas com a cidade de São Brás de Suassui.

Inconfidência foi comemorada em palco onde trasncorreu parte do movimento

Dentro das comemorações, solenidades, palestras, jogos deram aos inúmeros visitantes a oportunidade de conhecerem um pouco mais da história do nosso Estado através do Memorial da Inconfidência e da Entrada Real instalados na fazenda como também o imponente sobrado, por sua arquitetura épica e importante no cenário do passado mineiro.

A escola municipal Napoleao Reis se fez protagonista de todo o projeto organizando junto a Secretaria de Cultura todas as atividades da semana. A parceria entre as secretarias de cultura e educação promoveram uma semana muito produtiva de largos resultados de informação e aprendizado. Na somatória de todos os dias da semana, aproximadamente 1,5 mil pessoas entre alunos, professores e visitantes puderam desfrutar de excelente conteúdo histórico num ambiente agradável, bonito e permeado de lembranças,  memórias e sobretudo herança histórica.

Participaram  das atividades também as escolas de São Brás de Suassui estadual Desembargador Aprígio Ribeiro e Municipal Amélia Pyramo. A cidade de Casa Grade fez uma visita ao Memorial da Inconfidência.

 

Prefeitura busca parceria para a gestão do futuro Parque Municipal da Fazenda Paraopeba

A Secretaria de Obras e Meio Ambiente realizou esta semana Audiência Pública na Câmara Municipal para apresentar a proposta da criação de uma Unidade de Conservação na Fazenda Paraopeba, transformando-a em um Parque Municipal. A presença no evento: representantes da Câmara Municipal, COLMEIA, COPASA, Movimento das Águas, CODEMA, Controladoria Municipal, Procuradoria Municipal, Sala Verde, EMATER, N.H.C.L, Sociedade Civil, entre outros.
A ideia principal é restabelecer e manter as características originais do ecossistema local (fauna e flora), fazendo com que se torne um refúgio para espécies ameaçadas de extinção ou que precise migrar das áreas mineradoras.
Posteriormente a prioridade é realizar atividades na sede da Fazenda voltadas para educação ambiental, cultural e social, realizando visitas com alunos das escolas municipais, estaduais e particulares para fins de apresentar o valor histórico e ambiental da Fazenda Paraopeba, uma das mais importantes da Inconfidência Mineira.
Será realizada uma nova audiência no próximo mês, na Fazenda, para apresentarmos a proposta às comunidades do entorno, Caete e Mato Dentro, mostrando a importância do local se tornar um Parque Municipal.

A intenção é buscar uma entidade parceria para a gestão do parque. O local guarda espécies raras como lobo guará e Tamanduá-bandeira

Fazenda do Paraopeba será transformada em um parque municipal com 16 ha e rico em fauna e flora/ DIVULGAÇÃO

A História

A Fazenda Paraopeba possui como principal cobertura vegetal a tipologia nativa típica do contexto regional, onde os biomas do Cerrado e da Mata Atlântica coexistem lado a lado, havendo trechos em que a vegetação se interpenetra formando comunidades típicas de tensão ecológica (ecótono).

A Fazenda Paraopeba tem em seu entorno uma grande variedade de ambientes naturais e fragmentos florestais que podem auxiliar no estabelecimento de uma comunidade faunística diversificada. Estes ambientes podem ser observados em associação ao curso do vale do rio Paraopeba, como as matas ciliares, lagoas e várzeas, que são áreas de suporte capazes de fornecer abrigo a diferentes espécies de animais que possuem diferentes exigências ambientais.

