A pauta do desenvolvimento econômico regional dominou encontro histórico de associações regionais. Hoje, dia 10, prefeitos, gestores e lideranças políticas regionais e estaduais se reuniram no Restaurante Toque de Minas, em Queluzito, para o primeiro encontro conjunto das principais associações de integração intermunicipal de Minas Gerais: Amalpa (Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba), Amma (Associação dos Municípios da Microrregião da Mantiqueira) e Amver (Associação dos Municípios da Microrregião dos Campos Vertentes). A construção de uma agenda de retomada econômica e a união de esforços para o enfrentamento de problemas comuns foram os grandes destaques do evento que contou representantes de mais de 40 cidades, além do secretário de Estado adjunto de Desenvolvimento Econômico, Adriano Magalhães Chaves.
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Na oportunidade, os prefeitos expuseram o descontentamento quanto à situação que enfrentam em seus municípios. De acordo com os gestores, tal realidade os obriga a “cortar na carne” as políticas e serviços públicos, o que impacta significativamente na qualidade de vida da população. “Este é um momento histórico. É chegada a hora de unirmos forças para superarmos a situação de abandono de nossa região, fruto do desgoverno no Estado e a ‘posse’ de recursos pertencentes aos municípios”, desabafou o prefeito de Ouro Branco, Hélio Campos (PSDB), que durante sua fala aproveitou para criticar o atraso de repasses estaduais aos municípios, que, segundo o prefeito, chegariam a ordem de R$ 12 bilhões.
Dentre as reivindicações dos gestores esteve a precariedade das principais rodovias que cortam a região, especialmente a BR040, no trecho entre Congonhas e Lafaiete, e cobraram celeridade na retomada da licitação da via. De acordo com eles, a presença de 10 praças de pedágio ao longo da rodovia não é revertida em melhorias nas condições da rodovia.
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Presente ao encontro, o deputado Estadual Glaycon Franco (PV) fez coro às queixas e elencou diversos problemas sociais e econômicos enfrentados pelos municípios, os quais, para ele “constituem gargalos frente ao grande potencial dos municípios. “A reunião entre as três associações foi também um grande momento para a entrega de cartas de intenções a representantes do Estado e da União. A expectativa ficou por conta da presença do senador Rodrigo Pacheco (PMDB), mas que não pôde comparecer. As reivindicações serão levadas às autoridades por intermédio do presidente da Amalpa e prefeito de Queluzito, Célio Pereira, o Celinho.
Empobrecimento
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O Secretário Adjunto, Adriano Magalhães, apontou que o atual governo herdou R$28 bi de contas não pagas desde 2014. A dívida do Estado chega a R$127 bi. “A situação é alarmante, mas precisamos sair da inércia, senão o Estado entra em colapso”, avaliou.
Ele defendeu a descentralização dos investimentos historicamente centralizados nas regiões da Zona da Mata e Triângulo Mineiro. Adriano considerou o empobrecimento do Alto Paraopeba, Vale do Piranga e Vertentes diante do vazio econômico e defendeu um novo olhar do Estado para as regiões. Apesar de abrigar grandes empresas, entre elas, Gerdau, Vale, CSN, VSB, elas não foram capazes de alavancar o desenvolvimento. Isso reflete na migração de moradores para Belo Horizonte. “Precisamos despertar a vocação regional da região para uma nova agenda econômica”, destacou citando a região o leite como um potencial através dos lácteos.
Gasoduto e usina termoelétrica
Adriano Magalhães apontou um cenário positivo para a região com a expectativa de investimentos, a partir do ramal do gasoduto instalado na região e a possibilidade de construção de um 3º pela Samarco. Mas a principal notícia, já discutida há mais de 5 anos, é a instalação de uma usina termoelétrica em Queluzito, tema que ganhou força nos últimos 2 anos. Adriano adiantou que já está em fase de estudos e análise e até mesmo de conversas com o Governo Federal a construção da obra com investimento previsto de R$1,7 bi com previsão de início em 2021. Entusiasmado com a notícia, o prefeito Celinho afirmou que a termoelétrica trará reflexos para a economia regional.
Política
A política também foi o centro das discussões tendo como principal tema a unificação das eleições com a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores até 2022.