Proposta para Rodovia do Minério avança após reunião no MPMG

Projeto da via tem como objetivo reduzir tráfego de caminhões nas BR 040 e 356

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmou um compromisso com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) para iniciar mediações entre prefeituras, mineradoras e órgãos do Estado e da Federação para viabilizar a construção da “Rodovia do Minério”. O projeto tem como objetivo reduzir o tráfego de até 1.500 carretas de minério nas BRs 040 e 356, o que, por sua vez, contribuiria para a redução de acidentes.

O acordo ocorreu na quarta-feira (29) durante uma reunião entre representantes do Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) do MPMG, a diretoria da Amig, prefeitos e outros integrantes de um grupo de trabalho criado pela entidade para debater sobre a retirada dos caminhões de minério das vias, preservando a vida de quem passa por elas. Um dos participantes, o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira, destaca que o encontro foi proveitoso.

“A reunião foi muito produtiva. E para chegarmos até esse encontro, os caminhos foram longos. Agora, ele tende a nos ajudar. O Compor do Ministério Público primeiro fez uma reunião com todos os promotores das cidades envolvidas na BR-040. Então, agora eles estão nivelados e têm o mesmo conhecimento dos problemas, da necessidade, da urgência e do objetivo. E nessa última ocasião, nivelou com todos os prefeitos, ouvindo as nossas ideias e propostas”, afirmou.

Conforme Caldeira, foi levado ao MPMG uma proposta que prevê um prazo de um ano a um ano e meio para retirar as carretas de minério das rodovias sem custo para o Estado. Os recursos, segundo ele, seriam totalmente das mineradoras, que topam fazer os trabalhos. Em torno de oito empresas participariam do processo. A estimativa inicial de investimento para o projeto é de cerca de R$ 300 milhões, e a expectativa do prefeito é que ele seja aprovado ainda em 2024.

Entenda como seria a “Rodovia do Minério”

Para diminuir a circulação dos caminhões de minério nas BRs 040 e 356, a chamada “Rodovia do Minério” pretende direcionar os caminhões de minério que transitam pelas estradas para vias internas já existentes. Atualmente, esses trajetos não estão completamente propícios para o tráfego de caminhões e necessitam de obras de infraestrutura como alargamento das vias, compactação e asfaltamento. O escoamento de parte dos minerais também seria destinado para ferrovias.  

No projeto proposto pelos prefeitos do grupo de trabalho da Amig, será necessário utilizar o Terminal de Fazendão, localizado na cidade de Mariana, para retirada do tráfego das carretas que transportam minério na BR-356. O plano ainda inclui a implementação de duas interseções na via – uma no acesso à Mina de Capanema, da Vale, e outra no acesso aos Laticínios ITA. 

Para a criação da “Rodovia do Minério” também é preciso prolongar a via ITA-030 até a MG-030 – que necessita de obra de pavimentação entre o trecho de Itabirito e Ouro Branco, com aproximadamente 24 quilômetros. 

Por fim, para retirar o tráfego das carretas de minério da BR-040, também há necessidade de usar o Terminal Ferroviário do Bação (TFB), que seria construído pela empresa Bação Logística. Uma vez que esteja em pleno funcionamento, a ferrovia seria capaz de escoar 8 milhões de toneladas e diminuir 600 viagens de carretas pela estrada. O trajeto dos caminhões, ao invés de seguir no sentido da BR-040, seria alterado para a Estrada Pico de Fábrica, de propriedade da Vale – que poderia cedê-la para outras mineradoras utilizarem –, até a ITA-330, sentido Ribeirão do Eixo até o TFB.

Vale ressaltar que o TFB, parte do projeto, tem sido alvo de divergências, sendo tema, inclusive, de audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De um lado, a ferrovia é vista como importante para o escoamento seguro da produção das mineradoras. Por outro lado, é avaliada como mais uma atividade predatória, que deixará rastro de pobreza e destruição.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

Proposta para Rodovia do Minério avança após reunião no MPMG

Projeto da via tem como objetivo reduzir tráfego de caminhões nas BR 040 e 356

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmou um compromisso com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) para iniciar mediações entre prefeituras, mineradoras e órgãos do Estado e da Federação para viabilizar a construção da “Rodovia do Minério”. O projeto tem como objetivo reduzir o tráfego de até 1.500 carretas de minério nas BRs 040 e 356, o que, por sua vez, contribuiria para a redução de acidentes.

