Cidade da região terá transporte público gratuito a partir de janeiro

Vereadores aprovaram por 14 votos a um Projeto de Lei Tarifa Zero, que terá caráter experimental; prefeitura vai gastar R$ 860 mil por mês

O transporte público de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, será gratuito a partir de janeiro. Em reunião extraordinária na Câmara Municipal foi aprovado nesta quarta-feira (29/12) o Projeto de Lei 92/2021 que autoriza a prefeitura da cidade a conceder de forma temporária, num prazo de 180 dias, e em caráter experimental, o subsídio mensal de R$ R$ 862.494,49 à empresa Transcotta.

O Programa Tarifa Zero foi aprovado pelos vereadores com 14 votos favoráveis e um contra. Mesmo a favor do projeto de lei, o vereador Ricardo Miranda (Republicanos) afirma que o distrito de Camargos e os subdistritos de Vargem e Constantino não terão linhas de ônibus contempladas pelo projeto porque a empresa Transcotta não circula nesses locais.   

“Cabe ao Executivo cobrar da empresa a inclusão dessas localidades. Não concordo com um projeto que pode beneficiar 90% da população. Ele teria que abranger 100% do município. Eu teria esse argumento se quisesse votar contra, mas não posso deixar de ver os benefícios que ele trará.” 

O vereador acredita que, com o tarifa zero, muitos empresários poderão empregar pessoas de localidades distantes porque com a gratuidade do serviço, a folha de pagamento ficará sem a despesa do transporte público. 

“Sei que teremos dificuldades no início, mas a grande maioria da população vai ser beneficiada, dou meu voto e acredito.” 

Favorável ao PL enviado pelo Executivo de Mariana, o vereador Fernando Sampaio (PSB) afirma que pelo fato de o tarifa zero ser de forma temporária e em caráter experimental, é normal que no início ocorram problemas e que no decorrer do tempo ele terá as adequações para atender toda a população. “Cabe aos vereadores fiscalizar.” 

Contrário ao PL, o vereador Marcelo Macedo (MDB) cita o artigo 10 do texto que prevê posteriormente à aprovação do tarifa zero, a criação do Plano de Mobilidade Urbana e a realização de licitação para o serviço público de transporte coletivo de passageiros.

“Voto contra pela forma com que o projeto chegou à nossa Casa. Todos nós sabemos da importância de um Plano de Mobilidade Urbana, mas, ao aprovar o projeto, nós estamos construindo a casa pelo telhado estamos aprovando um projeto sem ter um planejamento que vai ser discutido posteriormente.” O parlamentar também alega que os valores do estudo tarifário não condizem com a realidade do município, que tem que 11 linhas de ônibus com 19 veículos na frota. “Ao fazer as contas vejo que o valor do quilômetro rodado está sendo cobrado por R$ 9,32 reais, ou seja, fora da realidade, e, além disso, se pegarmos o valor da quilometragem e dividirmos pelos 19 veículos da frota, chegaremos ao total de que cada veículo vai rodar por dia 162 quilômetros, será que o que está no projeto será executado?”, questiona. 

Como será o Tarifa Zero

 De acordo com o PL aprovado, o valor que será pago à empresa de ônibus foi definido por meio de um estudo tarifário. Por ser de caráter temporário de 180 dias, o contrato de subsídio poderá ser prorrogado pelo mesmo período até a conclusão do processo de licitação para o serviço de transporte público na cidade. Segundo o texto, se houver redução da receita municipal em percentuais acima de 30%, o subsídio mensal poderá ser suspenso e consequentemente haverá a retomada da cobrança tarifária.

