Vale pode abrir 100 empregos no desmonte da Barragem de Doutor

A Vale informou hoje (que terão início, ainda este mês, as obras de descaracterização da barragem Doutor, no distrito ouro-pretano de Antônio Pereira.

A previsão é de que aproximadamente 100 profissionais atuem nesta fase. Será priorizada a contratação de mão de obra local pelo (Sine).

Os serviços, que serão executados até setembro deste ano, incluem a instalação de instrumentos na área da barragem, construção de aterro e do canteiro de obras definitivo, além de atividades para manutenção dos acessos.

Doutor é uma das 30 estruturas mapeadas no Programa de Descaracterização da Vale, e a previsão atual é de que a estrutura esteja completamente descaracterizada até 2029.

“As ações preventivas, corretivas e de monitoramento da barragem têm sido intensificadas, permitindo o aumento da segurança até que as etapas preparatórias e de engenharia para a descaracterização sejam concluídas”, informou a empresa.

O projeto para reparo do vertedouro segue em desenvolvimento. No momento, a Vale realiza sondagens e testes de solo.

FONTE BLIMABRACHER

FIEMG e Vale convidam fornecedores da bacia do Paraopeba para última reunião de negócios

Projeto Compre Bem Virtual conclui a fase de rodada de negócios, convidando fornecedores de 12 setores variados de 30 municípios mineiros

Começam hoje, 16 de março, e vão até o dia 30 do mesmo mês, as inscrições para a quarta última rodada de negócios do Projeto Compre Bem Virtual, da FIEMG, destinada a conectar potenciais fornecedores apresentar seus produtos e serviços com potencial de contribuir para os projetos de reparação da Vale em Brumadinho e região. Podem participar fornecedores de 30 municípios da região da bacia do Paraopeba e sudeste de Minas Gerais, de 12 setores distintos. O encontro acontece entre 5 e 7 de abril. 

Nesta rodada, podem participar as empresas que oferecem produtos e serviços nas seguintes áreas: artefato de couro e calçados; associações; atividades de apoio à extração de minerais; celulose, papel e produtos de papel; derivados do petróleo e de biocombustíveis; máquinas e equipamentos; metalurgia; produtos de borracha e plástico; produtos de madeira e móveis; químicos; têxteis em geral (vestuário e acessórios); veículos automotores, reboques e carrocerias. Além disso, podem participar desta última edição as empresas de outros setores que não puderam participar de encontros anteriores. 

As inscrições serão abertas apenas a empresas que possuem CNPJ dos seguintes municípios: Abaeté, Barão de Cocais, Betim, Biquinhas, Brumadinho, Caetanópolis, Conceição do Pará, Conselheiro Lafaiete, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Igarapé, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Mateus Leme, Morada Nova de Minas, Nova Lima, Paineiras, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompéu, São Gonçalo do Abaeté, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Três Marias. 

As empresas interessadas em participar da rodada de reuniões virtuais devem se inscrever até 30 de março, pelo link https://forms.office.com/r/Reu1uu75iy. Após o cadastro, será enviado um e-mail de confirmação da inscrição e o link da reunião, com orientações de acesso. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3263-4775 ou e-mail comprebem@fiemg.com.br

Em todas as rodadas anteriores, realizadas neste ano, aproximadamente 320 fornecedores puderam apresentar seus negócios à empresa, de forma on-line. Foram 28 mesas de reuniões e 38 setores apresentados, das mais diversas áreas. 

Serviço
Rodada de reuniões virtuais para captação de fornecedores locais para obras da reparação na região da bacia do Paraopeba
Realização: FIEMG, em parceria com a Vale
Data: 5 a 7 de abril, das 9h às 17h – evento gratuito e on-line
Inscrições: de 16 a 30 de março, neste link: https://forms.office.com/r/Reu1uu75iy
Mais informações: (31) 3263 – 4775 ou comprebem@fiemg.com.br

Moradores protestam contra barragem da Vale

‘A comunidade está totalmente refém’, diz moradora de Piedade do Paraopeba

Vale nega intenção de retomar operações na mina

Moradores de Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, na Grande BH, protestam nesta sexta-feira (18) contra a atividade minerária da Vale na região. A manifestação ocorre na estrada de acesso ao munícipio, que fica a 800 metros da BR-040. Os moradores são contra a atividade em uma barragem que fica a 20 metros da estrada e também, segundo eles, os planos da mineradora de voltar a minerar na Serra da Moeda. 