O acordo ocorreu na quarta-feira (29) durante uma reunião entre representantes do Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) do MPMG, a diretoria da Amig, prefeitos e outros integrantes de um grupo de trabalho criado pela entidade para debater sobre a retirada dos caminhões de minério das vias, preservando a vida de quem passa por elas. Um dos participantes, o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira, destaca que o encontro foi proveitoso.

“A reunião foi muito produtiva. E para chegarmos até esse encontro, os caminhos foram longos. Agora, ele tende a nos ajudar. O Compor do Ministério Público primeiro fez uma reunião com todos os promotores das cidades envolvidas na BR-040. Então, agora eles estão nivelados e têm o mesmo conhecimento dos problemas, da necessidade, da urgência e do objetivo. E nessa última ocasião, nivelou com todos os prefeitos, ouvindo as nossas ideias e propostas”, afirmou.

Conforme Caldeira, foi levado ao MPMG uma proposta que prevê um prazo de um ano a um ano e meio para retirar as carretas de minério das rodovias sem custo para o Estado. Os recursos, segundo ele, seriam totalmente das mineradoras, que topam fazer os trabalhos. Em torno de oito empresas participariam do processo. A estimativa inicial de investimento para o projeto é de cerca de R$ 300 milhões, e a expectativa do prefeito é que ele seja aprovado ainda em 2024.

Entenda como seria a “Rodovia do Minério”

Para diminuir a circulação dos caminhões de minério nas BRs 040 e 356, a chamada “Rodovia do Minério” pretende direcionar os caminhões de minério que transitam pelas estradas para vias internas já existentes. Atualmente, esses trajetos não estão completamente propícios para o tráfego de caminhões e necessitam de obras de infraestrutura como alargamento das vias, compactação e asfaltamento. O escoamento de parte dos minerais também seria destinado para ferrovias.  

No projeto proposto pelos prefeitos do grupo de trabalho da Amig, será necessário utilizar o Terminal de Fazendão, localizado na cidade de Mariana, para retirada do tráfego das carretas que transportam minério na BR-356. O plano ainda inclui a implementação de duas interseções na via – uma no acesso à Mina de Capanema, da Vale, e outra no acesso aos Laticínios ITA. 

Para a criação da “Rodovia do Minério” também é preciso prolongar a via ITA-030 até a MG-030 – que necessita de obra de pavimentação entre o trecho de Itabirito e Ouro Branco, com aproximadamente 24 quilômetros. 

Por fim, para retirar o tráfego das carretas de minério da BR-040, também há necessidade de usar o Terminal Ferroviário do Bação (TFB), que seria construído pela empresa Bação Logística. Uma vez que esteja em pleno funcionamento, a ferrovia seria capaz de escoar 8 milhões de toneladas e diminuir 600 viagens de carretas pela estrada. O trajeto dos caminhões, ao invés de seguir no sentido da BR-040, seria alterado para a Estrada Pico de Fábrica, de propriedade da Vale – que poderia cedê-la para outras mineradoras utilizarem –, até a ITA-330, sentido Ribeirão do Eixo até o TFB.

Vale ressaltar que o TFB, parte do projeto, tem sido alvo de divergências, sendo tema, inclusive, de audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De um lado, a ferrovia é vista como importante para o escoamento seguro da produção das mineradoras. Por outro lado, é avaliada como mais uma atividade predatória, que deixará rastro de pobreza e destruição.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

Prefeitos e a comunidade pedem por mais segurança na BR-040 e BR-356 e a criação da Rodovia do Minério

Um ato histórico marcou a manhã dessa terça-feira, dia 14 de novembro. Prefeitos, comunidade e imprensa se reuniram na Prefeitura de Itabirito. O objetivo foi reivindicar ações urgentes das autoridades federais para mais segurança e o fim dos inúmeros acidentes na BR 040 e BR 356 e também a criação da Rodovia do Minério. No dia 29 de novembro haverá uma reunião dos Prefeitos e autoridades com o Ministério Público Estadual, por meio do Procurador-Geral Jarbas.