A região de entorno da Fazenda Paraopeba está presente no Circuito Turístico da Estrada Real, que possui roteiro conhecido e amplamente divulgado em Minas Gerais e no país. A possibilidade de exploração e uso turístico da propriedade da Fazenda Paraopeba pode auxiliar e contribuir na conscientização dos viajantes e da população sobre a importância da preservação ambiental para a biodiversidade. A criação de uma consciência ambiental deve ser entendida como ação primordial para que gerações futuras aprendam o valor da biodiversidade.

entidades e liderança discutiram formato da criação, da unidade de conservação/ DIVULGAÇÃO

Com extensão de cerca de 16 hectares e localizada no município de Conselheiro Lafaiete (antiga Queluz), em área limítrofe com o município de São Brás do Suaçuí, a Fazenda Paraopeba foi uma das principais propriedades rurais da região, no final do século XVIII, de domínio de Inácio José de Alvarenga Peixoto, um dos mais famosos integrantes da Inconfidência Mineira. Segundo relatos históricos, algumas das reuniões dos inconfidentes teriam acontecido na propriedade.

A casa sede da Fazenda Paraopeba foi construída entre o final do século XVII e início do século XVIII. Com estrutura em madeira não aparente, suas paredes são de pau-a-pique e o piso originalmente composto por grandes tábuas. Em documentos do final do século XVIII, como os Autos da Devassa, por exemplo, há referência à propriedade como Covão, denominação dada graças à conformação da sua topografia, que forma uma cova em seu entorno. Além da casa principal, contava com um anexo que servia tanto para os escravos quanto para a produção da fazenda – segundo reportagem do jornal Estadão, de 19 de abril de 2012, essa estrutura foi derrubada por uma enchente do rio Paraopeba, que passa nas proximidades da edificação.

Lafaiete sedia Consulta Pública sobre Rio Paraopeba e ambientalistas alertam sobre a situação crítica da Bacia

O Relatório de Cenários e Prognóstico da Bacia do Rio Paraopeba, entregue para a apreciação do Grupo de Acompanhamento Técnico (GAT) do Plano Diretor de Recursos Hídricos, no início de novembro, reforça os alertas do Diagnóstico acerca das condições críticas em relação à quantidade e a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, frente às diversas demandas hídricas observadas na região.
O relatório detalha os estudos prospectivos elaborados e traça os cenários Tendenciais e Alternativos para o horizonte de planejamento; trazendo a Análise de Riscos por trecho da bacia (alto, médio e baixo Paraopeba), em termos dos riscos relacionados ao déficit no balanço hídrico quantitativo e qualitativo.

Fonte: RP03 – Revisão do Relatório do Prognóstico da Bacia do Rio Paraopeba.
Cobrape, 2018

A análise dos cenários alerta para os desafios na gestão da bacia nos próximos anos, com vistas à reversão e contenção das situações críticas, com o objetivo de garantir a sustentabilidade das atividades e das ocupações da bacia, as quais impactam fortemente seus recursos hídricos.

Os mapas representam os cenários tendenciais, utilizando taxas de curto e longo prazo, e fundamentam-se na premissa de que o comportamento no passado determina o futuro. Tais cenários indicam a urgente necessidade de atenção e gestão assertiva dos recursos hídricos, para a contenção dos riscos que atingem as águas na Bacia do Rio Paraopeba.
Enfrentar os problemas, recuperar a qualidade e gerir, de modo eficiente, as diversas demandas pelos recursos hídricos, requer a mais ampla participação e um conjunto de ações assertivas e colaborativas, orquestradas pelo Comitê de Bacia. Neste sentido, as Consultas Públicas da etapa de Prognóstico e Cenários propõem uma dinâmica que visa reforçar os alertas de criticidade e convidar os participantes a contribuírem para o delineamento de uma estratégia robusta.

Situação do rio Bananeiras, afluente do Paraopeba, é crítica

As consultas serão divididas em dois momentos – a apresentação do prognóstico e o trabalho em grupos. Primeiramente, os cenários serão apresentados e, posteriormente, os participantes formarão grupos de trabalho por segmento, para discutirem e formalizarem respostas para duas questões, quais sejam: (i) Qual o papel de cada segmento na obtenção de um cenário vantajoso para o conjunto de seus usuários; e, (ii) Diante de um cenário de restrições de demandas, para a manutenção da quantidade e qualidade das águas, quais as ações prioritárias, os condicionantes e as diretrizes gerais para a adesão majoritária à política de preservação dos recursos hídricos da Bacia?

