Governo apoia candidatura oficial do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Imaterial da Humanidade

Ação busca garantir a preservação de conhecimentos e técnicas relacionadas à produção desenvolvidas ao longo dos últimos três séculos por pequenos produtores rurais

A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal à Lista Representativa da Convenção para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade foi formalizada à Unesco nessa quarta-feira (29/3).

O pedido – fruto de articulações entre Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)  e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), foi entregue ao Secretariado da Convenção do Patrimônio Imaterial,  por meio da Delegação Permanente do Brasil junto à Unesco (Brasunesco). A lista inclui bens culturais imateriais que são considerados representativos da diversidade cultural mundial e que precisam ser protegidos e valorizados.

O processo de candidatura foi conduzido pelo Iphan, em articulação com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha); a Secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Iepha-MG); a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG); a Rede Minas; e, principalmente, a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo); e visa assegurar a salvaguarda de conhecimentos e técnicas relacionadas à produção de queijo, desenvolvidas ao longo dos últimos três séculos, por pequenos produtores rurais de Minas Gerais.

Iphan / Divulgação

Para entrar na seleta Lista Representativa, a candidatura deve seguir alguns critérios, como o bem cultural ser acautelado nacionalmente, ou seja, ser registrado como patrimônio imaterial pelo Iphan; ter um plano de salvaguarda elaborado; e garantir o envolvimento dos detentores do saber no processo.

Além disso, a inscrição do bem deve contribuir para a visibilidade e conscientização sobre a importância do patrimônio cultural imaterial, encorajando o diálogo e refletindo a criatividade humana. 

A candidatura ressalta o caráter familiar das propriedades envolvidas na produção do Queijo Minas Artesanal. Destaca ainda a tradicional preocupação dos produtores com o bem-estar animal e enfatiza o papel do queijo, em conjunto com outros fatores, na articulação de um modo de vida marcado pela importância das relações de boa vizinhança, tolerância e hospitalidade, cultivados nas comunidades rurais e por um forte sentido de pertencimento ao plano local.

A candidatura apresenta as diversas ações de salvaguarda já realizadas e a previsão de revisão do plano de salvaguarda com o envolvimento de diversas instituições, tanto no plano federal quanto estadual, bem como a participação e o entusiasmo dos detentores e associações de produtores de queijo, no processo, inclusive como postulantes do pedido através da Amiqueijo. O processo de construção da candidatura contou com a intensa participação social dos detentores do bem cultural e as ações de salvaguarda dão a base e suporte ao processo de candidatura.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, explica o papel do Iphan como órgão representativo do país no âmbito internacional para o Patrimônio Cultural.

“Em colaboração com outros parceiros institucionais e a sociedade civil, o Iphan conduz e apoia os processos de candidatura, monitoramento e salvaguarda dos bens culturais brasileiros.” Para o presidente, “caso a inscrição do bem seja confirmada, ela irá promover o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável, além de combater o êxodo rural e garantir a segurança alimentar”, completou.

Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal representam uma coleção de experiências, símbolos e significados que estabelecem a identidade deste patrimônio cultural imaterial, amplamente reconhecido pelos brasileiros. “A inclusão desse bem na Lista Representativa da Unesco é uma significativa valorização desse bem, que deve ser preservado e valorizado para as gerações futuras”, conclui Grass.

O processo

Atualmente, a candidatura está na etapa de submissão à Secretaria Executiva da Convenção da Unesco, na qual poderão ser solicitados ajustes e correções.

Em 2024, terá início a etapa de avaliação da candidatura e será feita a análise de mérito e emitido um parecer. A decisão final sobre a inscrição do bem na Lista Representativa será realizada na reunião do Comitê Intergovernamental da Convenção de 2003 da Unesco, que ocorrerá entre novembro e dezembro de 2024.

O prazo de submissão de candidaturas, até o dia 31 de março de 2023, corresponde ao ciclo de avaliação de 2024. As datas dos ciclos de avaliações e suas etapas são definidas pelas diretrizes operacionais da Convenção de 2003 da Unesco.
 

Iphan / Divulgação


Histórico do registro do bem cultural

Em 2002, o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba. 

Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Emater-MG. As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.