Moradores da comunidade de Piedade, membros da ONG Abrace a Serra e outras entidades da região participam do ato. Representante da comunidade, Fernanda Perdigão afirma que falta, por exemplo, esclarecimentos sobre um plano de ação emergencial, caso algum acidente ocorra na barragem. 

“A comunidade está totalmente refém. A informação da Vale é que não afetará a comunidade, porque não tem comunidades vivendo a jusante da barragem. Porém, nós temos aqui uma única estrada de acesso ao distrito de Piedade do Paraopeba, que pode ser impactada em caso de algum rompimento. A gente fica sem saber se acontecer alguma coisa. A gente descobre como? Quando a lama já cobriu os carros a exemplo do dique lisa?” 

Resposta da Vale 

Em nota enviada à reportagem, a Vale afirmou que não há intenção de retomar as operações na Mina da Serrinha, que foi adquirida pela empresa em 2019 ao comprar a Ferrous. Segundo a mineradora, não há população morando na Zona de Autossalvamento (ZAS) da estrutura e que nesta manhã houve um simulado da Defesa Civil de Brumadinho somente para empregados da Vale.

Confira o comunicado completo: 

“A Vale informa que o exercício simulado conduzido pela Defesa Civil Municipal de Brumadinho, na manhã desta sexta-feira (18), no distrito de Piedade do Paraopeba, foi direcionado apenas para empregados e contratados da Vale, uma vez que não há população na Zona de Autossalvamento (ZAS) da estrutura. A atividade foi divulgada pela Vale em reuniões com representantes comunitários e visitas domiciliares no distrito de Piedade do Paraopeba, além da instalação de faixas no local e divulgação de boletim informativo. A ação integra o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) e é uma exigência legal prevista na resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM) nº 95/2022 e na Instrução Técnica 01/2021 da Defesa Civil de Minas Gerais. O objetivo do simulado foi reforçar a cultura de prevenção e treinar os participantes sobre como proceder em caso de emergência. Importante ressaltar que não houve alteração na condição de segurança da barragem Serrinha. O PAEBM da estrutura está disponível para consulta nas Defesas Civis de Brumadinho e Estadual. A Vale esclarece, ainda, que, desde que se tornou proprietária da Mina Serrinha em 2019 em razão da aquisição da Ferrous, não houve e não há intenção de retomar as operações no local”.

FONTE ITATIAIA

Secretaria de Saúde de Congonhas recebe doação da Vale de testes de Covid-19

A mineradora Vale fez doação de 4 mil testes rápidos para monitoramento contra a Covid-19 na tarde da última sexta-feira (18/02) para a Secretaria Municipal de Saúde de Congonhas – SMS. O secretário Saulo Queiroz, de Saúde, juntamente com membros de sua equipe, recebeu os representantes da Vale na sede da Secretaria, que fica ao lado da UPA.

Os testes serão distribuídos e utilizados imediatamente de acordo com as estratégias de rastreio preconizados pelo Ministério da Saúde incluindo os professores e profissionais de Educação que atuam nas escolas. Eles serão disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde e passam a integrar ao quantitativo de testes em estoque da SMS para serem utilizados conforme planejamento.

“Trata-se de uma importante contribuição para ajudar no rastreio e prevenção contra a Covid-19 em Congonhas. A Vale está de parabéns com sua estratégia de responsabilidade social”, enaltece o secretário de Saúde.

Os últimos boletins epidemiológicos mostram que o índice de contaminações por Covid-19 diminuiu, reduzindo das transmissões no Município. Porém, ainda não é momento de relaxar. Devemos manter o uso correto de máscara facial cobrindo boca e nariz, lavar com frequência as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool 70%, evitar aglomerações e manter o esquema vacinal completo.

