A pedido do Ministério Público, em ação conjunta entre a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, foi realizada visita de inspeção no dia 1º na Capela de Santo Antônio, datada de 1737, construída em estilo colonial.
Há mais de 30 dias, o provedor da Irmandade de Santo Antônio, Marco Gonçalves, denunciou a deterioração do exemplar do século XVIII, alertando sobre a possibilidade de desabamento do bem a qualquer momento. Rachaduras, paredes tombadas e infiltrações é o atual estágio da capela.
O laudo não confirmou risco a integridade do bem, muito menos possibilidadede uma interdição. “Verificou-se que a edificação apresenta alguns pontos que precisam ser reparados sob reforma, a fim de se evitar a deterioração do patrimônio, além de controle de pragas, a ser realizado por empresa especializada para promover a descupinização das madeiras do altar, evitando até mesmo que os cupins se proliferem para as demais estruturas de madeira como engradamento do telhado. Portanto, em sua totalidade, a edificação não apresentou situações de risco iminente de desabamento, entretanto, orientamos a análise técnica a ser feita por arquiteto habilitado e especialista em patrimônio histórico a fim de avaliar e relatar a situação da edificação e prover melhorias”, diz o laudo.
Em relação a abalos sísmicos provocados Vale unidade Morro da Mina, situação questionada pelo provedor como a causadora da deterioração da capela, a mineradora
apresentou um estudo de monitoramento realizado nos meses de maio e junho do corrente, o qual foi realizado por empresa especializada com responsável técnico habilitado, mostrando, portanto, estarem dentro dos limites previstos em norma, as vibrações provenientes de detonações.
Busca de recursos
No final do ano passado o Instituto Meraki conseguiu a aprovação de um projeto junto a Lei Rouanet e ao IEPHA que prevê a restauração e reforma da Capela e de imagens sacaras de valor inestimáveis, como a de Santo Antônio, Nossa Senhora da Piedade, São João Evangelista, São Joaquim, Nossa Senhora do Rosário e crucifixo primitivo. As peças compõem a riqueza da capela cuja fundação remonta ao ano 1751.
Os diretores do Instituto estão confiantes na sensibilização da iniciativa privada pelo valor que representa o bem histórico. “Estamos trabalhamos em parceria com a irmandade na busca destes recursos ou parte deles para iniciarmos a obra. A gente conta com a generosidade daqueles empresários ou empresas como Vale, CSN e outras para abrir as portas para a apresentação do projeto. A importância deste bem ultrapassa as fronteiras de Lafaiete e faz parte da história regional”, sintetizou Marluce Albino, uma das diretoras do Meraki.Os projetos elaborados e aprovados facilitam a busca de financiamento seja público ou privado. Este é agora o caminho que a Irmandade e o Instituto Meraki trilham para executar os projetos cujos valores chegam a R$ 5 milhões. “Queremos ver esta igreja com seu brilho original”, revelou Marcos, confiante em arrumar uma fonte de recursos.
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