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Garimpando: Meu colégio abençoado

      Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                      [email protected]

Quero trazer aqui algumas lembranças da passagem da minha vida

 nesse Templo do Saber.

Colégio Nossa Senhora de Nazaré em tempos passados
Imagem do acervo de Mauro Dutra Faria

Em meados de julho, o meu querido Colégio “Nossa Senhora de Nazaré” completa cento e quinze anos de existência. Nele passei a maior parte de minha vida. Como estudante, um ano de Jardim de Infância, quatro anos de Curso Primário, quatro anos de Segundo Grau. Toda a minha linda vida de estudante! Nele lecionei por quarenta e um anos: Português para o Curso de Admissão, logo que me formei. A partir de 1968, dei aulas de Psicologia Educacional, principalmente, mas também de Educação Artística e Redação nos tempos finais de meu magistério. Assim fica explicado porque essa escola é tão querida para mim. Porque eu me sinto tão filha dela.

            Quero trazer aqui algumas lembranças da passagem da minha vida nesse Templo do Saber. Há muito tempo desejo escrever sobre uma pessoa que, no Ginásio e no Segundo Grau, influenciou muito o meu pensamento religioso e minha filosofia de vida. Um ser admirável, do qual alunas dos meados do século XX devem se lembrar bem. Uma pessoa admirável: um sábio, um filósofo: Padre Álvaro Corrêa Borges.

            Quando ele faleceu, foi distribuída uma lembrança e abaixo vai a foto de uma  parte dela onde estão dado sobre ele.

            Em outra página dessa lembrança, colocaram uma oração feita por ele, demonstrando a sua grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus e que é assim:

            “Ó Coração do meu Jesus! Ó Jesus do meu coração! Permiti que eu me esconda dentro da Chaga do vosso terníssimo Coração, chaga aberta pelos meus pecados, e aí permaneça humilde e arrependido, preparando-me para cantar eternamente a Vossa Infinita Misericórdia.

            Amém.”

Foto de Padre Álvaro quando jovem

            A simplicidade de Padre Álvaro era encantadora! Totalmente despojado de vaidades, tranquilo, ameno no modo de falar, conquistou muitas amizades em nossa cidade.

            Suas aulas me influenciaram muito no modo de pensar, de agir e na minha filosofia de vida. Principalmente, com suas aulas, tomei contato positivo com o Ecumenismo, no princípio da década de cinquenta do século passado, antes de 1960, quando a Igreja Católica incorporou-se oficialmente ao movimento ecumênico, sendo criado o Secretariado Romano para a Unidade dos Cristãos, o qual assessorou o papa e os bispos durante o Concílio Vaticano e também ajudou os padres conciliares na elaboração do decreto do Papa Paulo VI, Unitatis Redintegratio, de 1964, que define o movimento ecumênico como uma graça do Espírito Santo.

            Já com meu espírito religioso formado nas aulas de Padre Álvaro, apreciei, muitos anos depois, as palavras de João Paulo II quando ele disse, em uma de suas visitas pelo mundo, aos mulçumanos: “Deus pôs sementes de caridade em todas as religiões.”

            Minha homenagem a Padre Álvaro, meu professor e mentor espiritual em uma linda época de minha vida!

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