Avelina Maria Noronha de Almeida
Abençoado e querido Nazaré!
Continuando a falar do excelente jornal “Centelhas do Nazaré”, fundado em 1949… Todo exemplar trazia um noticiário muito bem elaborado, informando com detalhes os acontecimntos em nosso colégio. Transcrevo uma notícia que me traz saudosa lembrança e também despertará saudades em antigas ex-alunas do estabelecimento: a lembrança de Irmã Consolata. Não posso ouvir a música Le Lac de Come (LE LAC DE COME (o Lago de Commo, noturno op 24 n° 6, de autoria de Madame Giselle Galos) que me lembro de Irmã Consolata, que de vez em quando a tocava nas belas festas que eram organizadas naquela época:
Vejam uma das notícias do mês de junho de 1951 no dia 30:
“Ocorreu nesta data, o falecimento da Irmã Consolata Serra, da Congregação das Irmãs da Divina Providência. Seu súbito falecimento abalou profundamente a Comunidade de Lafaiete que, consternada, foi prestar a última homenagem àquela que tanto contribuiu para o engrandecimento intelectual de nossa mocidade.
Com esse infausto acontecimento, sofreram as filhas adotivas de “Nazaré” uma segunda orfandade pois em Irmã Consolata, encontraram mãe dedicada e estremecida.
A virtuosa religiosa que, além de competente professora de Música, era pianista, de distinguidos dotes artísticos, deixou, após si, a lembrança de uma vereda humilde, consagrada ao serviço e à oração, vereda esta que, certamente, transmudou-se em rastro luminoso, levando a serva e esposa fiel de Jesus Cristo às paragens da felicidade eterna. Lá, Irmã Consolata vive a expressão máxima da Divina Arte e suas mãos agílimas desfazem-se em concertos imortais, no conjunto orquestral dos que gozam a visão beatífica do Senhor.
Dela disse um Ministro da Eucaristia: “A vida de Irmã Consolata foi uma vida cheia; sua morte será uma sementeira de vocações para este Colégio.”
Principalmente para nossos corações de alunas calará profundamente a recordação da mestra dedicada, que não poupou esforços em comunicar-nos os segredos da Imortal Euterpe, até seus últimos momentos.
“Centelhas de Nazaré” não só se irmana às dores de todo o Colégio, como também se anima em um clarão mais forte e vai depor aos pés de Deus a chama de nossa saudade, para maior glória e triunfo da serva do Senhor, Irmã Consolata Serra.”
Foi no “Centelha de Nazaré, em 1950, que publiquei meus primeiros e ingênuos contos, um deles o que se segue: “Em apuros”.
– Dá-me o que escondestes!
Tenório assustou-se; uma sensação gelada atravessou-lhe a espinha, um pensamento
Como o jornal estava muito antigo e com estragos, foi necessário escanear 3 trechos e mesmo assim uma frase estava por rasgos, por isso coloquei o trecho digitando-o no
local, entre as duas partes escaneadas.
Bons tempos aqueles de minha vida de estudante no abençoado Colégio “Nossa Senhora de Nazaré”.
(Continua)