×

Prefeitura, por meio da cultura, busca registro de festivais como Patrimônio Cultural

A Prefeitura de Conselheiro Lafaiete, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, está trabalhando para realizar o registro dos tradicionais festivais de Congado, Bandas de Música e de Teatro como Patrimônio Cultural do município. Esta ação, além promover a importância destes eventos para o município, o reconhecimento dos mesmos junto ao IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico) faz com que o Estado reconheça os valores culturais da cidade, podendo aumentar o seu investimento através do ICMS cultural a que temos direito. Para alcançar tal objetivo, a Secretaria de Cultura contratou a Empresa MGTM Cultural especializada em Consultoria Tributária e Patrimônio Cultural que nos últimos anos, tem orientado no sentido de pontuar e fazer valer o que por décadas, Conselheiro Lafaiete já possui. No final do mês de maio as historiadoras Marina Ferreira e Amanda Carvalho, pesquisadoras da MGTM Cultural, estiveram em Lafaiete conversando com representantes dos três movimentos artísticos e culturais a fim de apurarem a história e a relevância cada um no contexto cultural, artístico, histórico e cultural da cidade, cumprindo mais uma etapa deste processo.

De acordo com o Secretário de Cultura Geraldo Lafayette a principio, há mais de dez anos atrás, pensou-se no registro do Festival de Congado como um evento que merecia o registro, mas o processo parou e com o passar do tempo , os Festivais de Bandas de Música e Teatro ganharam corpo e ambos foram incorporados ao propósito a que anteriormente se propunha apenas ao Festival de Congado. “Desta forma, por compreendermos a importância de todos, nós faremos o registro como bem imaterial do Festival de Congado, do Festival de Bandas de Música e do Festival de Teatro, todos de uma vez só”, explicou Lafayette.

Na oportunidade também foram incluídos no estudo para registro a imagem de Nossa Senhora da Conceição, a coroa que historicamente acompanha a imagem e a de Nosso Senhor dos Passos, uma das mais belas de Minas Gerais, e que compõe a tradicional Semana Santa na Matriz de Nossa Senhora da Conceição. “Conselheiro Lafaiete só tem um bem imaterial registrado que é o Modo de se fazer a Viola de Queluz. Percebemos que estamos ficando para trás frente a outras cidades até menores que Lafaiete, tanto na valorização do Patrimônio quanto na pontuação junto ao IEPHA. Por isto, em parceria com o Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, começamos a estudar e vislumbrar o que poderia ser inicialmente os próximos bens registrados da cidade. Como Manifestação religiosa, a Semana Santa nos é muito cara e por ela, muito há que se reconhecer e valorizar; iniciar pela Imagem do Senhor dos Passos, abrindo caminho para que outros símbolos dessa festa futuramente venham a segui-lo, na lista de passível reconhecimento. A Imagem da Padroeira também abre o caminho para que outras imagens tão importantes quanto, possam futuramente compor este altar de Imagens registradas e protegidas por Decreto. A coroa, por ter a característica de joia e por acompanhar a imagem, recebe um destaque especial.” Ainda de acordo com o secretário o processo é longo, pois, precisa ser estudado, aprovado pelo conselho, inventariado e em seguida repassado ao Jurídico municipal que faz o decreto. No inventário toda a história do bem deve ser contada e apresentada através de fotos, documentos, registros, recortes, entrevistas para enfim efetivar o registro.

O secretário explica também que neste momento de pandemia em que a realização de eventos está suspensa a equipe da cultura está se empenhando em outras questões ligadas ao patrimônio, como a regularização do tombamento de alguns outros bens que estavam inadequados ou desatualizados, como a Capela de Santo António, a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Gagé, a Estação Ferroviária. “Isto é importante para cidade em diversos aspectos, que além da preservação histórica, além do reconhecimento do IEPHA, além da possível elevação dos pontos junto ao ICMS cultural, promove, divulga e protege o que a cidade possui de valores, sensibilizando as pessoas, as autoridades, os meios de comunicação, abrindo um novo olhar sobre o passado e a memória. “É preciso reconhecer quem colocou a primeira pedra para que tudo chegasse até nós; falo do bem imóvel como as Igrejas mas falo também das primeiras ações de pessoas que não mais estão entre nós, mas que criaram e há mais de quatro décadas começaram a realizar o Festival de Congado; outras que há também quase quarenta anos fizeram o primeiro Festival de Bandas de Música e mais recente, a quem promove a duras penas o Festival de Teatro, evento que eleva a nossa cidade e a faz romper fronteiras com o país inteiro.”

“Este é um passo importante, e é claro que futuramente queremos que outros bens sejam reconhecidos; mas temos que seguir uma ordem, um processo. Esperamos poder num futuro próximo, registrar outros bens e eventos que não menos importantes contam a nossa história e fazem a nossa cultura existir”, concluiu Geraldo Lafayette.

Receba Notícias Em Seu Celular

Quero receber notícias no whatsapp