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Garimpando…

CUIDE-SE, AEDES EGYPTI!

                               Avelina Maria Noronha de Almeida

                                [email protected]

 

A palavra “café” vem da palavra árabe gahwa, que tem o significado de “vinho”,

 por isso quando, no século XIV, chegou à Europa, ficou conhecido como

“vinho da Arábia”.

 

            Ai que delícia tomar uma xícara de café, quentinho e cheiroso, principalmente numa noite fria de chuva, ao chegar-se da rua com o corpo gelado…

            O café, alimento originário das terras altas da Etiópia, veio lá dos longes do século IX. São muitas as lendas que envolvem sua origem, porém a mais divulgada é a do pastor Kaldi. Ele observou que suas cabras, quando mastigavam os frutos vermelhos de uns arbustos do campo de pastoreio, ficavam cheias de energia, alegres, saltitantes e, com isso, venciam com facilidade vários quilômetros com subidas fatigantes.

            O pastor comentou o fato com um monge de um monastério próximo. Ora, esse monge sofria com a luta que tinha de manter para resistir ao sono nas longas horas de leitura do breviário. E o que fez? Apanhou umas frutinhas cm elas fazendo uma infusão. Como deu certo! Acabou-se o seu problema nas orações. E a partir daí os árabes propagaram a cultura do café, antes consumido in natura, mas que passou, com o tempo, a ser cultivado com muito segredo, sendo proibida até a aproximação dos estrangeiros às plantações. A palavra “café” vem da palavra árabe gahwa, que tem o significado de “vinho”, por isso quando, no século XIV, chegou à Europa, ficou conhecido como “vinho da Arábia”.

            A preciosa bebida chegou ao Brasil. Com o tempo tornou-se regra de civilidade oferecer-se um cafezinho às visitas. Atualmente descobriram-se também muitas vantagens e benefícios nutricionais para ela: 0% de calorias, presença de minerais como fósforo, magnésio, manganês, sódio, tiamina, niacina, ácido fólico, potássio, riboflavina, enfim cerca de 1.000 tipos de compostos químicos, constituindo também uma fonte de antioxidantes.

            Mas agora surge outra qualidade importantíssima do café. A cientista Alessandra Laranja, bióloga do Instituto de Biociências da UNESP, descobriu que a borra do café, colocada nos pratinhos de coleta de água dos vasos, nos pratos dos saxins, no côncavo das folhas das bromélias e em outras plantas, no solo do jardim e do quintal bloqueia a postura e o desenvolvimento do perigoso Aedes Egypti. Imaginem só! Recurso custo “Zero”, pois o café está presente praticamente em todas as casas brasileiras, nos bares e restaurantes, sendo a borra dele colocada no lixo. Num país em que qualquer providência arrasta um mundo de verbas e dinheiro, não é fenomenal uma solução tão simples?

            E como utilizar esse recurso? De acordo com a bióloga, são 500 microgramas de cafeína por milímetro de água. Ou, mais fácil de executar, duas colheres de sopa de borra do café para meio copo de água.   Usada na dose certa, a cafeína, no controle dos insetos, pode matar a larva do mosquito antes que ele chegue à fase de procriação. De acordo com a bióloga, a cafeína altera as enzimas esterases responsáveis por processos fisiológicos fundamentais para o metabolismo hormonal dos insetos. Mais uma utilização de um produto vegetal precioso, de uma das riquezas de nosso Brasil.

Com o currículo que o café tem, cuide-se, Aedes Egypti!

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