As Consultas Públicas do Prognóstico e Cenários consolidam os esforços até então empreendidos e serão um elo fundamental para que a equipe técnica obtenha os insumos complementares para a próxima fase do PDRH, dando início à constituição do Plano de Ações, ferramenta de suporte à Gestão da Bacia do Rio Paraopeba e que orientará usuários, gestores públicos e sociedade civil no uso e preservação das águas do Paraopeba.
O PDRH Paraopeba convida a todos para as Consultas Públicas do Prognóstico e Cenários. Compareça e contribua com este Plano.
CONSULTAS PÚBLICAS DO PROGNÓSTICO E CENÁRIOS DA BACIA DO RIO PARAOPEBA
Conselheiro Lafaiete receberá a Consulta do Alto Paraopeba:
04 de dezembro, terça-feira, das 13 às 18 horas
Auditório da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete – FDCL
Rua Lopes Franco, 1001. Bloco C/D. Bairro Carijós

Obras vão conter inundações na Fazenda Paraopeba

Fazenda Paraopeba ainda passa por obras para contenção de enchentes/CORREIO DE MINAS

Reaberta ao público oficialmente no dia 22 de julho do ano passado, a história Fazenda do Paraopeba, pertencente ao Inconfidente Alvarenga Peixoto, ainda passa por obras complementares previstas no Termo de Ajustamento de Conduta assinado entre o Município de Lafaiete, a minerador Ferrous e o Ministério Público e visam eliminar o risco de inundações que por ventura vierem a acontecer como há 8 anos quando as águas do Rio Paraopeba, que passa a menos de 300 metros, chegaram até área externa e avançaram sobre o patrimônio histórico do século XVIII. A Ferrous se comprometeu a implementar as medidas de proteção da sede da Fazenda.

Há mais de 2 meses a mineradora financia obras que fazem parte das obras necessárias para a prevenção das enchentes na área da Fazenda Paraopeba entre as quais

o redimensionando o bueiro de travessia da estrada de acesso ao bem. Além disso, a obra prevê o aumento da área da seção da antiga ponte sobre o Rio Paraopeba.

O objetivo das obras é corrigir a vazão do Rio Paraopeba, que foi reduzida com a construção da ponte como a melhoria da drenagem do pátio interno da Fazenda. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o próximo mês de fevereiro.

Outras obras

Com a assinatura Termo de Compromisso o bem enfim voltou a Lafaiete e deve abrigar um centro de estudo da Inconfidência Mineira e ponto de turismo da Estrada Real. A obra custou mais de R$ 3 milhões para sua total restauração, acompanhada pelo IEPHA. Além das medidas de eliminar as inundações, a mineradora entregou um diagnóstico arqueológico do local. Até 31 de dezembro a Ferrous ainda arcou com o pagamento mensal de R$ 4.623,42 para um caseiro que ficou em tempo integral na sede da Fazenda Paraopeba para tomar conta da propriedade.

Por outro lado a prefeitura se comprometeu a, não sendo possível a instituição de reserva particular do patrimônio natural – RPPN no imóvel por ausência de enquadramento na Lei n.º 9.985/2000 (SNUC), transformá-lo em parque municipal até 10/11/2017, declarando área de preservação permanente, nos termos do art. 6º, inciso V, da Lei n.º 12.651/2012.

Pelo termo a prefeitura verificando eventual impossibilidade de realizar a gestão do imóvel por si próprio, comprometeu-se a realizar licitação para concessão de uso pela iniciativa privada. A obra de restauro, que tem até elevador panorâmico, durou mais de 3 anos.

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