Toda a imprensa de Conselheiro Lafaiete foi mobilizada para registrar um caso, a um só tempo, inusitado, preocupante e assustador ocorrido no velório da funerária Sagrado Coração de Jesus na tarde desta quarta-feira (17/02).
Familiares e amigos da jovem Jéssica Bruna da Rocha (24 anos/foto), que havia falecido pela manhã, poucas horas após dar entrada na Policlínica Municipal, afirmam categoricamente que ela manifestou sinais de ainda estar viva no momento em que era preparada para o próprio sepultamento. Testemunhas garantem ter visto a jovem mexendo as mãos, abrindo os olhos repetidas vezes e respirando, embora num ritmo lento e ofegante.
A notícia de que a mulher teria se mexido no próprio caixão desencadeou um tumulto generalizado nas dependências e também nas imediações do velório. Num misto de revolta e susto, parentes e amigos saíram correndo em busca de ajuda, enquanto pessoas que nada tinham a ver com a situação, movidas por uma curiosidade mórbida e instigadas por versões sobre o fato difundidas por meio do Wathsapp, congestionaram as ruas próximas, tornando-se necessária a intervenção de uma equipe do Tiro de Guerra para desimpedir o tráfego. Ao mesmo tempo, parentes mais próximos tomaram a iniciativa de acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); como a viatura tardasse a chegar, acionaram também o Corpo de Bombeiros.
Os militares compareceram prontamente, mas alegaram que nada poderiam fazer, já que os procedimentos cabíveis no caso competiam exclusivamente ao socorro médico. Neste intervalo os paramédicos finalmente chegaram e, após realizar por cerca de meia hora os exames de praxe, anunciaram que a paciente já não vivia e os fenômenos manifestados momentos antes poderiam ser classificados como decorrentes de espasmos que, por vezes, se manifestam depois de constatado o óbito. Contudo, passadas mais de duas horas desde a interrupção do ritual de despedidas, o corpo ainda não apresentava os sinais característicos de rigidez cadavérica. Entre os familiares o clima é de revolta ante a convicção de que Jessica Rocha só veio a falecer de fato durante o próprio velório e o atestado de óbito foi emitido de maneira equivocada pela equipe médica que a atendeu.
Uma irmã descreveu Jéssica como uma pessoa absolutamente saudável que, cerca de uma semana atrás, começou a se queixar de um incômodo respiratório. Como o desconforto se agravasse, o marido a levou à Policlínica no último domingo (14/02), mas ela recebeu alta depois de passar algumas horas em observação. Na noite desta terça-feira, Jessica voltou a ser internada na Policlínica Municipal, desta vez em caráter de emergência. Algumas horas após dar entrada, a jovem sentiu-se mal no banheiro da unidade e os quatro médicos que a atenderam prontamente não conseguiram reanimá-la. A equipe do Fato Real apurou que o atestado apontará óbito em decorrência de causa indeterminada, mas a família acredita que Jéssica tenha sofrido uma embolia pulmonar. A direção da Policlínica Municipal preferiu não se manifestar sobre o caso num primeiro momento, limitando-se a dizer que todas as informações oficiais serão transmitidas pelo secretário municipal de Saúde, Marcos Prates.
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