Por Daniel Palazzi – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Foto: Secretaria de Saúde

De auxiliar à engenharia: construtora contrata profissionais para obra em mina da Vale

A Construtora Vale Verde, sediada em Itabira (MG), está com vagas de emprego abertas para profissionais interessados em trabalhar em obra na mina de Águas Claras, da Vale, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As oportunidades ofertadas pela construtora são para os seguintes cargos:

  • Técnico em Planejamento
  • Engenheiro de Manutenção
  • Controlador de Manutenção
  • Mecânicos de Máquinas e Equipamentos
  • Mecânico Industrial
  • Eletricista CC
  • Lubrificador
  • Ajudante de Mecânica e Lubrificação
  • Operador de Escavadeira 36 toneladas
  • Operador de Esteira
  • Operador de Caminhão Báscula
  • Operador de Caminhão Articulado
  • Motorista Caminhão Prancha
  • Motorista Caminhão Munck 10 toneladas
  • Motorista Caminhão Pipa 10 mil litros
  • Motorista Caminhão Comboio
  • Motorista Ônibus
  • Motorista Caminhão Socorrista
  • Engenheiro de Qualidade de Segurança
  • Técnico em Qualidade
  • Técnico em Segurança do Trabalho
  • Técnico em Enfermagem do Trabalho

Como se candidatar

Os interessados em alguma das vaga da Construtora Vale Ver têm até o dia 24 de fevereiro para enviar o currículo para o e-mail valeverderh@gmail.com .

FONTE MAIS MINAS

Vale quer ampliar mina que causou danos em condomínio de luxo

Mineradora pediu ao Governo de Minas para aumentar a mineração na lavra das minas Capão Xavier e Mar Azul, localizadas em Nova Lima

Depois de comprar um condomínio de luxo em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, a mineradora Vale apresentou, ao Governo de Minas, um pedido para ampliar a exploração em duas minas vizinhas ao empreendimento imobiliário. Ainda não houve uma resposta oficial ao pedido. 

Em janeiro, reportagem da Itatiaia mostrou que a mineradora gastou mais de R$ 100 milhões com pagamento de indenizações e compras de imóveis e lotes no condomínio Jardim Monte Verde, localizado às margens da BR-040, em Nova Lima. O local fica a menos de 500 metros da barragem B6/B7, que pertence ao complexo da Mina Mar Azul. A poucos metros dali, do outro lado da rodovia, fica a Mina Capão Xavier. 

A atividade no local provocou trincas e rachaduras em casas de luxo localizadas dentro do condomínio. A Vale, então, comprou algumas unidades afetadas pelos danos estruturais e, mais tarde, resolveu adquirir todo o empreendimento.  

Um estudo geológico classificou o local como “área de risco” devido à proximidade das atividades de mineração. 

Pedido protocolado

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Vale já protocolou um pedido para ampliar a operação nas duas minas – Mar Azul e Capão Xavier. O pedido foi protocolado junto ao Sistema de Licenciamento Ambiental (SLA) e está em “fase de caracterização”, uma etapa inicial, em que a mineradora inclui informações como as atividades exercidas, a localização exata e outros fatores. 

“Nessa fase de caracterização o processo fica aberto somente para o empreendedor, quando ele pode inserir ou modificar informações. Somente após a finalização da caracterização e pagamento das taxas devidas com o devido processamento na Secretaria de Estado da Fazenda é que a solicitação entra para pré-análise do órgão”, informa a Semad. Ainda não há prazo para essa análise. 

A reportagem entrou em contato com a Vale, que negou que o aumento da área a ser explorada irá atingir o terreno onde ainda está localizado o condomínio. 

Segundo a mineradora, “o condomínio não está na zona de autossalvamento (ZAS) de nenhuma de suas barragens e que os licenciamentos ambientais envolvendo as minas Capão Xavier e Mar Azul não estão relacionados com avanço de lavra no terreno do condomínio”.

Relembre o caso

Em janeiro, a Itatiaia revelou a compra de um condomínio residencial de luxo, localizado em Nova Lima, pela Vale. O Condomínio Jardim Monte Verde tem 51 lotes e infraestrutura com clube particular, quadras de vôlei e futebol, centro de convivência e parque infantil

Na ocasião, a Vale confirmou que fez uma proposta aos condôminos, em 2020, para reparação da área, “incluindo a aquisição dos imóveis e indenização às famílias”. A reportagem perguntou qual o valor pago pela mineradora aos moradores, mas não obteve resposta.  

A Vale disse, ainda, que um estudo técnico feito por uma empresa terceirizada “constatou interferências da operação da mina Capão Xavier em área do condomínio Jardim Monte Verde, em Nova Lima (MG).” 

A Capão Xavier é uma das que tem plano de aumento da atividade de mineração. 

“De acordo com a pesquisa, a geologia do terreno é mais suscetível a deformações do solo”, disse a Vale. 

