BR-040: concessão pode ter sobrepreço de R$ 582 mi e onerar pedágio, alerta TCU

ANTT aprovou edital nesta quinta-feira (23); especialistas temem fiasco de leilão como o da BR-381

O trecho da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora ganhou um golpe de esperança após o edital de concessão ser finalmente aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) nessa quinta-feira (23 de novembro). Mas o processo até um leilão de sucesso ainda guarda algumas ressalvas. O Tribunal de Contas da União (TCU), ao avaliar o projeto de concessão do trecho, identificou um sobrepreço de R$ 582 milhões. Segundo o órgão, foram levantados custos acima dos preços do mercado e estão sendo considerados serviços desnecessários, o que deve resultar em uma oneração indevida da tarifa de pedágio. O problema de um edital de concessão inadequado é, segundo especialistas, a consequência de um leilão que não desperta interesse, como aconteceu com a BR-381

A análise do TCU observou que a tabela de custos do projeto de concessão da BR-040 não segue a base de referência do governo federal – o Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO) – e sequer explica como os valores foram estabelecidos. Para se ter ideia, o projeto determina um custo de R$ 55,58 o m³ do “solo para base de remendo profundo”. Já o custo determinado pelo Sicro para o mesmo item é de R$ 3,76 o m³. A diferença é de 1378%. 

Outro problema que pode acabar onerando os bolsos dos motoristas foi sinalizado pelo TCU como serviços sem sentido. O órgão cita os trechos escolhidos pelo projeto de concessão para “correção de traçado” da 040. Segundo a análise, são trechos em que não é preciso refazer toda a pista ou que o ajuste previsto, na verdade, prejudicaria a rodovia. Só a correção desses serviços a mais oneram o projeto em R$ 69 milhões. 

A ANTT respondeu ao órgão que o projeto possui as justificativas dos valores, mas isso não foi confirmado pelo TCU. “Esse sobrepreço é estranho. Obviamente, o governo vai fazer os levantamentos dos custos de acordo com as suas planilhas básicas. Quando os custos estão dentro do posto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é quando o projeto está adequado”, explica o especialista em trânsito Silvestre Andrade.  

Mesmo assim, segundo Andrade, as diferenças de custo costumam ser comuns quando comparados projetos públicos e privados, e o que vai beneficiar ou não o leilão é a concordância com os valores do mercado. “O setor público às vezes dimensiona valores que não funcionam no âmbito privado, que o mercado não está disposto a bancar. O valor, quando vai à licitação, também pode ser negociado, pode ser apresentado desconto, ofertas melhores. Já se o custo fica muito abaixo, se foge da realidade, acaba em uma licitação deserta como foi com a 381”, afirma. 

De fato, o trauma de uma licitação que falha parece ter sido herdada do leilão da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que precisou ser adiado ao não despertar empresas interessadas. O investimento previsto para a obra gira em torno de R$ 10 bilhões, e o da BR-040, entre BH e Juiz de Fora, R$ 9 bilhões. “Quando não aparece nenhum interessado, a impressão é que tem uma falha muito grande no edital do governo. Um problema na 040 é a concessionária querer entregar o trecho de qualquer jeito, e isso há anos. Esses processos estão acontecendo com certa irresponsabilidade. São concessões baseadas no menor valor da tarifa, quando vale também uma análise na viabilidade e sucesso do projeto”, analisa o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto. 

O TCU fez determinações de revisão do projeto à ANTT, que deve dar um retorno antes de seguir com a licitação da BR-040 entre BH e Juiz de Fora. O órgão informou que esses pedidos serão monitorados, mas, como a avaliação do projeto está recente, ainda não há previsão para que ocorra a fiscalização. “Isso vai ser monitorado ao longo do tempo pelo poder público. É um processo de longo prazo”, explica o especialista Andrade. 

Empresa que vencer leilão vai herdar rodovia da morte 

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostram que a BR–040 já é mais letal que a BR–381, conhecida como a “rodovia da morte”. Entre janeiro e julho deste ano, foram 1.023 acidentes, com 1.277 feridos, sendo mais de 300 das colisões graves, e 91 vidas perdidas na 040, no trecho da rodovia que corta as cidades mineiras. No mesmo período, a BR–381 registrou 79 mortes. 

Um dos trechos com maior incidência de acidentes está entre os km 563 e km 617 da BR-040. Nesta sexta (24 de novembro), um acidente com duas carretas no km 603, em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, deixou duas pessoas gravemente feridas. Há 18 dias, três pessoas morreram em um engarrafamento no mesmo local.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG) realizou um estudo específico desse trecho da 040 e identificou desafios para a próxima gestão da via. “É o trecho com maior número de acidentes e está em um quadrilátero ferrífero. O transporte irregular de carretas e caminhões pesados já é feito de forma a super explorar as vias. E, em todo o tempo de concessão da Via 040, não foi feita nenhuma melhoria no local. O pedágio foi cobrado, mas nada foi feito”, denuncia o coordenador do GT Engenharia do Crea-MG, o engenheiro mecânico Antônio Humberto Almeida. 

Para a próxima concessão, o engenheiro propõe no estudo que soluções rápidas, de baixo custo e intermediárias sejam feitas com prioridade, antes das obras de longo prazo, que devem demorar a começar, segundo o projeto previsto. “Por exemplo, divisórias metálicas entras as pistas impedem colisões frontais, pinos evitam cruzamento de estrada, além de alargamentos, acostamentos e retornos. São medidas emergenciais, relativamente baratas. Isso porque o projeto prevê obras em sete anos de concessão. Se a empresa começar mesmo em 2025. Pode atrasar, e lá se vão mais anos. Não podemos esperar mais uma década para uma mudança”, afirma. 

O engenheiro se preocupa com o futuro da 040. “Uma nova concessão é sempre bem-vinda, mas feita da forma correta. O TCU fez uma série de recomendações de mudanças, de melhorias e observações no projeto apresentado. Uma boa concessão começa com um bom projeto”, diz. 

A ANTT ainda tem ressalvas a consertar no edital. O projeto de concessão da BR-040/MG deverá ser publicado nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU). Já a previsão é que o leilão aconteça em fevereiro.  

A ANTT foi procurada pela reportagem, mas não respondeu. O espaço segue aberto. 

FONTE O TEMPO

BR-040: concessão pode ter sobrepreço de R$ 582 mi e onerar pedágio, alerta TCU

ANTT aprovou edital nesta quinta-feira (23); especialistas temem fiasco de leilão como o da BR-381

O trecho da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora ganhou um golpe de esperança após o edital de concessão ser finalmente aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) nessa quinta-feira (23 de novembro). Mas o processo até um leilão de sucesso ainda guarda algumas ressalvas. O Tribunal de Contas da União (TCU), ao avaliar o projeto de concessão do trecho, identificou um sobrepreço de R$ 582 milhões. Segundo o órgão, foram levantados custos acima dos preços do mercado e estão sendo considerados serviços desnecessários, o que deve resultar em uma oneração indevida da tarifa de pedágio. O problema de um edital de concessão inadequado é, segundo especialistas, a consequência de um leilão que não desperta interesse, como aconteceu com a BR-381

A análise do TCU observou que a tabela de custos do projeto de concessão da BR-040 não segue a base de referência do governo federal – o Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO) – e sequer explica como os valores foram estabelecidos. Para se ter ideia, o projeto determina um custo de R$ 55,58 o m³ do “solo para base de remendo profundo”. Já o custo determinado pelo Sicro para o mesmo item é de R$ 3,76 o m³. A diferença é de 1378%. 

Outro problema que pode acabar onerando os bolsos dos motoristas foi sinalizado pelo TCU como serviços sem sentido. O órgão cita os trechos escolhidos pelo projeto de concessão para “correção de traçado” da 040. Segundo a análise, são trechos em que não é preciso refazer toda a pista ou que o ajuste previsto, na verdade, prejudicaria a rodovia. Só a correção desses serviços a mais oneram o projeto em R$ 69 milhões. 

A ANTT respondeu ao órgão que o projeto possui as justificativas dos valores, mas isso não foi confirmado pelo TCU. “Esse sobrepreço é estranho. Obviamente, o governo vai fazer os levantamentos dos custos de acordo com as suas planilhas básicas. Quando os custos estão dentro do posto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é quando o projeto está adequado”, explica o especialista em trânsito Silvestre Andrade.  

Mesmo assim, segundo Andrade, as diferenças de custo costumam ser comuns quando comparados projetos públicos e privados, e o que vai beneficiar ou não o leilão é a concordância com os valores do mercado. “O setor público às vezes dimensiona valores que não funcionam no âmbito privado, que o mercado não está disposto a bancar. O valor, quando vai à licitação, também pode ser negociado, pode ser apresentado desconto, ofertas melhores. Já se o custo fica muito abaixo, se foge da realidade, acaba em uma licitação deserta como foi com a 381”, afirma. 

De fato, o trauma de uma licitação que falha parece ter sido herdada do leilão da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que precisou ser adiado ao não despertar empresas interessadas. O investimento previsto para a obra gira em torno de R$ 10 bilhões, e o da BR-040, entre BH e Juiz de Fora, R$ 9 bilhões. “Quando não aparece nenhum interessado, a impressão é que tem uma falha muito grande no edital do governo. Um problema na 040 é a concessionária querer entregar o trecho de qualquer jeito, e isso há anos. Esses processos estão acontecendo com certa irresponsabilidade. São concessões baseadas no menor valor da tarifa, quando vale também uma análise na viabilidade e sucesso do projeto”, analisa o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto. 

O TCU fez determinações de revisão do projeto à ANTT, que deve dar um retorno antes de seguir com a licitação da BR-040 entre BH e Juiz de Fora. O órgão informou que esses pedidos serão monitorados, mas, como a avaliação do projeto está recente, ainda não há previsão para que ocorra a fiscalização. “Isso vai ser monitorado ao longo do tempo pelo poder público. É um processo de longo prazo”, explica o especialista Andrade. 

Empresa que vencer leilão vai herdar rodovia da morte 

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostram que a BR–040 já é mais letal que a BR–381, conhecida como a “rodovia da morte”. Entre janeiro e julho deste ano, foram 1.023 acidentes, com 1.277 feridos, sendo mais de 300 das colisões graves, e 91 vidas perdidas na 040, no trecho da rodovia que corta as cidades mineiras. No mesmo período, a BR–381 registrou 79 mortes. 

Um dos trechos com maior incidência de acidentes está entre os km 563 e km 617 da BR-040. Nesta sexta (24 de novembro), um acidente com duas carretas no km 603, em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, deixou duas pessoas gravemente feridas. Há 18 dias, três pessoas morreram em um engarrafamento no mesmo local.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG) realizou um estudo específico desse trecho da 040 e identificou desafios para a próxima gestão da via. “É o trecho com maior número de acidentes e está em um quadrilátero ferrífero. O transporte irregular de carretas e caminhões pesados já é feito de forma a super explorar as vias. E, em todo o tempo de concessão da Via 040, não foi feita nenhuma melhoria no local. O pedágio foi cobrado, mas nada foi feito”, denuncia o coordenador do GT Engenharia do Crea-MG, o engenheiro mecânico Antônio Humberto Almeida. 

Para a próxima concessão, o engenheiro propõe no estudo que soluções rápidas, de baixo custo e intermediárias sejam feitas com prioridade, antes das obras de longo prazo, que devem demorar a começar, segundo o projeto previsto. “Por exemplo, divisórias metálicas entras as pistas impedem colisões frontais, pinos evitam cruzamento de estrada, além de alargamentos, acostamentos e retornos. São medidas emergenciais, relativamente baratas. Isso porque o projeto prevê obras em sete anos de concessão. Se a empresa começar mesmo em 2025. Pode atrasar, e lá se vão mais anos. Não podemos esperar mais uma década para uma mudança”, afirma. 

O engenheiro se preocupa com o futuro da 040. “Uma nova concessão é sempre bem-vinda, mas feita da forma correta. O TCU fez uma série de recomendações de mudanças, de melhorias e observações no projeto apresentado. Uma boa concessão começa com um bom projeto”, diz. 

A ANTT ainda tem ressalvas a consertar no edital. O projeto de concessão da BR-040/MG deverá ser publicado nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU). Já a previsão é que o leilão aconteça em fevereiro.  

A ANTT foi procurada pela reportagem, mas não respondeu. O espaço segue aberto. 

FONTE O TEMPO

AMALPA e CODAP vão a Brasília em favor da BR 040

No mês de maio deste ano, o prefeito de Ouro Branco (MG), Hélio Campos, esteve em Brasília, acompanhado pelo presidente do CODAP e Prefeito de Entre Rios de Minas, José Walter. Eles se reuniram com o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, para discutir a relicitação da BR-040.

