Planeta Terra em mudança: novo oceano está se formando e África pode se dividir em dois continentes

Mas você não estará vivo quando isso acontecer

Uma grande fenda está dividindo aos poucos o continente africano, e cientistas preveem que isto formará um novo oceano — mas só daqui há muitos anos… talvez milhões.

A fenda não para de crescer

Em 2018, as terras do Quénia foram abaladas por um evento geológico homérico. Formou-se uma enorme fenda de 56 quilômetros e que envolve uma autoestrada que liga Nairobi a Narok. O pior de tudo é que ela continua aumentando todos os dias e cientistas acreditam que ela não parará.

Este fenômeno denominado de East Africa Rift (Fenda da África Oriental em tradução livre) abriu margem para cientistas fazerem descobertas incríveis: um possível novo oceano e a divisão do continente em dois.

Fenômenos do tipo, embora super lentos e graduais perante a vida humana, são importantes para o desenvolvimento do planeta e é por meio de tais cisões que nosso planeta foi moldado ao longo do tempo. Isto influencia no clima, a topografia e até a evolução da vida no planeta Terra.

Oceano e continente novos

A fenda já se estende, atualmente, em cerca de 3.000 quilômetros desde o Golfo de Aden até Zimbabué. Desde 2018 um artigo da Sociedade Geológica alertou para a divisão do continente em dois, o que geraria um novo oceano na Terra. Existem outros pesquisadores que concordam, como neste estudo publicado no Daily Mail.

Nesta publicação, na HAL Open Science, a equipe responsável analisa a evolução da fenda e também calcula possíveis consequências. Além disso, também relacionam a função do magma e movimentação das placas tectônicas com a expansão da fenda.

No entanto, este processo pode levar cerca de dezenas de milhões de anos (talvez menos, especialmente com intervenções humanas). O fato é que é possível que a humanidade nem mesmo esteja no planeta quando o novo oceano se formar.

Texto traduzido do site parceiro Xataka*

 

FONTE IGN

Tempestade de radiação lançada por explosão no Sol atinge a Terra

Tempestades de radiação podem fazer o trajeto entre o Sol e a Terra em apenas 30 minutos e durar vários dias; saiba as consequências

Tem sido muito frequente – especialmente com a aproximação do pico de atividade solar antecipado para meados deste ano – noticiarmos explosões no Sol e as consequentes tempestades geomagnéticas na Terra. 

No entanto, esse não é o único efeito que a “fúria indomável” da nossa estrela hospedeira pode causar nos planetas que a orbitam. Existem ainda as tempestades de radiação, que também são ocasionadas pelo disparo de material das erupções solares.

De acordo com o serviço de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, uma tempestade de radiação solar – também conhecida como Evento de Proton Solar (SPE) – ocorre quando os prótons contidos no Sol são lançados em velocidades incrivelmente altas. Essas tempestades de radiação podem fazer o trajeto Sol-Terra em apenas 30 minutos e durar vários dias. 

Ainda segundo a plataforma, na madrugada desta segunda-feira (29), à 1h38 (pelo horário de Brasília), uma forte erupção solar de classe M6.8 foi registrada pelo Observatório de Dinâmicas Solares da NASA e pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), da Agência Espacial Europeia (ESA).

O Sol está no centro da imagem acima, que mostra primeiro um brilho repentino na borda noroeste causado por uma erupção solar M6.8. Em seguida, vemos a cena “salpicada” de prótons de alta energia. Créditos: SDO, SOHO e jhelioviewer.

Como foi a explosão solar que lançou a tempestade de radiação

Conforme descreve o site EarthSky.org, grandes laços coronais se ergueram do Sol com um brilho intenso. Então, veio um estalo, enquanto prótons de alta energia explodiram para longe do Sol perto da velocidade da luz (que é de quase 300 milhões de km/s).

Era como se você tivesse um balão revestido com gotículas de água que se expandiram tão repentinamente que estourou, espalhando um spray de água (ou, neste caso, prótons de alta energia).EarthSky.org

A maior parte do material solar lançado ao espaço por esse evento, localizado na borda noroeste do Sol pela perspectiva da Terra, não deve atingir o planeta, porque a mancha AR3559, onde se deu a explosão, não está na nossa direção.

No entanto, o mesmo não se pode dizer sobre os prótons, que são chamados de partículas energéticas solares. Assim como um dispersor de água girando em um jardim, o campo magnético do Sol sai em espiral (a Espiral de Parker). E – por causa de sua carga elétrica – os prótons seguem os campos magnéticos em espiral para longe da estrela. 

Essa “rodovia” de partículas magnéticas se curva de volta em direção à Terra a partir do lado ocidental do Sol (de onde é mais comum a ocorrência de tempestades de partículas solares). Observe o diagrama explicativo abaixo:

O evento desta madrugada ejetou uma tempestade de partículas solares S1 – considerada de grau fraco em uma escala que vai de S1 a S5. Essa explosão já causou um apagão de rádio de ondas curtas sobre a Austrália. Também é possível que operadores de rádio amador e navegadores em alto mar tenham notado perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até uma hora após o surto. Nenhuma consequência além dessas é esperada de uma tempestade de radiação de grau S1.

Tempestades de radiação solar às vezes duram dias e podem continuar aumentando a intensidade. De qualquer forma, não há risco para quem está na superfície da Terra, devido à atmosfera espessa e ao campo magnético do planeta, que repele as partículas. 

No entanto, essas partículas carregadas podem criar um ambiente de radiação perigoso para os astronautas em órbita, principalmente aqueles que estiverem em atividade extraveicular (EVA), também chamadas de caminhadas espaciais. Em casos mais extremos, os níveis de radiação podem ser perigosos até para aviões que voam em rotas polares. 

