18 de abril de 2024 19:26

Garimpando – Um bairro encantado – 3

            O ex-presidente custou a chegar ao Salão Nobre do Governo Civil, onde o governador, Dr. Simplício Barreto, pediu-lhe licença para oferecer à D. Sarah uma belíssima colcha de Castelo Branco, bordada com o escudo da cidade e guardada numa caixa de madeira trabalhada com as iniciais JK., acrescidas do O de Oliveira.”

         Repetimos acima o trecho do artigo passado para ressaltar: uma belíssima colcha de Castelo Branco, bordada com o escudo da cidade.

            Hoje vamos chegar à segunda etapa da caminhada que começa na linda cidade de portuguesa de Castelo Branco e vai terminar no Bairro São Benedito de Conselheiro Lafaiete. A segunda etapa, intermediária, é o povoado de São Gonçalo do Brandão, vizinho do Bairro São Benedito e onde primeiro se manifestou, no Brasil, o bordado das  afamadas Colchas de Queluz, seguidoras das mais afamadas ainda Colchas de Castelo Branco da Europa.

            Vou transcrever um artigo que está em meu livro “Garimpando no Arquivo Jair Noronha e em meu blog TEXTOS, que faz parte do BLOGGER AVELINA MARIA NORONHA DE ALMEIDA. Na foto do artigo também aparece, também  no centro, um escudo da Real Villa de Queluz. A referida foto  foi uma gentileza do genealogista e historiador  Ronei Fabiano Alves que, passando por uma fazenda próxima a Juiz de Fora, viu em uma cama a colcha estendida e tirou a fotografoou. Ela pertecera ao Dr. Camillo Maria Ferreira Armond, Barão, Visconde e Conde de Prados.

            Existe também uma toalha de forro de janelas com o brasão de Queluz de Minas exposta no Museu da Inconfidência em Ouro Preto, na Sala do Império. Ela é enorme e está pendurada bem alto. Um espetáculo maravilhoso de se ver! Muito bem conservada. No próximo artigo ela será colocada.

AS COLCHAS DE SÃO GONÇALO NA EUROPA!
Avelina Maria Noronha de Almeida

Francisco de Paula Ferreira de Rezende foi juiz municipal de órfãos do termo de Queluz, para onde veio em 1857. Quando escreveu o livro Minhas Recordações, nele focalizou, em alguns capítulos, o tempo que aqui passou. Entre vários relatos interessantes, encontramos, em sua obra, o seguinte trecho sobre nossa terra:

          

            “Composto de campo e mato, a indústria do município em 1857 consistia: primeiro na criação de animais, sobretudo muares, cujo preço era de 50$000 mais ou menos na idade de um a dois anos; segundo, na cultura  da cana em ponto maior ou menor; e terceiro, finalmente, na de mantimentos, para a qual a mata era boa e os capões ainda melhores.

            Queluz era, portanto, naquele tempo, (…) um dos melhores celeiros de Ouro Preto. Além dos tecidos de algodão para uso doméstico e que se encontravam por toda parte, havia na freguesia da vila uma fazenda ou um lugar chamado São Gonçalo onde se faziam umas colchas, ou antes, cobertores de lã, alguns dos quais tinham no centro as armas imperiais, obra tão bonita e tão perfeita que apesar de ser o seu custo de 50$000, não era fácil de obtê-los; visto que, além de serem muito procurados, sobretudo para presentes, na Corte e na província, até para a Europa, segundo depois vim a saber, alguns foram, por intermédio de minha sogra, para as nossas princesas que ali residiam ou para encomendas destas.”

                                                                                        (Continua)

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