A ação nessa terça-feira reuniu Prefeitos, Vice-prefeitos, Vereadores e representantes de Municípios de toda região e filiados à AMALPA, Associação dos Municípios da Regiao do Alto Paraopeba, Codap e a AMIG, Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais. Ontem (13), a Justiça Federal suspendeu, sob pena de muota de R$ 10 mil ao dia, um ato em favor da vida”, que seria promovida pelos prefeitos.

Conforme o prefeito de Itabirito, cerca de 1,3 mil carretas e caminhões envolvidos na logística de escoamento da produção mineral circulam diariamente pelas rodovias. Por isso, o encontro também foi para cobrar as devidas providências para uma licitação de melhoria da infraestrutura da BR-040, como a construção de um canteiro central e execução de trevos, além do redirecionamento do fluxo de carretas para a ITA-330 e para a MG-030.

Prefeitos e a comunidade pedem por mais segurança na BR-040 e BR-356 e a criação da Rodovia do Minério

Um ato histórico marcou a manhã dessa terça-feira, dia 14 de novembro. Prefeitos, comunidade e imprensa se reuniram na Prefeitura de Itabirito. O objetivo foi reivindicar ações urgentes das autoridades federais para mais segurança e o fim dos inúmeros acidentes na BR 040 e BR 356 e também a criação da Rodovia do Minério. No dia 29 de novembro haverá uma reunião dos Prefeitos e autoridades com o Ministério Público Estadual, por meio do Procurador-Geral Jarbas.

A ação nessa terça-feira reuniu Prefeitos, Vice-prefeitos, Vereadores e representantes de Municípios de toda região e filiados à AMALPA, Associação dos Municípios da Regiao do Alto Paraopeba, Codap e a AMIG, Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais. Ontem (13), a Justiça Federal suspendeu, sob pena de muota de R$ 10 mil ao dia, um ato em favor da vida”, que seria promovida pelos prefeitos.

Conforme o prefeito de Itabirito, cerca de 1,3 mil carretas e caminhões envolvidos na logística de escoamento da produção mineral circulam diariamente pelas rodovias. Por isso, o encontro também foi para cobrar as devidas providências para uma licitação de melhoria da infraestrutura da BR-040, como a construção de um canteiro central e execução de trevos, além do redirecionamento do fluxo de carretas para a ITA-330 e para a MG-030.

Cidades acionam Ministério Público por construção de ‘Rodovia do Minério’

Construção e reforma de vias paralelas às BRs 040 e 356 é alternativa ao fluxo de veículos na saída de Belo Horizonte e deve ser tema de reunião de conciliação

A construção de vias paralelas à BRs 040 e 356 na Região do Alto Paraopeba ganhou novo capítulo na semana passada. Em encontro realizado na última terça-feira (10/10), prefeituras de municípios vizinhos às estradas e um grupo de trabalho criado para encontrar alternativas ao tráfego pesado de veículos de mineradoras no local decidiram acionar o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para reunir empresas e entidades governamentais ligadas ao transporte e ao meio ambiente para uma reunião de conciliação visando tirar do papel a Rodovia do Minério’. A ideia busca, há ao menos uma década, mitigar os riscos de transitar nas estradas marcadas por grande número de acidentes.

Em ofício encaminhado ao MPMG, a Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa) e a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) solicitaram uma reunião no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais (Compor-MPMG) para um encontro de conciliação entre as prefeituras, mineradoras e órgãos dos governos estadual e federal. O intuito é viabilizar a reforma e construção de vias paralelas às estradas para reduzir o tráfego pesado das estradas, apontado como fator crucial na deterioração da pista e no número de acidentes graves. Ainda não há uma data definida para a realização do encontro.

