A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou, nesta segunda-feira (11), a primeira morte por raiva humana em Minas Gerais. O paciente, um menino indígena de 12 anos de idade, vivia na zona rural de Bertópolis, no Vale do Jequitinhonha, e morreu no dia 4 de abril. Um exame laboratorial confirmou a doença. Uma outra paciente, uma menina da mesma idade, está internada. “O quadro da paciente é estável, com evolução positiva. Foi coletada amostra para exame laboratorial e aguarda-se o resultado”, informa a secretaria. A última vez que Minas Gerais registrou um caso de raiva humana foi na cidade de Rio Casca, na Zona da Mata, em 2012. Na ocasião, um produtor rural foi atacado por um morcego e demorou a procurar atendimento médico.
Ações
De acordo com a SES-MG, os casos foram notificados nos dias 4 e 5 de abril e a pasta adotou medidas para investigar os casos imediatamente. Dentre elas, reuniões de orientação com servidores da saúde e equipe médica local e a disponibilização de 100 doses de vacina antirrábica animal, para que cães e gatos possam ser imunizados na localidade. Cerca de 1.100 pessoas vivem na comunidade em que os jovens foram infectados.
“A SES-MG destaca a importância de se procurar a Unidade de Saúde mais próxima para avaliação da necessidade de adoção de medidas profiláticas (administração de vacina e/ou soro) em caso de qualquer incidente com mamíferos silvestres ou domésticos, sobretudo morcegos, cães e gatos”, informa a pasta.
O que é a raiva humana?
A raiva é uma encefalite viral aguda, transmitida por mamíferos. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os mamíferos podem ser considerados fontes de infecção para o vírus da raiva, como cães, gatos, morcegos, cachorros do mato, saguis, raposas, bovinos, equinos, suínos e caprinos, dentre outros.
Segundo o protocolo de tratamento da raiva humana, publicado pelo Ministério da Saúde, a maior parte dos casos ocorre entre duas semanas e três meses após a agressão, mas o período de incubação pode chegar a até um ano.
Dentre os sintomas mais frequentes, estão: mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Nos casos de transmissão por morcegos, o mais comum é que o paciente desenvolve a “forma paralítica” da doença, com dor no local da mordida, O quadro pode provocar alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal.
- EM