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Nos Estados Unidos, tem arte engajada de lafaietense no Muro da Esperança pela igualdade social e racial

Desde setembro de 2020, uma intervenção artística é realizada ao ar livre, em uma rua de Richmond, no estado americano da Virgínia. É o “Hope Wall” ou “Muro da Esperança”, uma exposição rotativa com mais de 150 cartazes, cujo tema é a esperança pela igualdade social e racial.

A iniciativa partiu de uma ex-curadora do Museu de Belas Artes da Virgínia e de dois designers e professores aposentados da universidade local. Os próprios organizadores fazem a curadoria da mostra e, a cada três semanas, colam grupos de nove cartazes sobre o muro, substituindo os anteriores. Como já é tradição em Richmond, os cartazes do Hope Wall são afixados com grude, uma cola caseira feita de farinha de trigo. No Brasil, a técnica é chamada de “lambe-lambe”. Historicamente, em espaços públicos de qualquer centro urbano do planeta, esta tem sido uma forma de comunicação visual barata, rápida e impactante, especialmente em períodos turbulentos como os atuais.

Os trabalhos expostos no Hope Wall são criações de designers e artistas americanos e de outros países, como Holanda, Polônia, Turquia, Uganda e Brasil. O cartaz brasileiro foi desenvolvido pelo lafaietense Hélcio Queiroz, formado em design gráfico pela faculdade de Artes Plásticas da FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo.

Ao contrário de usar a linguagem fria da computação gráfica, ele fez questão de destacar a cultura e o artesanato de sua terra. Assim, a palavra “Hope” (esperança) foi desenhada com círculos contendo detalhes de bordados de dona Maria Augusta, mãe do artista e professora de bordado livre no Ponto de Cultura AMAR. Um dos cartões postais de Lafaiete, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição está entre os desenhos bordados, junto a casas, meios de transporte, plantas, bichos e uma grande diversidade de pessoas. Propositalmente, cada imagem aparece duas vezes, para que os visitantes brinquem de localizar os pares, como num jogo da memória. Completando a arte, o famoso refrão “Desesperar jamais!”, emprestado da música de Ivan Lins e Vítor Martins, reforçado pela frase em inglês “Never lose heart!” (Nunca perca o coração!).

Encerradas as rodadas da exposição dos cartazes, haverá a publicação de um livro sobre o Muro da Esperança. Enquanto isto, imagens podem ser vistas no Instagram do projeto (@hopewallrva) e de Hélcio Queiroz (@qhelcio).

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