A saída de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro na BR-040 inicia um dos trechos mais perigosos entre as rodovias do país. Conforme relatório feito pelo engenheiro civil Hérzio Mansur e publicado no início deste ano pelo Estado de Minas, o intervalo entre os KMs 563 e 617 da estrada, entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete, registrou quase uma morte por quilômetro entre dezembro de 2020 e 2022. Nas contas do especialista, no período, foram 53 mortes e 272 sinistros, segundo dados da concessionária Via 040 e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

“O volume de carretas com minério e o traçado que hoje passa por vários tecidos urbanos são pontos que justificam uma atualização do traçado da BR-040, que não tinha essa demanda quando foi construída. A ideia é utilizar vias paralelas à estrada usando estradas que já existem como a MG-030 e a MG-129 e estradas dentro do terreno de mineradoras. A reunião no Compor é uma oportunidade de mediação para chamar todos os atores envolvidos e definir quais são as melhorias possíveis. Não falta verba, falta verbo”, disse o engenheiro à reportagem.

Para ilustrar o ponto, Mansur ainda destaca que as carretas estão envolvidas em 46,7% dos acidentes e em mais da metade dos eventos que terminaram em mortes, sendo 28 dos 53 casos em que as vítimas perderam a vida.

A questão dos veículos pesados é apresentada na justificativa da Amig e da Amalpa para solicitar a reunião no Compor-MPMG, instância do Ministério Público destinada a negociação, mediação,conciliação, práticas restaurativas e convenções processuais. “Há que se ter em conta que, atualmente, as vias BR040 e MG356 estão com um fluxo muito intenso de veículos pesados, especialmente caminhões ligados ao processo logístico da mineração – principal atividade econômica de toda a região. Nesse sentido, as referidas rodovias, que constituem a principal via de acesso às cidades ali localizadas, ficam muito movimentadas e com fluxo lento, o que traz uma série de problemas e inconvenientes a todas as pessoas que nelas transitam”, diz o documento ao qual a reportagem teve acesso.

Segundo o ofício, as intervenções previstas incluem a pavimentação da MG 030, do trajeto entre Itabirito e Ouro Branco, a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB) e o uso de terrenos particulares como o terminal de “Fazendão”, em Mariana, e duas interseções que dão acesso à Mina de Capanema, operada pela Vale, e no acesso aos Laticínios ITA. Ainda não há um projeto definitivo para a construção das estradas e vias de acesso. 

A lista de empresas sugeridas no ofício para participação na reunião no Compor-MPMG conta com: Herculano Mineração; Bação Logística; Vale; SAFM Mineração; Mineração Ferro Puro; Solid Participações; Gerdau; MSM Mineração Serra da Moeda; Vallourec e Cedro Mineração.

Já entre as entidades governamentais, o documento sugere a convocação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); Departamento de Estradas e Rodagem (DER); Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG); Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG); Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa); Agência Nacional de Mineração (ANM); Consórcio Público para Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap); Via 040.

Prefeitos confiantes

Os prefeitos da região apontam que a reforma e construção de vias paralelas às BRs 040 e 356 são necessárias para que a atividade da mineração permaneça na região sem representar riscos nas estradas. É o que destacou Cláudio Souza (MDB), prefeito de Congonhas e coordenador do Grupo de Trabalho da BR 040.

“Não somos contra a mineração; ela é útil para a economia, mas queremos mitigar os impactos no trânsito. A alternativa que propomos inclui mais de uma via, porque se a gente for olhar, de Nova Lima até Congonhas são muitas entradas e saídas, e teria que ser uma união dessas vias nas serras que são mineradas. Não é exatamente uma rodovia, mas uma convergências dessas estradas para a formação de um terminal rodoferroviário”, disse o prefeito.

A BR-040 passa atualmente por processo de relicitação após desistência da concessionária Via 040 na administração da estrada. O trecho entre BH e Juiz de Fora, que seria afetado pela construção da ‘Rodovia do Minério’, já teve plano de outorga para concessão aprovado pelo governo federal em setembro, e o leilão para a privatização deve acontecer ainda neste ano. 

Na visão do prefeito de Congonhas, a construção das estradas paralelas não deve afetar na atração de empresas interessadas em administrar a via. “Acredito que teria um impacto positivo, porque esse tráfego pesado é muito danoso e custoso para a manutenção da rodovia”, disse Souza, que estima que as obras para a ‘Rodovia do Minério’ devem movimentar cerca de R$ 500 milhões.

