O dinheiro destinado ao orçamento do setor de tecnologia do Banco Central foi totalmente cortado pelo governo federal e o PIX pode ser o grande impactado. Sem a verba não há como rodar o serviço de transferência, que impulsionou desde sua implementação um aumento de 58% nas transações em tempo real realizadas no Brasil em 2020.
De acordo com a colunista Miriam Leitão, no jornal O Globo, o financiamento da agricultura familiar, o Pronaf, também sofreu com o corte, similar ao realizado com o IBGE, que impediu o recenseamento. Tudo isso integra uma manobra do governo, que coloca uma série de gastos acima do teto para que não seja preciso cortar emendas.
Uma ideia para uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que circula sugere que esses gastos sejam colocados acima do teto, sem que contem para a regra constitucional do teto de gastos. Segundo Miriam Leitão, houve sugestão por parte do Ministério da Economia de que gastos de saúde e programas de apoio às empresas entrem também no que ela chamou de “sobreteto”.
A notícia chega no mesmo dia em que foi veiculada a informação de que o Banco Central tem uma proposta para internacionalizar o PIX. Para que isso ocorra, três condições são necessárias: a regulamentação do PIX, a regulamentação do câmbio e a infraestrutura com plataforma internacional que será responsável por operar o sistema.
O projeto foi revelado por Lúcio Oliveira, chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial (Dereg) do BCB, durante o webinar “CP 79: A Evolução dos Facilitadores de Pagamento Internacionais”. “Estamos em fase de estudos e, no devido momento, teremos condições de avançar mais com este projeto”, afirmou o executivo.
Por causa do PIX, o Brasil se tornou o 8° país a realizar mais transações instantâneas no ano passado e registrou 1,3 bilhão de operações do tipo — desbancando até mesmo os Estados Unidos, que realizaram 1,2 bilhão de transações instantâneas.
Fonte Olhar Digital