“[…] ajuntam a ter seu paraíso em certos vales, que eles chamam
campos alegres […] (Referência aos índios carijós)
Achei importante complementar as informações sobre os índios Carijós com a transcrição da capa e da página 49 de um livro que, por um acaso, achei na Internet e que veio acrescentar muito aos meus estudos sobre nossos indígenas. Trata-se do importante livro “Suplemento ao Vocabulário Português e Latino” de Pe. D. Rafael Bluteau, que foi editado no ano de 1721.
Vejam o que está escrito no verbete “Carijós”:
Apresentando os “Carijós” como “gentios do Brasil” em seu livro, Pe. D. Rafael Bluteau confirma que eles eram realmente gentios, isto é, raça indígena, e não mestiços como alguns autores afirmam erradamente.
O livro citado como fonte do verbete é “Notícias Curiosas e Necessárias das Cousas do Brasil”, escrito pelo Pe. Simão de Vasconcelos, publicado em 1668, vejam bem a data… O texto informa, como podem ler no original colocado acima, entre outras coisas, que os carijós acreditavam na imortalidade da alma e na outra vida e que, após a morte, aqueles que merecessem se “ajuntam a ter seu paraíso em certos vales, que eles chamam campos alegres (quais outros Elísios, e que ali fazem grandes banquetes, cantos e danças”. Campos Elísios eram o paraíso pré-helênico, lugar envolvido por uma perpétua luz rosa, cheios de árvores e ventos suaves, onde os bons, após a morte, viviam em paz e perfeita felicidade.
Observem a expressão “campos alegres”.