Para o prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa, Hélio Campos (PSDB), a experiência com a primeira concessão da BR 040 mostra que apenas a privatização e reformas na via não seriam suficientes para mitigar os efeitos estruturais e de segurança provocados pelo tráfego pesado na estrada.

“Se fala muito nessa rodovia há quase dez anos, que se pensou, mas tinham questões que acabaram deixando-a só no papel. Essa rodovia do minério resolve o problema da 040 mais rápido do que a concessão. Mesmo com a concessão, se não tirarmos as carretas dela, vai desgastar do mesmo jeito. Vai ficar suja, com buracos, porque o tráfego de minério é muito grande, foi algo que não foi previsto quando a 040 foi construída. A maioria dos acidentes acontecem envolvendo carretas, a gente perde um conhecido por semana, todo dia tem acidente”, disse Campos.

O prefeito de Ouro Branco conclui afirmando que espera que a reunião no MPMG represente um avanço significativo na redução de caminhões de minério na BR 040 e trata o ofício enviado ao órgão um avanço sem precedentes nessa direção.

“A expectativa é muito alta. Isso é um assunto de mais de dez anos de discussão. A (primeira) concessão deu uma esfriada, se imaginou que ia resolver, mas hoje vemos que não resolveu, e a próxima também não vai resolver. Não podemos esperar mais dez anos para tomar uma atitude. É um passo inédito, mas que os atores já têm pleno conhecimento. O Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente e as mineradoras já têm conhecimento porque isso é um tema muito antigo”, destacou.

FONTE ESTADO DE MINAS

Cidades acionam Ministério Público por construção de ‘Rodovia do Minério’

Construção e reforma de vias paralelas às BRs 040 e 356 é alternativa ao fluxo de veículos na saída de Belo Horizonte e deve ser tema de reunião de conciliação

A construção de vias paralelas à BRs 040 e 356 na Região do Alto Paraopeba ganhou novo capítulo na semana passada. Em encontro realizado na última terça-feira (10/10), prefeituras de municípios vizinhos às estradas e um grupo de trabalho criado para encontrar alternativas ao tráfego pesado de veículos de mineradoras no local decidiram acionar o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para reunir empresas e entidades governamentais ligadas ao transporte e ao meio ambiente para uma reunião de conciliação visando tirar do papel a Rodovia do Minério’. A ideia busca, há ao menos uma década, mitigar os riscos de transitar nas estradas marcadas por grande número de acidentes.

Em ofício encaminhado ao MPMG, a Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa) e a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) solicitaram uma reunião no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais (Compor-MPMG) para um encontro de conciliação entre as prefeituras, mineradoras e órgãos dos governos estadual e federal. O intuito é viabilizar a reforma e construção de vias paralelas às estradas para reduzir o tráfego pesado das estradas, apontado como fator crucial na deterioração da pista e no número de acidentes graves. Ainda não há uma data definida para a realização do encontro.

A saída de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro na BR-040 inicia um dos trechos mais perigosos entre as rodovias do país. Conforme relatório feito pelo engenheiro civil Hérzio Mansur e publicado no início deste ano pelo Estado de Minas, o intervalo entre os KMs 563 e 617 da estrada, entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete, registrou quase uma morte por quilômetro entre dezembro de 2020 e 2022. Nas contas do especialista, no período, foram 53 mortes e 272 sinistros, segundo dados da concessionária Via 040 e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

“O volume de carretas com minério e o traçado que hoje passa por vários tecidos urbanos são pontos que justificam uma atualização do traçado da BR-040, que não tinha essa demanda quando foi construída. A ideia é utilizar vias paralelas à estrada usando estradas que já existem como a MG-030 e a MG-129 e estradas dentro do terreno de mineradoras. A reunião no Compor é uma oportunidade de mediação para chamar todos os atores envolvidos e definir quais são as melhorias possíveis. Não falta verba, falta verbo”, disse o engenheiro à reportagem.

