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Garimpando – Uma rua encantada e seu passado – 2

O Arraial do Campo Alegre dos Carijós vibrou com a chegada do  caminho porque isso iria facilitar muito as trocas de mercadorias.                                           

Toda estrada construída por ordem do Rei e por conta de seu tesouro era chamada de Estrada Real. Havia, no século XVII, muitos caminhos que levavam às Minas. O contrabando de ouro era muito e, por isso, a Coroa Portuguesa mandou construir trilhas por ela autorizadas para escoamento do precioso metal. Uma delas era o caminho que ligava Minas ao porto de Paraty. Essa estrada teve muita importância no desenvolvimento político, cultural e socioeconômico do País. E faz parte das maiores rotas turísticas nacionais ultimamente.

Como começou a construção dessa via? O Governador da Capitania do Rio de Janeiro, em 1698, informou à Coroa Portuguesa a necessidade de abrir um novo caminho para as minas e, em 1699, veio a autorização real para tal empreitada – uma  rota que devia ser mais rápida e segura, pois a que existia levava de 70 a 90 dias para ser percorrida.

E quem foi que se ofereceu para realizar a obra? Garcia Rodrigues Paes, filho do célebre bandeirante Fernão Dias Paes Leme, que devia executar o serviço em seis anos, às próprias custas. A Coroa não entraria com quantia nenhuma. Em compensação, Carcia teria vários direitos, entre eles cobrar pedágio. Também receberia sesmarias por onde passasse, nas quais poderia fazer plantações.

O encarregado trabalhou arduamente enfrentado muitos perigos: mosquitos, febres, feras, ataques de índios, tempestades, muitos obstáculos e dificuldades. Ia avançando com sucesso, mas um dia – pobre Garcia! – descobriu-se sem condições de continuar. Poucos cabedais, escravos que fugiram… O jeito era pedir ajuda pecuniária à Coroa Portuguesa. Ajuda que lhe foi negada. Foi obrigado, assim, a largar a empreitada. Quem, em vinte e cinco dias, terminou o caminho que ligaria o Rio de Janeiro a Villa Rica foi Domingos Rodrigues da Fonseca Lema.

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O Caminho Novo só foi concluído em 1707.

O Arraial do Campo Alegre dos Carijós vibrou com sua chegada, porque isso iria facilitar muito as trocas de mercadorias: os produtos das roças indo para o Rio de Janeiro, de lá, vindo de Portugal, as preciosas garrafas de vinho do Porto, as postas de bacalhau, as especiarias vindas das Índias, tudo de bom que os navios traziam.

E onde o Caminho Novo, vindo por Amaro Ribeiro, chegou? Na região da Avenida Santa Matilde, subindo por ela o morro e chegando ao alto do planalto, onde o arraial se expandia.

Avelina Noronha de Almeida

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