A situação saiu do controle. Foi esse o diagnóstico dos vereadores de Lafaiete ao aprovarem um requerimento pedindo ações de fiscalização em hotéis, pousadas e bares situados na rua Marechal Floriano. A solicitação foi apresentada pelo edil João Paulo Pé Quente (DEM) e gerou um extenso debate na Casa. O demista justificou que a qualquer hora do dia é possível ver situações como prostituição e tráfico de drogas, o que transformou uma das vias mais movimentadas da cidade em uma verdadeira zona.
O objetivo do vereador é que seja realizada uma força-tarefa similar a que acabou com a balburdia na avenida Telésforo Cândido de Resende. João Paulo ressaltou que a via tem um comércio forte e que muitos profissionais são prejudicados pelo caos que se instalou na rua. O vereador José Lúcio (PSDB) apoiou o colega e alertou que a situação tem se espalhado por outras vias da parte baixa da cidade. “Muitas pessoas têm medo de passar pela via e serem abordadas por alguém, o que prejudica os comerciantes que ali trabalham”, observou. O vereador Oswaldo Barbosa (PP) também atentou para o fato dos casos de prostituição e tráfico estarem ocorrendo também na parte da Marechal que liga ao bairro Areal.
Fazendo um contraponto, o vereador Sandro José (PSDB) afirmou que a questão da Marechal é social. Ele defendeu a criação de alguma expectativa de trabalho para evitar que pessoas tenham que se prostituir. Para o edil, é preciso diagnosticar o que está causando essa situação na Marechal para atuar por meio de políticas públicas. Sandro também sugeriu a revitalização da via, que sempre ficou a margem de melhorias. “Caso contrário, estaremos apenas trocando o problema de lugar”, disse. João Paulo reconheceu a fala do colega, mas reafirmou que, no momento, é necessária uma medida mais enérgica.
A Reportagem do Correio de Minas conversou com comerciantes da via e confirmou a necessidade de medidas urgentes para colocar ordem na Marechal. Um deles, que pediu para não ser identificado, lembrou que a via sempre foi conhecida como uma zona boêmia da cidade, mas disse que a situação é bastante diferente agora. “Durante a noite, chegam a armar churrasqueiras aqui e trazem também bebidas em caixas de isopor. A farra não tem hora para acabar e, mesmo durante o dia, nós observamos coisas que jamais poderiam ocorrer”, disse, lembrando que há algum tempo, havia dois policiais que circulavam a pé pela rua e isso contribuía para não deixar a situação descambar como ocorre hoje.