Para ilustrar o ponto, Mansur ainda destaca que as carretas estão envolvidas em 46,7% dos acidentes e em mais da metade dos eventos que terminaram em mortes, sendo 28 dos 53 casos em que as vítimas perderam a vida.

A questão dos veículos pesados é apresentada na justificativa da Amig e da Amalpa para solicitar a reunião no Compor-MPMG, instância do Ministério Público destinada a negociação, mediação,conciliação, práticas restaurativas e convenções processuais. “Há que se ter em conta que, atualmente, as vias BR040 e MG356 estão com um fluxo muito intenso de veículos pesados, especialmente caminhões ligados ao processo logístico da mineração – principal atividade econômica de toda a região. Nesse sentido, as referidas rodovias, que constituem a principal via de acesso às cidades ali localizadas, ficam muito movimentadas e com fluxo lento, o que traz uma série de problemas e inconvenientes a todas as pessoas que nelas transitam”, diz o documento ao qual a reportagem teve acesso.

Segundo o ofício, as intervenções previstas incluem a pavimentação da MG 030, do trajeto entre Itabirito e Ouro Branco, a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB) e o uso de terrenos particulares como o terminal de “Fazendão”, em Mariana, e duas interseções que dão acesso à Mina de Capanema, operada pela Vale, e no acesso aos Laticínios ITA. Ainda não há um projeto definitivo para a construção das estradas e vias de acesso. 

A lista de empresas sugeridas no ofício para participação na reunião no Compor-MPMG conta com: Herculano Mineração; Bação Logística; Vale; SAFM Mineração; Mineração Ferro Puro; Solid Participações; Gerdau; MSM Mineração Serra da Moeda; Vallourec e Cedro Mineração.

Já entre as entidades governamentais, o documento sugere a convocação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); Departamento de Estradas e Rodagem (DER); Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG); Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG); Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa); Agência Nacional de Mineração (ANM); Consórcio Público para Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap); Via 040.

Prefeitos confiantes

Os prefeitos da região apontam que a reforma e construção de vias paralelas às BRs 040 e 356 são necessárias para que a atividade da mineração permaneça na região sem representar riscos nas estradas. É o que destacou Cláudio Souza (MDB), prefeito de Congonhas e coordenador do Grupo de Trabalho da BR 040.

“Não somos contra a mineração; ela é útil para a economia, mas queremos mitigar os impactos no trânsito. A alternativa que propomos inclui mais de uma via, porque se a gente for olhar, de Nova Lima até Congonhas são muitas entradas e saídas, e teria que ser uma união dessas vias nas serras que são mineradas. Não é exatamente uma rodovia, mas uma convergências dessas estradas para a formação de um terminal rodoferroviário”, disse o prefeito.

A BR-040 passa atualmente por processo de relicitação após desistência da concessionária Via 040 na administração da estrada. O trecho entre BH e Juiz de Fora, que seria afetado pela construção da ‘Rodovia do Minério’, já teve plano de outorga para concessão aprovado pelo governo federal em setembro, e o leilão para a privatização deve acontecer ainda neste ano. 

Na visão do prefeito de Congonhas, a construção das estradas paralelas não deve afetar na atração de empresas interessadas em administrar a via. “Acredito que teria um impacto positivo, porque esse tráfego pesado é muito danoso e custoso para a manutenção da rodovia”, disse Souza, que estima que as obras para a ‘Rodovia do Minério’ devem movimentar cerca de R$ 500 milhões.

Para o prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa, Hélio Campos (PSDB), a experiência com a primeira concessão da BR 040 mostra que apenas a privatização e reformas na via não seriam suficientes para mitigar os efeitos estruturais e de segurança provocados pelo tráfego pesado na estrada.

“Se fala muito nessa rodovia há quase dez anos, que se pensou, mas tinham questões que acabaram deixando-a só no papel. Essa rodovia do minério resolve o problema da 040 mais rápido do que a concessão. Mesmo com a concessão, se não tirarmos as carretas dela, vai desgastar do mesmo jeito. Vai ficar suja, com buracos, porque o tráfego de minério é muito grande, foi algo que não foi previsto quando a 040 foi construída. A maioria dos acidentes acontecem envolvendo carretas, a gente perde um conhecido por semana, todo dia tem acidente”, disse Campos.

