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Memoria Viva: 180 anos da Batalha de Queluz

Sedição de Queluz – 180 anos da Batalha de Queluz – Movimento Revolucionário de 1842

Quadro Cidinha Dutra – Queluz em 1842

Por João Vicente

Alguns eleitores podem estar perguntando, por que ontem, 26 de julho, dia de Sant’Ana, estou escrevendo     um artigo que tem o titulo, ”Dia da Vitória em Queluz”. Bom, a resposta é muito simples e fácil de responder. É que no dia 26 de julho de 1842, no entorno do adro da Matriz Nossa Senhora da Conceição em Queluz (atual Cons.Lafaiete) uma batalha foi travada entre tropas legalistas e as tropas dos insurgentes, combate esse vencido pelas tropas dos insurgentes, que tinha como principal liderança, Deputado Imperial Teófilo Otoni.

Dia da Vitória é a nossa singela homenagem aos 180 anos da Batalha de Queluz, episódio que teve lugar na Vila de Queluz em 26 de julho de 1842. A Batalha de Queluz não foi uma batalha qualquer, teve centenas de feridos e mais de 50 mortos. A vitória das tropas liberais insurgentes acendeu a chama revolucionária do Movimento que quase tomaram a capital da Província de Minas, Ouro Preto de assalto. A noticia sobre a derrota dos liberais paulistas e que Caxias estava a caminho de Ouro Preto, o comando militar dos insurgentes resolveu seguir para Sabará e de lá para Santa Luzia, sede da Batalha final em 20 de agosto de 1842.

Continuando nossa prosa sobre o Movimento político armado de 1842 em particular, a Batalha de Queluz, que até nos dias de hoje é um episodio pouco conhecido, pouco estudado nas escolas e os acadêmicos, os gestores de cultura, as entidades culturais deveriam aprofundar para produzir a nível regional um novo contexto sobre esses períodos conturbados e que mudaram a realidade de várias regiões de Minas, formando uma economia entrelaçada com a política comandada pela elite agrária.

Finalizando, espero que em breve tenhamos uma memória mais presente no nosso território sobre o Movimento de 1842, mas também sobre os Quilombolas, os indígenas, por exemplo, com a produção de espaços culturais (museus, monumentos) produção de livros, cursos, oficinas, seminários abordando e questionando a nossa formação cultural nesse caldeirão multicultural que é as Minas Gerais. Dedico o dia de hoje, Dia da Vitória, a nossa eterna madrinha,rainha eterna da historia cultural de Cons.Lafaiete, D.Avelina Noronha e que vive sempre presente nos nossos corações.

D.Avelina Noronha

Um pouco da história sobre a revolta em Minas Gerais

Coronel
Carlos Roberto Carvalho Daróz ( texto da sua autoria da Revista Militar de 2014)

Na Província de Minas Gerais, a revolta teve início em 10 de junho de 1842, na cidade de Barbacena, escolhida como sede do governo revolucionário. Os liberais, liderados por Teófilo Ottoni, conseguiram a adesão da Guarda Nacional, depondo o presidente da província, Bernardo Jacinto da Veiga, e substituindo-o por José Feliciano Pinto Coelho da Cunha.

Novamente, coube ao Barão de Caxias a tarefa de dominar a sublevação liberal. Embora Caxias temesse que os rebeldes tomassem Ouro Preto, capital da província, estes tinham por objetivo principal conquistar Queluz[11], abrindo caminho para a capital. Assim, Queluz foi atacada, em 26 de julho, pelos revoltosos comandados pelo Coronel Antônio Nunes Galvão. Mesmo tendo fortificado a cidade, o Brigadeiro reformado legalista Manoel Alves de Toledo Ribas, que a defendia, não conseguiu evitar o desastre e a fuga desordenada de suas tropas. O Presidente Bernardo da Veiga tentou minimizar o revés de Queluz:

Deputado Teófilo Otoni, líder liberal que lutou na Batalha de Queluz

“No combate, a nossa perda foi pequena e apenas consta de três ou quatro mortos e poucos mais feridos; na referida retirada feita à noite e principiando em boa ordem, uma emboscada dos rebeldes produziu uma forte debandada, especialmente porque com a nossa coluna se retiraram cidadãos e famílias, fugindo dos facciosos, pelo que a marcha não podia ser mui regular”[12].

Na verdade, vários legalistas foram feitos prisioneiros e houve um total cinqüenta mortos[13]. A conquista de Queluz pelos rebeldes abriu-lhes o caminho para o ataque a Ouro Preto.

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