FONTE ESTADO DE MINAS

Fim da polêmica: Com o orçamento impositivo aprovado, vereadores ganham recursos para indicação de obras

Um projeto aprovado pelos vereadores provocará uma mudança na execução orçamentária a partir de 2020 e deve garantir mais autonomia ao Legislativo. A nova legislação estabelece o Orçamento Impositivo. Desta forma, as emendas propostas pelos edis terão a obrigatoriedade de ser executadas, tendo em vista as necessidades de atendimento à população. Com esta alteração na Lei Orgânica Municipal, caso as dotações orçamentárias aprovadas por meio de emendas dos vereadores não sejam executadas, o chefe do Executivo pode incorrer em crime de responsabilidade.

Para além da letra fria da lei, os parlamentares defendem o bom senso, sobretudo em função das limitações orçamentárias, que podem se impor como entrave ao novo dispositivo. Na proposta, que ainda passará pela sanção do prefeito Mário Marcus (DEM), é ressaltado que as emendas impositivas não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.

Vereadores aprovaram o orçamento impositivo/CORREIO DE MINAS

Na justificava da proposta, os autores ressaltam que atualmente, as emendas formuladas pelos parlamentares têm caráter “autorizativo”. Isso permite que o Executivo não realize as sugestões legislativas. Conhecido em algumas regiões como “emenda cidadã”, a matéria vem para adequar a realidade local às previsões constitucionais. “É o momento oportuno de acrescentarem novas programações orçamentárias com o objetivo de atender as demandas das comunidades que cada vereador representa. Não se quer, com isso, impor restrições ao Poder Executivo. Ao contrário: os vereadores conhecem os microproblemas do município. Os mesmos percorrem suas bases, ouvem e veem as dificuldades dos moradores em seus bairros, ruas e residências”, argumentam, os autores do projeto.

A proposta veda qualquer emenda para pagamento de despesas com pessoal, encargos sociais, dívidas do município e subvenção social”, explicita o texto aprovado. Segundo os vereadores proponentes, foram feitos estudos e o dispositivo está plenamente adaptado à realidade das leis que regem os orçamentos impositivos nos planos federal, estadual e nos municípios onde já foram consagrados.

No caso da proposta aprovada, metade das emendas terão sua destinação assegurada à Saúde, seja para uma reforma de PSF ou a compra de equipamentos e outras situações necessárias. “As emendas impositivas podem fortalecer o Legislativo, ao mesmo tempo em que tornam o orçamento mais próximo da realidade vivida pela população que representamos”, afirmou o vereador Allan Teixeira, ao ser questionado pelo colega André Menezes.

O vereador Pedro Américo (PT) ainda amenizou o debate, ressaltando que o Orçamento Impositivo se restringe a 1,2% da Receita Corrente Líquida. O valor deverá ser divido para as emendas dos 13 vereadores e a execução orçamentária permanece sob a tutela do chefe do Executivo. Levando-se em conta que a previsão orçamentária para 2020 seja igual a de 2019, cujo valor estimado foi de R$261.540.000,00, pode-se estimar que os vereadores terão quase R$ 2,2 milhões em emendas impositivas. Isso daria, aproximadamente R$ 170 mil para cada vereador exigir a aplicação em obras que a comunidade demanda.

Consenso na votação

A votação parecia que dividiria os vereadores, mas uma informação do presidente do Legislativo, Fernando Bandeira foi fundamental para se chegar ao consenso. Ele consultou a Procuradoria da Casa e afirmou que, caso o Orçamento Impositivo não alcance os objetivos pretendidos, é possível que uma nova emenda à Lei Orgânica o transforme em Orçamento Participativo. Essa foi uma demanda apresentada por diversas pessoas que, conforme argumentou o vereador Sandro José (PSDB), contestaram o projeto, mas não procuraram fazer uma interlocução com os vereadores.

Referências

Pioneira no país na implantação do Orçamento Impositivo, a Câmara de Montes Claros se tornou referência em Minas neste particular. Tem sido procurada por câmaras de outras regiões do estado em busca de informações para colocar a medida em prática. A sistemática consiste na apresentação de emendas ao Orçamento do município, com a previsão de recursos para a execução dos projetos indicados.

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