O vereador Carlos Nem (SO) disse a nossa reportagem que consertou, com recursos próprios, os aparelhos de pressão com a intenção de colaborar com os pacientes que estavam no PSF do Museu, alguns com problemas de hipertensão. Na última semana o vereador criticou, na Tribuna da Câmara, a situação dos aparelhos que estavam estragados, fato presenciado por ele no PSF do Museu. Sua fala teve reação imediata do prefeito Mário Marcus (DEM) e da secretaria municipal de saúde que pediu ao vereador para apresentar a nota do conserto para o ressarcimento dos valores gastos. “Eu quis ajudar os pacientes que estavam no local e precisavam medir pressão. Usei minha boa vontade para resolver o problema. Ao contrário, não quis me auto promover, mas ajudar as pessoas”, disse. “Não estou preocupado com devolução do que gastei. Fiz e faço de novo se for preciso. Para fazer o bem não vou medir esforços”, respondeu o vereador. “Não estou medindo força com a prefeitura pelo contrário ajudando o prefeito e ver onde estão os problemas e apontar os erros. Este é o meu papel de fiscalizador e pelo qual estou cumprindo meu mandato”, assinalou.
Carlos Nem, que faz parte da Comissão de Saúde da Câmara, reconheceu o histórico de mazelas herdado pela atual administração. “A gente sabe do abandono da saúde nos últimos anos e que o prefeito e o secretário não medem esforços para corrigir os erros e avançar no setor. Nossa intenção às vezes em tom de críticas é no sentido de coloborar”, ponderou.
Situação
A saúde foi a principal discussão que mobilizou os vereadores em 2017. O gesto voluntário do vereador Carlos Nem reflete diretamente as angústias, recorrentes cobranças, denúncias e sugestões vindas de acalorados debates neste ano no Legislativo. Ao serem cobrados pela população, os vereadores desabafam as insatisfações populares.
Falta de medicamentos, exames, consultas, cirurgias, situação precária dos postos/PSF, insegurança e falta de insumos foram os principais temas de discussão neste ano. Não somente Carlos Nem expôs a realidade, mas também outros pares criticaram a saúde, como as vereadores Pedro Américo (PT), Fernando Bandeira (PTB), Alan Teixeira (PHS) e Lúcio Barbosa (PSDB) cobrando ações urgentes em diversos setores. Na semana passada, a vereadora Carla Sassi (PSB) denunciou diversos roubos a PSF.’s, como no Manoel de Paula e Paulo VI.
E em 2018 a saúde deve centralizar o tema na Casa Legislativa e a prefeitura, em seu orçamento, prepara um investimento recorde de quase R$ 100 milhões. Em geral, a saúde foi a principal crítica direcionada ao prefeito Mário Marcus.