“Como uma linda mulher ela passou pelos processos de crescimento. Tímida menina virou moça grande, virou páginas, virou minério e virou o tempo… E hoje é uma jovem senhora, sem, contudo perder o seu encanto e a sua vocação de arte e fé”. Assim é a cidade de Congonhas, que este ano, completa 80 anos de Emancipação Política. As comemorações pela data começaram na noite desta terça-feira, 17, com a inauguração da exposição, Congonhas Terra de Devoção e Fé – 80 Anos de Emancipação. A mostra está aberta ao público gratuitamente de terça a domingo, das 9h às 17h, no Museu da Imagem e Memória.
A noite proporcionou aos presentes uma verdadeira volta ao passado. Um cortejo de carros, integrantes do Clube de Autos Antigos de Congonhas, desfilou pela cidade trazendo a aura dos anos 30 de volta. O prefeito Zelinho chegou ao Museu no veículo que pertenceu ao primeiro prefeito de Congonhas e todos foram recebidos ao som das músicas daquela época. Outras autoridades também prestaram as suas homenagens a Congonhas, como o vereador Adivar Barbosa, a secretária de Educação Aparecida Rezende e o diretor dos museus de Congonhas, Sérgio Rodrigo Reis.
O Grupo de Teatro Dez Pras Oito apresentou a intervenção artística “Emancipação de Congonhas” e relembrou o dia em que o então arraial foi elevado a cidade. A encenação começou ao vivo e seguiu por meio de um filme. O grupo musical Força Vocallis também participou das homenagens e apresentou o Hino de Congonhas.
André Candreva, curador da exposição, explicou a importância e o simbolismo da data. “Precisamos conhecer o passado para continuarmos escrevendo a nossa história. Essa exposição reúne os elementos que nos fazem viajar para essa época tão importante para todos nós. É muito gratificante ver esse trabalho concretizado”, afirmou André.
“Congonhas sempre foi uma cidade abençoada. Precisamos lembrar e agradecer aqueles que tornaram possível o nascimento da nossa cidade. Hoje, Congonhas colhe os frutos de ser reconhecida mundialmente pela sua história e arte. Aqui, todos são bem recebidos, temos vocação em sermos anfitriões carinhosos. É bem como dizem “Quem bebe da nossa água, não sai daqui”. Sou feliz e orgulhoso por ser um filho da Cidade dos Profetas”, concluiu o prefeito Zelinho.
A pequena Lavínia Milione Andrade, de 9 anos, aluna da Escola Municipal Engenheiro Oscar Weinschenck foi uma das homenageadas da noite. A estudante fez uma pintura da fachada do casarão que abriga o Museu, incentivada pelas aulas de artes da sua escola. Por iniciativa própria decidiu que a obra deveria ser exposta para todos os Congonhenses e assim doou o quadro para instituição. Agora a peça é um dos destaques da expografia. “Fiquei muito emocionada quando vi a minha pintura exposta aqui hoje. A exposição ficou muito linda. Estou muito feliz com tudo”, agradeceu Lavínia.
Um dos destaques da exposição é uma grande maquete em movimento que, por meio da linha férrea que retrata o Ramal do Alto Paraopeba, composta por sete estações, faz uma conexão entre Congonhas e Belo Vale, cidades irmãs que nasceram por meio do mesmo decreto em 1938. O objetivo do Museu é tratar do assunto de forma leve e lúdica para que pessoas de todas as idades compreendam e se interessem pelos conteúdos expostos. A exposição comtempla também retratos de personagens emblemáticos na história da emancipação como os barões, o primeiro prefeito nomeado, Alberto Teixeira dos Santos Filho e o primeiro eleito Nicola Falabella, reúne também imagens de Congonhas em épocas diversas, mapas antigos, documentos, símbolos cívicos como bandeiras, além de obras de arte de vários congonhenses ao longo das décadas e objetos raros que remetem a construção do Cine Teatro Leon e da Rádio Congonhas.
A professora de história Marali Amador, de Belo Horizonte, também veio prestigiar a exposição. “Achei fantástica a exposição. A forma como foram colocados os elementos nos fez realmente voltar ao passado. Para mim essa cidade toda já tem um ar nostálgico. Em breve faço questão de voltar e trazer os meus alunos. Belo trabalho”, afirmou Marali.