FONTE OLHAR DIGITAL

Conheça o mapa plano mais preciso da Terra

O mapa de dois lados retrata os Hemisférios Oriental e Ocidental em um dos lados e os Hemisférios Norte e Sul no outro

A representação do nosso planeta através de mapas é repleta de distorções. Isso acontece porque é impossível mostrar perfeitamente um mundo 3D em um plano 2D. Mas agora, pesquisadores desenvolveram um método mais preciso para medir distâncias e classificaram o resultado como o mapa plano mais preciso da Terra.

Falhas nas representações existentes

  • A projeção de Mercator, introduzida em 1569, é a representação do planeta mais conhecida.
  • Ela é uma projeção de mapa cilíndrica e representa os meridianos como linhas verticais igualmente espaçadas, e os círculos de latitude como linhas horizontais igualmente espaçadas.
  • A projeção de Mercator é particularmente positiva para navegação, uma vez que simplifica o processo ao representar cursos de rumo constante, reduzindo a necessidade de correções frequentes de curso devido à curvatura da Terra.
  • No entanto, ela não é isenta de falhas, pois distorce o tamanho e a forma das massas de terra, especialmente à medida que se afasta do equador.
  • A Groenlândia, por exemplo, parece quase do mesmo tamanho da África nesses mapas, apesar de ser significativamente menor na realidade.
  • As informações são da IFLScience.

O mapa mais preciso

Embora existam outras projeções de mapa que oferecem uma representação mais precisa dos tamanhos verdadeiros dos países, estas normalmente não são utilizadas para fins de navegação. Na busca por uma representação mais precisa, Richard Gott, professor emérito de astrofísica em Princeton, criou, em 2007, um sistema para avaliar mapas com base no nível de distorção presente.

Ele descobriu que a projeção Winkel-Tripel, que visa equilibrar distorções de área, direção e distância, tinha as menores distorções gerais. No entanto, ela também não é isenta de imperfeições, apresentando distâncias, como a entre o Havaí e a Ásia, maiores do que são efetivamente.

Anos depois, Gott buscou criar um novo mapa plano, inspirando-se em um design de Buckminster Fuller. Este mapa preservava o tamanho dos países ao apresentar o mundo em uma forma única, embora desconexa. Essa abordagem resultou em lacunas significativas entre países geograficamente próximos e dividiu alguns países em partes separadas.

Foi então que a equipe do professor imaginou um mapa de dois lados, um retratando os Hemisférios Oriental e Ocidental e o outro os Hemisférios Norte e Sul. Ambas as versões evitam os cortes de limite vistos em outras projeções.

Este novo design oferece um método mais preciso para medir distâncias entre dois pontos em comparação com outros mapas planos, apresentando menos erros de distância. De acordo com o sistema de pontuação desenvolvido por Gott, ele se classifica como o mapa plano mais preciso da Terra.

Seu trabalho e descobertas são detalhados em um artigo disponível no servidor de pré-publicação arXiv.

FONTE OLHAR DIGITAL

‘Trem do Céu’: a ferrovia mais elevada do planeta, chamada de ‘milagre’ da engenharia

A ferrovia Qinghai-Tibet estende-se por quase 2 mil quilômetros. Ela atravessa o planalto tibetano, de Xining – a capital da província de Qinghai, na China central – até Lhasa, no Tibet.

É uma viagem épica, mas, da janela do trem, pode-se observar poucas intervenções humanas.

A paisagem é composta principalmente pela grama amarelada da savana do teto do mundo, que se estende até o horizonte com aparência de dentes de crocodilo, nas montanhas mais altas do planeta.

Se o trem quebrasse, poucos passageiros durariam por muito tempo naquelas terras altas varridas pelos ventos. Não parece haver poços de água para beber, nem árvores para oferecer sombra.

As próprias bandeiras de prece tibetanas foram arrancadas e panos de algodão foram fixados às rochas, simbolizando a rendição dos homens.

Meu pensamento se dirigia aos antigos aventureiros de outros países, que foram os primeiros a tentar chegar a Lhasa, a Cidade Proibida original.

Um deles foi o excêntrico inglês Thomas Manning (1772-1840). “Perseguido pela ideia da China”, ele viajou de navio de Guangzhou (também chamada de Cantão, no sul da China) até Calcutá, na Índia, no início de 1811.

Dali, na companhia de um católico chinês de nome Zhao, ele cruzou a fronteira entre o Butão e o Tibet sem dificuldades. E, depois de meses de uma árdua viagem, ele se tornou o primeiro inglês a pôr os pés na capital sagrada do Tibet.

Para Manning, Lhasa parecia uma cidade pobre e suja. Mesmo assim, ele conseguiu uma audiência com o 9º Dalai Lama, na época com seis anos de idade (o Dalai Lama atual, Tenzin Gyatso, é o 14º).

Mais tarde, Manning foi preso pelo amban – a autoridade que governava o Tibet em nome do governo chinês. O inglês permaneceu prisioneiro até que o imperador Jiaqing ordenou que ele fosse acorrentado, escoltado até a fronteira e deportado.

Nas décadas que se seguiram, o litoral da China foi invadido por agressivos comerciantes estrangeiros, com guerras marítimas e tratados unilaterais.

Mas diversos tipos de aventureiros – cartógrafos, montanhistas, missionários, garimpeiros e escritores de viagem – ainda sonhavam em se infiltrar na mística fortaleza no “teto do mundo”.

Eles chegavam de todas as direções. Suas motivações eram diferentes, mas as adversidades eram sempre as mesmas. Lobos, terremotos e a varíola assombravam um país que continuava literalmente fora do mapa.