FONTE ITATIAIA

Belo Vale – Serra dos Mascates: Mineração e Danos

Moradores, sitiantes, empresários, Defesa Civil e vereador reuniram-se com representantes da Vale S/A

A reunião aconteceu na Pousada Vargem do Cedro, na tarde de 02/02/2022, convocada pelos moradores que vivem às margens dos ribeirões da encosta da serra Dos Mascates. Discutiram-se impactos ambientais e ações das mineradoras, que causam prejuízos comerciais, danos na agricultura, poluição sonora, contaminação da água e insegurança.

Mariana Aparecida Almada, representante da Vale S/A, coordenou a reunião, com uma equipe especializada em barragem e nas relações com a comunidade. As demandas dos moradores afetados foram registradas em ata, para as tomadas de ações da empresa.

Maria Alair Fernandes, proprietária da Pousada Vargem do Cedro, relatou que tem sido bastante prejudicada com danos em equipamentos, alagamentos, insegurança e perda de clientes. “As pessoas estão evitando passeios e hospedagens em áreas de fuga de barragens, além da sirene que é uma tortura;” reclamou. Advogados estão dando apoio aos moradores no tratamento com a mineradora. Os atingidos, ainda, relataram assaltos naquela área, por “Homens vestidos com uniformes da Vale S/A estão provocando desconfiança e medo;” alertaram.

A mineração na serra Dos Mascates merece especial atenção dos órgãos ambientais e poder público. Os impactos e danos na Rodovia MG-442, na qualidade das águas e na saúde mental das pessoas se repetem há anos. Os moradores não são reparados, e a insegurança aumenta, principalmente, no período de chuvas. A Câmara Municipal de Belo Vale deveria abrir um debate com as mineradoras, para que se garantam os direitos e segurança dos moradores.

Tarcísio Martins: A Barragem Marés II continua provocando preocupação, pelo nível de risco 1 (ANM). Ela deveria ser descaracterizada e a área transformada em parque natural. Ao fundo, encontram-se as “Ruínas das Casas Velhas”, patrimônio do século XVIII, o qual sofrerá maiores impactos, caso a Vale S/A construa ali uma ambiciosa Pilha de Estéril – PDE. Quanto à Barragem Marés I, a Vale S/A informa que deixou de ser nível de risco – 1, após inspeção da Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos de competência.

Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista.

Vale tem vagas de emprego abertas em cidades de Minas Gerais

As oportunidades na mineradora variam entre cargos de nível profissionalizante, técnico e superior

A Vale está com vagas abertas para quem está à procura de uma nova oportunidade de emprego em 2022. Em seu painel de vagas, a mineradora demonstra que está selecionando profissionais para vagas em cidades de Minas Gerais, como Mariana, Nova Lima, Congonhas, Itabirito, entre outras.

As oportunidades na Vale variam entre cargos de nível profissionalizante, técnico e superior. Veja abaixo a relação de vagas abertas e as respectivas cidades correspondentes onde o profissional irá atuar.

  • Técnico(a) Eletroeletrônica II – Itabirito
  • Coordenador(a) Facilities EFVM – Governador Valadares
  • Engenheiro de Segurança do Trabalho Sênior – Nova Lima
  • Médico Auxiliar Máster – Brumadinho
  • Analista Operacional Sênior – São Gonçalo do Rio Abaixo
  • Supervisor de Manutenção Preventiva – Mariana
  • Inspetor de Manutenção Especializado – Congonhas
  • Analista Planejamento Performance Financeiro Sênior – Nova Lima
  • Supervisor Manutenção Equipamentos Pesados – Nova Lima
  • Engenheiro Máster – Mariana
  • Orientador Operacional Mineração I – São Gonçalo do Rio Abaixo

Como se candidatar

A relação completa da vagas na Vale, os pré-requisitos e o sistema de cadastro de currículo estão disponíveis na página de Carreiras da Vale.

Em seu site, a Vale fornece algumas dicas para participar dos processos seletivos da empresa:

  • Quando cadastrar seu currículo no site da Vale, fique atento ao preencher os campos que serão solicitados.
  • É fundamental que você faça as escolhas corretas. Candidate-se apenas às vagas adequadas ao seu perfil. Se cadastrar em toda e qualquer vaga pode impedir que você seja chamado para eventuais entrevistas.
  • ​Fique de olho no seu e-mail, pois toda a comunicação da Vale com o candidato será feita através desse canal.
  • Mantenha seu currículo sempre atualizado no nosso site.​
  • Fique atento ao prazo de encerramento da oferta de vagas.

