Em nota oficial enviada a redação do site do CORREIO DE MINAS, a Federação das Associações Comunitária de Conselheiro Lafaiete (FAMOCOL) defendeu um diálogo com a administração, rompido quando há menos de 15 dias, a prefeitura não enviou sequer um representante com discutir com a entidade a regularização fundiária. A ausência revoltou as lideranças comunitárias que divulgaram uma nota repudiando a atitude do Governo Municipal. A postura foi vista pela FAMOCOL como uma quebra de acordo e afastamento de diálogo, por outro lado, rebatido pelo prefeito Mário Marcus (DEM).
A entidade criticou a situação estrutural dos PSF’s, sinaliza que acompanha de perto os atos e ações do Governo e diz que a partir da cobrança da aplicação dos recursos de R$575 mil na Atenção Básica, oriundo do Deputado Glaycon Franco (PV), recorda que iniciou “boicote velado a Federação”. “A critica é necessária para que haja o crescimento e a melhoria da vida coletiva. Alguns fatos concretos reforçam essa percepção de dificuldade de trabalho coletivo da atual administração”, diz a nota.
E entidade conclama a uma união de forças. “Queremos sim ter as portas abertas da prefeitura as nossas Associações de Moradores. Queremos levar as nossas demandas. Mas queremos principalmente a solução dos problemas que são levados a atual administração”.
Este não foi o primeiro embate entre as partes. Em março, a entidade convidou o prefeito para reunião quando ele foi substituído por um funcionário comissionado, o que revoltou a entidade.
Por fim a nota convoca as associações para continuarem a discussão, juntamente com o executivo, sobre o projeto da regularização fundiária. Leia na íntegra a nota da FAMOCOL.
FAMOCOL PROPÕE A RETOMADA DO DIALOGO COM A ADMINIDTRAÇÃO MUNICIPAL SOBRE A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
“É interessante o nosso Prefeito falar em deselegância por parte da FAMOCOL. Quem deixou de comparecer ou enviar qualquer manifestação relativa à sua ausência não fomos nós. O convite foi feito com uma antecedência de duas semanas, foi realizados diversos contatos com sua assessoria no sentido de confirmar a presença de nosso Dignatário ou seu representante. O último contato foi realizado na tarde do dia da reunião e o silêncio foi à resposta que recebemos. Ora, onde esta a deselegância?
O fato do prefeito não ter comparecido a reunião organizada pela Federação, devido a problemas particulares é plenamente compreensível. O que nos causa indignação é o fato de não ter ele dado qualquer satisfação, nem mesmo um simples telefonema. Problemas particulares todos têm; até mesmo o prefeito.
A FAMOCOL acompanha de perto todos os atos da municipalidade, desde a evolução da receita, até a falta de banheiro para os funcionários do PSF do bairro Amaro Ribeiro. Tanto que estamos elaborando um segundo relatório sobre a saúde básica do município, após os 90 dias solicitados pelo prefeito para solução dos problemas detectados. Os primeiros dados já dão conta de que praticamente nada mudou, em alguns casos até piorou. Oportunamente falaremos sobre esse assunto. Queremos esclarecer apenas que não nos é conveniente deixar de acompanhar os atos da administração municipal.
Sabemos também que as associações são recebidas pelo prefeito. Até o mês de julho, todas as tardes das quintas feiras eram direcionadas as entidades da FAMOCOL. Mas foi a partir do primeiro relatório sobre a saúde básica, onde foram detectados diversos problemas, com a cobrança do direcionamento do recurso alocado ao município no valor de R$ 575.000,00 para a solução do que foi apresentado, é que começou um boicote velado a Federação. Quando algumas associações passaram a ser recebidas de forma seletiva, onde apenas aquelas que lhe eram “simpáticas” tinham seu agendamento confirmado.
A partir desse momento ficou nítido que o discurso inicial de trabalhar com a comunidade não se sustenta mais. O trabalho com a comunidade desde que não haja critica, mas somente elogios é inócuo. A critica é necessária para que haja o crescimento e a melhoria da vida coletiva. Alguns fatos concretos reforçam essa percepção de dificuldade de trabalho coletivo da atual administração. Por exemplo: a elaboração do PPA (Plano Plurianual), documento que estabelece os parâmetros de aplicação de todos os recursos públicos para os próximos 4 anos, foi encaminhado a Câmara dos Vereadores sem que nenhum setor da sociedade fosse ouvido. Elaborado a “quatro paredes”, no escritório dos atuais gestores. Outro fato foi a mudança do PSF do bairro São João, transferido para a Rua Alexandrina de Queiróz, ao se fazer o novo zoneamento em nenhum momento se ouviu a comunidade, o que vem causando grande insatisfação aos moradores por ele atendido, ou não atendido.
A FAMOCOL esta aberta ao diálogo, mas tem que ser um diálogo honesto, onde possamos dizer o que esta acontecendo verdadeiramente em nossa cidade e não um diálogo onde se diga apenas aquilo os atuais gestores querem ouvir. Precisamos ser parceiros da atual administração, pois o que buscamos é a melhoria dos serviços públicos que são prestados a nossa comunidade. Essa é a nossa razão de ser. A nossa vocação.
Queremos sim ter as portas abertas da prefeitura as nossas Associações de Moradores. Queremos levar as nossas demandas. Mas queremos principalmente a solução dos problemas que são levados a atual administração. Pois ouvir apenas os problemas sem solucioná-los causa descrédito. Fato que vem acontecendo rapidamente com o atual prefeito, Descredito por não solucionar os problemas que vinham sendo apresentados a ele. Quem conhece os problemas da cidade são os seus moradores, que vivem e convivem com eles. E quem tem a obrigação de resolvê-los são os gestores públicos. Daí a necessidade da parceria.
A FAMOCOL dentro da linha de trabalho que lhe é peculiar irá marcar nova reunião com os membros da atual administração para tratar da REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA. Mais uma vez iremos convidar o Prefeito Municipal, abrindo o diálogo saudável e transparente entre a sociedade e seus representantes eleitos. Convidaremos também o Procurador Municipal, O Secretário de Desenvolvimento Social, Secretário de Planejamento ou a quem couber as suas funções, Vereadores e Ministério Público.
Assim, no dia 20 de novembro retomaremos as conversações sobre a regularização fundiária em nosso município e convocamos as 80 Associações que compõe a FAMOCOL a estarem presentes discutindo esse tema tão importante com os nossos representantes que tem o poder e a obrigação de solucionar essa demanda.”