O Tibet era habitado por reis que eram deuses, monges despóticos, guardas de fronteira intransigentes e bandidos armados.

O ponto final da ferrovia é a cidade de Lhasa, no Tibet, conhecida como a ‘Cidade Proibida’

Muitas pessoas morreram nas tentativas de chegar a Lhasa após a viagem de Manning.

O Império Britânico acabaria trazendo a capital tibetana para o cenário mundial, ao ordenar que a Comissão da Fronteira com o Tibet atravessasse os limites da Índia (que fazia parte do império, na época) para solucionar questões comerciais existentes entre o Reino Unido e o Tibet.

A Comissão era uma unidade militar liderada pelo oficial Francis Younghusband (1863-1942). Nascido na Índia, ele tinha um objetivo vago a cumprir: atingir a “satisfação” para o império.

Younghusband atingiu essa satisfação com a Batalha (ou o massacre, segundo alguns) de Guru.

Os tibetanos se lançaram de sua obscura fortaleza, armados com mosquetes envelhecidos e imagens do Dalai Lama, que eles acreditavam que os protegeriam. Eles não eram páreo para as espingardas inglesas Enfield e metralhadoras Maxim, que conseguiam disparar centenas de balas por minuto.

Suas fileiras foram brutalmente abatidas depois que, acidentalmente, um atirador deu início ao ataque britânico, ao disparar sua arma. E os sobreviventes simplesmente fugiram, incapazes de compreender o que haviam acabado de presenciar.

É preciso dar aos soldados britânicos o crédito de terem resgatado os tibetanos abatidos.

Em seguida, eles avançaram para Lhasa, em meio a diversos conflitos pelo caminho. Um deles foi a batalha da Passagem de Karo La, considerada o combate travado à maior altitude da história.

Assim, os britânicos acabaram chegando à Cidade Sagrada. O Dalai Lama havia se refugiado na Mongólia, mas eles conseguiram o que queriam: um novo tratado com o Tibet, que foi assinado em 1904.

Os chineses e a ferrovia

O legado da invasão britânica transformaria a posição da China em relação ao Tibet. Os chineses não poderiam mais considerar a região como um protetorado com pouco controle.

Ao longo das caóticas décadas após o colapso da dinastia Qing, em 1912, o Tibet, na prática, foi independente. Mas, em 1950, veio a invasão do Exército Vermelho da China para “liberá-lo” da “servidão”.

Os tibetanos ficaram sem a autonomia desejada e muitos deles, incluindo o Dalai Lama, fugiram para o exterior em um exílio voluntário.

Mesa de almoço em frente a janela, de onde se ve morro nevado
Legenda da foto,A emblemática ferrovia Qinghai-Tibet inspirou o livro ‘Viajando de Trem Através da China’, do escritor americano Paul Theroux

Em 1984, foi concluída a construção do primeiro trecho da ferrovia. Ela se tornaria um cordão umbilical simbólico, conectando a capital chinesa, Pequim, aos seus caprichosos primos das montanhas. É a ferrovia mais alta já construída no mundo.

O trecho inicial ligava Xining a Golmud, uma cidade no meio do nada na província de Qinghai. O local rapidamente se tornou um ponto de escala para uma geração de hippies em direção a Lhasa.

O escritor de viagens americano Paul Theroux viajou nessa linha em meados dos anos 1980. Na época, o trem era movido a vapor e a viagem levava 30 horas. Na época da minha viagem, em 2018, o trajeto levava apenas sete horas.

“Era um trem horrível”, escreveu Theroux no seu diário de viagem Riding the Iron Rooster (Viajando de Trem Através da China, Ed. L&PM, 1995). Ele relata um confronto físico entre os passageiros e conta que o trem “ficou sem água uma hora depois de sair”.

Lendo esse relato, eu me senti um pouco mimado no meu apertado beliche de segunda classe em um vagão equipado com bicos de sopro no teto para regular os níveis de oxigênio e evitar o mal de altitude entre os passageiros.

No final de cada vagão, havia também um cilindro de água fervente para reabastecer minha garrafa de chá, se fosse preciso.

“O mundo mudou”, escrevi no meu diário, “mas o deserto de Qinghai continua o mesmo.”

Ler os últimos capítulos do livro de Theroux enquanto me aproximava da remota cidade de Golmud era como receber comentários em tempo real sobre o cenário que passava pela janela.

“Aldeias quadradas e muradas que pareciam habitações remanescentes da idade neolítica” se espalhavam por um planalto de pedras “infernal e memorável”, enquanto nos aprofundávamos ainda mais no “terreno mais acidentado que já vi na China…”

Mas a descrição de Golmud apresentada por Theroux – “uma dúzia de construções baixas espalhadas por um amplo terreno” – não representa mais a realidade. A moderna cidade de Golmud parecia tão nova e limpa como se tivesse sido transplantada de helicóptero de uma fábrica de cidades-modelo para o planalto tibetano.

Não pude deixar de sentir que suas alamedas frondosas, de alguma forma, desrespeitavam as leis terrenas – que aquele planalto de rochas e esqueletos não era lugar para um assentamento semipróspero, claramente de classe média.

Passei uma noite em Golmud. Na tarde seguinte, embarquei novamente no chamado “Trem do Céu”, ou “Ferrovia para o Céu”, em direção a Lhasa.

Rumo ao ‘Terceiro Polo’

Durante a cerimônia de inauguração na estação de Golmud em 2006, que abriu o ramal para Lhasa, o então presidente chinês Hu Jintao descreveu o segundo trecho da ferrovia como “uma magnífica proeza da história da construção de ferrovias da China” e “um milagre da história mundial das ferrovias”.