Todas as oportunidades estão abertas para pessoas com deficiência (PcD) e reabilitados do INSS.

Um pouco do que a Vale oferece:

  • Previdência Privada
  • PLR – Programa de Participação nos Lucros e Resultados
  • Reembolso Creche ou Auxílio Babá para empregadas
  • Assistência Médica e Hospitalar, Odontológica, farmacológica e vacinas para prevenção de doenças Infectocontagiosas
  • PASA – Plan​os de saúde para familiares de empregados ou para o próprio empregado, em caso de aposentadoria ou desligamento
  • Seguro de Vida em Grupo
  • Apoiar – Programa de Assistência ao Empregado e seus dependentes.
  • Vale alimentação
  • Vale refeição ou Refeições no trabalho concedidas em restaurantes industriais

FONTE MAIS MINAS

Trabalhador morre ao cair em tanque de minério em mina da Vale

Trabalhador foi identificado como Douglas Maycon Nonato da Cruz, de 33 anos

Um funcionário da mineradora Vale morreu após cair em um tanque de minério, na mina Conceição, em Itabira, na região Central de Minas Gerais, na noite dessa segunda-feira (7). O trabalhador foi identificado como Douglas Maycon Nonato da Cruz, de 33 anos.  

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a vítima era operador de máquinas e trabalhava na inspeção da lavagem do minério quando a grade de circulação rompeu e ele caiu dentro do tanque, que tem cerca de 7,5 metros de altura. “Bombeiros retiraram o corpo da vítima que teve o óbito atestado por médico do SAMU que também compareceu ao local”, informa o Corpo de Bombeiros.  

A reportagem da Itatiaia procurou a Vale para saber o que causou o acidente e aguarda o posicionamento da empresa.  

FONTE ITATIAIA

Três anos após tragédia da Vale, famílias ainda vivem angústia à espera de localização de 6 vítimas: ‘A lama não é o lugar deles’

Desde 2019, mais de 4 mil bombeiros participaram da maior operação de buscas do país. Por causa das chuvas que castigaram MG, trabalhos em Brumadinho estão interrompidos

Seis famílias ainda vivem a angústia que começou no dia 25 de janeiro de 2019. Para elas, o tempo tem corrido de um jeito diferente. Três anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), elas ainda esperam encontrar suas joias.

“É uma ferida que jamais vai cicatrizar. É muito triste para uma mãe e um pai perder um filho. Agora, perder um filho do jeito que a gente perdeu, ninguém merece passar por essa dor. A gente dorme, a gente acorda esperando uma ligação do IML avisando que meu filho foi identificado”.

Esse o desabafo da técnica de enfermagem Lúcia Aparecida Mendes Silva, mãe de Tiago Tadeu Mendes da Silva. (Leia mais sobre a história dos desaparecidos ao fim da reportagem).

Tragédia da Vale completa três anos; rompimento causou 270 mortes — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Tragédia da Vale completa três anos; rompimento causou 270 mortes — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Patrícia Borelli acompanhou a tragédia pelo noticiário e nem imaginou que a mãe estaria entre os 270 mortos. Maria de Lurdes da Costa Bueno era uma das hóspedes da Pousada Nova Estância.

“Ela não comentou que viajaria para Brumadinho. Ela estava junto com o marido e os filhos dele. A viagem era para celebrar a vida e acabou desse jeito”, lamenta.

Patrícia mora nos Estados Unidos e ficou 20 dias em Minas Gerais na expectativa de encontrar o corpo da mãe. Três anos depois, esse ciclo de luto ainda não se encerrou.

Seis pessoas continuam desaparecidas, quase três anos desde a tragédia da Vale em Brumadinho. — Foto: Arquivo g1

“A gente vive a tristeza duas vezes. Primeiro por ter perdido nossas joias de um jeito bárbaro e cruel. E segundo porque é preciso encerrar do jeito que ela merece. Ali não é lugar dela. Ela está na lama e não merece ficar naquele lugar”, diz.

Buscas interrompidas

A área atingida pelo rejeito de minério virou um grande canteiro. Máquinas e tratores fazem a limpeza do local praticamente durante todo o dia. No início do ano, a chuva que caiu em Brumadinho forçou o Corpo de Bombeiros a interromper as buscas.