O prefeito de Ouro Branco conclui afirmando que espera que a reunião no MPMG represente um avanço significativo na redução de caminhões de minério na BR 040 e trata o ofício enviado ao órgão um avanço sem precedentes nessa direção.

“A expectativa é muito alta. Isso é um assunto de mais de dez anos de discussão. A (primeira) concessão deu uma esfriada, se imaginou que ia resolver, mas hoje vemos que não resolveu, e a próxima também não vai resolver. Não podemos esperar mais dez anos para tomar uma atitude. É um passo inédito, mas que os atores já têm pleno conhecimento. O Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente e as mineradoras já têm conhecimento porque isso é um tema muito antigo”, destacou.

FONTE ESTADO DE MINAS

“Rodovia do minério” tem estimativa de investimento superior a R$ 300 milhões

Projeto da AMIG será apresentado ao Compor para retirar veículos pesados das mineradoras das BRs 040 e 356

A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) e o Grupo de Trabalho (GT) sobre a BR-040 anunciaram uma proposta para a criação da “rodovia do minério”, a ser apresentado ao Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais (Compor-MPMG). A estimativa da Amig é que o projeto necessite de um investimento de mais de R$ 300 milhões.

Criado pela entidade, o Grupo de Trabalho também é composto pela Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa) e pelas prefeituras de Congonhas, Itabirito, Nova Lima, Belo Vale, Ouro Preto e Ouro Branco. O projeto, que ainda não foi finalizado, prevê a criação de uma via exclusiva para que veículos pesados das mineradoras deixem de transitar na BR-040 e na BR-356. A mineração é a principal atividade econômica de toda região e cria um fluxo intenso de caminhões e carretas nas duas rodovias.

“É uma estimativa. Dependendo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), esses projetos podem ter maiores valores”, disse o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania), que também é diretor financeiro da Amig. Ele conta que o investimento deverá ser bancado pelas mineradoras da região, após mobilização do Compor.

“Nós fizemos um trabalho para a retirada dos caminhões e carretas das rodovias. Procuramos o Ministério Público e apresentamos o trabalho. O Compor vai chamar as mineradoras para apresentar este trabalho. Para elas é interessante, para toda a população de Minas Gerais é interessante e a gente elimina um número altíssimo de acidentes das rodovias. E as mineradoras vão ter a rodovia do minério sem interferência de trânsito externo”, explica Orlando.

Segundo o Observatório de Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nos quatro primeiros meses deste ano, a BR-040 teve um aumento de quase 10% no número de acidentes em relação ao mesmo período de 2022. Foram 576 acidentes e 56 mortes no trecho mineiro da rodovia. No ano passado, foram 525 acidentes e 50 mortes.

“A construção de uma estrada alternativa visa preservar a vida e a integridade daqueles que transitam no local”, destacou o prefeito de Ouro Branco, Hélio Campos (PSDB), também presidente da Amalpa. As vias alternativas para rodovia do minério já existem, mas não são asfaltadas. Campos afirma que é necessário viabilizar a infraestrutura pelo alargamento das vias, compactação e asfaltamento.

Obras

A criação da rodovia do minério utilizará o Terminal de “Fazendão”, em Mariana, para retirada do trânsito de veículos pesados das mineradoras da BR-356. O projeto também prevê a execução de duas interseções da via no acesso da Mina de Capanema e no acesso aos Laticínios ITA. Também será necessário o prolongamento da “ITA030” até a MG-030, pavimentação da MG-30, do trajeto entre Itabirito e Ouro Branco (24Km).

Já na BR-040, para retirar o tráfego será necessário a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB). O trajeto das carretas será alterado para a estrada Pico de Fábrica até a ITA330, sentido Ribeirão do Eixo até o TFB.

O ofício enviado ao Compor também solicita que a ANTT aprove o projeto relativo ao Trevo de Moeda, na BR-040. Este projeto já foi finalizado e apresentado ao DER-MG e aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O prefeito de Itabirito disse que as mineradoras assumiram o compromisso de arcar com os custos, mas a concessionária da rodovia não executou o projeto.

