27 de abril de 2024 12:53

Cidade do sul de Minas surpreende com produção inédita de amoras pretas; saiba qual

Donos de sítios plantaram as árvores apenas para consumo próprio das frutinhas, mas o clima favorável fez a produção triplicar e os planos mudaram

Despretensiosamente, uma fruta pequenina, altamente proteica e muito saborosa vem ganhando espaço no sul de Minas. De acordo com dados da Emater-MG, somente no município de Bocaina de Minas, na divisa com o estado do Rio de Janeiro, foram produzidas no ano passado uma média de 96 toneladas de amora-preta em apenas sete hectares de plantações.

Trata-se de uma planta arbustiva de porte ereto ou rasteiro, que produz frutos com cerca de 4 a 7 gramas, coloração negra e sabor ácido. A fruta in natura é altamente nutritiva, com muita água e elevada quantidade de minerais e vitaminas C, B e A. Os frutos podem ser consumidos in natura ou em forma de geleias, sucos, doces em pasta e fermentados. Podem ser congelados e utilizados como polpa para fabricação de sorvetes, iogurtes e tortas.

O extensionista da Emater-MG, Rodrigo Cavalcanti Ferreira, explica que a região é famosa por suas belezas naturais e, por isso, atrai muita gente de fora que adquire sítios para morar ou passar o fim de semana. “O pessoal gosta de plantar frutas vermelhas para fazer sucos e geleias. O cultivo não surgiu com uma proposta comercial, apenas para consumo próprio. Mas, como a região tem bom potencial por causa do clima frio, a produção tem sido muito maior do que se imaginava e o comércio, uma alternativa natural”, explica o técnico.

Boa alternativa para aumentar a renda

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Extensionista da Emater-MG, Rodrigo Cavalcanti conversa com produtor Danilo Costa/Divulgação Emater_MG

A cultura é uma ótima alternativa para pequenos produtores, que buscam diversificar sua produção, devido à facilidade de manejo e por não demandar grandes áreas. A atividade também pode ter seu valor agregado, com o beneficiamento da produção (doces, geleias e outros derivados).

O produtor Danilo Costa de Almeida, atual secretário de Agricultura do município, começou o cultivo de amora preta, em dezembro de 2020, com a assistência técnica da Emater-MG. Atualmente, ele tem 300 pés de amora, numa área de dois mil metros quadrados. “A região tem o clima favorável para o cultivo. É uma planta robusta, de fácil manejo e que logo produz. Com um ano, você já tem colheita”, explica o agricultor.

Fruta estraga com facilidade e precisa ser congelada

Primeiras flores de um pé de amora. Planta se adapta melhores em climas frios

Segundo Danilo, o mais complicado é se tratar de uma fruta muito perecível. “Você colhe de manhã e até meio dia tem de estar tudo congelado, senão perde. Então é preciso ter um freezer e fazer o transporte sem descongelar. Mas como a amora fica congelada, eu posso vender nas épocas de menor oferta e melhor preço”, explica Danilo. A amora tem o período de colheita de novembro a fevereiro.

Na região, a amora preta é comercializada por alguns agricultores através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e vendida em municípios próximos, especialmente em cidades do Rio de Janeiro que recebem muitos turistas como Visconde de Mauá.

Poda anual é importante

Outra dificuldade da amora, segundo o extensionista da Emater-MG, é a necessidade de uma poda anual. “Muita gente não faz a poda direito por causa dos espinhos da planta. Mas, no geral, ela é bem resistente, inclusive a geada, que é bem comum na região”, argumenta Rodrigo.

Produção não atende a demanda interna

A produção brasileira das principais espécies frutíferas de clima temperado é insuficiente para atender a demanda interna, gerando uma crescente necessidade de importação das frutas. Mas, se mantivermos o atual ritmo de crescimento dos pomares, essa situação pode mudar.

A amoreira-preta (Rubus spp) é uma das espécies que tem apresentado sensível crescimento de área cultivada no Rio Grande do Sul (principal produtor brasileiro) e tem elevado potencial para regiões com microclima adequado, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais.

(*) Com informações da Emater-MG

 

FONTE ITATIAIA

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