“O trabalho deve ser retomado a partir do dia 8, 9 de fevereiro. Nesse momento estão sendo realizadas intervenções para garantir a estabilidade e a segurança dos militares, mas o planejamento e acompanhamento dessas ações continuam”, afirma o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Mais de 4 mil bombeiros participaram das buscas em Brumadinho — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Mais de 4 mil bombeiros participaram das buscas em Brumadinho — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Desde o dia 25 de janeiro de 2019, a operação em Brumadinho só tinha sido suspensa em dois momentos. O primeiro, de março a agosto de 2020, e o segundo, de março a agosto de 2021, em cumprimento a determinação do Comitê de Enfrentamento à Covid do estado. Nos dois períodos, Minas Gerais enfrentava, até então, as fases mais críticas da pandemia.

De acordo com a corporação, cerca de 4,2 mil bombeiros já atuaram nas buscas em Brumadinho. O trabalho não tem data para terminar. O compromisso dos militares é devolver às famílias todas as vítimas da tragédia.

No retorno das buscas, as equipes do Corpo de Bombeiros vão contar com esteiras desenvolvidas exclusivamente para a operação. As estações já estão sendo montadas e podem ajudar na localização dos corpos, agilizando as tarefas.

“Sem essa despedida é uma morte a conta-gotas. A gente entende que devolver essas joias para as famílias é a conclusão de um ciclo. E desde então, essa sempre foi a nossa missão”, afirma Aihara.

Identificação

Em três anos, 264 vítimas localizadas na área do desastre da Vale foram identificadas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Em três anos, 264 vítimas localizadas na área do desastre da Vale foram identificadas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Em Belo Horizonte, o trabalho de identificação também continua. Em três anos, 264 vítimas localizadas foram identificadas.

Até o dia 10 de janeiro, 900 casos foram solucionados. Isso representa 94% de todos os materiais que chegaram ao Instituto Médico-Legal (IML). De acordo com a Polícia Civil, nesses casos, estão incluídos as identificações, reidentificações e segmentos não humanos.

“A sensação de entrar aqui e ver o Instituto Médico-Legal coberto de lama, de encontrar todas as mesas de necropsia, todos os materiais cobertos por uma lama que não era de terra. Era uma lama de ferro. Aquela imagem está bem viva na minha cabeça, era um outro lugar”, relembra o medico-legista Ricardo Moreira, que chefiava a equipe do IML na época do rompimento.

Sessenta e um casos estão sob análise. Em nota, a Polícia Civil afirmou que eles já “foram examinados e periciados, mas sua identificação não foi possível por outros métodos (papiloscopia, odontologia, antropologia) e seguem para exame de DNA”. Na fase atual, cerca de 30 servidores são responsáveis pelo trabalho de identificação.

Joias ainda não encontradas

  • Tiago Tadeu Mendes da Silva
Tiago Tadeu Mendes da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Tiago Tadeu Mendes da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, tinha acabado de se formar em engenharia mecânica. Os estudos, feitos com muito suor e dedicação, foram celebrados pela família. O convite de formatura é como um diploma para a técnica de enfermagem Lúcia Aparecida Mendes Silva, mãe de Tiago.

“Ele trabalhava na mina de Sarzedo e veio transferido para Brumadinho 20 dias antes de morrer. Ele veio para a morte. Para nós, a faculdade dele foi um sonho. Para ele, uma expectativa de melhorar no emprego. Veio para trabalhar como engenheiro e não voltou mais”, conta Lúcia.

Tiago era o mais velho de três filhos. A paixão pelo Galo ele nunca escondeu. Fazia questão de publicar fotos com a camisa do time preferido. Deixou esposa e duas crianças: uma menina e um menino, que na época tinha oito meses.

“As crianças são o nosso maior incentivo para continuar, para seguir. A gente vive por causa dos netos. São os amores da minha vida. A gente vê nas crianças ele. É o nosso conforto”, diz a mãe.

  • Nathália de Oliveira Porto Araújo
Nathalia de Oliveira Porto Araujo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nathalia de Oliveira Porto Araujo — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da porta de casa, a mãe de criação de Nathália olha para o horizonte e vê o local exato onde ficava a mina da Vale que se rompeu. E ali, sentada no sofá, ela passa boa parte das horas do dia como se esperasse pela filha.

“Nathália era muito assim, carinhosa com a gente. Tudo que ela fazia, ela falava comigo. Ela ia e falava onde ia. Trabalhadeira. A gente não esquece hora nenhuma da pessoa que a gente ama”, conta a aposentada Maria Oliveira.

