A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras, que passa a valer a partir de 18 de junho. Somente neste ano, foram 14 aumentos sendo o último em março, conforme levantamento feito pelo Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O aumento foi recebido com revolta pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), conforme relata à Itatiaia Alexandre Finamori, coordenador do sindicato. “É com muita revolta que a gente recebe essa notícia desse novo aumento da gasolina. Não é com espanto, porque está dentro da lógica de preços internacionais aplicada pelo governo Michel Temer e mantida pelo governo Bolsonaro. Mas, é com muita revolta porque nós sabemos que isso vai alavancar a inflação e impacta no preço do arroz, do feijão e de toda cesta básica, pra uma população que está tão afetada pela crise econômica”.
O diesel não era reajustado desde o dia 10 de maio. A última alta no preço da gasolina tinha sido no dia 11 de março. Com isso, diesel terá aumento de 14,25% e a gasolina de 5,18%.
Alexandre Finamori trata mais esse aumento como abusivo pela Petrobras. “E nós entendemos como abusivo esse aumento, já que a Petrobras está batendo recordes de lucros, somente no primeiro trimestre com um lucro de R$ 45 bilhões. O que não pode é esse lucro abusivo a partir da precarização da população brasileira.”
O preço médio da venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Para o diesel, preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.
Em nota para divulgar os aumentos, a Petrobras afirmou que tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio.
“Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias. Esta prática não é comum a outros fornecedores que atuam no mercado brasileiro que ajustam seus preços com maior frequência, tampouco as maiores empresas internacionais que ajustam seus preços até diariamente”. Já pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas à Petrobras pelo novo reajuste.
“O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, postou o presidente.
Câmara dos Deputados
Na última quarta-feira (15), a Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que limita a aplicação de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, fixando-a no patamar máximo de 17% a 18%, abaixo dos valores atuais aplicados pelos estados. A medida tem o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis para o consumidor, mas os aumentos da Petrobras podem anular os efeitos dessa desoneração. O texto aguarda sanção presidencial para entrar em vigor.
- Itatiaia