Em nota, a concessionária Via 040 disse que entrou com um pedido de relicitação da rodovia, conforme previsto na Lei 13.448/2017. Assim, como a concessionária irá devolver a concessão, ela está desobrigada a realizar obras previstas no contrato original. Referentes aos projetos da Amalpa, a Via 040 disse que estão em processo de análise para que sejam executados pelo interessado.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

“Rodovia do minério” tem estimativa de investimento superior a R$ 300 milhões

Projeto da AMIG será apresentado ao Compor para retirar veículos pesados das mineradoras das BRs 040 e 356

A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) e o Grupo de Trabalho (GT) sobre a BR-040 anunciaram uma proposta para a criação da “rodovia do minério”, a ser apresentado ao Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais (Compor-MPMG). A estimativa da Amig é que o projeto necessite de um investimento de mais de R$ 300 milhões.

Criado pela entidade, o Grupo de Trabalho também é composto pela Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa) e pelas prefeituras de Congonhas, Itabirito, Nova Lima, Belo Vale, Ouro Preto e Ouro Branco. O projeto, que ainda não foi finalizado, prevê a criação de uma via exclusiva para que veículos pesados das mineradoras deixem de transitar na BR-040 e na BR-356. A mineração é a principal atividade econômica de toda região e cria um fluxo intenso de caminhões e carretas nas duas rodovias.

“É uma estimativa. Dependendo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), esses projetos podem ter maiores valores”, disse o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania), que também é diretor financeiro da Amig. Ele conta que o investimento deverá ser bancado pelas mineradoras da região, após mobilização do Compor.

“Nós fizemos um trabalho para a retirada dos caminhões e carretas das rodovias. Procuramos o Ministério Público e apresentamos o trabalho. O Compor vai chamar as mineradoras para apresentar este trabalho. Para elas é interessante, para toda a população de Minas Gerais é interessante e a gente elimina um número altíssimo de acidentes das rodovias. E as mineradoras vão ter a rodovia do minério sem interferência de trânsito externo”, explica Orlando.

Segundo o Observatório de Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nos quatro primeiros meses deste ano, a BR-040 teve um aumento de quase 10% no número de acidentes em relação ao mesmo período de 2022. Foram 576 acidentes e 56 mortes no trecho mineiro da rodovia. No ano passado, foram 525 acidentes e 50 mortes.

“A construção de uma estrada alternativa visa preservar a vida e a integridade daqueles que transitam no local”, destacou o prefeito de Ouro Branco, Hélio Campos (PSDB), também presidente da Amalpa. As vias alternativas para rodovia do minério já existem, mas não são asfaltadas. Campos afirma que é necessário viabilizar a infraestrutura pelo alargamento das vias, compactação e asfaltamento.

Obras

A criação da rodovia do minério utilizará o Terminal de “Fazendão”, em Mariana, para retirada do trânsito de veículos pesados das mineradoras da BR-356. O projeto também prevê a execução de duas interseções da via no acesso da Mina de Capanema e no acesso aos Laticínios ITA. Também será necessário o prolongamento da “ITA030” até a MG-030, pavimentação da MG-30, do trajeto entre Itabirito e Ouro Branco (24Km).

Já na BR-040, para retirar o tráfego será necessário a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB). O trajeto das carretas será alterado para a estrada Pico de Fábrica até a ITA330, sentido Ribeirão do Eixo até o TFB.

O ofício enviado ao Compor também solicita que a ANTT aprove o projeto relativo ao Trevo de Moeda, na BR-040. Este projeto já foi finalizado e apresentado ao DER-MG e aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O prefeito de Itabirito disse que as mineradoras assumiram o compromisso de arcar com os custos, mas a concessionária da rodovia não executou o projeto.

Em nota, a concessionária Via 040 disse que entrou com um pedido de relicitação da rodovia, conforme previsto na Lei 13.448/2017. Assim, como a concessionária irá devolver a concessão, ela está desobrigada a realizar obras previstas no contrato original. Referentes aos projetos da Amalpa, a Via 040 disse que estão em processo de análise para que sejam executados pelo interessado.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.