Nathália Porto tinha 25 anos. Trabalhar na mineradora era um sonho antigo e, para ela, sinônimo de estabilidade. Conseguiu entrar como estagiária e o salário era usado para construir a casa própria. Deixou dois filhos e o marido, com quem conversou pela última vez momentos antes de morrer.

“Na hora do almoço ela ligou para o Jorge [marido de Nathália] para falar sobre a caixa d’água e a construção. Aí de repente ela disse: ‘Jorge está estremecendo tudo, tá fazendo o maior barulho, não sei o que está acontecendo’. Ele conta para gente que, antes de a ligação cair, ela gritou: ‘Deus me dá o livramento’. Aí acabou, nunca mais e até hoje a gente vive na expectativa de poder enterrar o corpo dela com dignidade”, diz Tânia Efigênia Queiroz, prima de Nathália.

  • Maria de Lurdes da Costa Bueno
A corretora Maria Lurdes da Costa Bueno morta na tragédia de Brumadinho (MG)  — Foto: Reprodução/Facebook
A corretora Maria Lurdes da Costa Bueno morta na tragédia de Brumadinho (MG) — Foto: Reprodução/Facebook

Maria de Lurdes tinha 59 anos e morava em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Ela foi passear em Brumadinho com o marido e os enteados. Seria um fim de semana para conhecer o Inhotim e para descansar na Pousada Nova Estância. O sossego foi interrompido pela tragédia. Ninguém da família sobreviveu.

“Todo dia eu penso na tragédia, no que aconteceu, a gente não consegue não pensar. Minha mãe era uma pessoa de bem com a vida e que fazia questão de receber bem as pessoas. É uma dor devastadora. Quando eu cheguei no Brasil, na época do rompimento, eu quis ir ao local para ver de perto o tamanho da devastação e tentar entender o que tinha acontecido”, conta a filha de Maria de Lurdes, Patrícia Borelli.

Mesmo de longe, a consultora acompanha as informações sobre o trabalho de identificação em Brumadinho.

“A lama não é o lugar deles. Por isso é muito importante esse trabalho e não pode ser interrompido até que todas as famílias recebam suas joias. Enquanto esse ciclo não se encerra, vivemos um luto dobrado. Pela ausência e por não poder despedir dos nossos parentes do jeito que tem que ser”, lamenta.

  • Olímpio Gomes Pinto
Olímpio Gomes Pinto — Foto: Reprodução
Olímpio Gomes Pinto — Foto: Reprodução

Licão era auxiliar de sondagem. Ele e mais quatro colegas de trabalho estavam no nono andar da barragem, quando a estrutura se rompeu.

“A gente estava saindo para almoçar. Aí num piscar de olhos todo mundo sumiu, um da frente do outro. Aí, eu pulei de lado, na hora afundou tudo e eu não vi mais nada. Me deu um aperto no peito e eu só pensei: acabou tudo”, relembra Lieuzo dos Santos, 57 anos, único sobrevivente do grupo.

Olímpio Gomes Pinto tinha 56 anos. Deixou a mulher, com quem era casado por mais de trinta anos, e filhos. Morava em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

g1 não conseguiu contato com a família de Olímpio.

  • Cristiane Antunes Campos
Cristiane Campos Brumadinho — Foto: Reprodução/Redes sociais
Cristiane Campos Brumadinho — Foto: Reprodução/Redes sociais

Cristiane entrou na Vale como motorista de caminhão e viu na empresa a oportunidade de crescer profissionalmente. Fez curso técnico em mineração e passou a ser supervisora de mina. Ela tinha 34 anos na época da tragédia e trabalhava havia dez na Vale.

O parentes de Cristiane preferiram não dar entrevista.

  • Luís Felipe Alves
Luís Felipe Alves — Foto: Reprodução/Facebook
Luís Felipe Alves — Foto: Reprodução/Facebook

Para os amigos mais próximos, Luís Felipe Alves tinha o apelido carinhoso de “pivet”. Ele nasceu em Jundiaí, em São Paulo, e se mudou para Brumadinho três meses antes do rompimento da barragem. Ele trabalhava no setor administrativo da Vale.

Nas redes sociais, o rapaz de 30 anos não escondia o seu amor pela bola. Era apaixonado pelo Paulista Futebol Clube, o Paulista de Jundiaí, time de 112 anos, que disputa a série B da principal competição de futebol do estado de São Paulo.

Os parentes Luís também não quiseram dar entrevista.

FONTE G1

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