É um equívoco muito grande misturar economia com política. É lógico que existem políticas econômicas, para uma empresa, para um casamento, para um município. Não é disso de que estou falando. Política econômica é sinônimo de planejamento, de objetivos a serem alcançados. De planos plurianuais, aquilo que se projeta a longo prazo. Isso não só é extremamente saudável, mas importantíssimo também para se deixar claras as metas a se alcançar; os ônus e os bônus de toda uma vida, de toda uma sociedade, de toda uma nação.
Ônus e bônus sim, porque tudo aquilo que temos que conquistar demanda esforço, sacrifício. Só assim vêm os resultados, as vitórias. Não existe almoço grátis. Desconfiem. Alguém tem pagar. Nem que seja o pato.
Mas misturar política com economia é bem diferente. Misturar política com economia nada mais é do que manipular políticas e políticos utilizando para isso poderosas forças de mercado, quebrando na maioria das vezes finos arranjos financeiros e comerciais que levaram muito tempo para se equilibrar.
Grande exemplo do passado foi a crise do petróleo, onde mãos poderosas interferiram no mercado desse óleo de pedra (petra oleum) e consequentemente causaram dores de cabeça a milhões de pessoas e a milhares de povos e à seus políticos gestores. E prejuízo nos bolsos de milhões.
Essa é a função da política. Gerir a coisa pública, as coisas do povo. Quando revejo as grandes publicações nacionais no período que compreende os últimos dois anos passados, desde a ultima eleição presidencial para ser mais exato, enxergo claramente uma mão invisível criando devagar, mas firmemente, uma tempestade de padrão bíblico, no universo político do nosso país. Aleijando toda uma economia e sacrificando trabalhadores e patrões.
Antes de mais nada, juro que sou contra a qualquer tipo de corrupção, seja ela de político, de autoridade, de mendigos ou do cidadão comum. Se não houver sinceridade por parte das pessoas é impossível montar um tecido com um mínimo de coesão social. Sem consenso coletivo a baderna é a lei. E todo mundo perde.
Mas é impressionantemente clara a desconstrução dos valores políticos que é feita por figuras conhecidas das corporações midiáticas. Tentem ouvir as “crônicas” de mega estrelas do porte de Alexandre G ou de Arnaldo J, por exemplo. Eles são especialistas em “detonar” qualquer iniciativa, programa ou mesmo pessoas, do meio político em especial, que abram a boca para falar qualquer coisa que não esteja finamente ligada nos interesses completamente escusos das agremiações que lhes fornecem (fábulas) de dinheiro. Tão límpido como água de mina.
Anunciaram, eles e muitos outros, uma crise muito antes dela chegar. Noticiaram apenas os tropeços, e esqueceram olimpicamente das conquistas, buscando atormentar a consciência de todos nós, o tempo todo. Os frutos agora podem apodrecer. Medidas completamente na contramão de direção ameaçam, ainda que divulgadas de forma velada, conquistas nas áreas de aposentadoria, saúde e educação, ameaçando implodir todo o esforço e o sacrifício de muitas gerações de trabalhadores que lutaram para fazer da vida terrena um contraponto do inferno.
Muita gente vai perder o jogo no tapetão. E agora?
Por: Paulo Sarmento