Em que pese o flagrante nacionalismo imbuído no discurso do presidente Hu, os engenheiros chineses realmente atingiram um feito que parecia impossível.

As dificuldades apresentadas pela construção dos 1,2 mil quilômetros restantes através do teto do mundo eram suficientes para fazer qualquer topógrafo sensato interromper o seu trabalho e esquecer de vez aquela ideia absurda de construir a ferrovia.

Para começar, o próprio inverno no planalto era tão tempestuoso que ajudou o Tibet a ganhar o apelido de “Terceiro Polo”.

Em poucas palavras, se você conseguir não ser pulverizado pelo granizo, com pedras de gelo tamanho de bolas de golfe, nem ser atingido pelas rajadas de vento das montanhas, com força suficiente para carregar uma criança pequena, provavelmente irá perder alguns dedos dos pés por congelamento.

Montanhas nevadas
Legenda da foto,O ex-presidente chinês Hu Jintao chamou a construção da linha de Golmud até Lhasa de ‘milagre da história mundial das ferrovias’

Os engenheiros também enfrentaram sérios desafios representados pelo relevo da região.

Sua maior dificuldade foi o permafrost, que cobre 869 mil quilômetros quadrados – a maior região de solo congelado fora dos polos, segundo o livro China’s Great Train (“O grande trem da China”, em tradução livre), do jornalista americano Abrahm Lustgarten.

O permafrost congela no inverno e se torna um terreno pantanoso no verão. Para os engenheiros ferroviários, isso significa que, em um ano típico, o solo pode subir e descer em até 30 cm.

A inconsistência dos padrões de descongelamento exacerba o problema. Algumas regiões ficam solidamente congeladas, enquanto outras ficam mais moles.

E esse relevo imprevisível é ainda agravado pelas mudanças climáticas causadas pela atividade humana, particularmente no planalto tibetano, que vem se aquecendo mais rapidamente do que qualquer outra região da República Popular da China.

Para compensar a profunda incerteza dessas fundações, cerca de 15% do trecho foram construídos sobre pontes, como se a ferrovia atravessasse água corrente.

Mas, mesmo com toda essa infraestrutura, a região ainda é a maior zona de colisão de placas continentais do planeta. E a possibilidade de um imenso terremoto precisa ser considerada.

Foi por isso que, enquanto meu trem chegava à estação, não pude deixar de sentir certo desapontamento pela natureza rotineira da operação.

O segundo trecho

Enquanto eu embarcava, percebi que o interior do vagão era decorado com tapetes tibetanos e as paredes eram adornadas com motivos tradicionais budistas.

“Nǐ hǎo” – “olá”, dizia eu, em chinês, tentando me apresentar para os tibetanos no vagão do trem. Mas eles soltavam apenas uma risadinha.

Família no trem
Legenda da foto,Viajar ao lado dos tibetanos é uma das partes mais gratificantes da viagem pela ferrovia

Depois de encontrar um assento junto à janela, eu me empoleirei ao lado da mesa para continuar minha leitura de Viajando de Trem Através da China. Apesar do título, Theroux narra a conclusão da viagem de Golmud até Lhasa de carro, antes da construção deste trecho da ferrovia.

Seria um episódio hilariante, se não fosse tão cansativo. A viagem de carro por dois dias foi infernal, na companhia da srta. Sun com suas queixas constantes e do incompetente motorista sr. Yu, que sofreu mal de altitude e bateu o carro.

As brilhantes observações de Theroux não resistiram aos anos que se passaram. Ele escreveu que “a principal razão pela qual o Tibet é tão pouco desenvolvido e não chinês – e, por isso, completamente antiquado e agradável – é que é um grande lugar da China aonde a ferrovia não chegou”.

E ele ainda destacou outra observação, que o futuro se encarregaria de desmentir: “a cordilheira de Kun Lun é uma garantia de que a ferrovia nunca irá chegar até Lhasa”.

Por quê?

Fora do trem, os grandes planaltos de tundra e permafrost varridos pelo vento gradualmente desapareciam com o entardecer.

Dormi cedo e sem jantar. Em algum momento durante a noite, cruzamos a passagem de Tanggula, que marca o ponto ferroviário mais alto do mundo, com 5.702 metros de altitude.

Na manhã seguinte, fui despertado por um alegre anúncio sobre a construção da ferrovia:

“A temperatura frequentemente cai para -20 °C à noite”, disse uma mulher em inglês robótico. “Por isso, é fácil contrair um resfriado durante a ida ao toalete. Para resolver o problema, a companhia ferroviária instalou toaletes com aquecedores elétricos no seu interior.”

Os chineses são tão orgulhosos pelo Trem do Céu quanto pela Grande Muralha e pela Barragem de Três Gargantas. Mas, quando olhamos os vastos espaços vazios pela janela, surge uma questão pertinente: por quê?

Talvez seja apenas parte da sua história de orgulho por sempre construir “o maior” de tudo. Afinal, da mesma forma que a Muralha foi facilmente invadida pela cavalaria da Manchúria e a represa de Três Gargantas submergiu milhões de casas, as razões da construção da ferrovia foram, pelo menos, duvidosas.

Área nevada
Legenda da foto,A passagem de Tanggula é o ponto ferroviário mais alto do planeta

Oficialmente, a ideia chinesa da Marcha para o Oeste – a política que pretendeu incentivar o desenvolvimento econômico de 12 das províncias mais ocidentais do país – foi vendida com base na redução da pobreza.

Quando a ferrovia foi inaugurada, em 2006, ela inicialmente colaborou com essa promessa. Foram 2,5 milhões de visitantes transportados nos primeiros cinco meses de operação, o que expandiu o turismo regional.

