À (E), foto de Salomão de Vasconcellos, publicada no artigo ‘Belo Vale na cronologia histórica mineira’, Jornal Folha de Minas, 1943, mostra a antiga capela do arraial de São Pedro do Paraopeba, atual Vargem de Santana. À (D), foto de Tarcísio Martins, mostra a Capela Nossa Senhora da Conceição que substituiu à antiga, sendo reformada, em 2020.
Antes mesmo, da autonomia administrativa do território mineiro, em 1720, o povoado que daria origem ao município de Belo Vale, Roças de Matias Cardoso de Almeida – 1673 – atual Vargem de Santana, já figurava no mapa das terras de Minas Gerais. Os bandeirantes paulistas, com o reforço dos indígenas capturados, foram os primeiros a ocupar as terras do Vale do Médio Paraopeba. Estava deflagrada a revolução das montanhas com seus preciosos bens minerais e naturais.
A bandeira de Fernão Dias Paes configura-se como a expedição que marcou presença efetiva no início da ocupação colonial, criadora dos primeiros núcleos urbanos em Minas. O bandeirante alcançou as Roças de Matias Cardoso de Almeida, em 1674, constituindo-se, historicamente, o segundo arraial fundado nas Gerais. Esse fato possibilitou que belíssimas capelas coloniais barrocas fossem levantadas nos tradicionais povoados de Belo Vale.
Seguindo-se ao declínio do Ciclo do Ouro, os portugueses que se ocupavam da mineração voltaram-se para as atividades da agricultura e pecuária nas terras férteis da encosta da serra da Moeda, banhadas pelo então caudaloso Rio Paraopeba. Construíram enormes e poderosas fazendas coloniais rurais, destacando-se a poderosa Fazenda Boa Esperança, que influenciou a construção de dezenas de outras, dando vida e incentivando a economia da região. Atualmente, são raros os casarões coloniais e sítios arqueológicos que se mantém de pé. Em ruínas, carecem de investigação, para que essa memória seja recuperada e preservada.
Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista