Demitidos reconheceram que os impedimentos não foram do Município, mas concessionaria da Via 040
Cerca de 40 lafaietenses, que até segunda feira, dia 5 estavam empregados e em fase final de treinamento em Belo Horizonte e Lavras, no Atacarejo Mart Minas, e foram dispensados devido ao adiamento da inauguração da unidade, foram até a Câmara na noite de ontem para buscar o apoio do Legislativo a uma solução rápida pela liberação do acesso viário citado como principal entrave a liberação do empreendimento. Previsto para ser inaugurado na primeira semana de dezembro, um impasse sobre implemtação de alternativas viárias a BR 040 (passarelas e tuneis), adiou a inauguração para o primeiro semestre de 2019.
“Infelizmente estamos pagando pelas mazelas da Via 040 que trata com descaso Lafaiete. A concessionária deveria buscar soluções paliativas como o alargamento dos acostamentos, quebra molas, radares e até mesmo colocar barreiras físicas para impedir a passagem das pessoas pela rodovia. È uma sacanagem que fazem com nossa cidade e nosso povo. Esta Casa está do lado de todos vocês”, assinalou o Vereador Sandro José (PSDB), pedindo que a Câmara envie uma nota de repúdio a Via 040. “Nós estamos dispostos a ajudar a todos”, ressaltou o vereador Pedro
Américo (PT).
O Vereador Fernando Bandeira (PTB) também criticou a Via 040 e hipotecou apoio aos ex- funcionários. “Esta Casa está junto com vocês nesta causa”, afirmou.
O vereador Alan Teixeira (PHS) atribui o episódio de adiamento da inauguração do Mart Minas a concessionária. “Vamos somar forças, mas deveriam tomar medidas paliativas em relação a segurança na BR e liberar o empreendimento”, observou.
“Não deixem o Mart Minas ir embora de Lafaiete”, desabafa demitida
Ao final da reunião, os vereadores se reuniram com o ex-funcionários e acertaram que vão pressionar os deputados federais para apressar a liberação das licenças necessárias a abertura do empreendimento, como também ouviram os lamentos de pessoas que estavam prestes a conquistar o emprego e foram demitidos. “Da parte do Município não houve qualquer impedimento”, ressaltou o vereador João Paulo Pé Quente (DEM).
Marcos Paulo Duarte falou em nome dos desempregados e contou que cerca de 100 pessoas estavam em treinamento em Belo Horizonte mas tiveram o sonho do emprego adiado. “Ontem a diretoria reuniu como todos nós e anunciou o adiamento da inauguração. Infelizmente o sonho de 160 pessoas e pais de famílias que foi adiado. Estamos pagando caro pela falta de gestão da Via 040, da ANTT e do DNIT”, criticou.
Angelita Gonzaga afirmou que entre 32 lojas do Mart Minas instaladas perto da rodovia apenas em Lafaiete ocorreu este entrave. “Não estamos aqui culpando o Município e nem a Câmara, mas porque em nossa cidade houve este travamento? Pedimos que nos ajude a sanar estes problemas. São 160 famílias que estão chorando. È muito triste e decepcionante. Não deixem que o Mart Minas vá embora de nossa cidade”, clamou.
Edirlene de Paula relatou que o Mart Minas oferece diversos benefícios como planos de saúde e odontológico, alimentação acessível e até 60% da faculdade, diferente de outras empresas locais. “Eles foram claros conosco e que devido aos problemas de acessos foram as causas do adiamento. Estava tudo preparado para a inauguração no dia 6 de dezembro. Para a economia da cidade o Mart Minas iria ajudar muito principalmente aos consumidores”.
Do sonho a frustração
Nossa reportagem ouviu relatos de 5 demitidos pela Mart Minas. A frustração, revolta e desolação estavam presentes nos desabafos de lafaietense que alimentavam o sonho do emprego após passar por um rigoroso processo seletivo.
Marcos Paulo, 43 anos, casado, mora em Lafaiete há mais de 18 anos. Natural de Santos Dumont, ele estava desempregado há 2 meses e iria trabalhar no atacarejo como supervisor de segurança.
Edirlene, 22 anos, morador do São João, deixou na semana passada o emprego de secretaria de uma academia, e iria iniciar esta semana o treinamento para o operadora de caixa. Marcos Vinicius, 40 anos, morador do São Sebastião, estava desempregado há 2 anos. Seu último emprego foi a VSB. Ele foi contratado como conferencista de remarcador de mercadoria.
Atalécia Sousa, 40 anos, deixou o Rio de Janeiro, para voltar a terra de seus irmãos, embalada com as notícias alvissareiras da chegada de hipermercados em Lafaiete. Ela trabalharia na área de vendas. Angelita Gonzaga, 40 anos, formada em direito e morada do Bairro Angélica, estava desempregada há 2 anos, e seria contratada como conferencista de mercadorias.
Os nossos entrevistados perderam o emprego e sonho de ascensão profissional. “Estamos em uma insegurança jurídica em torno do poder público”, desabafou Marcus Vinicius. “A empresa afirmou que vai recontratar todos, mas vivemos esta tensão”, apontou Edirlene. “Esperamos que outras empresas não deixem de se instalar em Lafaiete diante de tantos entraves que criam em nossa cidade. Será que outros empresários vão querer investir com este clima de insegurança”, assinalou Angelita.