Essa expansão levou a um crescimento acima da média nacional e, por sua vez, causou o remodelamento radical de Lhasa, com novos hotéis, ruas pavimentadas e condomínios. Os críticos chamaram a transformação de “Segunda Invasão do Tibet”.

Mas esse boom não durou muito tempo. A Região Autônoma do Tibet continuava sendo o lugar menos desenvolvido da China na época da minha visita.

Questões econômicas à parte, o mais razoável seria considerar o valor estratégico da ferrovia. O jornalista britânico Tim Marshall, autor do livro Prisoners of Geography (“Prisioneiros da geografia”, em tradução livre), coloca a questão friamente em termos geopolíticos: “se a China não controlasse o Tibet, sempre seria possível que a Índia tentasse fazê-lo”.

E existe o papel da ferrovia na construção de um país.

Nações imensas como os Estados Unidos e a Rússia foram forjadas por estradas de ferro, muitas delas construídas por operários chineses. Enquanto isso, na China, o poder de colonização das ferrovias foi sentido quando as potências estrangeiras lançaram trilhos por todo o país no século 19.

Mas, no cenário selvagem que observo pela janela, a geopolítica parece algo distante e muito restrito ao ser humano.

A chegada à ‘Cidade Proibida’

A passagem para Lhasa segue pelo rio Kyi Chu, afluente do rio Yarlung Tsangpo ao norte. Ele flui através de um frágil vale ladeado por negros picos recortados, com extremidades que perfuram as nuvens de algodão.

Percebi que aquela era uma verdadeira “fortaleza de pedra”, que ajudava a explicar por que esta foi, sem dúvida, a última cidade medieval a se render à modernidade.

Pessoa em paisagem aberta, com montanhas nevadas ao fundo
Legenda da foto,Por muitos anos, não se acreditava que a ferrovia um dia chegasse até Lhasa

As razões do fascínio por Lhasa para qualquer viajante do mundo que se preze são evidentes: sua localização remota, sua peculiaridade e seu isolamento, mesmo com as forças da globalização e da assimilação chinesa.

Lhasa fica a 3,7 mil quilômetros de Pequim e 284 km da capital estrangeira mais próxima – Timfu, no Butão. Mesmo com o trem, a cidade ainda parece ser o lugar mais distante para se chegar de qualquer parte do mundo.

Finalmente, desci do trem me sentindo, ao mesmo tempo, exausto e revigorado.

Mas, antes que eu tivesse tempo para respirar mais profundamente o ar tibetano, um segurança me apontou uma grande tenda branca, onde todos os visitantes estrangeiros precisam registrar sua chegada. Depois de alguns longos minutos, um carimbo vermelho e uma assinatura indicavam que eu estava liberado.

Mas as normas exigem que você reserve um tour com uma companhia de viagens registrada, de forma que a liberdade em Lhasa dura apenas o tempo de atravessar o hall de entrada da estação ferroviária.

Um alegre cidadão tibetano, segurando um cartaz com o logo da companhia de viagens, perguntou: “Você é o sr. Bird, Thomas?”

“Sim, sou eu.”

“Bem-vindo a Lhasa.”

Ele coloca um cachecol de seda branca em torno do meu pescoço – o tradicional sinal de boas-vindas do Tibet – e me conduz a bordo de um micro-ônibus repleto de estrangeiros com olhares estranhos. Conversamos rapidamente enquanto nos dirigimos a Barkhor, o centro histórico de Lhasa.

E descubro que sou o único do ônibus que não chegou a Lhasa de avião.

Esta reportagem foi adaptada do livro de Thomas Bird, recém-publicado, “Harmony Express: Travels by Train Through China” (“Expresso da Harmonia: viagens de trem pela China”, em tradução livre).

FONTE BBC NEWS BRASIL

21 Fotos provando que a natureza é a grande dona do planeta

Por mais que as ações da humanidade tenham prejudicado os recursos naturais ao longo dos anos, a natureza ainda é bem mais forte do que nós. Prova disso é que não podemos controlar desastres naturais, como tsunamis e terremotos, por exemplo.

A natureza é quem governa este mundo, e não há nada que possamos fazer para mudar tal fato. Por um lado isso é incrível, já que a natureza é encantadora e sem ela nem existiríamos, por outro pode ser um tanto assustador por ela ser imprevisível e repleta de surpresas nem sempre agradáveis. De qualquer forma, não podemos deixar de admirar essa força e habilidade natural de resistir à humanidade.

1 – A natureza pode contornar até os pequenos detalhes urbanos

2 – Este bonsai de 400 anos sobreviveu ao bombardeio de Hiroshima, apesar de estar a duas milhas de distância do marco zero

3 – Até uma pequena árvore tem seu valor

4 – Quem diria que de um parafuso poderia surgir uma flor

5 – Árvore engolindo uma lápide

6 – Esse salgadinho de batata ainda tem as raízes em si

7 – Um “tijolo natural”

8 – Árvores cobertas de teias de aranha

9 – A natureza tomando conta do que os humanos criaram

10 – A natureza é mais forte do que qualquer barreira que inventamos

11 – Quando as flores resolvem surgir dos lugares mais inusitados…

12 – A vegetação deixou essa casa, na Romênia, muito mais interessante

13 – As máquinas não são nada perto da natureza

14 – As criações humanas são temporárias, a vida selvagem é para sempre

15 – Nenhum muro é capaz de parar o que está destinado a crescer

16 – Sempre há espaço para uma nova vida

17 – A natureza está até nos pequenos detalhes

18 – A civilização medindo forças com a natureza

19 – Quem disse que os humanos mandam no mundo?

