É muito importante que os habitantes desta avenida que está sendo focalizada saibam, de modo mais amplo possível, o que
aconteceu nela no passado e que pessoas foram envolvidas nesses eventos.
Ficou bem comprovado no artigo anterior que a Avenida Santa Matilde é um dos espaços importantes da história da Inconfidência Mineira por causa da Estalagem das Bananeiras, como se vê no artigo n° 3, em “Apostilas de História do Brasil/15 40 – Fragmentos georreferenciados” …wikiurbs.info/mediawiki”:
“Pelo caminho, nos sítios por onde ia passando, em Varginha, perto de Queluz, na estalagem de João da Costa Rodrigues; em Bananeiras, no sítio de João Dias da Motta, vinha o alferes revoltoso fazendo a propaganda às escancaras, sem o menor disfarce ou cuidado.”
No mesmo artigo anterior há outras evidências do local e de seu dono. É muito importante que os habitantes desta avenida que está sendo focalizada saibam, de modo mais amplo possível, o que aconteceu nela no passado e que pessoas foram envolvidas nos eventos. Tiradentes, que pregava na Estalagem das Bananeiras, já é conhecido de todos. O que não parece acontecer mais detalhadamente como sobre o inconfidente estudado neste artigo, que era fazendeiro e amigo de Tiradentes,
Vou usar dados colhidos no site Genealogia Brasileira, do grande genealogista brasileiro Lênio Luiz Richa ([email protected]).
João Dias da Mota, dono da estalagem, nasceu em Ouro Preto em 1743 e faleceu em Cabo Verde/África em 1793. Filho de Tomás Dias da Mota e de Antônia Mariana do Sacramento, Capitão do regimento de Cavalaria Auxiliar de SJ de El-Rei, no lugar denominado Glória. Em 1789, com 46 anos, era casado com Maria Angélica Rodrigues de Oliveira e residia em sua Fazenda do Engenho do Caminho Novo do Campo, na freguesia de Carijós. “Foi denunciado por Basílio de Brito Malheiro do Lago, por estar entre os ouvintes das palestras na Estalagem da Varginha, no final de 1788.” (A.5.519 e “A Inconfidência Mineira”, de Márcio Jardim, fls. 195).
João Dias da Mota, no dia 24 de junho de 1792 foi embarcado para Lisboa, na fragata Golfinho, por condenação devido ao envolvimento com a Inconfidência Mineira.
Morreu em 1793 de uma epidemia que atingiu a vila de Cacheu, nove meses depois de ali ter chegado.
Em 21 de abril de 2011, seus restos mortais foram repatriados da África para o Brasil em 1932, juntamente com os de José de Resende Costa e Domingos Vidal Barbosa, mas só em 21 de abril de 2011 foram colocados no Panteão do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, ao lado dos outros 13 inconfidentes que já repousavam lá desde quando o Panteão foi criado pelo Presidente Getúlio Dorneles Vargas. Não terem sido colocados seus despojos lá na mesma época que os restos dos outros Inconfidentes deveu-se ao fato de haver dúvida nas identificações. Só há alguns anos, os estudos da Unicamp comprovaram que as ossadas eram mesmo dos três inconfidentes degredados e assim procedeu-se à sua incorporação ao Panteão. Rui Mourão, diretor do Museu da Inconfidência, falando sobre a colocação dos desposjos desses três Inconfidentes no Panteão da Inconfidência, declarou:
“Tudo o que pudermos acrescentar à história da Inconfidência Mineira é importante, até porque esses personagens (José de Resende Costa, Domingos Vidal Barbosa e João Dias da Mota) deram contribuição efetiva ao movimento”.
Avelina Maria Noronha de Almeida