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CSN vai vender mais ativos para acelerar corte na dívida e participação na mineração Casa de Pedra em Congonhas

Steinbruch, presidente da CSN, promete:
“Vamos atender ao que o mercado solicitou
em redução da alavancagem”/Reprodução

Em dia para discutir o balanço do primeiro trimestre da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), todas as atenções do mercado estavam, de novo, voltadas para sua dívida e medidas a serem tomadas para reduzi-la. Benjamin Steinbruch, presidente da empresa, garantiu ontem em teleconferência que segue com o plano de vendas de ativos e que pretende acelerá-lo.

No fim do trimestre, o endividamento líquido da empresa fechou em R$ 26,5 bilhões, com alta de 1% sobre fim de dezembro. A grande novidade é a Lusosider, operação do grupo em Portugal, agora uma das possibilidades de desinvestimento. Na unidade, localizada a 30 quilômetros de Lisboa, a CSN usa bobinas a quente para laminar a frio e galvanizar o aço, com uma capacidade total de 550 mil toneladas de laminados por ano. Steinbruch também citou como alternativa o Sepetiba Tecon, terminal portuário que explora em Itaguaí (RJ) e cuja venda já foi considerada, mas não se alcançou um consenso com potenciais compradores. Ele declarou que recentemente as conversas sobre essa operação começaram a amadurecer. Conforme o Valor apurou, há conversas com o operador de terminais de contêineres PSA, de Cingapura, um dos maiores do mundo, mas sem negociação firme.

O grupo asiático, que movimentou 74 milhões de Teus (contêiner de 20 pés) em 2017, não tem terminal no Brasil. Para efeito de comparação, todos os portos brasileiros escoaram no período 9,2 milhões de Teus. No passado, a CSN chegou a negociar com a PSA, num processo em que vários grupos se interessaram, mas não evoluiu por questão de preço. O “piso” pelo ativo é R$ 1,2 bilhão – empresa contratada pela CSN em 2015 avaliou o Sepetiba Tecon entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão. A parceria com a PSA atrai a CSN porque a companhia pode negociar com armadores em escala global, atraindo navios para o terminal. Recentemente, o Sepetiba Tecon foi homologado como apto a receber navios de 366 metros de comprimento, a maior classe de porta-contêineres a escalar a Costa Leste da América do Sul.

Um grande diferencial competitivo em relação a outros portos, como Santos, o maior do país e limitado a embarcações de até 336 metros. Na área de mineração, o presidente da CSN voltou a considerar oferecer uma participação em Congonhas (MG), onde controla a Casa de Pedra e tem como alternativa se desfazer de minas menores. “Vamos atender ao que o mercado solicitou em redução da alavancagem”, prometeu Steinbruch. As metas estão mais claras. Em 12 meses, a siderúrgica quer reduzir a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) – ou quantos anos de resultado operacional levaria para pagar as obrigações – de 5,8 vezes em março para no máximo 3,5 vezes. Serão, no total, R$ 4 bilhões em desinvestimentos, metade até junho. Na segunda-feira, a CSN acertou a venda da LLC, sua laminadora dos Estados Unidos, à Steel Dynamics, por US$ 400 milhões. O negócio pode render ainda mais ao caixa, dado que US$ 60 milhões de capital de giro serão ajustados quando a transação for concluída, algo esperado em 90 dias.

O valor pode atingir US$ 500 milhões (R$ 1,8 bilhão). Ao vender a operação americana, a CSN convenceu os analistas. Em relatórios, BTG Pactual, Credit Suisse, Itaú BBA e XP Investimentos elogiaram a decisão e disseram que a transação pode abrir caminho para novas vendas, como a companhia promete há quase três anos. Além dos negócios à venda, existe também a chance de alienar a participação na concorrente Usiminas. Mas essas notícias não animaram os investidores. As ações caíram 1,26% ontem, para R$ 9,40. O diretor comercial, Luis Martinez, revelou que espera vender cerca de 3,4 milhões de toneladas de aço no país este ano – até 85% das vendas totais. O reajuste de preço no Brasil – a distribuidoras e indústrias -, já sinalizado para junho, segue nos planos. Vai ficar na faixa de aumento de 7,5% a 10%.

Fonte: Valor

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