20 – A vida sempre arranja um jeitinho de aparecer

21 – O reino natural é muito mais encantador do que o nosso

Fonte: Bright Side

FONTE TUDO INTERESSANTE

Estamos passando por uma grande extinção em massa

Em cerca de 4,5 bilhões de anos de existência, o planeta Terra passou por pelo menos cinco grandes extinções em massa — e é bem provável que estejamos no sexto fenômeno do tipo justamente no período em que vivemos.

O paleontólogo Mario Cozzuol, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cita outra característica fundamental desses acontecimentos: eles aconteceram de forma homogênea em todas as partes do mundo.

“Falamos de eventos em escala global, com uma grande extensão, num tempo geólogo relativamente próximo”, acrescenta.

As extições em massa são:

A primeira: Ordoviciano-Siluriano, 440 milhões de anos atrás, com o desaparecimento de 85% das espécies, especialmente de pequenos seres marinhos invertebrados. Entre as possíveis causas para a crise, os cientistas apontam a movimentação dos continentes em direção ao pólo sul, as quedas na temperatura, a formação de glaciares e a redução do nível dos mares (dos quais boa parte da vida dependia).

Segunda: Devoniano, 370-360 milhões de anos atrás. que varreu do mapa entre 70 e 80% de todas as espécies.Ainda não há consenso sobre os motivos por trás dessa extinção em massa. As evidências apontam para diversas alterações no ambiente, como aumento e redução intercalados da temperatura, elevação e baixa do nível dos oceanos e uma queda na concentração de oxigênio na atmosfera.

O terceiro foi o Permiano, 250 milhões de anos atrás. É possível que a movimentação dos continentes, as erupções vulcânicas, o aquecimento do clima e o aumento da acidez dos oceanos tenham representado o fim da linha para muitas espécies que habitavam o planeta.

“Alguns cientistas apontam que a Terra foi atingida por um grande asteroide, que encheu o ar de partículas de poeira, bloqueou a luz solar e provocou chuvas ácidas. Outros pensam que uma grande explosão vulcânica aumentou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) e tornou os oceanos tóxicos”, detalha o Museu de História Natural de Londres.

O quarto é conhecido como Triássico, 200 milhões de anos atrás. A principal explicação para o fenômeno é a separação da Pangeia, o supercontinente que reunia praticamente toda a superfície terrestre do globo. Essa atividade geológica colossal elevou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, deixou os oceanos mais ácidos e engatilhou a erupção de vários vulcões.

Já o quinto é o Cretáceo, 65 milhões de anos atrás, o mais famoso, que acabou com os dinossauros. Acredita-se que o asteroide tenha sido o gatilho para uma série de mudanças no ambiente — poeira, diminuição da luz solar, morte das plantas, redução de oxigênio, chuvas ácidas, atividade vulcânica — que acabou com esses répteis aos poucos, ao longo de um milhão de anos.

O sexto fenômeno, e que cientistas acreditam que estejamos passando é o ‘Antropoceno’, 2022. As pesquisas apontam que a atividade humana está por trás disso e tudo só tem piorado nos últimos séculos.

“Desde a Revolução Industrial, nós estamos aumentando a pressão sobre a natureza ao usar os recursos, sem pensar em como recuperá-los”, aponta o Museu de História Natural de Londres.

FONTE REVISTA RCP

Estamos passando por uma grande extinção em massa

Em cerca de 4,5 bilhões de anos de existência, o planeta Terra passou por pelo menos cinco grandes extinções em massa — e é bem provável que estejamos no sexto fenômeno do tipo justamente no período em que vivemos.

O paleontólogo Mario Cozzuol, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cita outra característica fundamental desses acontecimentos: eles aconteceram de forma homogênea em todas as partes do mundo.

“Falamos de eventos em escala global, com uma grande extensão, num tempo geólogo relativamente próximo”, acrescenta.

As extições em massa são:

A primeira: Ordoviciano-Siluriano, 440 milhões de anos atrás, com o desaparecimento de 85% das espécies, especialmente de pequenos seres marinhos invertebrados. Entre as possíveis causas para a crise, os cientistas apontam a movimentação dos continentes em direção ao pólo sul, as quedas na temperatura, a formação de glaciares e a redução do nível dos mares (dos quais boa parte da vida dependia).

Segunda: Devoniano, 370-360 milhões de anos atrás. que varreu do mapa entre 70 e 80% de todas as espécies.Ainda não há consenso sobre os motivos por trás dessa extinção em massa. As evidências apontam para diversas alterações no ambiente, como aumento e redução intercalados da temperatura, elevação e baixa do nível dos oceanos e uma queda na concentração de oxigênio na atmosfera.

O terceiro foi o Permiano, 250 milhões de anos atrás. É possível que a movimentação dos continentes, as erupções vulcânicas, o aquecimento do clima e o aumento da acidez dos oceanos tenham representado o fim da linha para muitas espécies que habitavam o planeta.

“Alguns cientistas apontam que a Terra foi atingida por um grande asteroide, que encheu o ar de partículas de poeira, bloqueou a luz solar e provocou chuvas ácidas. Outros pensam que uma grande explosão vulcânica aumentou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) e tornou os oceanos tóxicos”, detalha o Museu de História Natural de Londres.

O quarto é conhecido como Triássico, 200 milhões de anos atrás. A principal explicação para o fenômeno é a separação da Pangeia, o supercontinente que reunia praticamente toda a superfície terrestre do globo. Essa atividade geológica colossal elevou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, deixou os oceanos mais ácidos e engatilhou a erupção de vários vulcões.