Já no mês de agosto, foi a vez do prefeito se reunir com o Presidente do Congresso, Senador Rodrigo Pacheco. Em pauta, mais uma vez, um pedido de apoio e intervenção emergencial nas demandas da licitação para obras e melhorias na BR-040. Rodrigo Pacheco, enviou ofício ao Ministro dos Transportes, solicitando o desmembramento da licitação da BR-040 em dois trechos: Belo Horizonte/Juiz de Fora e Juiz de Fora/Rio de Janeiro.

A previsão é que o edital seja publicado ainda este ano. O leilão, deve acontecer no primeiro semestre de 2024.

AMALPA e CODAP vão a Brasília em favor da BR 040

No mês de maio deste ano, o prefeito de Ouro Branco (MG), Hélio Campos, esteve em Brasília, acompanhado pelo presidente do CODAP e Prefeito de Entre Rios de Minas, José Walter. Eles se reuniram com o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, para discutir a relicitação da BR-040.

Já no mês de agosto, foi a vez do prefeito se reunir com o Presidente do Congresso, Senador Rodrigo Pacheco. Em pauta, mais uma vez, um pedido de apoio e intervenção emergencial nas demandas da licitação para obras e melhorias na BR-040. Rodrigo Pacheco, enviou ofício ao Ministro dos Transportes, solicitando o desmembramento da licitação da BR-040 em dois trechos: Belo Horizonte/Juiz de Fora e Juiz de Fora/Rio de Janeiro.

A previsão é que o edital seja publicado ainda este ano. O leilão, deve acontecer no primeiro semestre de 2024.

Ministro tem “sinal verde” pra manter leilão de parte da BR 040 no dia 14/12

Conforme adiantado pela coluna, Renan Filho consultou ministro do TCU nesta quinta (31)

O Ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), se reuniu nesta quinta-feira (31) com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Oliveira, e, a princípio, conseguiu manter o leilão do trecho de Belo Horizonte a Juiz Fora no dia 14/12, data que já havia sido definida.

O projeto autorizado pelo TCU previa a concessão de todo o trecho da BR 040, de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Para dividir a licitação, com segurança jurídica, o ideal seria submeter novos projetos, com os trechos divididos, ao Tribunal de Contas da União. Reiniciar o processo geraria atraso. No entanto, em consulta ao órgão fiscalizador, o ministro conseguiu apoio e vai mantar a data, sem precisar submeter novas propostas. À coluna, o ministro havia dito que se o todo foi autorizado significa que as partes desse todo também já estariam liberadas.

O edital para concessão da BR 040 de BH à Juiz de Fora deve ser publicado nos próximos dias e o leilão fica mantido para o dia 14 de dezembro. Dentro do Ministério, o clima é de comemoração. De toda forma, segundo fontes da coluna, a liberação da concessão sem nova análise não é uma “decisão oficial” do Tribunal de Contas da União.

Para o trecho do Rio de Janeiro a Juiz de Fora, o Ministério trabalha uma saída dentro do contrato vigente.

O planejamento para a Rota dos Cristais, que vai até Cristalina (GO), é publicar o edital até outubro e fazer o leilão nos primeiros meses do ano que vem.

FONTE ITATIAIA

Ministro tem “sinal verde” pra manter leilão de parte da BR 040 no dia 14/12

Conforme adiantado pela coluna, Renan Filho consultou ministro do TCU nesta quinta (31)

O Ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), se reuniu nesta quinta-feira (31) com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Oliveira, e, a princípio, conseguiu manter o leilão do trecho de Belo Horizonte a Juiz Fora no dia 14/12, data que já havia sido definida.

O projeto autorizado pelo TCU previa a concessão de todo o trecho da BR 040, de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Para dividir a licitação, com segurança jurídica, o ideal seria submeter novos projetos, com os trechos divididos, ao Tribunal de Contas da União. Reiniciar o processo geraria atraso. No entanto, em consulta ao órgão fiscalizador, o ministro conseguiu apoio e vai mantar a data, sem precisar submeter novas propostas. À coluna, o ministro havia dito que se o todo foi autorizado significa que as partes desse todo também já estariam liberadas.

