tempestadedepoeira - Correio de Minas

Cada vez mais frequentes, as tempestades desafiam a limpeza das casas e a saúde dos moradores

Quinta -feira (29), mais uma vez um vendaval criou uma tempestade de poeira em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto. A localidade sofre com diversos problemas em decorrência das obras de descomissionamento da Barragem Doutor da mineradora Vale. De acordo com os moradores, as tempestades de areia estão cada vez mais frequentes e não haveria por parte da mineradora iniciativas para amenizar o problema.

Desde o início das obras e principalmente durante o período de estiagem, as tempestades de poeira afetam a qualidade de vida e saúde da população. Os moradores sofrem com diversos problemas que surgiram em função das obras de descomissionamento da Barragem Doutor, entre eles as dificuldades em conseguir remoção das zonas de autossalvamento (ZAS), impactos sociais e econômicos.

Rosiele Caetano mora no loteamento e enviou para nossa redação alguns vídeos que mostram a tempestade que durou ontem cerca de duas horas. A moradora fala sobre as dificuldades de ser vizinha da barragem. “Ontem foi bastante poeira tanto na barragem quanto na nova obra, que durou desde o começo do vento até o fim da chuva”.

A moradora narra ainda a extensão da tempestade, de acordo com Rosiele, a poeira subia “desde a barragem até as obras de descomissionamento “ e aponta também os dilemas que precisa enfrentar em função da poeira. “Móveis e roupas no varal ficam sujos, nós adoecemos, a bronquite me afeta”.

Os caminhões pipa e os esguichos que ficam no topo da barragem para ajudar a diminuir a poeira não estariam funcionando de maneira satisfatória e após a abertura da estrada, com a supressão de mata nativa, teria piorado a qualidade do ar.

Os moradores clamam por soluções, especialmente por se tratar de uma obra de longa duração e afetar diretamente o cotidiano dos atingidos.

Questionamos a Vale sobre os motivos do não funcionamento dos esguichos, sobre a frequência de uso de caminhões pipa, bem como outras medidas que deverão ser tomadas pela mineradora para amenizar os problemas que decorrem das obras, até o momento não obtivemos respostas.

FONTE AGENCIA PRIMAZ

Ambientalista alertou sobre a chegada das tempestades de poeira em Congonhas

Nuvem de poeira volta atingir Congonhas; MP já apura crime ambiental

Com a entrada da temporada de seca e de ventos, o ativista ambiental, Sandoval Souza Pinto, Diretor de Meio Ambiente e Saúde da Unaccon e Membro Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas (IHGC), provocou novamente o Ministério Público de Minas Gerais, antecipando a possibilidade de nuvens e tempestades de poeira em Congonhas, fenômeno que atinge a cidade há mais de 12 anos devido a exploração mineral.

O documento foi protocolado no dia 21 de julho na Promotoria de Congonhas e eis que 8 dias depois, a nuvem de poeira atingiu a cidade em diversos bairros iniciando na manhã desta quarta-feira (28).

Na representação, Sandoval requereu que Curadoria de Meio Ambiente o acompanhamento como também a determinação de medidas preventivas apropriadas para amenizar a possível piora qualidade do ar no município durante o período entre julho e outubro de 2021.

No documento, o ambientalista já alertava sobre a possibilidade do fenômeno diante da crescente produção de minério em escala mundial e danos a saúde da população.

“Nosso documento pediu o para acompanhamento preventivo com medidas de controle da qualidade do ar em Congonhas. Também pedimos a prevenção diante de novas tempestades de poeira e a verificação de programas de controle atmosférico para controlar da emissão de particulados gerados durante as atividades operacionais dos empreendimentos minero siderúrgicos sediados no Município”, salientou Sandoval.