Já o quinto é o Cretáceo, 65 milhões de anos atrás, o mais famoso, que acabou com os dinossauros. Acredita-se que o asteroide tenha sido o gatilho para uma série de mudanças no ambiente — poeira, diminuição da luz solar, morte das plantas, redução de oxigênio, chuvas ácidas, atividade vulcânica — que acabou com esses répteis aos poucos, ao longo de um milhão de anos.

O sexto fenômeno, e que cientistas acreditam que estejamos passando é o ‘Antropoceno’, 2022. As pesquisas apontam que a atividade humana está por trás disso e tudo só tem piorado nos últimos séculos.

“Desde a Revolução Industrial, nós estamos aumentando a pressão sobre a natureza ao usar os recursos, sem pensar em como recuperá-los”, aponta o Museu de História Natural de Londres.

FONTE REVISTA RCP

Um novo supercontinente está prestes a se formar na Terra

Em uma revelação fascinante, cientistas divulgaram previsões para um novo supercontinente chamado Amásia, programado para se formar em aproximadamente 200 milhões de anos. Este vasto território resultará da colisão prevista entre os continentes Americano e Asiático, um evento transformador que eventualmente provocará o fechamento do Oceano Pacífico.

A Dinâmica do Planeta Terra

A Terra, frequentemente vista como nosso lar familiar, abriga uma infinidade de mistérios ainda não descobertos, alguns dos quais se encontram abaixo da superfície, ocultos de nossas observações cotidianas. Nosso planeta não é meramente uma grande casa, mas sim um mecanismo dinâmico e complexo que está em constante evolução, muito semelhante a um organismo vivo.

Essencial para essa transformação contínua é a estrutura dinâmica da Terra. Em vez de uma única camada, nosso planeta é composto por uma série de estratos sobrepostos, que se estendem do núcleo interno à superfície que percorremos todos os dias. Entre esses estratos, alguns estão em um estado fundido devido às altas temperaturas, enquanto outros, como a Litosfera, mantêm um estado sólido e mais frio.

Essa distinção permite que a crosta terrestre, ou a camada mais externa, “flutue” acima das camadas internas. Muito parecido com uma tábua sobre água parada, esse mecanismo permite o movimento das placas continentais que, com o tempo, podem colidir e se fundir para formar e separar continentes. Esse não é um mero conceito teórico; evidências geológicas sustentam a ocorrência de tais eventos na história da Terra.

Amásia: A Previsão Fascinante de um Novo Supercontinente

Aproveitando esse entendimento, uma equipe de cientistas das universidades de Curtin e Peking utilizaram um simulador de alta tecnologia para prever a próxima formação de um supercontinente. Os resultados apontaram para um significativo evento geotectônico em cerca de 200 milhões de anos, no qual os continentes Americano e Asiático se fundirão em uma enorme massa de terra – um supercontinente que será conhecido como Amásia.

Além disso, esse processo transformador levará ao desaparecimento eventual do Oceano Pacífico, uma noção que se alinha com a tendência existente de redução gradual do tamanho deste oceano.

“A futura Terra, como a imaginamos, será drasticamente diferente quando a Amásia se formar”, comenta Zheng-Xiang Li, co-autor do estudo e professor na Escola de Ciências Planetárias. Ele observa que os níveis do mar deverão cair, enquanto o vasto interior do supercontinente provavelmente se tornará árido, com grandes flutuações diárias de temperatura.

“Considerando a diversidade atual de ecossistemas e culturas humanas em nossos sete continentes, é de fato fascinante contemplar o mundo como ele poderia ser em 200 a 300 milhões de anos”, acrescenta.

Este estudo revolucionário, publicado na National Science Review, destaca o dinamismo incansável de nosso planeta, indicando que nossa Terra está destinada a sofrer mudanças monumentais em um futuro distante. Com isso, somos lembrados de nossa existência humilde dentro do vasto cronograma da evolução do nosso planeta, sendo testemunhas de um pequeno, mas significativo capítulo na contínua história da Terra.

FONTE MISTÉRIOS DO MUNDO

Um novo supercontinente está prestes a se formar na Terra

Em uma revelação fascinante, cientistas divulgaram previsões para um novo supercontinente chamado Amásia, programado para se formar em aproximadamente 200 milhões de anos. Este vasto território resultará da colisão prevista entre os continentes Americano e Asiático, um evento transformador que eventualmente provocará o fechamento do Oceano Pacífico.

A Dinâmica do Planeta Terra

A Terra, frequentemente vista como nosso lar familiar, abriga uma infinidade de mistérios ainda não descobertos, alguns dos quais se encontram abaixo da superfície, ocultos de nossas observações cotidianas. Nosso planeta não é meramente uma grande casa, mas sim um mecanismo dinâmico e complexo que está em constante evolução, muito semelhante a um organismo vivo.

Essencial para essa transformação contínua é a estrutura dinâmica da Terra. Em vez de uma única camada, nosso planeta é composto por uma série de estratos sobrepostos, que se estendem do núcleo interno à superfície que percorremos todos os dias. Entre esses estratos, alguns estão em um estado fundido devido às altas temperaturas, enquanto outros, como a Litosfera, mantêm um estado sólido e mais frio.

Essa distinção permite que a crosta terrestre, ou a camada mais externa, “flutue” acima das camadas internas. Muito parecido com uma tábua sobre água parada, esse mecanismo permite o movimento das placas continentais que, com o tempo, podem colidir e se fundir para formar e separar continentes. Esse não é um mero conceito teórico; evidências geológicas sustentam a ocorrência de tais eventos na história da Terra.

