Avelina Maria Noronha de Almeida
Mas por que a Avenida tem o nome de
Santa Matilde?
Instalações da antiga fábrica de vagões da Santa Matilde no pátio do km 460, Conselheiro Lafaiete (MG) em 2013. Foto Felipe Rodrigues
De acordo com pesquisas do genealogista e estudioso de História Luiz Fernando Azevedo em escritos de Joaquim Rodrigues de Almeida (Quincas de Almeida), em 1808 o Capitão-Mor José Ignácio Gomes Barbosa e sua primeira mulher, Maria Joaquina de São José, sobrinha do Inconfidente Joáo Dias da Mota (pai e mãe do Barão de Suassuy) eram residentes da fazenda Bananeiras.
Conversando com pessoas antigas residentes nos arredores da fazenda, Luiz Fernando colheu mais dados.
Em 1929 faleceu D. Maria José Furtado do Amaral, com 69 anos: era viúva do Capitão João Evangelista do Amaral, deixando os filhos: Rubens Furtado do Amaral, que foi por muitos anos competente funcionário da Prefeitura, Olga Furtado Bhering, casada com o ilustre médico Dr. Victor Bhering, entre outros filhos e filhas..
Em 1948, a companhia Santa Matilde, alugou esse casarão, que chamavam de Fazenda Amaral, e chegaram a viver nele várias famílias, cerca de sete. Dizem que nele morou uma senhora que se chamava Jovercina, a qual morreu com quase 100 anos; nele morou também, por uns tempos, o senhor José Apolinário Sobrinho.
O casarão foi demolido na década de 1960, antes de 1964, sendo que hoje, no lugar em que ele ficava, existem residências e comércios, nada restando senão lembranças da Fazenda Bananeiras.
Agradeço ao Luiz Fernando sua preciosa contribuição com os dados que nos forneceu.
Mas por que a Avenida tem o nome de Santa Matilde?
A origem do nome é uma homenagem à empresa nascida em Queluz, nome anterior de nossa cidade, no bairro focalizado, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial o qual recebeu o nome de Companhia Industrial Santa Matilde.
A empresa foi iniciada com a extração de minério de manganês; depois passou a fazer reparos nas próprias vaganetas e nas minas de outras empresas.
No site “Estações ferroviárias | Linhas e Ramais das Estradas de Ferro do Brasil” encontramos o seguinte:
“Com a separação do tráfego de trens de minério de ferro em duas vias, — exportação pela Ferrovia do Aço e retorno dos trens vazios pela Linha do Centro, — o pátio ferroviário da “Parada Bananeiras”, km 460 – Conselheiro Lafaiete passou a receber principalmente os vagões vazios que sobem de volta para as minas.
Ali são inspecionados os vagões, separados (classificados) os que precisam de manutenção, e os trens são recompostos para seguir para as minas situadas mais acima.
O pátio ferroviário cumpre, portanto, as funções de recepção de trens, classificação de vagões e formação de composições — dispondo, ainda, de desvios para as oficinas onde os vagões são reparados, e para o abastecimento de locomotivas.”
(Continua)