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Mato, sujeira e descaso: fazenda histórica de Inconfidência Mineira pede socorro

Em julho de 2017 era reaberta a imponente e histórica Fazenda Paraopeba. Totalmente restaurada com recursos de mais de R$ 2,5 milhões da minerada Ferrous, através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o casarão que pertenceu ao advogado e poeta Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1792) e serviu de local de encontro para os demais conjurados liderados por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792). A solenidade aconteceu em grande pompa em uma reunião da AMALPA, ocasião em que os valores como a liberdade, civismo, a cidadania e amor pela pátria foram enaltecidos.

O patrimônio foi incorporado ao patrimônio de Lafaiete, responsável pela sua manutenção e conservação. A propriedade deveria abrigar, conforme proposta inicial um centro de referência turística da Estrada Real e da Inconfidência Mineira.

Preservação

Quem passa na MG-383, perto do limite entre Conselheiro Lafaiete e São Braz do Suaçuí, pode ver a beleza do casario de dois andares, chamada por alguns viajantes de Casarão dos Inconfidentes.

Em outros tempos, pela situação de ruína, era difícil imaginar que aquelas paredes e demais estruturas fossem testemunhas de tantas histórias de liberdade, de levante dos inconfidentes e indignação contra a coroa portuguesa. Hoje são novos ares nesse prédio que Alvarenga Peixoto recebia, no século 18, amigos, a exemplo dos também poetas Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), que planejavam o fim do domínio português.

Com a restauração, foi afastado o risco de que essa história se perdesse sob os escombros da propriedade, batizada nos Autos de Devassa – inquéritos que incriminaram os conjurados – de Covão, devido à cova formada pela topografia no entorno.

Sem conservação

Passados quase 4 anos da reabertura, o casarão foi tomado pela sujeira e o mato cresce em abundância escondendo a magnitude da obra. Quem passa pela rodovia percebe um patrimônio tomado pela falta de conservação.

Nossa reportagem esteve no local e sequer havia um vigia. O imóvel é guardado por diversos cães que avançam em quando algum visitante tenta se aproximar do casarão.

Até hoje se desconhece a destinação que será dada ao patrimônio, mas o bem, tombado pelo Município de Lafaiete, pede socorro!

O imóvel, que outrora apresentava sua imponência e arquitetônica, hoje figura com uma mancha em sua história. Aos poucos o patrimônio vai se deteriorando…

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