Amásia: A Previsão Fascinante de um Novo Supercontinente

Aproveitando esse entendimento, uma equipe de cientistas das universidades de Curtin e Peking utilizaram um simulador de alta tecnologia para prever a próxima formação de um supercontinente. Os resultados apontaram para um significativo evento geotectônico em cerca de 200 milhões de anos, no qual os continentes Americano e Asiático se fundirão em uma enorme massa de terra – um supercontinente que será conhecido como Amásia.

Além disso, esse processo transformador levará ao desaparecimento eventual do Oceano Pacífico, uma noção que se alinha com a tendência existente de redução gradual do tamanho deste oceano.

“A futura Terra, como a imaginamos, será drasticamente diferente quando a Amásia se formar”, comenta Zheng-Xiang Li, co-autor do estudo e professor na Escola de Ciências Planetárias. Ele observa que os níveis do mar deverão cair, enquanto o vasto interior do supercontinente provavelmente se tornará árido, com grandes flutuações diárias de temperatura.

“Considerando a diversidade atual de ecossistemas e culturas humanas em nossos sete continentes, é de fato fascinante contemplar o mundo como ele poderia ser em 200 a 300 milhões de anos”, acrescenta.

Este estudo revolucionário, publicado na National Science Review, destaca o dinamismo incansável de nosso planeta, indicando que nossa Terra está destinada a sofrer mudanças monumentais em um futuro distante. Com isso, somos lembrados de nossa existência humilde dentro do vasto cronograma da evolução do nosso planeta, sendo testemunhas de um pequeno, mas significativo capítulo na contínua história da Terra.

FONTE MISTÉRIOS DO MUNDO

Consumo recorde e insustentável no planeta

Materiais consumidos pela humanidade passam de 100 bilhões de toneladas anuais, mas só 8,6% são novamente aproveitados

A ciência do clima alerta que o aquecimento do planeta no século deve ficar limitado a 1,5 ou até 2 graus centígrados sobre as temperaturas pré-revolução industrial. Será o único modo de conter desastres naturais de proporções enormes. 

Mas grande parte dos cientistas acredita que este limite não será viável. Parte da saída será a reciclagem e o reuso de bilhões de toneladas de recursos utilizadas pela economia mundial. E hoje apenas um 8,6% das cerca de 100 bilhões de toneladas de materiais – incluindo minerais, metais, combustíveis fósseis e biomassa – são novamente aproveitáveis. Os dados são da Circle Economy, uma empresa social baseada em Amsterdã.

O relatório revela que os recursos que entraram na economia global aumentaram em 8.4% em dois anos – de 92.8 bilhões de toneladas em 2015 para 100.6 bilhões em 2017, último ano para o qual há dados disponíveis. A maior parte deles – 40% – foi para habitação, Outras categorias importantes incluem alimentos, saúde, comunicações e bens de consumo como roupas e móveis. E a taxa de reaproveitamento caiu 9,1%.

O trabalho, divulgado no final de janeiro, diz que 62% das emissões de gases de efeito estufa, excluindo uso da terra, são liberadas durante a extração, processamento e fabricação de bens. Para enfrentar a mudança do clima, as políticas governamentais até o momento focaram na adoção de energias renováveis, melhorando a eficiência energética e brecando o desflorestamento, afirma o documento, 

Não é o bastante. A quantidade de uso de materiais no mundo triplicou desde 1970, e pode dobrar até 2050 se outras ações não forem incluídas nestas políticas. Para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar “circulares”, ou seja, reusando produtos.

Jornais e papéis velhos em fábrica francesa que usa pasta de celulose para produzir isolamento térmico: relatório indica que, para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar circulares (Foto: Gaizca Iroz)/AFP)
Jornais e papéis velhos em fábrica francesa que usa pasta de celulose para produzir isolamento térmico: relatório indica que, para reduzir as emissões, as economias têm de se tornar circulares (Foto: Gaizca Iroz)/AFP)

A tarefa é difícilEnvolve mudanças de hábitos de empresas e consumidores, e o convencimento dos países para que adotem as regulações adequadas. Isto, porém, pode ser feito.

Na Ásia, economias de rápido crescimento e urbanização estão fazendo grandes investimentos em construção e infraestrutura, oferecendo oportunidades de promoção de uma economia circular. No caso da Europa, diz o relatório, é preciso que os países maximizem as construções existentes para estender sua vida útil e impulsionar a eficiência energética, encontrando novos usos para os materiais.

Existem três estratégias amplas para a mudança para uma economia circular. O uso de produtos tem de ser mais racional, como por exemplo a partilha de carro ou a manutenção de veículos para que durem mais. A reciclagem e a redução do descarte de materiais são também chaves, assim como a utilização de materiais naturais e de baixo carbono em construção, como o uso de bambu e madeira em vez de cimento,

Os governos devem adotar taxações e planejamento de gastos que encorajem a economia circular, aumentando impostos sobre emissões e produção excessiva de lixo na produção, e os diminuindo no caso de mão-de-obra e inovação. Finalmente, devem ser abolidos incentivos financeiros ao uso em excesso de recursos naturais, como combustíveis fósseis.

Carolina Schmidt, ministra do meio ambiente do Chile, acredita que os relatórios de circularidade têm sido muito úteis, por revelarem a preocupante tendência dos anos passados: “São um alerta para todos os governos. Temos de usar todo tipo de políticas para catalisar uma transformação”, disse ela.

A maioria dos produtos não é planejado para o reuso e não há centros de reciclagem suficientes para reprocessar materiais ao fim de suas vidas úteis. As taxas de reciclagem estão melhorando e trazendo materiais de mais alta qualidade, mas isto está longe do ideal para alimentar o crescimento econômico com segurança. 

FONTE PROJETO COLABORA

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.