Sociedade de Engenheiros e Arquitetos da região do Alto Paraopeba (Sorear) está promovendo um grande movimento em Lafaiete e região sobre o desvio do alto fluxo de caminhões e carretas que transportam minério pela rodovia 040, no trecho de Nova Lima a Congonhas, e que tem envolvimento com um acentuado índice de acidentes na rodovia que ocorrem neste trecho com vítimas fatais
“A nossa entidade de Engenharia (SOREAR), inclusive, já identificou algumas sugestões através de rotas alternativas e usos consorciados de vias particulares, que poderão ser objetos de discussão para uma possível solução de minimização deste grande pesadelo (acidentes) que impacta os usuários que trafegam pela rodovia”, disse Crispim Ribeiro, engenheiro que lidera uma ampla campanha de mobilização regional pela segurança na B R 040.
Ele pontuou alguns itens que contribuem para esta insegurança no trânsito, como caminhões e carretas (transporte de minério) que trafegam em alta velocidade; imposição de metas diárias de volumes transportados (recorde); danificação do piso asfáltico, em função de possíveis excessos de carga; quebras frequentes de para-brisas e outros danos materiais, em função de lançamento de partículas de minério por ação dos ventos, entre outros.
“Consideramos que uma das possíveis hipóteses de transporte poderia ser através de via alternativa (rodovia), cujo trecho sugerido tem uma extensão de 4 a 5 km até a via particular a ser consorciada, os custos necessários à implantação desta via poderiam ser arcados pelas próprias mineradoras, resguardadas obviamente, as devidas proporções em relação aos volumes transportados (toneladas) que, comprovadamente, usam o referido trecho da rodovia 040 para o transporte das suas produções até aos pátios de minérios localizados em Congonhas e região”, assinalou.
A via a ser construída partiria perto da mina da Gerdau Várzea do Lopes até a via do Minério, da Vale. Dali os caminhões tomariam outras rodovias até o destino retirando milhares de caminhões de minério da BR 040.
Um dos fatores que motivou esta inciativa de mobilização, em defesa dos usuários da rodovia 040, na prevenção de acidentes, foi o exemplo da empresa Vale que, após inúmeros acidentes ocorridos na região do viaduto das Almas (Vila Rica), a empresa, como forma de reduzir os índices de acidentes na rodovia 040, construiu uma rodovia interna (particular), com uma extensão de 26 km, ligando a mineração, localizada na região do Pico (Itabirito), até à fábrica/pátio (antiga Ferteco), localizada às margem da rodovia 040 (Ouro Preto).
Crispim disse que esta via é de interesses das mineradoras inclusive mitigando o passivo de acidentes e mortes na BR 040 e melhorado o trânsito de carretas.
Entidade alerta para os licenciamentos na BR 040
Com a previsão de lançamento do edital de relicitação da BR 040, previsto para setembro de 2021, a SOREAR alertou que, apesar da empresa Via 040 (atual concessionária do trecho) estar prestes a assinar o termo aditivo ao contrato já existente, que deverá contemplar apenas três objetos (manutenção da via, gestão de tráfego e atendimento aos usuários) ao longo de dois anos até a retomada efetiva das obras através da nova concessionária, a partir da publicação do novo edital, previsto para o primeiro semestre deste ano, torna-se importante e necessário, promover a mobilização política para incluir, nesse termo aditivo, os projetos e execução de obras emergenciais nos municípios interceptados pela rodovia, principalmente na nossa região (trecho mais crítico), tais como: trincheiras, passarelas, paralelas, remodelação de trevos e entroncamentos, revisão de sinalização, regularização de acessos (faixas de domínio) etc.
Entretanto, as pretensões de duplicação no trecho entre Lafaiete a BH, o trecho com maior numero de acidentes, podem se frustrar caso não consigamos fazer o dever de casa, no caso, o estado de Minas Gerais, através do IEF (Instituto Estadual de Florestas), que precisa urgentemente de analisar os projetos executivos referentes às obras de duplicação da rodovia neste trecho, para avaliar as possíveis interferências com as áreas de unidades de conservação, protegidas por lei, conforme diagrama unifilar da EPL (Empresa de Projetos e Logística) e remeter os respectivos pareceres técnicos ao Ibama, em Brasília, possa conceder o Licenciamento Ambiental complementar deste trecho, que corresponde aproximadamente 10 % da extensão total já liberado, sem a qual a concessionária estará impossibilitada de executar obras neste trecho.
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