O edital para concessão da BR 040 de BH à Juiz de Fora deve ser publicado nos próximos dias e o leilão fica mantido para o dia 14 de dezembro. Dentro do Ministério, o clima é de comemoração. De toda forma, segundo fontes da coluna, a liberação da concessão sem nova análise não é uma “decisão oficial” do Tribunal de Contas da União.

Para o trecho do Rio de Janeiro a Juiz de Fora, o Ministério trabalha uma saída dentro do contrato vigente.

O planejamento para a Rota dos Cristais, que vai até Cristalina (GO), é publicar o edital até outubro e fazer o leilão nos primeiros meses do ano que vem.

FONTE ITATIAIA

URGENTE! TCU libera crédito extraordinário para pagamento de benefícios do INSS

Esta medida foi aprovada com as recomendações de diversos ministros, contudo há opiniões diversas acerca do tema e da administração do Governo Federal.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a liberação do crédito extraordinário para garantir o pagamento dos benefícios sociais e trabalhistas, impedindo que haja uma interrupção dos serviços. Os créditos extraordinários estão fora do teto federal de gastos. O seu uso está previsto somente em casos onde há despesas inesperadas e urgentes.

Crédito liberado para o INSS

De acordo com a Casa Civil, a diminuição da fila de liberação dos benefícios resultou em um aumento nos gastos do instituto. Os valores necessários ultrapassam aqueles estabelecidos previamente no orçamento anual. Além disso, o bloqueio de R$ 5,7 bilhões do Orçamento Federal acabou atrapalhando no pagamento de R$ 2,3 bilhões adicionais em benefícios da Previdência Social.

Crescimento ocorreu de forma imprevisível e extraordinária

Segundo o órgão ligado ao Poder Executivo, não há mais como acomodar o aumento das despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no teto de gastos. O governo afirmou que os gastos extras aconteceram de forma imprevisível e extraordinária, ultrapassando os valores esperados.

Sendo assim, o relator do processo, o ministro Antonio Anastadia, emitiu um documento no qual recomendava a liberação da medida, mas reforçou que a equipe é a responsável por manter a constância dos gastos públicos. Sua recomendação teve apoio de grande parte dos ministros e algumas críticas em relação ao pedido da Casa Civil.

Entre as opiniões contrárias, está a do ministro Vital do Rêgo, que afirma que o aumento das despesas não ocorreu de forma extraordinária. Para ele, o Governo Federal tem todas as condições necessárias para prever o crescimento e abrir o remanejamento de verba, alocando os gastos dentro do teto.

Além disso, Benjamin Zymler afirmou que a equipe está usando os créditos de forma heterodoxa, uma vez que o aumento só ocorreu devido ao excesso de emendas RP-9. Por fim, o ministro-substituto Weder Oliveira também votou contra o pedido, afirmando que a demanda não se encaixa nos requisitos exigidos para a abertura dos créditos extraordinários. A justificativa foi acompanhada também pelos ministros Augusto Sherman e Walton Alencar.

FONTE EDITAL CONCURSOS

TCU identifica irregularidades em relicitação da BR-040 e suspende processo

O principal questionamento da área técnica do tribunal foi manutenção da tarifa do pedágio em R$ 5,30

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades no processo de relicitação da BR-040, no trecho entre Brasília e Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e emitiu medida cautelar paralisando o processo, que já andava a passos de tartaruga. 

O grupo Invepar anunciou que iria devolver a concessão da rodovia para a União ainda em agosto do ano passado. Com o veredito do plenário da Corte a realização do leilão para que uma nova empresa assuma a gestão da estrada fica ainda mais distante. 

pedágio
Preço do pedágio é motivo do impasse / Foto: Alex de Jesus – 30.7.2015

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades no processo de relicitação da BR-040, no trecho entre Brasília e Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e emitiu medida cautelar paralisando o processo, que já andava a passos de tartaruga. 

O grupo Invepar anunciou que iria devolver a concessão da rodovia para a União ainda em agosto do ano passado. Com o veredito do plenário da Corte a realização do leilão para que uma nova empresa assuma a gestão da estrada fica ainda mais distante. 

A União havia aprovado, em fevereiro deste ano, a adesão da empresa ao processo de relicitação. E, desde março, estava em fase de análise o termo aditivo ao contrato atual com a concessionária. Esse processo antecede a realização do leilão. 

