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Vereadores classificam como covardia, perseguição e “caça às bruxas” a demissão de gerente do Hospital de Campanha que depôs na CPI

Gerente foi comunicada esta tarde por telefone de sua demissão após depoimento a CPI que investiga gastos de saúde no Hospital de Campanha

A revolta e a insatisfação tomaram o plenário do Legislativo nesta noite (6) quando uma servidora da saúde comunicou aos vereadores da demissão da gerente do Hospital de Campanha, Vivian Castro, no cargo desde o início de 2021.

Os vereadores ficaram por mais de uma hora conversando com a servidora de portas fechadas quando ouviram graves denúncias que deixaram os vereadores boquiabertos. A conversa aconteceu antes da sessão.

“Por isso agora sabemos porque o procurador quer participar das sessões da CPI”, insinuou o Vereador Sandro José (PROS) ao comparar a demissão com o retorno da “lei da mordaça”. “Agora é proibido falar mal do prefeito, do transporte público. É proibido falar a verdade e se o falar eu mando embora. Agora é assim que funciona. Às vezes me pergunto onde estão os cabeças de burro enterradas em Lafaiete. Mas os burros não morreram. Esta casa repudia este ato de caça às bruxas. Isso é uma covardia a quem assumiu para salvar vida. Se a juíza precisa saber por que a procuradoria insisti em vir a CPI está aí a resposta. Espero a que demissão passe de um mal entendido”, disparou.

João Paulo (DEM) pediu que o prefeito intervenha na demissão e reconduza a gerente ao cargo. “É um absurdo. Esse é o prêmio que ela mereceu por vir depor a CPI? Não podemos ficar calados com este absurdo e que o prefeito imediatamente recontrate a Vivian. Isso é intimidação. A incompetência não é do prefeito, mas de quem comanda a pasta. A cada dia as coisas estão piores”, reclamou.

Inconformado com a exoneração, o Líder do Governo, o Vereador Oswaldo Barbosa (PV) fez coro a seus colegas. “É um ato arbitrário e covarde. É inadmissível”, reverberou.

Ainda mais revoltado, Pastor Angelino (PP) pediu que o prefeito esclareça a situação a população e que traga a verdade dos fatos. “Onde estão os médicos do PSF’s? O que está acontecendo com nossa cidade? Senhor prefeito, tenha um pingo de dignidade com aqueles que lhe confiaram a recondução ao cargo”. “Isso é retaliação. Que abra logo a comissão processante”, sugeriu Vado Silva (DC).

O Presidente da CPI da Covid-19, O Vereador André Menezes (PL), que mais cedo, durante entrevista, havia suspendido os depoimentos e oitivas em função de uma Liminar concedida a prefeitura para que o Procurador pudesse participar das sessões da comissão, foi taxativo. “Agora sabemos que o que estava por detrás de tudo. Foi intimidação o que ocorreu. Senhor vice-prefeito, sabemos que o prefeito está convalescente. Vá e reintegre a gerente. Faça o bem a Lafaiete e salve vidas. Tenha misericórdia. Estamos vivendo o pesadelo em Lafaiete”, desabafou.

“Pedi que não demitissem quem viesse a CPI e falasse a verdade. Se a gerente foi demitida por falar a verdade e salvar vida, é inadmissível”, comentou Renato Pelé (PODE).

“Quem fala a verdade não merece castigo. Vimos antes da sessão, as denúncias da servidora do Hospital de Campanha e deu vontade de chorar. Como demitir uma gerente que está lutando para salvar vida?”, questionou Damires Rinarlly (PV).

Ao final, Sandro José leu uma mensagem trocada entre ele a Gerente demitida. “Eu assumi o cargo por amor”.

Alinhar depoimentos

Ainda de tarde, o Vereador André Menezes fez uma grave denúncia quando ele comentou que 2 depoentes disseram que foram chamados a secretaria para alinhar os depoimentos no sentido de esconder a verdade, intimidar os funcionários e abafar a CPI.

Convocação

Com assinatura dos 13 vereadores, a Câmara convocou a Secretária de Saúde, Rita de Kássia, para prestar esclarecimentos sobre a falta de médicos nos PSF’s.

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