*conteúdo divulgado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

FONTE AGÊNCIA MINAS

Queijo Minas Artesanal da Canastra é eleito 12º melhor do mundo

Destaque no guia gastronômico Taste Atlas pelo segundo ano consecutivo,  iguaria conocrreu com o italiano mozzarella e o suíço gruyère  

Pelo segundo ano consecutivo, o Queijo Minas Artesanal (QMA) produzido na região da Serra da Canastra figurou entre os 50 melhores do mundo no ranking do site americano Taste Atlas, plataforma colaborativa cujos usuários contribuem para a construção do conteúdo com comentários, imagens e notas. Desta vez, a iguaria mineira, que em meados de 2022 chegou a liderar a lista, conquistou o 12º lugar, à frente de exemplares famosos internacionalmente, como o italiano mozzarella e o suíço gruyère.  

Atualmente, podem ser comercializados como QMA da Canastra os queijos elaborados em oito municípios: Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita, que cumprem o Caderno de Normas da Indicação Geográfica. 

As localidades são reconhecidas como produtoras desse tipo de queijo, a partir de estudos e levantamento histórico realizados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que deram origem à portaria mais recente, de 2022, publicada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituições vinculadas à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)

De acordo com o diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa, Ranier Chaves Figueiredo, a valorização do QMA é sempre motivo de comemoração. “Para o mineiro, o queijo sempre foi mais que um alimento, é um patrimônio de valor inestimável. A evolução histórica recente do produto é fantástica, fazendo com que ele conquiste cada vez mais consumidores e mercados. A prova é a presença de destaque, novamente, do Queijo Minas Artesanal no Taste Atlas. Para nós, isso é razão de muito orgulho”, disse Figueiredo.  

O Sistema Estadual da Agricultura apoia o fortalecimento da cadeia produtiva de queijos em Minas Gerais, por meio da assistência técnica oferecida pela Emater-MG, da defesa sanitária executada pelo IMA e de investigações científicas desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).  

Maturação 

Em 2023, o Taste Atlas ressaltou o tempo de maturação do produto, feito a partir do leite cru, coalho e pingo, com prensagem manual e sem aquecimento da massa. “Tradicionalmente, o Canastra matura por 21 dias, mas alguns produtores deixam maturar ainda mais, por até 40 dias”, descreveu o site, em tradução livre para a língua portuguesa. 

Conforme o diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa, o tempo maior de maturação confere complexidade sensorial ao produto e ainda mais segurança ao consumo. “Esse incrível fenômeno físico-químico e microbiológico, que é a maturação, promove um alimento mais seguro, saudável e também mais saboroso, uma vez que são liberados compostos aromáticos que transformam o sabor dos queijos”, explica Figueiredo. 

Premiado 

Na Serra da Canastra, não faltam histórias de amor e dedicação à produção do queijo que leva o nome da região. Queijaria diversas vezes premiada, dentro e fora do país, “Queijo do Miguel” tem produção familiar, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra, há quase duas décadas. As iguarias produzidas na mesma fazenda de origem contam, hoje, com etiqueta de caseína, para identificação e prevenção de fraudes, e são distribuídas em todo o Brasil, por mais de 70 parceiros revendedores.  

Miguel Marcélio de Faria conta que produz queijos com diferentes períodos de amadurecimento, alguns ainda bem maiores do que o apresentado pela plataforma colaborativa neste ano. “Fazemos o Merendeiro, o Canastra Real e o Tradicional. O que muda é o tempo de maturação. São todos feitos com a mesma massa, o mesmo tipo de leite, tudo de leite cru”, afirmou o produtor.  

Os produtos com maior volume costumam demandar mais tempo de maturação. “O Queijo Canastra Real é um queijo que tem de 5kg a 7kg. O Merendeiro dá mais ou menos 400g. O Tradicional pesa 1kg, 1,1kg depois de maturado. No Canastra Real, por ser um queijo grande, o amadurecimento é mais lento, de no mínimo seis meses, assim o sabor dele vai ficando diferenciado. Esse foi o nosso premiado na França, o extra maturado, porque lá eles gostam de um queijo mais forte”, relatou Miguel.  

Avanços 

Desde 2019, três novas regiões foram caracterizadas como produtoras de QMA: Serras de Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça. Além delas, três foram reconhecidas como produtoras de outros tipos de queijo artesanal: Alagoa, Mantiqueira e Jequitinhonha. Hoje, 15 regiões são caracterizadas como produtoras dos vários tipos de queijos artesanais mineiros.  

Em dezembro de 2022, o setor celebrou ainda o reconhecimento, de forma inédita no Brasil, do Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida (QMACF). A resolução de nº 42, publicada no Diário Oficial do Estado, considera como “casca florida” a cobertura com presença ou dominância visualmente constatada de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores. 

