Na manhã desta quarta-feira (21/03) os internos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) receberam a visita de Dinho Tarja Preta, vocalista do grupo Afroreagge do Rio de Janeiro. Por meio de um convite dos idealizadores do Instituto Meraki, Marluce e Reinaldo, o integrante do grupo carioca veio a Lafaiete compartilhar conhecimento e trocar experiências com os recuperandos da instituição que vem desenvolvendo um trabalho semelhante denominado Afrofé.
Dinho agradeceu o convite e falou sobre sua satisfação em participar desse momento importante que, segundo ele, é o primeiro passo para uma sociedade mais justa de respeito mútuo. “O Afroreaggae desenvolve há mais de 20 anos na cidade do Rio de Janeiro um trabalho de inclusão social nas comunidades do Rio; O trabalho lá é voluntário como o desenvolvido aqui. Desenvolvemos um trabalho com mais de 500 crianças e jovens basicamente para atingir os jovens de classe baixa que estão realmente em estado de ociosidades, precariedade. Levamos cultura, arte, educação, e informação para esses jovens. Então é muito gratificante hoje estar aqui podendo contar um pouco da história do Afroreagge, vendo outros trabalhos crescendo, o Afrofé é exemplo disso aqui na APAC. Então eu estou muito feliz de estar aqui hoje”.
Os membros do Afrofé apresentaram os instrumentos musicais confeccionados por eles e demonstraram seus talentos com apresentação musical e na roda de capoeira. Reinaldo Meireles um dos idealizadores do Instituto Meraki sente-se gratificado pelo resultado do trabalho que vem se desenvolvendo. “O instituto vem com a proposta de inclusão social, um resgate social para quem não teve muitas oportunidades na vida. Nós procuramos, através da cultura resgatar essas pessoas, dar oportunidades para elas. Trouxemos o Dinho para mostrar que através da cultura e da inclusão é possível melhorar o ambiente em que vivemos”.
A APAC oferece aos recuperandos uma oportunidade de resgate, de ressocialização a fim de que possam lutar por uma segunda chance, afinal a dignidade do ser humano precisa ser respeitada. Na associação os recuperandos trabalham em diversas atividades como o cultivo de horta, fabricação de tijolos de cimento, serralheria, carpintaria e ainda na área de construção civil. Além disso, atividades escolares (EJA) e artesanato dão mais estímulo para sua ressocialização. Todo o trabalho, inclusive o preparo dos alimentos, limpeza e manutenção das instalações são realizados por eles.