É listado nesse documento as obrigações da Via-040 até que outra empresa fique com a responsabilidade de cuidar da rodovia. Foi justamente nesse termo que a ministra e relatora do caso no TCU, Ana Arraes, encontrou problemas. 

O principal questionamento da área técnica foi de que nesse período de transição para nova empresa, a concessionário somente prestaria serviços básicos e essenciais relacionados à segurança, o termo prevê a manutenção da tarifa em R$ 5,30. 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já havia calculado que o valor necessário seria de R$ 2,54. E a minuta do aditivo apontava que o valor excedente seria deduzido de eventual indenização devida pelo Poder Público à empresa no acerto de contas do contrato.

Contudo, a ministra acompanhou o entendimento dos técnicos do TCU de que é ilegal a cobrança do excedente tarifário e da correção monetária baseada apenas no IPCA. O benefício indevido seria de R$ 45 milhões à concessionária, após o término do segundo ano do termo aditivo. 

A decisão do plenário do TCU foi expedida no dia 2 de outubro e, agora, os envolvidos terão 15 dias a contar dessa data para se posicionarem. Os técnicos do tribunal vão analisar a manifestação. Após isso, a relatora vai levar o voto para deliberação do plenário. Não há prazo para que isso ocorra. 

A coluna procurou a assessoria de imprensa da ANTT, que respondeu o Ministério da Infraestrutura iria se posicionar. Segundo a pasta, “no momento estão sendo realizadas discussões técnicas entre as equipes para elucidar os pontos de preocupação apontados pelo órgão de controle”.

Já a assessoria da Via-040, do grupo Invepar, disse que recebe com “perplexidade” a decisão, “uma vez que o termo aditivo da relicitação está de acordo com a lei e a própria resolução da ANTT, aprovada em 2019”. 

“A decisão acarretará atrasos à infraestrutura do país, bem como afeta brutalmente a liquidez da concessionária, que não tem como afastar eventual impacto na manutenção e operação da rodovia”, ressaltou por meio de nota. 

Entenda
A concessão da rodovia pelo prazo de três décadas foi iniciada em abril de 2014. Dessa data até julho deste ano, somente 73 Km foram duplicados pela concessionária. O número é sete vezes menor do que a meta, de 557,2 Km. 

Já a cobrança de pedágio teve início em julho de 2015. E, até o final do ano passado, a companhia arrecadou R$ 1,6 bilhão na rodovia. A entrega do contrato 24 anos antes do previsto, segundo a empresa, foi por questões financeiras.

O Grupo Invepar alega que desde o início da sua operação, em 2014, vem sofrendo com os impactos da grave crise econômica do país. Segundo a Via-040, até setembro de 2019, ela investiu R$ 2,72 bilhões e, no mesmo período, foi arrecadado R$ 1,6 bilhão.(O TEMPO)

Urgente: TCU pede suspensão do pagamento do auxílio emergencial

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) pediu uma apuração sobre a prorrogação “indiscriminada” do auxílio emergencial pelo governo federal. Na representação, o subprocurador-geral Lucas Furtado pede a suspensão o auxílio até que sejam justificadas a legalidade da medida, bem como verificar se “não colapsará desnecessariamente o equilíbrio fiscal do país”.

Furtado alega que tomou a medida “pelos seus filhos”, “não literalmente, mas por todos os filhos dos pais brasileiros, pelas gerações mais novas” pois, segundo ele, “o que está em jogo é o futuro delas”.

Para ele, a decisão acerca da extensão do auxílio emergencial “deveria ter atendido a critérios técnicos e evidências científica”, com as devidas análises de informações estratégicas sobre o estado da pandemia nas diversas regiões do país.

O auxílio emergencial foi uma tática do Governo Federal em atenuar os efeitos da crise econômica causada pelo novo coronavírus / DIVULGAÇÃO

O subprocurador afirma que a pandemia tem cenários atuais bem diferentes, dependendo das regiões ou estados do país e que, enquanto alguns estados já flexibilizam a maioria das atividades econômicas, outros estão com restrições.

“Isso se explica, com a devida lógica, no sentido em que o auxílio emergencial é pago aos beneficiários considerando a premissa de que as pessoas estão sem renda e sem poderem trabalhar, de modo a lhes garantir a subsistência enquanto permanecem no isolamento vertical”

Ele afirma que, para que se decida pela prorrogação além dos três meses definidos na lei, “não se pode fazê-lo de forma indiscriminada e genérica” e que é necessário que se verifique previamente se os beneficiários originais ainda mantêm os mesmos critérios.