O próximo passo, a partir da resolução, é a regulamentação das normas aplicadas à produção e à comercialização deste queijo, pelo IMA. A publicação do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do QMACF permitirá, em breve, a habilitação sanitária deste queijo. 

Outra ação desenvolvida em 2022 foi o lançamento do Projeto Queijo Minas Legal, que prevê investimento de R$ 2,8 milhões, por meio de parceria com o Fundo Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Com a iniciativa, estima-se que 200 novas queijarias, de aproximadamente 160 municípios, devem obter a habilitação sanitária. 

Brasileiros 

No ranqueamento da plataforma americana, outros dois queijos brasileiros estão entre os cem melhores do planeta. O Queijo de Coalho, produzido no Nordeste do país, ocupa a 40ª colocação, enquanto o QMA não maturado figura na 94ª posição. Apesar de apreciado pelos consumidores, este último produto ainda aguarda regulamentação, uma vez que o tempo mínimo legal de maturação, atualmente, é estipulado em 14 dias.   

FONTE AGÊNCIA MINAS

Inscrições para o Concurso Estadual de Queijo Minas Artesanal serão abertas na segunda-feira (17/10)

Novidade de 2022 será a participação dos queijos Alagoa e Mantiqueira de Minas

As inscrições para o 15º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal (QMA) serão abertas na segunda-feira (17/10).  Podem participar produtores classificados nas etapas regionais do concurso e, nas regiões onde não houve concurso, aqueles com empreendimentos legalizados junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) ou serviços de inspeção federal ou municipal ou, ainda, ao Consórcio Regional de Inspeção. Este ano, o concurso também abre espaço para a escolha dos cinco melhores queijos artesanais de Alagoa e Mantiqueira.

O concurso é uma realização do Governo de Minas Gerais, por meio da Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa)

Ele vai acontecer dia 30 de novembro na sede da Emater-MG, em Belo Horizonte. O júri é composto de estudiosos da produção queijeira e por profissionais com ampla experiência na área. Pelo regulamento, todos os produtores concorrentes do 15º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal ganharão o Certificado de Participação e receberão troféus os cinco primeiros classificados: Campeão Estadual, Vice-Campeão Estadual, além dos 3°, 4° e 5° colocados da disputa estadual.

Inscrições

A inscrição para o Concurso Estadual do QMA é gratuita e deve ser feita nos escritórios locais da Emater-MG ou de forma on-line pelo formulário eletrônico, até 14/11. Cada produtor inscrito deverá enviar duas peças inteiras de queijo de casca lisa, do mesmo lote de fabricação, sem identificação em baixo-relevo, placa de caseína ou nenhuma outra informação que torne possível o reconhecimento da marca, da região ou do produtor no momento do julgamento. Os queijos encaminhados ao concurso deverão ter de 14 a 30 dias de maturação.

Produtores legalizados conforme as regras do concurso, mas com queijaria localizada fora das regiões caracterizadas (Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro), poderão se inscrever e concorrer diretamente na etapa Estadual. Caso o número de produtores inscritos de fora das regiões caracterizadas exceda a cinco, haverá julgamento e pré-seleção para escolha dos cinco, que concorrerão na etapa estadual.

Queijos artesanais Alagoa e Mantiqueira

A coordenadora estadual de Queijo Minas Artesanal da Emater-MG, Maria Edinice Rodrigues, diz que este ano a novidade do Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal será a participação dos queijos artesanais Alagoa (do município Alagoa) e Região Mantiqueira de Minas (Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Passa-Quatro e Pouso Alto (nove municípios).

Nesse caso, os produtores também precisam estar legalizados e enviar duas peças inteiras de queijo do mesmo lote de fabricação, pesando entre 800 gramas e 1,5 kg cada, com maturação entre 14 e 30 dias, e sem nenhuma informação que torne possível o reconhecimento da marca, da região ou do produtor no momento do julgamento. Cada queijo deve ser entregue na embalagem usual de comercialização, com rótulo que conste nome do produtor, o selo de inspeção, data de fabricação, acompanhadas do formulário de inscrição. As inscrições deverão ser feitas nos escritórios locais da Emater-MG ou de forma on-line, pelo formulário eletrônico.

O prazo de entrega de todos os queijos que disputaram o 15º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal (QMA) nos escritórios da Emater-MG será dia 28/11. “Além de premiar os melhores queijos e valorizar a atividade, o concurso ajuda na divulgação dos queijos artesanais mineiros entre consumidores e comerciantes”, salienta Maria Edinice.

FONTE AGENCIA MINAS

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