Ministério da Justiça vai notificar postos que aumentaram preço de combustíveis na virada do ano 

A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça, vai notificar postos de combustíveis que aumentaram o preço da gasolina, do diesel do etanol na virada do ano mesmo com a prorrogação da isenção de impostos federais. O novo secretário da pasta, Wadih Damous, afirmou em uma rede social que o reajuste “parece coisa orquestrada”.

Os postos justificam que a medida provisória foi publicado no Diário Oficial apenas no dia 2 de janeiro, e por isso alguns distribuidores adquiriram combustível no dia 1º com preços sem a isenção de impostos federais, como PIS/Cofins. O Minaspetro, sindicato que representa os postos, também justifica o aumento pela maior procura no fim de ano, quando muitas famílias viajam de carro. 

“Inaceitável e inexplicável a alta da gasolina pois não houve aumento no preço internacional do barril de petróleo e a isenção de tributos federais sobre os combustíveis foi renovada. Como secretário nacional do Consumidor, já mandei notificar esses postos. Parece coisa orquestrada”, afirmou Damous.

Confira o comunicado completo do MinasPetro:

A manutenção da desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis, anunciada pelo novo governo, ainda não foi publicada no Diário Oficial da União. Os revendedores que adquiriram produtos nas bases a partir da 00 hora do dia 1° de janeiro, já têm estoques majorados pela incidência de PIS, Cofins e Cide.

Diante desse aumento de tributos, em sequência à perceptível alta do final de ano em função de repasse das distribuidoras pelo aumento da demanda, já observa-se postos carregados com estoques mais caros, estoques esses que podem durar por alguns dias.

É preciso ressaltar que os postos são substituídos tributários, ou seja, quando compram os combustíveis, o imposto já vem recolhido. Isso significa que os revendedores só conseguirão repassar o desconto tributário quando a companhia assim o fizer.

ICMS zerado: o que muda no preço final dos combustíveis?

O congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deixou os brasileiros na expectativa quanto à redução no preço dos combustíveis. Apesar disso, até agora pouca ou nenhuma diferença foi sentida nas bombas.

A redução não foi sentida na prática. Isso porque a alta do dólar e o preço do petróleo são os principais fatores para a definição dos preços dos combustíveis aqui no Brasil. Só para se ter uma ideia, ao longo de 2021 a gasolina acumulou alta de 73,4% nas refinarias.

ICMS zerado

O combustível foi um dos vilões para a alta da inflação me 2021. Foram tantos aumentos que os brasileiros foram surpreendidos várias vezes na hora de abastecer. Tanto que o livro da gasolina passa de R$ 7 em alguns estados.

Com o frete mais caro, o preço dos combustíveis nas alturas puxou também o custo de outros produtos. Diante de todo esse cenário, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu por congelar o ICMS no preço dos combustíveis.

A medida de deixar o ICMS zerado começou a valer no primeiro dia de novembro. A previsão é de que o congelamento siga até 31 de janeiro de 2022. A mudança vale para todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Apesar disso, por conta da alta do dólar, os motoristas continuam relatando aumentos no litro dos combustíveis em todo o país. O preço do combustível cobrado nas bombas leva em conta cinco fatores.

São eles: realização pela Petrobras; CID e PIS/Pasep e Cofins; ICMS; custo do etanol anidro e distribuição e revenda. Todos os fatores são considerados na composição do preço final que é cobrado no litro do combustível aos motoristas do Brasil. Por isso, a alteração apenas no ICMS pouco impacto no preço final.

Encher o tanque de gasolina já custa quase um terço do salário mínimo

O segundo aumento no valor do combustível em 17 dias, e o décimo primeiro do ano, coloca consumidores em alerta. Em alguns estados o tanque de gasolina equivale a um terço do salário mínimo.

Para encher o tanque dos carros, o brasileiro gasta em média R$355 em gasolina, chegando a um terço do salário mínimo vigente de R$ 1.100. Em Salvador o valor equivale a 74,1% da cesta básica que hoje custa R$ 478,86.

As comparações expressam a alta da inflação e o impacto da economia na vida dos brasileiros. De acordo com o  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de outubro no Brasil é a maior desde 1995.

Em 2021 o IPCA-15 acumula alta de 8,34% e comparando aos últimos 12 meses a alta é de 10,34%. Em outubro de 2020 a taxa foi de 0,94%. A elevação foi inesperada, economistas projetavam alta de 0,97% de outubro para setembro e 10,09% na comparação anual. O preço do combustível e da energia elétrica contribuíram para esses índices.

Hoje o litro da gasolina está mais caro que 1kg de arroz de marca renomada. Na segunda (25), quando foi anunciada a última alta, postos de combustíveis registraram filas enormes nos postos de consumidores que queriam garantir o abastecimento antes do repasse de aproximadamente R$ 0,30.

Em busca de frear as altas constantes e revisão da política de preços da Petrobras, Wallace Landim, o Chorão, uma das lideranças dos caminhoneiros autônomos, reforça que “está mantida a paralisação do dia 1º de novembro, se o governo não sinalizar alguma coisa concreta”. 

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