“Se a queda no isolamento vem ocorrendo de forma sistemática na maioria dos estados, com a volta ao funcionamento de vários setores econômicos não essenciais, o mais adequado, do ponto de vista da responsabilidade fiscal, seria basear-se em critérios rígidos, de modo a direcionar a extensão do auxílio emergencial de forma mais seletiva, e não de forma indiscriminada e genérica, como foi feito pelo decreto questionado nesta representação, com um custo de R$ 101,6 bilhões a mais”, disse.

O subprocurador diz ainda saber que sua posição é “extremamente impopular e difícil”, mas que “não pode a irresponsabilidade política comprometer algo que é extremamente caro para o futuro de qualquer país: o equilíbrio fiscal”.

“Dói-me pedir o que peço neste momento, pois sei que seria muito mais cômodo todos os beneficiários originais receberem a prorrogação do auxílio emergencial. Todavia, no papel de membro do órgão responsável por promover a defesa da ordem jurídica, sinto-me no dever de requerer o objeto da presente representação, o que somente é possível a alguém que – como eu – não tem nenhuma pretensão política”, afirmou. (Uol Notícias)

Por falta de investimentos e obras, TCU manda revisar preço do pedágio da BR-040

A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), relatada pelo ministro Augusto Nardes, determina à Agência Nacional de Transportes Terrestres que retire do pedágio valores de custos estimados para a construção de retornos

O Tribunal de Contas da União (TCU), sob a relatoria do ministro Augusto Nardes, analisou representação sobre irregularidades no âmbito da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A fiscalização do TCU se debruçou sobre possíveis falhas que teriam ocorrido na 1ª Revisão Extraordinária da Tarifa Básica de Pedágio (TBP) de contrato de Concessão da Rodovia Federal BR-040 (DF-GO-MG).

Na inspeção realizada pelo TCU, com o objetivo de avaliar o cumprimento dos parâmetros contratuais exigidos, foram verificados alguns indícios de irregularidades que não foram justificados pela ANTT.

O TCU considerou irregular a implantação de retornos provisórios em nível pela concessionária Via 040/Studio Pixel

Como exemplo, o cálculo da 1ª revisão da TBP foi fundamentado apenas em uma planilha, “sem o amparo de projetos executivos dos retornos que pudessem fornecer uma correta estimativa de seu custo”, asseverou Augusto Nardes.

O TCU também considerou irregular, por exemplo, a implantação de retornos provisórios em nível pela Concessionária Via 040, pois isso está em desacordo com o Manual de Projeto de Interseções do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). “O que gerou riscos à segurança dos usuários da rodovia federal”, enfatizou o ministro-relator.

O ministro-relator Augusto Nardes explica, em seu voto, que “a origem de todos os problemas apontados está na deficiência de regras claras em relação à previsão da execução de dispositivos de retorno em distâncias razoáveis durante o processo de contratação, o que, segundo a ANTT, ensejou a necessidade do devido ajuste com a concessão em andamento”.

De acordo com a agência reguladora, “houve a opção por retornos em nível porque seriam executados predominantemente em áreas rurais e teriam custo mais baixo em comparação com os retornos em desnível”, o que teria gerado menor impacto na tarifa de pedágio, esclarece o ministro do TCU Augusto Nardes.

O TCU determinou à Agência Nacional de Transportes Terrestres que suprima, da tarifa básica de pedágio, os valores inseridos mediante estimativa de custo genérica, a título de remunerar investimentos em retornos em nível que ainda não foram implantados.

Bem assim, a ANTT também deverá revisar os valores colocados por estimativa de custo genérica, cujo objetivo era remunerar investimentos em retornos em nível que já foram implantados, mas com base nos projetos executivos.

A Corte de Contas multou o então gerente de Projetos de Rodovias da ANTT, que deverá pagar multa de R$ 10 mil aos cofres da União. Outros três dirigentes da agência ouvidos pelo Tribunal tiveram suas justificativas acolhidas e não sofreram sanção.

Leia mais:

ANTT autoriza início da arrecadação do pedágio na BR-040

9 das 11 praças de pedágio começarão a operar nesta quinta-feira, dia 30 de julho, conforme autorização da ANTT

 

 

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