TEMPOS BICUDOS
Ninguém em sã consciência pode negar que este período de transição pelo qual se passa a sociedade brasileira está ficando duro de aguentar. A insistência da grande mídia em mudar de presidente já lotou a bolsa da paciência e, de minha parte, tomei algumas providencias. De caráter pessoal, que fique claro. Arranquei a antena de televisão de minha casa, entreguei a sky, cortei o cabo da parabólica e o único aparelho de tv que possuo fica apenas “decorando” um pedaço de parede no velho quarto de dormir.
Definitivamente aboli a televisão de minha vida. Junto com essa medida cancelei minha assinatura do mega jornal Folha de São Paulo (que me acompanhou por vinte anos!), fechei as portas para as grandes revistas do tipo Veja, IstoÉ, Época, etc, e procuro nem passar perto de outros órgãos de “informação”, tipo Globo, Band, SBT, etc. Bye, bye! Estou em processo de desintoxicação.
Uma grave consequência destes tempos bicudos é uma crescente radicalização de grande parte da população brasileira com uma parte contra e outra a favor. Disso ou daquilo. Cada um tem a sua razão e carrega consigo os argumentos que a justificam. E tudo isso flagrantemente insuflados pela imprensa, que supera a crise jogando lenha na fogueira para garantir as vendas de seus porcos produtos.
Digo isso, por que acho que tenho o direito de não querer me desgastar com aquilo que está fora de meu alcance. Tenho o direito de não achar nada a respeito de assuntos alimentados e forçados por uma “máquina de mídia”. Querem um exemplo? Outro dia na Capital, andando pelas suas ruas centrais, uma gentil repórter me abordou com uma pergunta: “Com licença? O senhor poderia….” no que eu, com toda a educação a interrompi e respondi: “Não, obrigado. Nada tenho a declarar. Bom dia.” E segui meu caminho. Ora, por que tenho que responder? Por que tenho que opinar? Se já não posso evitar as consequências das turbulências que virão (com certeza virá!), que pelo menos fique comigo minha opinião, minha consciência, minha vida!
Por:Paulo Sarmento