28 de março de 2024 12:38

Lutador lafaietense conta sua história, revela superação e a conquista do sonho no UFC; Espartano desenvolve projeto social no RJ e pensa em algo para sua cidade

Lutador lafaietense conta sua história, revela superação e a conquista do sonho no UFC; Espartano desenvolve projeto social no RJ e pensa em algo para sua cidade

Lutador recebeu o carinho dda famílai e amigos em Lafaiete/CORREIO DE MINAS

Seis dias após luta contra o americano Tony Gravely, pelo UFC Fight Night 182, em Las Vegas, na qual perdeu pela decisão dos juízes, o lafaietense, Geraldo de Freitas, desembarcou nesta manhã (20), em Lafaiete, na casa de seus familiares, no Bairro Campo Alegre dos Carijós, quando foi recebido por uma festa surpresa promovida por amigos.
“Tenho pouco tempo para a família pela rotina frenética dos treinos. Mas é sempre muito bom rever os amigos e estar com a família. Me motiva muito, me renova e me faz feliz pelas recordações e as histórias da nossa infância e adolescência. Gosto muito de Lafaiete”, afirmou no lutador que há 2 anos realizou seu grande sonho de ser contratado pelo UFC e está na elite do esporte no mundo.

Momentos antes da luta, protegendo as mãos com o Cutman do UFC/DIVULGAÇÃO


Geraldinho é filho do saudoso Geraldo de Freitas, figura popular na cidade, e que foi candidato a prefeito em 1996 e faleceu em 2000. “Quero curtir estes dois aqui em casa, rever os amigos e curtir minha cidade, pois na segunda-feira volto ao Rio de Janeiro para os treinos”, explicou a nossa reportagem que acompanhou a chegada o talento do octógono.
A luta
Ao falar da luta ocorrida no sábado passado (14), Geraldinho lamentou sua derrota, mas já mira a próxima que deve ocorrer em meados de março. “Estou muito chateado mesmo. Tinha convicção que ia vencer e acreditava muito na minha vitória. Eu acreditava que minhas valências eram melhores do que dele. Me sinto mais completo que ele, não consegui me impor e acabei dando mole. Eu facilitei o jogo. Acho que poderia ser diferente, mas foi um aprendizado. Me preparei mais de 5 meses, muito focado e determinado, mas não conseguir impor minha luta. Eu sou melhor do que meu adversário, mas entrei no jogo dele e acabei derrotado. Vida que segue”, disse otimista.

Pesagem antes da luta contra Tony Gravely, em Las Vegas/DIVULGAÇÃO


A história
Sempre focado, determinado como um espartano, Geraldinho de Freitas iniciou sua carreira de sucesso aos 6 anos em Lafaiete lutando karatê com o sensei Vicente. Aos 11anos teve contato com o Jiu-Jitsu e tomou gosto pelas artes marcais.
Neste tempo já participava de torneios e campeonatos pela região e o país afora. “Nesta época já comecei a sonhar em ser lutador e MMA. Isso me despertava tanto como a luta. Por mais que tinha outros planos também meu sonho foi ser lutador”, recordou.
Com 18 anos, foi para Belo Horizonte para cursar educação física, mas a luta era seu sonho e aos 19 anos transferiu-se para o Rio de Janeiro.
“Realmente foi complicado no começo pois fui com a cara e a coragem para o Rio. Não sabia andar, não tinha celular, Cheguei sem lugar para ficar. O pessoal me acolheu e iniciei os treinos na equipe “Brazilian Top Team. Para me manter era personal fight, dando particulares de lutas, Jiu-Jitsu e boxe”, contou.

Vestiário na estreia no UFC Fortaleza ao lado do lutador Joisé Aldo e o treinador Rogério Miranda/DIVULGAÇÃO


Além das dificuldades, a família desconfiança da escolha de Geraldinho, temendo pelo seu futuro. “Foi complicado porque no princípio a luta não dava dinheiro e era uma cobrança minha comigo mesmo. Recebia muito pouco para lutar, mas hoje vejo a recompensa do meu esforço. A gente deve correr atrás de nossos sonhos”, refletiu.
O sucesso

Mesmo com o sucesso alcançado com sua determinalção, o lutador mantém a humilidade/DIVUGAÇÃO


Aos poucos ele foi se destacando permanecendo 5 anos invicto. Geraldinho foi campeão e dono do cinturão do Shooto Brasil (um dos mais respeitados torneios de lutas do mundo, sendo o evento que mais qualifica atletas para lutarem o UFC), conquistando o cinturão contra o Luciano Benício. Depois ele defendeu o cinturão contra o Rafael Apocalipse e já vitrine nacional e internacional.
Ali sua vida se transformou e ele assinou contrato com UFC, estreando no UFC Fortaleza com uma vitória sobre Felipe Colares, o “cabocão”. “Realizei meu grande sonho. Já fiz 3 lutas e perdi duas. Ainda tenho mais uma luta e já estou me preparando para vencer e renovar meu contrato no UFC”, comentou.
Descanso
Geraldinho explicou que após a luta contra o americano, Tony Gravely, como de praxe no esporte e por recomendação médica, ele ficou suspenso pela comissão atlética, ficando 21 dias sem treinos e 30 dias sem lutar.

Lutador, a humildade, projetos sociais e Lafaiete


Geraldinho, juntamente com amigos, desenvolve o projeto social “Espartanos de Santa Tereza” no complexo de Santa Tereza, onde reside.

cial, Geraldinho dando aula no seu projeto social “Espartanos de Sasnta Tereza”, no RJ/DIVULGAÇÃO

Ele dá aulas de Jiu- Jitsu para mais de 50 crianças e adolescentes da “Comunidade de Biquinha”. “Des o início via muita criança nas ruas e como eu sou referência para eles resolvi desenvolver este projeto para afastar este público das drogas e através dom esporte formar cidadãos de bem levando auto estima, disciplina, dedicação e foco. As crianças me admiram muito”, assinalou.
“Não fiz por dinheiro mas por amor. Se todo mundo fizesse o que ama o mundo seria diferente”, disse ao refletir sua vida e apontar caminhos para nova geração.

Em Las Vegas com seu fisioterapeuta lafaietense, Leonardo Meirelles, os seus treinadores Daniel “piratiev” e Emerson Falcão/DIVULGAÇÃO

Lafaiete
Ao ser questionado sobre projetos para Lafaiete, Geraldinho disse que pensa em desenvolver um negócio mas a longo prazo. “Tenho amor e vínculo na cidade, mas penso bem para frente montar abrir um negócio ou desenvolver um projeto social. Quem sabe quando estiver encaminhando para aposentar minhas luvas eu descubra alguns talentos aqui e com certeza tem em Lafaiete. A galera aqui tem alto nível. Tem crianças aqui que me vê na TV e se inspira em mim, mas mantenho os pés nos chão. Não sou melhor do que ninguém, mas busquei realizar meus sonhos e conquistei parte deles ainda”, finalizou.

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